Jack Canfield, Mark Victor Hansen |
-Vou fugir de casa.
A primeira reação da mãe foi de surpresa que, irritada, falou:
-Ah, vai?
Quando ela virou-se e o olhou, ele parecia um anjo, tão pequeno, encolhido ali no canto, com um ar tão triste...
Ela decidiu largar tudo que estava fazendo e parou.
Com o coração partido, ela lembrou-se de uma passagem de sua própria infância, quando ela também quis fugir de casa porque se sentia rejeitada e incompreendida.
Ela sabia que ao anunciar "Vou fugir de casa", Justin estava dizendo:
-Por favor, prestem mais atenção em mim. Eu também sou importante. Por favor, façam com que eu me sinta desejado e amado incondicionalmente.
-Tudo bem, Justin, você vai poder fugir de casa, falou a mãe baixinho para ele, enquanto começava a pegar umas roupas em seu armário e colocar numa sacola.
-Mamãe, ele perguntou, o que você está fazendo?
Ela respondeu:
-Se você vai fugir de casa, então mamãe vai com você, porque não quero ver você sozinho nunca. Gosto muito de você, Justin.
Ela então o abraçou, e ele perguntou, surpreso:
-Por que você quer ir comigo?
Ela olhou-o com carinho e disse:
-Porque eu gosto muito de você e vou ficar muito, muito triste se você for embora. E também quero tomar conta de você para que nada de mal aconteça.
-Papai também pode ir?
Perguntou ele, com uma voz acanhada.
- Não, papai tem que ficar com seus irmãos, e papai tem de trabalhar e tomar conta da casa quando nós não estivermos aqui.
-O meu hamster pode ir?
-Não, ele também tem que ficar aqui.
Justin parou um instante para pensar e disse:
-Mamãe, podemos ficar em casa?
- Claro, Justin, podemos ficar em casa.
-Mamãe. - Disse ele suavemente.
-O que é, Justin?
-Eu amo você.
-Eu amo você também, querido, muito, muito, muito. Que tal me ajudar a fazer pipoca?
-Oba! Tudo bem.
E lá se foi Justin com sua mãe.
Naquele instante ela se deu conta da maravilhosa dádiva que é ser mãe. De como somos fundamentais quando levamos a sério a responsabilidade sagrada de ajudar uma criança a desenvolver o sentido de segurança e o amor-próprio.
Abraçando Justin, ela percebeu que em seus braços tinha o tesouro inestimável da infância, uma pessoinha que dependia do amor e segurança que recebesse, do atendimento de suas necessidades, do reconhecimento de suas características únicas para tornar-se um adulto feliz.
Ela aprendeu que, como mãe, jamais deveria fugir da oportunidade de mostrar aos seus filhos que eles são amados, desejados e importantes - o presente mais precioso que Deus lhe deu.
* * *
Os pais assumem, desde antes do berço, com aqueles que receberão na condição de filhos, compromissos e deveres que devem ser exercidos, desde que serão, também, por sua vez, meios de redenção pessoal perante a consciência individual e a Cósmica, que rege os fenômenos da vida, nos quais todos estamos mergulhados.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. A fuga, de Lois Krueger
, do livro Histórias para aquecer o coração, v. 2, de Jack Canfield,
Mark Victor Hansen, ed. Sextante e do cap. Deveres dos pais, do livro
S.O.S Família, pelo Espírito Joanna de Ângelis e outros Espíritos,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 08.03.2010.
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