segunda-feira, 7 de junho de 2021

ATÉ ONDE DEVEMOS IR

As bibliotecas e as livrarias estão abarrotadas de livros com histórias de homens e mulheres incríveis. 
Histórias de superação, que falam de persistência, de não abandonar o sonho, de determinação e confiança. 
A persistência é exaltada. 
Todos sabemos que a força de vontade, a determinação são ingredientes essenciais para as conquistas humanas. 
Tomas Edison, na busca pela descoberta da lâmpada incandescente realizou mais de mil experimentos. Não desistiu e iluminou o mundo. 
Os navegadores, os inventores, os cientistas deram ao mundo o seu melhor porque se mostraram persistentes, incansáveis. São exemplos que nos arrastam. 
Então, colocamos na nossa mochila de sonhos os planos que desejamos alcançar e vamos à luta. 
Vamos à luta para concluir o curso superior, para prosseguir na especialização, alcançar o mestrado, o doutorado. 
Adentramos ao campo das pesquisas, que nos exigem esforço fantástico.
Abrimos o nosso negócio, ampliamos o que temos, perseguimos os sonhos. Isso é muito positivo. 
No entanto, importante pensarmos até onde vai a nossa persistência ou a nossa teimosia. 
Os especialistas em negócios reforçam a ideia da necessidade de rever estratégias e, se preciso, mudar os planos. Isso significa, por vezes, desistir do que pretendemos e criar uma nova meta. 
E não há nada de errado nisso. 
Levantar a cabeça, seguir em frente, se reinventar. 
Nesses tempos de pandemia, a criatividade, investir no diferente, inovar foi o que manteve negócios ativos, garantiu o sustento de muitas famílias. 
A sabedoria está em sabermos se o momento é de perseverar no que vimos fazendo ou se devemos desistir. 
Em um debate, ouvimos o relato da maratonista suíça que, nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, concluiu a prova cambaleando, em sofrimento extremo. Foi ovacionada, elogiada e apresentada como um exemplo de verdadeiro espírito olímpico. No entanto, três médicos disseram que ela ultrapassara seus limites e tinha colocado em risco a sua vida. Caso tivesse andado mais uma centena de metros, poderia ter tido uma lesão cerebral irreversível. 
Quem pode dizer o contrário? 
É um fato que nos leva a pensar em nossos investimentos. 
Pensarmos que persistir é louvável desde que não estejamos insistindo em um projeto somente para não dar o braço a torcer. 
Talvez tenhamos que reavaliar as questões, os riscos e parar tudo. 
Parar para pensar, para planejar um novo rumo. 
É o desistir para conquistar. 
Quantos iniciamos um curso universitário, reconhecemos depois de algum tempo que aquilo não nos satisfaz, mas vamos até o fim. 
Recebemos o diploma, frustrados. 
Não é o que desejamos para nossa vida. 
Não desistimos porque tememos ser considerados fracos, ou tolos ou indecisos. 
Contudo, desistir não é feio. 
Feio é não tentar, e mais feio ainda é não reconhecermos que erramos, que nos enganamos, que temos que mudar de planos, que podemos mudar de ideia. 
Se a dúvida estiver nos abraçando, façamos uma pausa para orar, meditar, pedir auxílio superior. 
E depois, retornemos à luta, renovados. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo O momento de desistir, de Eugenio Mussak, da Revista Vida Simples, de junho 2017, ed. CARAS. Em 7.6.2021.

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