segunda-feira, 31 de julho de 2017

DE HOJE EM DIANTE

Você já traçou, alguma vez, um plano de felicidade, ainda que por apenas um dia? Pois uma pessoa nos enviou um plano que trará dias muito felizes para quem o seguir. Ela se propôs ao seguinte: 
-De hoje em diante, todos os dias, ao acordar, direi: "Eu, hoje, vou ser feliz! Vou lembrar de agradecer ao sol pelo seu calor e luminosidade. Sentirei que estou vivendo, respirando. Posso desfrutar de todos os recursos da natureza, gratuitamente. Não preciso comprar o canto dos pássaros, nem o murmúrio das ondas do mar. Lembrarei de observar a beleza das árvores, das flores, da relva, da natureza em geral. Vou sorrir mais, sempre que puder. Vou cultivar mais amizades e neutralizar as inimizades. Não vou julgar os atos dos meus semelhantes e vou aprimorar os meus. Lembrarei de telefonar para alguém só para dizer que estou com saudades. Reservarei alguns minutos de silêncio para ter a oportunidade de ouvir. Não vou lamentar nem amargar as injustiças, mas vou pensar no que posso fazer para diminuir seus efeitos. Terei sempre em mente que o tempo passado não volta mais e vou aproveitar bem todos os minutos. Não vou sofrer por antecipação, prevendo futuros incertos, nem com atraso, lembrando de coisas sobre as quais não posso fazer nada. Não vou sofrer pelo que não tenho e gostaria de ter, e buscarei ser feliz com o que possuo. E o maior bem que tenho é a própria vida. Vou lembrar de ler uma poesia, ouvir uma canção e dedicá-las a alguém. Vou fazer algo por alguma pessoa sem esperar nada em troca, apenas pelo prazer de vê-la sorrir. Vou lembrar que existe alguém que me quer bem, e dedicar uns minutos para pensar em Deus, assim Ele saberá que está sempre em meu coração. Vou procurar transmitir um pouco de alegria aos outros, especialmente quando sentir que a tristeza e o desânimo querem se aproximar. E, quando a noite chegar, eu vou olhar para o céu, para as estrelas e para o luar e agradecer aos anjos e a Deus, porque hoje eu fui feliz!" 
 * * * 
Sem dúvida esse é um roteiro traçado por alguém que deseja realmente conquistar a paz de consciência e, por consequência, a felicidade. E nós podemos até dizer que tudo isso é muito difícil de alcançar, mas uma coisa é certa: é bem simples. A única coisa que precisamos é ter vontade. E, para acionar a vontade, basta querer. 
 * * * 
Existe uma pessoa, e somente uma, capaz de fazer você feliz. Se você deseja conhecê-la, fique em frente ao espelho e diga: Olá! No espelho você verá a pessoa responsável pelo seu destino. Você é herdeiro de si mesmo. Seus atos lhe pertencem. E a sua felicidade espera pela sua decisão. Pense nisso! 
Redação do Momento Espírita com base em texto de autoria ignorada. Em 03.11.2010.

domingo, 30 de julho de 2017

DEFINIR O AMOR

Definir o amor é limitá-lo, encarcerá-lo numa redoma de palavras incompletas. O que é o amor? Esta pergunta foi feita para um grupo de crianças de 4 a 9 anos, durante uma pesquisa feita por profissionais de educação e psicologia. E ninguém melhor do que uma criança, e a pureza de seu coração, para tentar explicar o que é o amor... 
“O amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere os sentimentos da pessoa.” Mathew, 6 anos.
“Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos dos pés. Meu avô, desde então, pinta as unhas para ela, mesmo quando ele tem artrite.” Rebecca, 8 anos. 
“Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, mesmo se conhecendo há muito tempo.” Tommy, 6 anos. 
“Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente.” Billy, 4 anos. 
“Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela.” Chrissy, 6 anos. 
“Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai, e toma um gole antes para ter certeza que está do gosto dele.” Danny, 6 anos. 
“Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo, e sente medo que essa pessoa não venha a te amar por causa disso. Aí você se surpreende, já que não só continuam te amando, como agora te amam mais ainda!” Samantha, 7 anos.
“Há dois tipos de amor: o nosso e o amor de Deus. Mas o amor de Deus junta os dois.” Jenny, 4 anos. 
“Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Robert Redford!” Chris, 8 anos.
“Durante minha apresentação de piano, eu vi meu pai na platéia me acenando e sorrindo. Era a única pessoa fazendo isso e eu não sentia medo.” Cindy, 8 anos. 
“Quando você ama alguém, seus olhos sobem e descem e pequenas estrelas saem de você!” Karen, 7 anos. 
Temos muito que aprender com as crianças, sim. E muito mais a aprender com o amor, e sobre ele. Pequenos gestos, grandes sacrifícios anônimos, olhares, sorrisos – tudo faz parte deste universo sem fim chamado amor... 
 *** 
O amor é um sentimento, mas também um estado de espírito. Ele é uma busca, mas também é o caminho a seguir. Ele é um objetivo, porém também o meio mais sublime de se alcançar. O amor é alimento, consolo, passado e futuro. É presente no tempo e no gesto de se dar. É a maior descoberta da vida. É a maior bênção da vida. E se a fé poderá mover montanhas inteiras, o amor então terá o poder de construir cordilheiras... 
Equipe de Redação do Momento Espírita com base em texto anônimo.

sábado, 29 de julho de 2017

UMA DEFINIÇÃO NECESSÁRIA

AMÉLIA RODRIGUES
Jesus veio à Terra em um período de grande impiedade e desesperança. O domínio dos poderosos era cruel e implacável. Segundo a narrativa evangélica, a palavra e a pessoa de Jesus representaram um lenitivo geral. De repente havia esperança de cura e conforto. Deus era anunciado como Pai amoroso e sábio, não como um Senhor terrível e vingativo. Era possível confiar no futuro. Mesmo o presente já se apresentava promissor, com a perspectiva de notáveis curas e transformações. A canção da paz e da ventura soavam arrebatadoras naqueles lábios puros. O povo ficou ébrio de esperança. Todos se viam logo adiante saciados, socorridos, alimentados e felizes. Entretanto, não se davam conta da contribuição pessoal que deveriam dar em favor da nova ordem social. Mas Jesus em tempo sinalizou que a bem-aventurança tinha um preço. Perante a incompreensão geral, disse não ter vindo trazer à Terra a paz, mas a espada. Que poria em dissensão o filho contra seu pai, a filha contra sua mãe. Que os inimigos do homem seriam os seus familiares. Que quem não tomasse a sua cruz e O seguisse, dEle não seria digno. Não se há de imaginar o Senhor da brandura e da bondade convertido em um guerreiro infeliz, um vassalo da loucura. Essas singulares palavras sinalizaram a necessidade de separar-se a verdade da impostura. Elas anunciaram que, em incontáveis famílias, alguns dos membros o amariam, enquanto outros o detestariam. Jesus lançou ao futuro a advertência de ser necessário preferir Deus a Mamom. Alertou que o dever e a transparência constituem requisitos indispensáveis para quem deseja a Sua paz. Deixou claro que a condição de cristão é incompatível com a vivência corrupta e acomodada. O Messias Divino ateou o fogo purificador da verdade, para desespero de muitos. A linguagem era forte e anunciava um testemunho difícil. A mensagem cristã implica a necessidade de uma definição de rumos. Pelo bem ou contra ele, não sendo possível uma postura de hipocrisia e conivência. A figura de Jesus permanece sedutora e a Sua mensagem segue atual. Incontáveis se afirmam cristãos e anelam pela paz do Senhor. Entretanto, hesitam no testemunho necessário. Malgrado suas crenças, vivem de forma impiedosa, promíscua e desleal. O Cristianismo representa a Boa Nova, o advento da paz e da ventura como consequência da vida reta e generosa. Não se trata de um milagre ou de um favor. Primeiro a criatura se define pelo bem e se esforça para vivê-lo. A paz e a plenitude surgem como resultado natural. Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17, do livro A mensagem do amor imortal, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 3.4.2015.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

CARTA À MINHA MÃE!

"Mãe, quando eu comecei a escrever esta carta, usei a pena do carinho, molhada na tinta rubra do coração ferido pela saudade. As notícias, arrumadas como pérolas em um fio precioso, começaram a saltar de lugar, atropelando o ritmo das minhas lembranças. Vi-me criança orientada pela sua paciência. As suas mãos seguras, que me ajudaram a caminhar. E todas as recordações, como um caleidoscópio mental, umedeceram com as lágrimas que verteram dos meus olhos tristes. Assumiu forma, no pensamento voador, a irmã que implicava comigo. Quantas teimas com ela. Pelo mesmo brinquedo, pelo lugar na balança, por quem entraria primeiro na piscina. Parece-me ouvir o riso dela, infantil, estridente. E você, lecionando calma, tolerância. Na hora do lanche, para a lição da honestidade, você dava a faca ora a um, ora a outro, para repartir o pão e o bolo. Quantas vezes seu olhar me alcançou, dizendo-me, sem palavras, da fatia em excesso por mim escolhida. As lições da escola, feitas sob sua supervisão, as idas ao cinema, a pipoca, o refri. Quantas lembranças, mãe querida! Dos dias da adolescência, do desejar alçar voos de liberdade antes de ter asas emplumadas. Dos dias da juventude que idealizavam anseios muito além do que você, lutadora solitária, poderia me oferecer. Lágrimas de frustração que você enxugou. Lágrimas de dor, de mágoa que você limpou, alisando-me as faces. Quantas vezes ouço sua voz repetindo, uma vez mais: Tudo tem seu tempo, sua hora! Aguarde! Treine paciência! E de outras vezes: Cada dia é oportunidade diferente. Tudo que você tem é dádiva de Deus, que não deve desprezar. A migalha que você despreza pode ser riqueza em prato alheio. O dia que você perde na ociosidade é tesouro jogado fora, que não retorna. Lições e lições. A casa formosa, entre os tamarindeiros assomou na minha emoção. Voltei aos caminhos percorridos para invadi-la novamente, como se eu fosse alguém expulso do paraíso, retornando de repente. Mãe, chegou um momento em que a carta me penetrou de tal forma, que eu já não sabia se a escrevera. E porque ela falava no meu coração dorido, voei, vencendo a distância. E vim, eu mesmo, a fim de que você veja e ouça as notícias vibrando em mim. Mãe, aqui estou. Eu sou a carta viva que ia escrever e remeter a você."
  * * *
Entre as quadras da vida e as atividades que o mundo o envolve, reserve um tempo para essa especial criatura chamada mãe. Não a esqueça. Escreva, telefone, mande uma flor, um mimo. Pense quantas vezes, em sua vida, ela o surpreendeu dessa forma. E não deixe de abraçá-la, acarinhá-la, confortar-lhe o coração. Você, com certeza, será sempre para ela, o melhor e mais caro presente. Redação do Momento Espírita, com frases do cap. XVI do livro Pássaros livres, pelo Espírito Rabindranath Tagore, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Disponível no CD Momento Espírita, v. 18, ed. FEP. Em 27.7.2017.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

CONSTRUINDO O AUTO-PERDÃO!

DIVALDO PEREIRA FRANCO
Não há ninguém que viva as experiências terrenas sem falhas ou incorreções. Todos trazemos limitações pessoais, tormentos emocionais, que nos levam quase que, inevitavelmente, a cometer tropeços aqui e acolá. Não raro, imaginamos nossos erros como irreparáveis, de alta gravidade, clamorosos mesmo, chegando a imaginar que não merecem perdão. Essa é uma ideia falsa e perturbadora. Entender nossos equívocos dessa forma é trilhar caminho perigoso para posturas de desamor e descrença em nós mesmos, atalho fácil para novos e talvez maiores comprometimentos. Desde que percebemos o erro cometido, que nos damos conta da atitude indevida, permitindo-nos o arrependimento, revelamos indícios de maturidade. E, para que esse não permaneça vazio e sem sentido, é necessário o esforço pessoal para a reparação do mal feito. A partir do momento que nos resolvemos por mudar para melhor, nos reabilitarmos, damos passo importante para a construção de nosso futuro. Estarmos dispostos à reestruturação pessoal é fundamental. Somos todos filhos de Deus, que nos ama e nos espera. Assim, avancemos pelo roteiro traçado, sem culpas guardadas na alma, que para nada nos servirão. Se erramos, é hora de planejar novos passos para imediata reparação, sem nos alongarmos, demasiadamente, em arrependimentos que nada constroem. Percebamos que a treva mais densa é vencida pelo delicado raio de luz de um pirilampo. Assim também venceremos nossas dificuldades. É verdade que os desígnios de Deus são de justiça mas, também é certo que nos alcançam envoltos nas bênçãos da sua misericórdia e do seu amor. Ainda erraremos muito antes de acertarmos com segurança a melhor maneira de agir, nesse natural processo de auto-burilamento. Portanto, não nos aprisionemos nos profundos poços de nossos tropeços. Levantemos mil vezes se assim for necessário, para mil recomeços de nossa trajetória. Por mais isolados que pareçamos estar, nenhum de nós caminha sozinho, abandonado pelo Pai. Exultemos ante os presentes divinos que nos são ofertados: o dom da vida, da saúde física, da beleza que a natureza imprime em tudo que nos cerca. Não há porquê invejar aqueles que já superaram as dificuldades que ainda temos a enfrentar em nosso íntimo. Eles também, tal qual agora nos ocorre, tiveram seus enfrentamentos com as próprias limitações e venceram a si mesmos. Ao triunfarmos das provas e expiações que nos aprimoram, seremos tal como o diamante que brilha, mas que não mais se recorda dos golpes que sofreu durante sua lapidação. Amemos a vida, recuperando a alegria real para que nosso sorriso seja de plenitude, superando as decepções que colecionamos de nós mesmos. Nem os estados d’alma em arrependimento depressivo, tampouco a leviandade da conivência com os erros cometidos. Que esses erros nos sirvam de lições capazes de insculpir, em nossa intimidade, as leis imortais, que nos foram reveladas pelo suave Cantor da Galileia. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 26, do livro Seja feliz hoje, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 26.7.2017.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

AVÓS

Uma avó, dizem, é uma mãe com açúcar. Um avô é um pai com doce de leite. Quase sempre os filhos se perguntam por que é que os seus pais, na qualidade de avós, deixam seus netos fazerem coisas que não permitiram a eles, filhos. Por que é que os netos, enfim, gostam, tanto da casa dos avós? Um garoto de seus nove para dez anos, escreveu certa vez: Uma avó é uma mulher velhinha que não tem filhos. Ela gosta dos filhos dos outros. Um avô é um homem-avó. Ele leva os meninos para passear e conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos. As avós não fazem nada e por isso podem ficar mais tempo com a gente. Como elas são velhinhas, não conseguem rolar pelo chão ou correr. Mas não faz mal. Elas nos levam ao shopping e nos deixam olhar as vitrinas até cansar. Na casa delas têm sempre um vidro com balas e uma lata cheia de suspiros. Elas contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos, histórias da Bíblia, histórias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas. Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir o perfume. Avós nunca dizem “Depressa!”, “Já pra cama!”, “Se não fizer logo, vai ficar de castigo.” Normalmente, as avós são gordinhas, mas, mesmo assim elas nos ajudam a amarrar os sapatos. Quase todas usam óculos e eu já vi uma tirando os dentes e as gengivas. Quando a gente faz uma pergunta, a avó não diz: “Menino, não vê que estou ocupada!” Ela para, pensa e responde de um jeito que a gente entende. As avós sabem um bocado de coisas. As avós não falam com a gente como se fôssemos umas criancinhas idiotas, nem apertam nosso queixo dizendo “Que gracinha!”, como fazem algumas visitas. Quando elas leem para nós, não pulam pedaços das histórias, nem se importam de ler a mesma história várias vezes. O colo das avós é quente e fofinho, bom de a gente sentar quando está triste. Todo mundo devia tentar ter uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós. 
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Esta pode ser simplesmente a visão de um menino, mas convenhamos que contém muitas verdades. Os netos gostam dos avós porque eles são doces. Ao longo dos anos, amadureceram os sentimentos, e amam de uma forma mais serena, com doçura. Por isso fazem aos netos muitas coisas que não fizeram aos seus filhos. Também porque, quando se tornaram pais, eram jovens, inexperientes, estavam preocupados em sustentar a família, em educar bem os filhos, em tantas coisas que não lhes sobrava tempo para o que hoje fazem com seus netinhos. 
* * * 
Na educação dos nossos filhos, não desprezemos as experiências de nossos próprios pais que nos conduziram a vida, até os dias presentes, ensejando-nos ser homens e mulheres dignos. Bebamos da sua sabedoria e os tornemos nossos aliados, nesse extraordinário e maravilhoso processo que se chama educação. Processo que mais primoroso será quanto mais amor houver para ser dividido e multiplicado. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O que é uma avó, de autor desconhecido, do livro Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Schimoff, ed. Sextante. Em 24.9.2014.

terça-feira, 25 de julho de 2017

MAMÃE, POR QUE TE AMO TANTO!?!

Cristiane Rogério
Todas as crianças, inevitavelmente, chegam naquela fase das famosas perguntas. Perguntam sobre tudo. Querem saber sobre tudo, num afã natural e belo de se ver, na busca pelo conhecimento, por descobrir o mundo. Do que são formadas as nuvens? Por que aquele homem mora na rua? Como o Papai do céu pode vigiar todos ao mesmo tempo? Como nasceu a primeira mãe de todas? Porquês e mais porquês... que acabam deixando os pais de cabelo em pé, em muitas ocasiões. Uma dessas perguntas em especial, chamou-nos a atenção, quando em contato com uma reportagem de certa revista especializada em educação infantil. 
Mamãe, por que te amo tanto? 
-Há perguntas que nasceram para serem perguntas, e há respostas que não são palavras. – Afirma o autor da matéria. 
Diz ele ainda que nesses casos a melhor resposta pode ser um beijo, um abraço forte, o toque, o silêncio... Realmente, poderíamos pensar: Como explicar o amor? Como encontrar a razão na terra onde reinam os sentimentos? Sem a pretensão de explicá-lo, mas com a vontade de torná-lo mais admirável ainda, quem sabe poderíamos dizer a essa criança: Você ama sua mãe, pois antes de lhe dar o abrigo desta casa feita de paredes, ela guardou você em um lar de beleza sem igual, aconchegante e cheio de paz. Você ama sua mãe, pois possivelmente esta não é a primeira vez que você a vê. Seus corações amigos podem ter se encontrado muito tempo antes... Você ama sua mãe, certamente porque junto do alimento do corpo, ela lhe concedeu sempre a nutrição da alma, com seu sorriso e um seja bem-vindo ao mundo, meu filho! Seu amor por sua mãe vem dos cuidados que ela tem pelas coisas mais simples da vida, como: arrumar os bichinhos de pelúcia no quarto para lhe darem bom dia pela manhã; colocar o macaquinho ao seu lado, para que você o abrace à noite, e não se sinta só. Conversar com você durante o banho, ensinando o nome de cada pedacinho de seu novo corpo, e enchendo-o de beijos amorosos; dançar com você pela sala, rodando, rodando, para ouvir suas gargalhadas deliciosas. Ficar com você no colo, assistindo seu desenho preferido, até você pegar no sono, tranquilo, seguro, aquecido; levar você para a cama dela, quando você se sente sozinho em seu quarto à noite, aconchegando-o bem perto de seu coração - lembrando dos tempos em que você estava ali, crescendo forte dentro dela. Finalmente, poderíamos dizer que você ama sua mãe, porque ela ama você sem pedir nada em troca. O que um dia você entenderá como sendo o amor incondicional. E ela será seu maior exemplo dele. 
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Um filho bem amado nunca esquecerá sua mãe. Mesmo que ele enverede por caminhos tortuosos, que faça escolhas perigosas na vida, aquela candeia do carinho materno sempre estará lá. Será aquela luzinha distante, no meio da escuridão dominante da ignorância - como um convite terno para trazê-lo para a senda iluminada novamente. O amor materno será sempre seu laço seguro e certo com o amor de Deus. Que o Criador Supremo do Universo abençoe todas as mães... 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Cada pergunta difícil..., de Cristiane Rogério, publicado na Revista Crescer, de março de 2008, ed. Globo. 25.7.2017

segunda-feira, 24 de julho de 2017

DE FILHO PARA PAI

De pai para filho. 
Essa expressão geralmente é usada quando se faz um bom negócio ou se obtém alguma vantagem que só mesmo os pais podem conceder. Mas hoje nós trouxemos uma mensagem de filho para pai que merece toda a nossa atenção, porque, se levada em conta, trará grandes vantagens a pais e educadores. A mensagem foi publicada no jornal Perfil Policial, a todos os pais do Brasil. 
-Queridos pais, antes que seja tarde demais... Não tenham medo de ser firmes comigo. Eu prefiro assim, pois sua firmeza me traz segurança. Não me tratem com excesso de mimos. Nem tudo o que eu peço me convém. Não me corrijam na frente de outras pessoas. Prestarei muito mais atenção se vocês falarem comigo baixinho e a sós. Não permitam que eu forme maus hábitos. Na minha idade, eu dependo de vocês para descobrir o que é certo ou errado. Não façam promessas apressadas. Lembrem-se de que me sinto mal quando as promessas não são cumpridas. Não me protejam das conseqüências dos meus atos. Às vezes, preciso aprender através da dor. Não sejam falsos nem mentirosos. A falsidade me deixa confuso, desnorteado, e acabo perdendo a confiança em vocês. Não me incomodem com ninharias. Se assim agirem, terei de proteger-me, aparentando surdez. Nunca dêem a impressão de ser perfeitos ou infalíveis. O choque será grande quando eu descobrir que vocês estão longe disso. Não digam que meus temores são tolices. Eles são terrivelmente reais para mim. Se vocês usarem de compreensão para comigo, ficarei mais sereno e tranqüilo. Não deixem sem resposta as minhas perguntas. Do contrário deixarei de fazê-las e buscarei informações em algum outro lugar. Não julguem humilhante um pedido de desculpas. Um perdão sincero torna-me surpreendentemente mais caloroso para com vocês. E não se esqueçam, jamais, que para desabrochar e florescer, eu preciso de muita compreensão. E, acima de tudo, de muito amor. 
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Você, que é pai ou educador, lembre-se sempre de que sem criança não há futuro e nem esperança de dias melhores. Educar e bem formar os pequeninos são fatores fundamentais para a construção de um Mundo mais humano e mais feliz. E educar não quer dizer superproteger nem abafar com excesso de zelos, pois a criança é como uma planta nos jardins do mundo. O excesso de água pode afogá-la e a falta excessiva pode secá-la. Pense nisso, mas pense agora!
Redação do Momento Espírita, com base em texto recebido de Walmir Cardoso da Silva. Em 02.05.2008.

domingo, 23 de julho de 2017

DEFICIÊNCIA

Quando um ventre se enche de vida, a esperança aflora no Mundo. Os pais se preparam para receber alguém e se enchem de expectativas: 
-Meu filho será belo, forte, saudável, feliz. 
Ninguém pensa em coisas desagradáveis. Quando a criança nasce, contamos os dedinhos, avaliamos cuidadosamente cada centímetro do corpo, em busca da certeza de que tudo está bem. Mas... E quando o anjo que chega tem as asas quebradas? Quando a criancinha traz os olhos velados, os ouvidos fechados, a voz emudecida? Cegueira, paralisia, surdez, nanismo, Síndrome de Down. Nunca pensamos que o nosso filho possa ser portador de deficiências desse tipo. Não nos preparamos para isso. E, por essa razão, choramos lágrimas amargas, certos de que Deus nos esqueceu ou nos castigou. Enganosa conclusão. Deus jamais castiga. Nosso Pai Divino, Perfeito e Bom, é todo amor por Seus filhos. Então: 
-O que aconteceu? Por que aconteceu? Por que comigo? 
Essas perguntas, que nos transtornam as almas, muitas vezes permanecem sem resposta. Mas, acredite que há uma forte razão para que isso tenha ocorrido. Estamos todos inseridos em uma lei perfeita, que rege nossas vidas, de acordo com nossos atos e nossa capacidade de superação. Assim, quem recebe uma criança deficiente, deveria fazer novas perguntas: 
-Para que Deus me deu de presente um de Seus filhos, nessa circunstância? Que tenho eu de tão especial e bom para que Ele me escolhesse para cuidar de um de Seus filhos mais necessitados de proteção e afeto? Que lições posso tirar dessa experiência? 
Sim, não se confia missões importantes a pessoas despreparadas. Para as situações mais delicadas, que exigem dedicação e maturidade, escolhem-se os mais dedicados e maduros. E você acha que Deus sabe menos do que nós? Claro que não. Ele sabe escolher bem. Por outro lado, muitas vezes, aquilo que imaginamos ser uma situação infeliz, torna-se um belo desafio. Ou uma oportunidade de renovação. Basta descobrir a razão porque Deus nos permitiu passar por isso. Se pensarmos assim, vamos descobrir uma força interior capaz de mover mundos. Uma capacidade de improvisar diante do inesperado. E essa força será movida pelo amor. Quem sabe se essa experiência é a que nos fará despertar para a desigualdade do Mundo em que vivemos? Quem sabe se não é o estímulo que faltava para que olhássemos para os lados e víssemos que precisamos de escolas mais preparadas, de profissionais treinados, de ruas e prédios adequados? Enfim, com a experiência de um ser amado, portador de deficiência, aprendemos a conviver e a amar muito os que são diferentes de nós. E mais: descobrimos que a diferença está apenas na aparência, pois a alma é igual à nossa: cheia de sonhos e esperança. Carente de respeito e, principalmente, de amor verdadeiro. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP. Em 9.1.2014.

sábado, 22 de julho de 2017

DEFESA PESSOAL

AMÉLIA RODRIGUES
É comum, na atualidade, face ao aumento da violência reinante, que as criaturas cogitem portar armas ou tê-las em casa, para uma eventualidade. Não se apercebem tais pessoas da inocuidade do fato. Mais do que isso, quando alguém passa a portar arma, está se condicionando, predispondo-se a utilizá-la. E nunca mostrou a violência tenha sanado a violência. Armas em casa têm trazido até agora maior soma de dores e transtornos. São inúmeros os casos de crianças que, curiosas, acionam armas dos pais ou irmãos maiores, ferindo-se ou ferindo a outros. Às vezes, mortalmente. Vários são também os casos de pais que acionaram gatilhos contra os próprios filhos, retornando ao lar altas horas da noite, pensando se tratar de assaltantes. Ao abordar a questão, Allan Kardec recebeu dos Espíritos a resposta de que só a necessidade pode desculpar o assassinato. Se pudermos, dizem, preservar a nossa vida sem atentar contra a do agressor, é o que devemos fazer. Ora, quando alguém alimenta a ideia de ferir a outrem, se agredido, desce ao nível do criminoso. Além do que, sintonizando com faixas de agressão, passa a ser alvo muito fácil de agressores de toda sorte. Os adeptos do bateu, levou dizem que agem com agressividade porque já aguardavam a agressão do outro. Explicam que preferem desferir o primeiro golpe, antes de que o outro o faça. O que ocorre é que a violência sempre gera maior carga de violência. Os outros agridem porque também agrediríamos se nossa fosse a chance. Magoam porque faríamos o mesmo se tivéssemos a oportunidade. É importante que não sejamos nós o violador, o agente do mal. Divaldo Franco nos narra uma experiência pessoal. O assaltante lhe coloca uma faca ao pescoço, em plena rua, e tenta agredi-lo. Ante a calma que busca aparentar, explicando nada ter para dar, nem o relógio, que esquecera sobre a mesa, em casa, o criminoso cede e é convencido a ir até o apartamento onde se hospedava Divaldo. De pernas bambas, dado o susto que tomara, Divaldo é amparado pelo quase assaltante. Um longo papo, um café, um telefonema que aciona companheiros espíritas, um confrade que se oferece para empregar o rapaz em desespero e eis um amigo conquistado. Um bandido a menos nas ruas. A melhor técnica, portanto, de defesa pessoal é a confiança em Deus, a vida nobre, o desarmamento íntimo. Revidar mal por mal é tornar-se igual ao mau. Desarmar-se interiormente - eis uma grande decisão. Afinal, vivemos prevenidos uns contra os outros, sempre com a palavra ferina e o gesto de revide. Gandhi e Jesus foram grandes defensores do não revide, da não violência, num mundo de homens violentos em que viveram. Deixaram-se imolar em nome desse ideal. 
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Não esqueça de que o agressor está perturbado e uma reação violenta, por parte da vítima, somente agravará a situação, que poderá acabar em tragédia. A tranquilidade do agredido infunde paz no violento, que se desarma do ódio e se dá conta da sua hostilidade sem justificativa. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17, do livro Pelos caminhos de Jesus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 19.11.2012.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

LIMITES

Mônica Monastério
“Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.” 
A constatação trazida pelo artigo que circula pela internet é deveras interessante, e vale a pena ser estudada. O texto continua dizendo: Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais, e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos. E o pior: os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito. Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem. E são os filhos que, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas ideias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, que os patrocinem no que necessitarem para tal fim. Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores “amigos” e “dar tudo” a seus filhos. Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, humilha, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores. Vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade. É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual muitos estão afundando, descuidados. Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito. 
* * * 
Allan Kardec, na questão 208 de O livro dos Espíritos, pergunta: 
-O Espírito dos pais tem influência sobre o do filho após o nascimento? 
- Há uma influência muito grande – respondem os Espíritos – como já dissemos, os Espíritos devem contribuir para o progresso uns dos outros. 
Pois bem, os Espíritos dos pais têm como missão desenvolver o de seus filhos pela educação. É para eles uma tarefa: se falharem, serão culpados. 
Redação do Momento Espírita, com base em texto recebido pela internet, atribuído a Mônica Monastério, e na questão 208 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB. Em 21.7.2017.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

OS ANJOS

William J. Bennett
O menino voltou-se para a mãe e perguntou: 
-Os anjos existem mesmo? Eu nunca vi nenhum. 
Como ela lhe afirmasse a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas, até encontrar um anjo. 
-É uma boa ideia, falou a mãe. Irei com você. Mas você anda muito devagar, argumentou o garoto. Você tem um pé aleijado. 
A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava. Lá se foram. O menino saltitando e correndo e a mãe mancando, seguindo atrás. De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas nos cabelos escuros. As joias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis. Ele correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora: 
- Você é um anjo? 
Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro, que chicoteou os cavalos e a carruagem sumiu na poeira da estrada. Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de poeira. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Então, chegou sua mãe que limpou toda a poeira, com seu avental de algodão azul. 
-Ela não era um anjo, não é, mamãe? 
-Com certeza, não. Mas um dia poderá se tornar um, respondeu a mãe. 
Mais adiante uma jovem belíssima, em um vestido branco, encontrou o menino. Seus olhos eram estrelas azuis e ele lhe perguntou: 
-Você é um anjo? 
Ela ergueu o pequeno em seus braços e falou feliz:
-Uma pessoa me disse ontem à noite que eu era um anjo. 
Enquanto acariciava o menino e o beijava, ela viu seu namorado chegando. Mais do que depressa, colocou o garoto no chão. Tudo foi tão rápido que ele não conseguiu se firmar bem nos pés e caiu. 
-Olhe como você sujou meu vestido branco, seu monstrinho! 
Disse ela, enquanto corria ao encontro do seu amado. O menino ficou no chão, chorando, até que chegou sua mãe e lhe enxugou as lágrimas com seu avental de algodão azul. Aquela moça, certamente, não era um anjo. O garoto abraçou o pescoço da mãe e disse estar cansado. 
-Você me carrega? 
-É claro, disse a mãe. Foi para isso que eu vim. 
Com o precioso fardo nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava. Então o menino a abraçou com força e lhe perguntou: 
-Mãe, você não é um anjo? 
A mãe sorriu e falou mansinho: 
-Imagine, nenhum anjo usaria um avental de algodão azul como o meu. 
 * * * 
Anjos são todos os que na Terra se tornam guardiães dos seus amores. São mães, pais, filhos, irmãos que renunciam a si próprios, a suas vidas em benefício dos que amam. As mães, sobretudo, prosseguem a se doar e velar por seus filhos, mesmo além da fronteira da morte, transformando-se em Espíritos protetores daqueles que na Terra ficaram, como pedaços de seu próprio coração. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Sobre anjos, de O livro das virtudes, v. 2, de William J. Bennett, ed. Nova Fronteira. Em 18.7.2017.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

SAINDO DO POÇO

Li Cunxin e Mary
Narra uma lenda chinesa que no fundo de um poço pequeno, mas muito fundo, vivia um sapo. O que ele sabia do mundo era o poço e o pedaço de céu que conseguia ver pela abertura, bem no alto. Certo dia, um outro sapo se abeirou da boca do poço. 
- Por que não desce e vem brincar comigo? É divertido aqui. - Convidou o sapo lá embaixo. 
- O que tem aí? – Perguntou o de cima. 
- Tudo: água, correntes subterrâneas, estrelas, a luz e até objetos voadores que vêm do céu. 
O sapo da terra suspirou. 
- Amigo, você não sabe nada. Você não tem ideia do que é o mundo. 
O sapo do poço não gostou daquela observação. 
- Quer dizer que existe um mundo maior do que o meu? Aqui vemos, sentimos e temos tudo o que existe no mundo. 
- Aí é que você se engana, falou o outro. Você só está vendo o mundo a partir da abertura do poço. O mundo aqui fora é enorme. 
O sapo do poço ficou muito chateado e foi perguntar a seu pai se aquilo tudo era verdade. Haveria um mundo maior lá em cima? O pai confirmou: 
-Sim, havia um outro mundo, com muito mais estrelas do que se podia ver dali debaixo. 
-Por que nunca me disse? – Perguntou o sapinho, desapontado. 
-Para quê? O seu destino é aqui embaixo, neste poço. Não há como sair. 
-Eu posso! Eu consigo sair! – Falou o sapinho. 
E pulou, saltou, se esforçou. O poço era muito fundo, a terra longe demais e ele foi se cansando.
-Não adianta, filho. – Tornou o pai a dizer- Eu tentei a vida toda. Seus avós fizeram o mesmo. Esqueça o mundo lá em cima. Contente-se com o que tem ou vai viver sempre infeliz. 
-Quero sair! Quero ver o mundo lá fora! – Chorava o filhote. 
E passou o resto da vida tentando escapar do poço escuro e frio. O grande mundo lá em cima era o seu sonho. 
 * * * 
Um pobre camponês de apenas oito anos de idade não se cansava de ouvir esta lenda dos lábios de seu pai. Vivendo a época da revolução cultural na China de Mao Tsé Tung, o menino passava fome, frio e toda sorte de privações. 
-Pai, estamos em um poço? – Perguntava. 
-Depende do ponto de vista. – Respondia o pai. 
Mais de uma vez o garoto se sentia como o sapo no poço, sem saída. Mas ele enviava mensagens aos Espíritos. Pedia vida longa e felicidade para sua mãe. Pedia pela saúde de seu pai mas, mais que tudo, ele pedia para sair do poço escuro e profundo. Ele sonhava com coisas lindas que não possuía. Pedia comida para sua família. Pedia que o tirassem do poço para que ele pudesse ajudar seus pais e irmãos. Ele pedia, e sonhava, e deixava sua imaginação o levar para bem longe. Um dia, a possibilidade mais remota mudou de modo total o curso da sua vida. Ele foi escolhido entre centenas de camponeses e foi fazer parte de algumas das maiores companhias de balé do mundo. Um dia, ele se tornaria amigo do presidente e da primeira-dama, de astros do cinema e das pessoas mais influentes dos Estados Unidos. Seria uma estrela: o último bailarino de Mao Tsé Tung. Li Cunxin saiu do poço. 
 * * * 
Nunca deixe de sonhar! Nunca abandone seus ideais. Mantenha aquecido o seu coração e viva as suas esperanças. O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso! 
Redação do Momento Espírita com base no cap. 3, do livro Adeus, China – O último bailarino de Mao, de Li Cunxin, ed. Fundamento. Em 18.7.2017.

terça-feira, 18 de julho de 2017

ADIANTE

Dia 29 de agosto de 2005. Uma tempestade tropical de escala cinco atinge a costa sudeste dos Estados Unidos da América. Os ventos do furacão, que recebeu o nome de Katrina, atingiram duzentos e oitenta quilômetros por hora, e devastaram a histórica cidade de Nova Orleans. Mais de um milhão de pessoas foram evacuadas. Seiscentas mil casas, na grande maioria de pessoas pobres, foram destruídas. Um dos furacões mais destrutivos, a ter atingido os Estados Unidos, deixou cerca de mil e trezentos mortos. Muitos relatos se misturam ao do senhor J.R., habitante de sessenta e cinco anos de idade, sem automóvel, cartão de crédito ou dinheiro poupado. Ouvira pelo rádio, três dias antes, que a tempestade se aproximava, e que a desocupação era fortemente recomendada. Mas, sem ter para onde ir, e com a esposa numa cadeira de rodas, a saída era quase impossível. O sr J.R. decide permanecer e enfrentar a tempestade, a exemplo do que sempre fizera antes. Com estoque de comida e água, a família se sentia preparada. Porém, na segunda-feira, a ruptura dos diques inundou em poucas horas aquela área, uma das regiões mais baixas de Nova Orleans. A subida rápida da água forçou J.R. a tirar a mulher da cadeira de rodas, mas mesmo seus consideráveis um metro e noventa centímetros não foram suficientes para evitar a tragédia. Escapando de seus braços, sua amada morre submersa. Como seguir adiante depois de acontecimentos como esse? Como lidar com essas tragédias do cotidiano, sem nos deixar esmorecer e desistir? Certamente, cada um deverá encontrar a sua maneira, o seu alicerce, mas, possivelmente, todos eles passem, mesmo sem perceber, por um maior: a confiança em Deus. Não falamos desse deus, com d minúsculo, que criamos ao longo do tempo, à nossa imagem e semelhança. Não, esse deus está desgastado, cansado, e talvez em seus últimos dias... Referimo-nos à Inteligência Suprema, o Criador, onipresente, bom e justo. Referimo-nos ao Deus das leis perfeitas, que não se vinga, que não é tomado pela ira em circunstância alguma, e que ama todas as Suas criaturas, não preterindo ninguém. E nesse amor supremo, que ainda escapa de nossa compreensão, estão desígnios, experiências, ensinamentos, que, por vezes, ainda temos dificuldades em entender. Essa Inteligência está no controle de tudo. Nada acontece sem que Ele e Suas leis permitam. Deus não se esquece, nada deixa de lado, não privilegia. Ele nos dá o que precisamos neste ou naquele momento, para que continuemos nosso crescimento moral e intelectual rumo à felicidade. Seus desígnios, por vezes, ainda nos deixam perplexos, mas se dermos a Ele uma chance, uma chance apenas, vislumbraremos Suas razões logo adiante. Veremos que Ele apenas atendia nossa necessidade íntima, como um Pai amoroso que faz sempre o melhor ao filho, mesmo esse ainda não compreendendo Suas ações. 
 * * * 
Adiante... É forçoso seguir adiante. Estagnados no agora, sem horizonte, perde-se a razão de ir, de continuar. Não esmoreças... Dá mais uma chance à vida e verás que ela e o Criador te reservam dias melhores... Confia... E segue sempre... adiante. 
Redação do Momento Espírita. Em 17.7.2017.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

FELICIDADE E MILIONÁRIOS

Dinheiro não traz felicidade, diz o provérbio popular. E os ambiciosos imediatamente completam: Não traz felicidade mas ajuda um bocado. Será mesmo? Vamos ouvir uma pequena história sobre isso. Marcelo vivia sonhando com a fortuna. Todas as semanas separava o dinheiro e passava na lotérica para fazer um jogo. À noite, no barraco pobre, fazia planos para quando se tornasse milionário. 
- Ah – pensava ele – serei um dos felizes da Terra. 
Imaginava mansões, carros, roupas elegantes, amigos risonhos. Enfim, uma vida de conforto e alegria. Pela manhã, encaminhava-se para o trabalho, com o bilhete no bolso da calça surrada. O coração palpitava e as mãos tremiam levemente, antes de checar o resultado. Negativo! Conferia mais duas ou três vezes e, enfim, descartava o papel, desconsolado. E, nessa hora, sempre lembrava de Anette. Amava Anette há muito tempo. A moça gostava dele, mas não queria se casar com um pobretão. Os dias passaram. Numa tarde calorenta, um carro caríssimo estacionou diante da casa de Anette. Um homem elegante desceu. Dirigiu-se à moça e entregou-lhe um pequeno pacote. Ela abriu. A joia a deixou sem fala. Olhou para o homem. Era Marcelo. Havia acertado os números da loteria. Estava rico. Casaram-se. E foram felizes nos primeiros tempos. Décadas depois, Marcelo trazia a alma em frangalhos. Anette tornara-se gastadora, fútil. Nada detinha sua ânsia por perfumes, festas, roupas, bolsas, viagens, sapatos. Os filhos criaram-se educados por babás e professores. Agora adolescentes, passavam noites em boates, consumindo bebidas e drogas, rodeados de amigos irresponsáveis. Mimados, não respeitavam ninguém, zombavam de tudo, riam-se das coisas sagradas. A casa tinha cercas elétricas, alarmes, câmeras, cães ferozes e vigias. Os carros eram blindados. Quanta solidão! Os dias se passavam frios, sem objetivos nobres. Não. Definitivamente, Marcelo não era feliz. Observava a esposa e os filhos desfrutando a riqueza, mas levando uma vida vazia. A história de Marcelo é mais comum do que se imagina. Quantas vezes colocamos a razão de nossa felicidade em valores como dinheiro e bens materiais! O dinheiro é bom quando bem utilizado, quando direcionado para coisas úteis, para o bem ou para a solidariedade. Do contrário, ele apenas serve para uma vida repleta de prazeres, mas sem qualquer significado mais profundo. Observe o que nos revela a vida dos milionários. Será apenas o que aparece nas revistas de celebridades? Será uma existência feita apenas de alegrias? Certamente que não. Um olhar mais atento ao noticiário desvela a dor que visita os ricos. A morte também chega para eles e para seus parentes... Divórcios, escândalos, abandonos, miséria moral, depressão e infelicidade estão presentes em toda parte. Isso sem falar nos que vivem aprisionados em suas casas, reféns do dinheiro, com medo de assaltos. Será isso uma vida boa? Vale a pena trocar a tranquilidade de uma vida simples pelo conforto que custa a paz íntima? E o que dizer dos que perderam a própria vida por causa de dinheiro? Os que foram mortos pelos próprios filhos ou parceiros por causa de heranças? Ou os que foram enganados pelos amigos em quem confiavam? Será esse o nosso ideal de vida? Valerá a pena? Certamente que não. Não há riqueza que possa pagar por sentimentos reais, pelas pequenas alegrias da família. Não. A felicidade, definitivamente, não está no dinheiro. Ela está, gloriosa, na consciência tranquila, nos pequenos prazeres que são fruto do amor, numa vida feita de trabalho e de sonhos. Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. Em 4.6.2014.

domingo, 16 de julho de 2017

DE DENTRO PARA FORA

É grande o número de pessoas que vive à procura de milagres para os mais variados males que as aflige. Dizemos que procuram milagres porque a maioria busca algo que possa ser ingerido, injetado, cheirado ou passado na pele e que faça prodígios. E as receitas não faltam: Nabo faz bem para isto. Cenoura para aquilo. Café cura tal coisa. Tal vitamina previne o envelhecimento. Tal legume faz nascer cabelo, tal erva evita a queda. E assim por diante. Estamos sempre procurando algo que resolva nossa vida. E bom seria que uma única cápsula fosse suficiente para todos os males que nos tiram o sossego. No entanto, nossas buscas são sempre do exterior para o interior, quando o ideal seria de dentro para fora. Tentamos retardar o envelhecimento da pele com vitaminas, e esquecemos que o melhor remédio para esse caso, é a nossa disposição de ânimo. O otimismo, a esperança, a alegria, o trabalho voluntário e desinteressado são excelentes contra os radicais livres. O preconceito, o interesse pessoal, o egoísmo, o ódio, a mágoa provocam rugas no corpo e doenças na alma, problemas difíceis de tratar. A ira, a revolta, o desejo de vingança são verdadeiros venenos para o coração. Podem provocar graves problemas cardíacos e até levar ao óbito. A inveja, o ciúme, a maledicência, a calúnia são bombas que destroem sem deixar vestígios. Eis aí alguns pontos que merecem, sim, atenção e cuidado, pois dizem respeito ao nosso bem-estar. Pouco ou nenhum resultado teremos ingerindo produtos, alimentos ou remédios, se não fizermos um tratamento de intimidade, purificando a fonte das emoções. Uma emoção desequilibrada pode causar muito mal ao nosso organismo. Por isso é importante, se desejamos manter a saúde e o bem-estar, estabelecer alguns cuidados básicos que previnem uma série de males. Uma boa leitura, um bom filme, um passeio, caminhadas frequentes, uma boa noite de sono, brincar com crianças, rir, saltar de alegria, meditar... A conversa sadia com amigos, a visita a um enfermo, a uma criança internada, alguns minutos de atenção a uma criança órfã são excelente profilaxia para diversos males. Isso é fácil de comprovar. Você deve conhecer pessoas que fazem trabalhos voluntários por prazer. Elas são sorridentes, não aparentam a idade que têm e geralmente não adoecem. Não têm tempo para falar mal da vida alheia, não guardam mágoa, não carregam ódio, não sentem inveja nem ciúme, e estão sempre de bem com a vida. Essas pessoas também são diferentes no ambiente onde trabalham profissionalmente, pois são leves, otimistas, e sua beleza brota de dentro para fora. Já as pessoas que só pensam em si mesmas são mal-humoradas, prevenidas, vivem armadas contra todos, não confiam em ninguém, e geralmente aparentam mais idade do que têm. Por todas essas razões, vale a pena investir no seu bem-estar de forma eficiente e duradoura. Só então os produtos, alimentos e remédios poderão causar os resultados esperados, pois terão como contributo uma força que vem de dentro, potencializando seus efeitos salutares. Os avanços científicos e tecnológicos são alavancas que podem fazer verdadeiros milagres em todas as áreas que produzem bem-estar, mas para nos ajudar com eficiência, dependem da nossa disposição íntima. Pense nisso e comece a se cuidar, de forma correta e eficaz. Você pode. E só você pode, pois quando se trata de zelar pela fonte da vida que existe em sua intimidade, é um trabalho que ninguém poderá fazer por você. Cuide-se e cuide de sua saúde, começando sempre de dentro para fora... 
Redação do Momento Espírita. Em 08.10.2010.
http://momento.com.br

sábado, 15 de julho de 2017

DECLARAÇÕES DE AMOR

Certa manhã, pré-adolescentes de uma turma de ensino fundamental foram surpreendidos por um mural muito especial em sua sala de aula. Nele estavam afixadas algumas frases, bilhetes escritos à mão, assinados por pessoas que eles conheciam muito bem. Magneticamente, cada um que entrava ia encontrando o seu, a letra que identificava, as linhas que lhe diziam respeito:
-Pedro, você é um filho maravilhoso. Nós o amamos muito. Seu sorriso ilumina a nossa vida. Agradecemos a Deus por você ser nosso filho. Beijos enormes. Célia e Carlos. 
-Cecília, a cada dia mais a admiro, pois você é muito amorosa, decidida e inteligente. Amor! Papai. 
-Elena, que Jesus guie seu caminho e que você sempre faça o bem ao próximo. Estaremos sempre ao seu lado. Pai e mãe. 
-Lucas, você é muito importante para mim. Amo você. Do seu pai: João Marcelo. 
-Alê, você é um grande presente de Deus! Tenho muito orgulho por você ser muito querido, inteligente e bondoso. Amo muito você! 
-Pedro, sou muito feliz por você ser esse ser tão especial. Minha vida e a do seu pai não teria sentido se você e seu irmão não existissem. Amo profundamente você. 
-Beatriz, ver você feliz faz parte da minha felicidade. Amo-a muito. Quero contribuir para você ser uma pessoa cada vez melhor! Beijo. Mãe. 
 * * *
Houve um silêncio diferente na sala. Normalmente, este seria um momento de balbúrdia, de agitação. Mas, havia apenas alguns cochichos. Os jovens estavam emocionados, do seu jeito, é claro. Não esperavam tais declarações de amor dos pais, assim, sem aparente motivo. Algumas meninas, visivelmente mais sensibilizadas, sentadas em suas cadeiras, vez ou outra voltavam os olhos para o mural, como que namorando os bilhetinhos recebidos. 
 * * * 
Em dias de agitação intensa, de preocupações de toda ordem, de tempo escasso para tantos afazeres que temos, não podemos esquecer das declarações de amor. Elas não precisam esperar datas especiais. Devem acontecer quando o coração pedir, sentir, lembrar. São oportunidades que nosso coração nos dá ao longo do dia e que, muitas vezes, desperdiçamos, pois estamos muito ocupados... No entanto, oportunidades não voltam... Aquele momento é único, nunca mais será o mesmo. E nós também não seremos os mesmos. Assim, não deixemos de dizer que amamos nosso filho, que somos gratos ao nosso pai, à nossa mãe, que estamos felizes por termos ao nosso lado essa ou aquela pessoa. Até quando estaremos com ela ao nosso lado, assim tão perto? Não sabemos. Não deixemos de ouvir as boas intuições do instante. Não deixemos que a dor do arrependimento invada nossa alma mais tarde. Declaremo-nos sem medo, sem vergonha. Usemos a criatividade. Surpreendamos. Não pensemos no que os outros vão dizer ou deixar de dizer. Façamos o que o nosso coração pedir. Criemos ao nosso redor um ambiente de harmonia, de sentimentos bons, de transparência e de troca. Façamos alguém feliz e sejamos um pouco mais felizes, nós mesmos. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 29, ed. FEP. Em 21.3.2016.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

DESDE O PRINCÍPIO

No princípio Deus criou o céu e a terra. A terra era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo. Mas, o espírito de Deus pairava sobre a face das águas. E disse Deus:
-“Faça-se a luz. E a luz foi feita.” 
Assim inicia o primeiro livro bíblico, chamado Gênesis, que, numa encantadora alegoria, fala do princípio da Criação. Sua autoria é atribuída ao grande legislador hebreu, Moisés, junto com os quatro livros seguintes: Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Tenha sido ele ou não, uma indagação nos vem à mente: 
-Quem é essa criatura, poeta e sábio, que sintetiza em tão poucas palavras a grandeza do início de tudo?
A ciência, através dos tempos, tem levantado teorias e estabelecido hipóteses de como tudo começou. Contudo, em recuadas eras, um Espírito ilustre sintetizou em palavras breves a grandiosidade do feito. Deus criou o céu e a terra. É o princípio. Na imaginação, concebemos uma imensa tela onde se desenham os céus... E a Terra. A terra era sem forma e vazia. E o espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Somente alguém inspirado pelas vias mediúnicas, poderia conceber, nesses moldes, um Criador, uma causa primária que a tudo dá origem. Como terá se dado essa percepção? Por intuição, pela visão mediúnica? Ou simplesmente, a excepcionalidade do que iniciava a descrever somente o poderia remeter a essa ideia? Grandeza ilimitada para ser produto de um homem limitado. Poeticamente, contemplando as trevas que se estendiam, ele concebe a Vontade Divina a expressar: 
-“Faça-se a luz!” 
E a luz se faz. Nossa razão, de imediato, indaga: 
-Que luz é essa, considerando-se que, na sequência da narrativa somente no quarto dia foram criados o sol e a lua? 
Luz. Uma luz diferente. Luz que define vida. E, então tudo começou. Uma nota primeira foi tocada e ressoou pelo infinito. Uma grande harmonia se espalhou. No concerto dos mundos, a grande bola de fogo inicia sua transformação para se tornar um lar. Um planeta. Uma casa para receber os filhos de Deus que viriam povoá-la, ao longo dos milênios. E como se terão formado as estrelas, esses pontos luminosos que nos fazem desejar alcançá-las, tocá-las? Alguns acreditam que a matéria existente no Universo formou primeiramente as galáxias, que ficaram tão grandes que se quebraram. Os pedaços formaram as primeiras estrelas... Os místicos afirmam que elas são o rastro de Deus que se move pelo espaço, pontilhando de luz sua passagem. Luz. Todos somos filhos da luz, emanados da Grande Luz. E, quer O chamemos Deus, Alá, Jeová, Arquiteto, Tupã, Ele é único. Criador de tudo. Pai de todos. Amor Incondicional. E, mesmo que, na pobreza dos nossos sentidos, imaginemos que o mundo é o produto do acaso, Sua Sabedoria a tudo preside. Ele vê além e acima das nossas parcas condições. Sua Lei é de ordem, progresso, harmonia. Estamos a caminho, envoltos em sombras, ainda. Envoltos em nossas dificuldades, mas o destino é um só: perfeição. Chegaremos lá. No seio da Grande Luz. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, vers. 1 e ss, do livro bíblico Gênesis. Em 14.7.2017.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

MOMENTOS MÁGICOS

A história é narrada por Ed Landry, recordando cenas dos seus quatorze anos de idade. Na época, seu pai trabalhava das oito da noite às quatro da manhã. E foi no período de férias do garoto que tudo aconteceu. Ele se oferecera para preparar o café da manhã para o pai, depois do trabalho. O pai acabava seu turno e, em plena madrugada, telefonava para casa. O garoto pulava da cama. As irmãs e a mãe se mexiam na cama e dormiam. Sabiam que não era para elas a ligação. Quando ele atendia, ouvia a voz animada do pai dizendo que concluíra seu trabalho e, em vinte minutos, estaria em casa. 
-O café estará pronto. Respondia o menino. 
O prato predileto do pai àquela hora da manhã era ovos com bacon. A velha frigideira de ferro saía rápido do armário e ficava à espera. O garoto preparava o café, as torradas e ficava olhando a rua pela tela da varanda dos fundos. Ele podia ver quatro quarteirões de distância. O dia desejava raiar mas as estrelas ainda brilhavam. Quando o pai atingia o poste de iluminação, ele colocava o bacon na frigideira. Era o momento ideal. Quando o pai lançava seu sonoro Bom dia, entrando pela cozinha, o bacon estava no ponto. Enquanto ele lavava o rosto e as mãos, os ovos eram preparados. Ele se sentava à mesa e dizia: 
-É formidável você preparar meu café da manhã.
-Eu me sinto realmente agradecido. Não é trabalho nenhum. - Falava Ed.-O difícil é só levantar. Depois tudo é fácil. 
Enquanto comia, o pai contava como fora seu trabalho. Mecânico de locomotivas, ele tinha um carinho especial por cada uma delas. Estranhamente para o filho, o pai, que deveria demonstrar cansaço após exaustivas horas de trabalho, contava suas histórias com entusiasmo. Quando um bocejo denunciava que o sono chamava o menino de volta para os seus sonhos inacabados, o pai falava: 
-Eddy, está ficando tarde. Você deve voltar para a cama para não ficar cansado amanhã, quer dizer, hoje, logo mais. Eu vou ler o jornal e relaxar um pouco. 
Agradecia o café e se olhavam profundamente nos olhos. Eddy recorda que aquelas madrugadas eram os momentos mágicos que eles passavam juntos, de uma forma muito especial. Uma troca de carinho muito significativa entre um pai que deveria estar cansado e um filho adolescente com as pálpebras pesadas de sono. 
 * * * 
A vida nos surpreende todos os dias com momentos especiais. Momentos que, em verdade, não se repetem. Quem poderá esquecer o abraço espontâneo do pequerrucho que pula no pescoço, se pendura e fala: 
-Eu te amo? 
Quem não se recordará por todos os anos da sua vida do beijo melado, cheio de chocolate, da pequenina sorridente? Quando a velhice nos alcançar, com certeza ainda teremos na acústica da alma os sons das primeiras canções infantis dos nossos pequenos. Cada momento vivido com os filhos, com a família, é de extraordinária riqueza. Ao longo da nossa vida, quando a solidão nos abraçar, teremos as lembranças doces e ternas para nos fazerem companhia. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Bom dia, papai!, de Seleções Reader’s Digest, de janeiro de 2000. Em 12.7.2017.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

DECISÕES

A nossa existência pode ser comparada a imenso mapa sobre o qual nos movimentamos, e onde a todo instante tomamos decisões sobre o rumo que vamos seguir. Nesse caminhar, as opções são inúmeras. Existem os atalhos, precipícios, atoleiros, cipoais, rios caudalosos, campos floridos. E, conforme a nossa decisão, teremos as conseqüências correspondentes. Existem pessoas que, antes de se movimentarem, traçam com cuidado o seu trajeto. Estendem a visão mental e abrangem todo o percurso que vão percorrer, para evitar surpresas desagradáveis. Essas dificilmente se enroscam nos espinheiros ou ficam presas em areias movediças. E geralmente superam com facilidade os obstáculos do caminho. São indivíduos visionários. Ao estender o olhar para além do que as vistas alcançam, estabelecem com acerto o melhor trajeto e as melhores estratégias para alcançar seu destino. Mas existem pessoas que andam às voltas com os obstáculos que não enxergam, embora estejam a poucos metros de distância. São criaturas que não têm visão. Não programam suas atividades e por isso sofrem e fazem os outros perderem tempo com suas trapalhadas. É a dona de casa que decide fazer um bolo e, só depois que já está com as mãos na massa verifica que faltam alguns ingredientes. Se antes de começar tivesse checado se dispunha dos ingredientes necessários, teria um sofrimento a menos. A falta de visão também causa estresse e problemas no trânsito. É o motorista que dirige como se estivesse no quintal da sua casa; não percebe os sinais de trânsito, semáforos, pedestres e outros tantos motoristas que dependem de suas ações para tomar decisões. Esse tipo causa sérios problemas, pois além de colocar a própria vida em risco, também é um perigo para os outros. Não usa as setas adequadamente, entra na contramão, pára em local proibido, e geralmente causa confusão e acidentes na via pública. Pessoas assim são como toupeiras, esses animaizinhos que cavam túneis sob o chão e não têm nenhuma noção de para onde estão indo, pois são praticamente cegos. Já as pessoas visionárias são como águias. Voam alto e, antes de mergulhar para apanhar seu alimento, buscam uma visão panorâmica do terreno e dificilmente erram o alvo. É assim que vamos encontrar no meio em que nos movimentamos, pessoas águias e pessoas toupeiras. A falta de visão tem infelicitado muitas criaturas, pois quando estas se deparam com os obstáculos imprevistos do caminho, se desesperam e perdem o rumo. Isto se pode constatar diariamente, tanto nos círculos de pessoas comuns quanto nos círculos de pessoas públicas, ambiciosas, cuja cegueira não lhes permite ver que a ganância e o crime sempre conduzem ao lodo. São livres decisões provocando conseqüências inevitáveis... Um falso movimento, uma falta de visão, e podemos entrar por caminhos de difícil retorno... Por essa razão, vale pensar bem antes de iniciar a caminhada. Vale a pena se perguntar:
-“Aonde eu quero chegar? Que caminho tomarei: o mais fácil ou o correto? Terei a meu favor os bons ventos da honestidade e da dignidade?” 
Pense que as intenções são decisivas para as conseqüências. E como reclamar das conseqüências infelizes, senão de nós mesmos, que não tivemos a devida atenção antes de dar os primeiros passos? Se você tem encontrado muitos obstáculos, e suas ações resultam sempre em sofrimento para você ou para os que o rodeiam, vale pensar um pouco mais antes de decidir. Por mais que a pressa tente fazer com que você decida sem planejar, detenha-se um instante e lembre-se que a pressa não é boa conselheira, principalmente quando atropela. Se a providência requer urgência, menos apressada deve ser. Portanto, já que caminhar é nossa rotina constante, dedicar um tempo para analisar o roteiro mais seguro, é questão de sabedoria. Afinal, alguns minutos dedicados ao planejamento da rota podem evitar muito tempo de sofrimento e dissabores. Pense nisso, e lembre-se de que o Universo se mantém em harmonia porque tem a governá-lo um olhar soberanamente abrangente e infinitamente sábio. 
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 11 de julho de 2017

DECISÃO PELO PERDÃO

12 de março de 2003. Daniel e sua esposa, Ana Carolina, fechavam mais um negócio para expandir a rede de lojas de R$ 1,99 do casal, numa grande capital do país. Costumavam voltar para casa sempre depois das 19 horas mas, naquele dia, Daniel quis retornar mais cedo. Às 19h10 estavam na rua onde moravam. A poucas quadras da residência, Ana Carolina comentou, ao ver viaturas de polícia: Que será que houve no vizinho? Assim que estacionaram, a filha mais velha, Letícia, trouxe a notícia: Sequestraram o Lucas. Dez minutos antes, um homem numa moto, disfarçado de entregador de flores, havia invadido a casa e levado consigo o caçula de 8 anos. Nos onze dias seguintes Daniel, o pai, quase não dormiu. Ficava ao lado do telefone, com um bule de café, esperando uma ligação. Os criminosos fizeram três contatos, exigindo milhões de reais, mas pareciam sempre confusos. Em 26 de março o telefone tocou novamente. Era a polícia, dizendo que havia encontrado o menino Lucas. A família começou a comemorar, mas veio o restante da notícia: Lucas fora achado, porém sem vida. Os sequestradores, ao serem reconhecidos pelo garoto, o haviam assassinado, no mesmo dia do sequestro, há cerca de dez dias. Soube-se mais tarde que dois, dos três sequestradores, eram seguranças de uma das lojas do grupo. Daniel, o pai, confessou que, na época, apenas pensava em uma coisa: vingar-se. O ódio era o único sentimento que o mantinha vivo. Chegou a arquitetar diversos planos e acabou escolhendo o dia da audiência na Corte. Na véspera desse dia, ele pegou a arma que tinha em casa, limpou-a com cuidado e a encheu de balas. Ia entrar no Tribunal atirando. Sem conseguir dormir, buscou amparo no altar que tinha na sala de casa. Rezou até a exaustão, pedindo ajuda, num misto de revolta e tristeza. Enfim, pegou no sono. No dia seguinte, ao invés da arma, levou a Bíblia. A fim de preservar Daniel, o juiz pediu que ele reconhecesse os indiciados através do olho mágico da sala onde estavam. Porém, o empresário preferiu abrir a porta e ficar cara a cara com eles: 
- Olhem para mim! Olhem para o pai do garoto que vocês mataram, se são homens! 
Os três, algemados, permaneceram de cabeça abaixada. Num ímpeto, então, Daniel disse algo, cujo significado completo só entenderia algum tempo depois: 
-Eu não vim aqui para matá-los. Vim aqui para perdoar cada um de vocês. 
O pai decidiu, ali, na frente de todos, e perante seu coração, pelo perdão. 
 * * *
Decidir pelo perdão não significa perdoar definitivamente, pois em casos como esse, o perdão completo demora tempo. Decidir por ele significa, num primeiro momento, evitar a vingança. Decidir pelo perdão é não mais permitir que o ódio comande nossas ações, e nos mate lentamente, dia após dia. Daniel decidiu pela vida, pela sua vida e de sua família, pois sabia que a morte dos criminosos não traria o seu filho de volta, nem lhe proporcionaria paz. O caminho da paz começou ali, no momento em que decidiu não mais odiar. Decidir pelo perdão é começar um processo longo, mas contínuo, num caminho seguro, onde sempre estaremos amparados, recebendo ajuda dos amores da Terra, dos amados do mundo espiritual e do Criador. 
Redação do Momento Espírita com base em artigo da revista Sorria, de dezembro de 2010, ed. Mol. Em 18.05.2011.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

COMECE POR VOCÊ

Para quem tem olhos de ver, em toda parte ensinamentos se fazem presentes. No túmulo de um bispo anglicano, que está na cripta da Abadia de Westminster, na praça do Parlamento, em Londres, pode-se ler o seguinte: 
Quando eu era jovem, livre, e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o mundo. À medida que me tornei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não ia mudar. Reduzi, então, meu campo de visão e resolvi mudar apenas meu país. Mas acabei achando que isso, também, eu era incapaz de mudar. Envelhecendo, numa última e desesperada tentativa, decidi mudar apenas minha família, os mais próximos, mas, ai de mim, eles não estavam mais ali. Agora, no meu leito de morte, de repente percebo: se eu tivesse primeiro me empenhado apenas em mudar a mim mesmo, pelo meu exemplo eu teria mudado minha família. Com a inspiração da família e encorajado por ela, teria sido capaz de melhorar meu país e, quem sabe, poderia até ter mudado o mundo. 
 * * * 
Quase sempre, pensamos e agimos exatamente assim. É comum lermos um trecho do Evangelho e logo pensarmos como aquelas frases seriam muito importantes para alguém da nossa família. Quando ouvimos uma palestra edificante, que concita ao bem, logo nos vem à mente o pensamento de que seria muito bom se determinada pessoa estivesse ali para ouvir. Isso faria muito bem para ela! É o que dizemos para nós mesmos. Como esta informação a poderia modificar, mudar sua forma de agir! Quando estamos vinculados a uma determinada religião, o pensamento não é diferente. Ficamos a desejar que nossos parentes, nossos amigos, colegas professem a mesma crença, comunguem dos mesmos ideais. Por vezes, chegamos a nos tornar um pouco inconvenientes, ou talvez até em demasia, mandando recados, frases escolhidas para os amigos. Tudo nesse intuito de que eles as leiam, as absorvam e coloquem em prática. São frases que se referem aos bons costumes, à ética, à moral e quem as recebe, com certeza, pensará também: Seria muito bom que o remetente colocasse em prática essas fórmulas. Ele precisa disso. Por isso é que o mundo ainda não é esse local especial que tanto ansiamos: um oásis de compreensão, com aragem de paz e fontes cantantes de fraternidade. Porque cada um de nós deseja, pensa, anseia por mudar o outro. Por fazer que o outro se revista de compreensão, de polidez. Contudo, o Modelo e Guia da Humanidade estabeleceu que cada um deve dar conta da sua própria administração. Administração da sua vida, dos seus deveres, da sua missão. O mundo é a somatória de todos nós, das ações de todos os homens. Cabe-nos pois a inadiável decisão de nos propormos à própria melhoria. E hoje, hoje é o melhor dia para isso. Nem amanhã, nem depois. Hoje. Comecemos a pensar em que poderemos nos melhorar. Quem sabe, um gesto de gentileza? Que tal um bom dia? Um obrigado, um sorriso? Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. Em 10.7.2017.

domingo, 9 de julho de 2017

DECISÃO PELA VIDA

Christopher Reeve
No último fim de semana de maio de 1995, o ator Christopher Reeve, mais conhecido como o Super-homem, participava de uma competição hípica e sofreu uma queda. Seu corpo, de um metro e noventa e três centímetros e noventa e sete quilos, aterrissou de cabeça, quebrando duas vértebras cervicais. Quando o médico lhe disse que deveria passar por uma delicada cirurgia e que talvez não sobrevivesse, ele pensou em morrer. Não seria melhor? Afinal, pouparia a todos muitos problemas. A vida se tornou difícil. Quando a família e os amigos chegavam, ele se sentia feliz. Mas quando todos iam embora e ele ficava ali, sozinho, deitado, olhando para as paredes, sentia-se muito triste. Imóvel, conseguia adormecer e sonhar. Sonhar que estava de novo cavalgando, representando. Ao acordar, verificava que nada mais daquilo poderia fazer. Sua esposa, com quem se casara há três anos, entrou um dia no quarto do hospital e lhe falou:
-Quero que você saiba que estarei com você até o fim, não importa o que aconteça. Você ainda é você e eu o amo. 
Ele moveu os lábios, respondendo:
-Isso está muito além dos votos do casamento: na saúde e na doença. 
Naquele dia ele decidiu que viveria. Dias depois, seu filho de três anos também lhe trouxe novas esperanças. Ele brincava no chão quando, de repente, olhou para cima e disse: 
-Mãe, o papai não mexe mais os braços. 
-Sim, concordou, a mãe. É verdade. 
-E o papai não pode mais correr, continuou a criança. 
A mãe tornou a concordar. Então, o garoto fez uma pausa, franziu o rosto como se estivesse se concentrando e disse alegre: 
-Mas papai ainda pode sorrir.
Isso fez com que o ator decidisse definitivamente não partir. Ele viveria. Aprenderia a respirar sem o auxílio da máquina. Viveria, mesmo que fosse em uma cadeira de rodas, sem se mover. Ele tinha uma família. E esta família o amava. Em certa oportunidade, narrou para uma revista: 
-Estou feliz por ter decidido viver. Os que estão próximos a mim também se sentem felizes. Em novembro de um mil novecentos e noventa e cinco, no dia de ação de graças, fui para casa passar o dia com minha família, pela primeira vez desde o acidente. Quando revi nossa casa, solucei, enquanto Dana, minha esposa, me abraçava. No jantar, cada um de nós disse algumas palavras sobre o que estávamos agradecendo. Quando chegou a vez do pequeno de três anos, ele disse simplesmente: 
-Papai. 
 * * * 
 A família é de grande importância para o homem. O amor é o poder criador mais vigoroso de que se tem notícias no mundo. Seu vigor é responsável pelas obras grandiosas da Humanidade. Num lar, onde reina o amor, todas as dificuldades podem ser superadas, porque este sentimento impulsiona o indivíduo para a frente e se faz refúgio para a vitória sobre todos os percalços.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo A decisão de Christopher Reeve, publicado em Seleções Reader's Digest, de abril de 2000 e nas questões 175 e 176 do livro Joanna de Ângelis responde, organizado por José Maria de M. Souza, ed. Leal.