segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CONSTRUÇÃO SOBRE A ROCHA

Você se considera uma pessoa de fé? Não importa qual seja a sua religião, mas será que você tem plena confiança nas verdades que aprende, a ponto de obter sustentação nas horas difíceis? Para os cristãos, há um ensinamento do Cristo que vale a pena relembrar e refletir. Em Mateus, cap. 7, versículos 21 a 29, lemos o seguinte: Todo aquele que ouve estas minhas palavras, e as põe em prática, será como um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra a casa, mas ela não desabou. Estava fundada na rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será como um homem tolo que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela desabou. E grande foi sua ruína. Jesus se refere, claramente, à fé operante daqueles que ouvem as Suas palavras e as praticam. A fé operante é aquela que nos sustenta nas horas mais difíceis da vida. Será que a nossa fé resiste às chuvas, ventos e enxurradas que chegam a cada dia? Ou será que o mais leve vento derruba a nossa confiança em Deus? Será que, quando o vendaval da morte arranca do nosso convívio uma pessoa querida, nossa casa ainda continua firme, ou desaba como as construções feitas sobre a areia? Nesses momentos, só a certeza da Imortalidade da alma e da individualidade que nosso ente caro guarda após a morte, será capaz de nos trazer conforto íntimo. Quando a nossa fé não está fundamentada na razão, passamos a nos questionar: E se a morte for o fim de tudo? E se meu familiar querido se foi para sempre? E se aquele corpo que foi enterrado era tudo que existia? Nessas horas, o cristão se esquece que o Mestre, de quem se diz seguidor, deu o maior exemplo de Imortalidade e individualidade, voltando depois de ter sido morto e enterrado. E voltou para provar que o túmulo não é o fim da vida, e que o Espírito conserva sua individualidade, isto é, não se perde no todo, como uma gota d'água no oceano. Tendo essas bases sustentando a fé, nada a fará desabar, nem mesmo os mais terríveis temporais. E se é capaz de sustentar diante da mais terrível das dores, que é a da separação pela morte, que força não terá frente às demais amarguras? Se em algum momento a sua fé demonstrar fragilidade diante de uma situação qualquer, talvez seja hora de você buscar solidificar suas certezas. Se você diz ter fé num Deus justo e bom, nada que lhe aconteça deverá ser motivo de desespero. Se nas bases da sua fé está bem sedimentada a certeza de que cada um receberá segundo suas obras, nenhuma tempestade a abalará. Você terá sempre confiança plena no Criador, que tudo sabe e a tudo provê. Mas, se a mais leve brisa abala suas frágeis crenças, é hora de refletir, estudar a fundo as bases da sua religião e fortalecê-las. Só assim essa construção estará firmada na rocha. Na rocha de convicções inabaláveis.
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Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade. Pense nisso!
Redação do Momento Espírita. Em 10.09.2012.

domingo, 30 de outubro de 2016

CONSTRUÇÃO AO TERCEIRO MILÊNIO

Os pessimistas dizem que o mundo não tem jeito, que só se pode esperar coisas piores para o futuro. Os saudosistas afirmam que hoje não há respeito, nem preservação dos verdadeiros valores. Enfim, tudo se encontra em declínio. Os otimistas veem o que ocorre, as dificuldades, os desacertos, as discrepâncias sociais e assumem uma postura de quem deseja colaborar para mudar a face do mundo. São os que saem a campo, fazendo o que possam. Uns vão ao encontro dos enfermos para lhes proporcionar alívio. Outros resolvem amenizar o frio e a fome do seu próximo. Outros elegem o caminho mais árduo. Investem na educação das novas gerações. Sem medir esforços, como professores contratados ou como educadores voluntários, vão acender luzes nos cérebros e semear sensibilidade nos corações. Numa dessas manhãs, em que nos decidimos conhecer benemérito trabalho junto à infância carente, comparecemos à veneranda instituição que, há 63 anos, acende archotes de saber nas ruelas da ignorância. A classe era de meninos de 5 a 6 anos. Falava-se a respeito das profissões: a dignidade do labor de cada dia, o enobrecimento da criatura através do trabalho. Desejando estabelecer um diálogo com os garotos, depois de alguns minutos de explanação, a professora passou a indagar a respeito da profissão que cada um desejaria seguir. Eu quero ser ladrão! - Disse um menino, convictamente. Eu quero ser assassino, como meu pai. Chocamo-nos com as respostas. Não a experiente mestra que, sem demonstrar enfado ou surpresa, a todos ouviu, aduzindo uma palavra aqui, outra ali. E agora? - Pensamos. Verificamos que aqueles meninos, apesar de tudo que recebiam, ali, em termos de valores individuais, tinham suas próprias e precisas ideias. Contudo, logo mais, nos dirigimos a uma outra ala da instituição. Duas casas de bonecas estavam montadas. Casas que são para meninos e meninas. Casas com mesas, cadeiras, armários, com muitas bonecas, carrinhos, bolas, brinquedos de montar. E vimos a continuidade das mensagens do bem. Atendentes ensinando a meninos e meninas tomarem das bonecas e as acarinharem, abraçarem. Vimos a criançada com os brinquedos de montar, incentivados a criar bonecos, móveis, utensílios, carros... em vez de revólveres, tanques de guerra e apetrechos agressivos. Vimos meninos com bonecas ao colo, brincando de pai, num conceito diverso do que vivem, muitos deles, em seus próprios lares. Vimos meninas brincando de preparar o almoço e servir aos colegas e às bonecas. Vimos tanto amor, tanto cuidado, tanta dedicação. A resposta pacífica a um mundo violento. O ensinar, brincando, àqueles pequeninos, que o mundo não é somente o mal, que o amor pode tudo transformar. E eles aprendem porque abraçam seus professores e se deixam abraçar, longamente, na chegada e na saída da instituição. Sorriem aos visitantes, espontaneamente vão ao seu encontro e abraçam. Vimos ali o mundo novo. Mundo que está sendo construído a pouco e pouco, naquelas mentes infantis que levarão a mensagem para onde quer que se encaminhem, na vida. Tornar-se-ão homens de bem? Só o futuro dirá. Mas a boa semeadura está sendo realizada, dia após dia, semana após semana. Construção do Terceiro Milênio... 
Redação do Momento Espírita, com relato de observações colhidas em visita à Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia, no dia 8 de setembro de 2010. Em 15.11.2010.

sábado, 29 de outubro de 2016

CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE

Vicente de Carvalho
Não há no mundo quem não deseje uma vida de felicidades. Sonhamos e desejamos que nossos dias sejam de alegrias intensas e plenas. Anelamos que o sorriso nos venha fácil, que os dias nos sejam leves e que seja de venturas o nosso caminhar. É natural que assim seja. Somos seres fadados à felicidade e esse é o sentimento que encontra na alma os mais profundos significados. Porém, na ânsia da felicidade, imaginamos que temos que buscá-la em algum ponto, que a encontraremos em algum momento, que a atingiremos em um dia determinado. Lembramos o soneto do poeta Vicente de Carvalho que afirma que a felicidade é uma árvore de dourados pomos, porém que não a alcançamos, porque sempre está onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos. Ao imaginar a felicidade como uma meta a alcançar nos esquecemos que, na verdade, a felicidade é caminho a se traçar, é trilha a se percorrer, é história a se construir. Quando imaginamos que a felicidade chegará um dia, perdemo-nos nos dias e não enxergamos a felicidade que nos chega. Ou não será felicidade poder deparar-se com um pôr-de-sol tingindo de vermelho um céu que há pouco era de um azul profundo? Há tantos que desejariam ver um pôr-de-sol... Quanta felicidade pode haver em escutar as primeiras palavras de um filho, uma declaração de amor de quem queremos bem, ou ainda, o assovio do vento chacoalhando suave as folhas da árvore? Há tantos que nada escutam, nem ouvem ou percebem... Como somos felizes por poder pensar, criar, sonhar e, num piscar de olhos, viajar no mundo e no espaço, conduzidos pela imaginação, guiados pela mente! São tantos que permanecem carcereiros de si mesmos em suas distonias mentais, nos desequilíbrios emocionais... Preocupamo-nos tanto em buscar a felicidade, que nos esquecemos que já temos motivos de sobra para sermos felizes. E, efetivamente, não nos damos conta que a felicidade não está em chegar, mas que ela mora no próprio caminhar. Ser feliz é ter o olhar de gratidão perante a vida, de entendimento do seu propósito, da percepção de que ela se mostra sempre generosa a cada um de nós. Ser feliz não é negar que na vida também haverá embates, lutas e desafios cotidianos. Afinal, esses são componentes de nosso viver e, naturalmente, podem trazer dificuldades e dissabores. Porém, ser feliz é também perceber que os embates produzem amadurecimento, que as lutas nos fazem mais fortes e nos oferecem aprendizado. Assim, de forma alguma vale a pena ficarmos esperando o dia em que nossa felicidade se completará. Ser feliz é compromisso para hoje, que se inicia pelo olhar para as coisas do mundo, passa pelo coração em forma de reconhecimento pelos presentes que nos chegam, completa-se em gratidão, oferecendo à vida o que ela nos dá em abundância.
Redação do Momento Espírita. Em 25.11.2011.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O CONSTANTE MAU HUMOR!

Certa feita, revista nacional divulgou que estudos revelaram que, ao contrário da crença geral a respeito da esfuziante alegria dos brasileiros, 3,5% da população do país sofre com mau humor constante. A cifra pode até parecer pequena, mas certamente é significativa. Tanto que levou os médicos da Universidade do Estado de São Paulo a iniciar um trabalho sobre o assunto, vinculado à Organização Mundial de Saúde. Por que tanto mau humor é de nos perguntarmos, se vivemos em um país tropical, de belezas naturais extraordinárias, sem guerras ou calamidades sísmicas. Constatamos que há os que entram nesse clima de tensão, quando contrariados em suas vontades, ignorantes de que não temos tudo o que desejamos, mas recebemos exatamente o de que carece nosso Espírito para o processo evolutivo incessante. Outros, empregados em lojas comerciais, se tornam mal-humorados ante as solicitações de eventuais compradores, que desejam tocar o produto, experimentar vários, além de indagar de todas as suas qualidades... E depois vão embora sem comprar nada. Esquecem-se tais funcionários que é regra do comércio mostrar, demonstrar, tanto quanto perquirir, provar, testar... Sempre tendo o direito o possível comprador de, em não sendo convenientes as qualidades ou o preço da mercadoria, se permitir não adquiri-la. Mas existem os que assumem mau humor, logo pela manhã, por terem sido despertados uns minutos antes do programado, pelo som de buzinas na rua, pelo ladrar de cães da vizinhança ou a algazarra da criançada. Mau humor pelo aumento de salário pretendido que não veio no mês em curso, pelo atraso do seu pagamento, pela fila demorada em supermercados, em caixas eletrônicos e instituições públicas lotadas. Mau humor por não encontrar a roupa passada e disposta, da forma exigida; por não ter à mesa o prato desejado; por não dispor de recursos para aquisição da roupa da moda, da grife do momento. Mau humor porque o trânsito está lento, quase caótico; ou porque descobre falhas nos outros motoristas, adjetivados logo de tolos ou ignorantes. Mau humor porque o pedestre faz sua travessia com o sinal vermelho para si e prejudica a aceleração de quem está motorizado e tem pressa. Tantos motivos para mau humor encharcam os dias e se refletem no relacionamento interpessoal. Atitude que isola as criaturas e as enferma, produzindo disfunções hepáticas, gastro-intestinais, nervosismos, cefaléias. E, no entanto, existem tantos motivos para se ter bom humor, se alegrar. Tantos motivos para agradecer, sorrir, louvar. Mau humor é tônica de quem não conhece o Cristo, nem os altos objetivos da vida que, em verdade, não são o gozo e o prazer mas o aprendizado, o crescimento. 
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Ante os que destilam mau humor, disponhamo-nos a conquistá-los para as fileiras da alegria e do equilíbrio que promovem serenidade e harmonia. Se somos do número dos que semeamos e alentamos o mau humor, iniciemos a observar o quanto podemos ser úteis, sendo pessoas tranquilas, propiciadoras de paz, onde estamos e com as condições que tenhamos. 
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A felicidade não depende do que acontece ao nosso redor e sim do que acontece dentro de nós. A felicidade se mede pelo espírito com o qual nós enfrentamos os problemas da vida. 
Redação do Momento Espírita com dados da pesquisa colhidos no artigo Mau humor, publicado no Boletim SEI nº 1549, de 06.12.1997 e pensamento final de autor desconhecido. Em 30.01.2009.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A CONSTANTE BUSCA

Corre o homem diariamente de um lado para outro. Desde a aurora até bem depois do pôr do sol. Passos apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio. Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante. Nunca tem tempo para nada. Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução de seus objetivos. Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida? Para onde dirige seus passos? O que espera ele encontrar? Sabe, realmente, o que quer? Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: “a busca da felicidade”. Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente. Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito. Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece. Quando o amor é correspondido. Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas. Quando o emprego almejado é obtido. Quando um título é alcançado. Quando tudo parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos. Nessas ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face. Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando: 
-“Consegui! Venci!”. 
Como se o mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade. Mas isso é apenas uma ilusão. A fragilidade daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante. Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos. O retorno à realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória. A luta continua. Não pode o homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir. Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada. Nessas horas, quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo. Tem a sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele. Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar. Sempre. Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que “a felicidade não é deste mundo.” O que busca você? O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero? O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz? Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo. Satisfações materiais não saciam por muito tempo o corpo, tampouco a mente que deseja a paz. Por outro lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez. A consciência tranqüila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se repouse a cabeça no travesseiro todas as noites. São situações em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo. 
Equipe de Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

CONSTÂNCIA

A virtude da constância é imprescindível para o êxito de qualquer empreendimento. O início de um projeto sempre é cercado de entusiasmo. Seja em grupo ou isoladamente, a idéia nova empolga. Pode ser uma dieta, um programa de estudos, novos hábitos de vida ou de trabalho. No início, tudo parece fácil e proveitoso. Mas gradualmente as dificuldades surgem e começam a impressionar. Pouco a pouco, perde-se o entusiasmo do princípio. Já não parece tão importante manter o padrão de comportamento eleito. A meta almejada esfumaça-se no horizonte e a pessoa retorna ao estado anterior. O homem é uma criatura de hábitos. Os hábitos podem engrandecê-lo ou amesquinhá-lo, aproximá-lo do anjo ou do selvagem. A noção das próprias possibilidades por vezes empolga um ser humano. Animado pela idéia de ser melhor, ele traça metas de equilíbrio, paz e progresso. Para essas metas serem atingidas é necessário constância. É nas dificuldades que o caráter se refina e se fortalece. Quem desiste ao primeiro empecilho jamais atinge objetivo algum. Perante os embates do mundo, importa perseverar no padrão de comportamento considerado ideal. Não é conveniente mudar de atitude apenas para acompanhar a maioria. Os grandes atletas, pensadores e inventores não revelaram sua grandeza de forma repentina. Sempre é necessário muito estudo, preparação e esforço para a conquista de uma meta. A exímia bailarina impressiona pela beleza e graça com que executa sua arte. Mas apenas ela sabe o que isso lhe custou em termos de disciplina, renúncia e dores. Se você tem objetivos, há apenas um modo de atingi-los: trabalhando duramente e com constância. Sem disciplina, você flutuará ao sabor dos acontecimentos. O que lhe parecer mais fácil você fará. Seus desejos mais profundos não passarão de sonhos, sem qualquer substância. A aspiração de hoje será abandonada amanhã. A dieta iniciada será esquecida. O projeto de trabalho ou de estudo seguirá o mesmo destino. De fantasia em fantasia, de sonho em sonho, sua vida passará. E você será uma contínua promessa não realizada. Para que isso não aconteça, analise o seu proceder. Se constatar leviandade ou instabilidade em seu agir, dedique-se a combater tais características. Estabeleça metas e esforce-se em alcançá-las. Se quer ser instruído, aprender uma língua, fazer um curso, estude com firmeza. Se deseja adquirir uma virtude, pratique-a a todo instante. Caso queira emagrecer ou cuidar de sua saúde, modifique seus hábitos, mas o faça com convicção. Não se impressione com obstáculos, pois eles sempre existirão. Não se permita titubear e voltar atrás. Lembre-se do entusiasmo do início. Mantenha-se firme, em respeito ao seu infinito potencial. Visualize o prazer que a vitória proporcionará. A dificuldade de hoje é a facilidade de amanhã. Apenas a constância poderá conduzi-lo ao resultado almejado. Pense nisso e persevere! 
DP 15/10/2006. Equipe de Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

O CONSOLO

Um dos maiores serviços que o Espiritismo presta à Humanidade é o consolo. O consolo de sabermos os porquês da vida: 
-Por que nascemos? 
-Por que sofremos? 
-Por que morremos? 
E, quanto a esta última indagação, o conhecimento da vida após a morte representa um dos maiores avanços já conseguidos pelo homem. Quem de nós nunca chorou pela morte de uma pessoa amada? Os mais insensíveis, os mais materialistas, tanto quanto os mais descrentes, não importando o tamanho da sua descrença, sofrem pela perda de alguém. É porque o amor e as pessoas amadas dão significado à nossa vida. Muitos filósofos materialistas chegaram a afirmar que a vida não vale a pena porque é somente o conjunto de alguns anos de dor que culminam com uma dor maior, a morte. Outros tantos sonhadores levaram a vida inteira à procura da fonte da juventude, que lhes garantiria vida eterna. Finalmente, outros ainda esconderam suas mágoas contra a morte, numa frieza superficial, forçando a aceitação de uma fatalidade que a própria razão humana repele. Allan Kardec expressou muito bem o significado da vida além da vida na seguinte analogia: 
Um grupo de pessoas zarpou, numa embarcação, para alto mar. Os dias passaram e a notícia chegou inesperada: o barco fora tolhido por um naufrágio, não restando sobreviventes. Todavia, todos os viajantes haviam sobrevivido ao naufrágio e agora viviam numa ilha desconhecida e isolada. Ao cabo de algum tempo, uma equipe de pesquisadores do mar defrontou-se com a ilha, descobrindo que os ditos mortos ainda viviam. Retornando ao porto, narraram a descoberta. Alguns se felicitaram, outros, contudo, duvidaram, exigindo provas. 
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Assim é com relação à morte. Os nossos familiares, os nossos amores, os nossos amigos que chamamos mortos, vivem, apesar de termos sepultado os seus corpos. Assim como durante muito tempo existiram na Terra regiões jamais imaginadas, existem essas regiões espirituais, para onde foram os seres que amamos e para onde todos nós igualmente retornaremos um dia. Portanto, se a dor da perda de alguém está lhe aturdindo o coração, mude o seu ponto de vista, porque, na realidade, não houve perda, apenas uma separação momentânea. Não é errado sentir saudade, pelo contrário, é demonstração de afeto. Só não é justo matarmos em nossos pensamentos de desespero, pessoas que, após a morte, vivem e sentem também saudade. Não haveria sentido no Universo se a morte fosse o fim. Você pode acreditar se quiser, e você pode desacreditar, se conseguir, porque, se você parar para pensar, vai descobrir que não pode ser diferente. A vida continua após a morte, e vai continuar, mesmo que você se recuse a aceitar. 
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Francisco Cândido Xavier transmitiu milhares de comunicações de Espíritos que forneceram detalhes íntimos de quando estavam vivos e que receberam confirmação dos familiares. Muitas dessas comunicações podem ser encontradas em vários livros, com o depoimento dos familiares, que comprovam a sua autenticidade. Todas essas pessoas não poderiam ter sido iludidas ao longo de tantos anos. Pense nisso, mas, pense agora! 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. Fep. Em 11.01.2009.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

CONSOLAR, QUE SER CONSOLADO!

A oração da paz, que carrega em sua poesia a essência da vida de Francisco de Assis, o apóstolo da pobreza, traz a seguinte proposta: Senhor, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado. Aqui está a postura de um verdadeiro instrumento da paz, alguém que se coloca na posição de dar, antes de querer receber. Espírito maduro, mensageiro do Alto, trabalhador do Cristo. Porém, há uma sutileza nos versos inspirados da oração. O requinte poético e moral está na palavra mais. Que eu procure mais. Francisco não quis afirmar que ele só iria consolar, compreender e amar, mas que iria procurar fazer isso em primeiro lugar, entendendo que haveria momentos que ele também necessitaria de consolo, compreensão e amor. Isso aproxima as grandes almas de nós. Isso mostra que ser instrumento da paz não é ser perfeito, puro, inquebrável, apenas dedicado, zeloso e esforçado. Ser instrumento do amor na Terra é possível para todos os que desejamos construir um mundo melhor dentro e fora de nós. Precisamos estar dispostos a consolar, a compreender e a amar, estendendo as mãos ao outro, saindo da posição egoísta, pequena; passando para o lado altruísta e lúcido da vida. Mas, isso não significará que ficaremos livres de momentos em que nós também precisaremos de auxílio e de colo. Mesmo aqueles que estamos engajados em causas nobres, que estamos à frente de movimentos importantes na Terra, de grandes responsabilidades, temos momentos de fraqueza e necessitamos de ajuda. Não vejamos isso como sinal de derrota. O bom guerreiro precisa conhecer seus limites. Sentar sobre uma rocha, avaliar a luta, pedir conselhos, ouvir, chorar. Depois disso, levantar-se, animar-se, erguer os olhos e seguir adiante em sua missão bendita. Há ainda, mais uma beleza nisso tudo: as leis de Deus, em Sua grandeza infinita, funcionam de uma forma que, quando estamos consolando, enxugando lágrimas, amparando irmãos, ao mesmo tempo, estamos tratando de nós mesmos. Na oração citada lembramos do é dando que se recebe, que nos permite captar a essência dessa ideia. Isso mesmo. Ao doarmo-nos, estaremos, igualmente, recebendo. A lâmpada que emite a luz é a primeira a se iluminar. O frasco de perfume é o primeiro a ficar perfumado. Não estamos falando de retribuição, mas de uma simples ação natural das leis divinas que encharcam de alegria e beleza aqueles que se propõem a levar alegria e beleza aos demais. Entendendo isso, a alma madura buscará mais consolar, obviamente, e essas ações na direção do próximo a preencherão de uma forma muito especial. Assim compreenderemos porque pensar no outro em primeiro lugar não significa esquecer de si mesmo, ou mesmo desvalorizar-se. Estamos todos interligados. Eu, você, ele, ela, como filhos do mesmo Pai estamos interconectados pelo mesmo amor, pelas mesmas energias. Amar a si mesmo, amar ao próximo e a Deus se confundem num mesmo facho luminoso de amorosidade, pois um amor depende do outro para se desenvolver, para se edificar dentro de nós. 
* * * 
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais:
Consolar, que ser consolado; 
Compreender, que ser compreendido; 
Amar, que ser amado; 
Pois é dando que se recebe; 
É perdoando que se é perdoado; 
E é morrendo que se vive para a vida eterna. 

Redação do Momento Espírita. Em 12.7.2016.

domingo, 23 de outubro de 2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE A VINGANÇA

Francis Bacon
A vingança é uma espécie de justiça bárbara, de tal maneira que quanto mais a natureza humana se inclinar para ela, tanto mais deve a Lei exterminá-la. Porque a primeira injúria não faz mais que ofender a Lei, ao passo que a vingança da injúria põe a Lei fora do seu ofício. Estas são algumas considerações do filósofo e ensaísta inglês Francis Bacon sobre esse movimento de revide do mal, que ainda tem tanto poder em nós. Ele acrescenta: De certo, ao exercer a vingança, o homem iguala-se ao inimigo; mas, passando sobre ela, é-lhe superior. Porque é próprio do príncipe perdoar. O que passou, passou, e é irrevogável; Os homens prudentes já têm bastante que fazer com as coisas presentes e vindouras; não devem, portanto, preocupar-se com bagatelas como o trabalhar em coisas pretéritas. Por que hei-de ficar ressentido com alguém, apenas pela razão de que ele mais ama a si próprio do que a mim? E se alguém me fez mal, apenas por pura maldade, então, esse é unicamente como a roseira e o cardo que picam e arranham apenas porque não podem de outra forma proceder. Destas sábias colocações, que refletem igualmente o pensamento cristão, retiramos reflexões muito importantes: Você sabia que quando se vinga, torna-se igual, ou mais baixo que seu ofensor? Você sabia que quando não aceita uma ofensa, ou um mal qualquer, este mal permanece com quem o criou e não o atinge? Você sabia que quando gasta seu tempo, suas energias, planejando e cultivando sentimentos de vingança, deixa de produzir o bem? Por isso, é tempo de tomarmos o controle de nossas emoções, de domarmos nossos sentimentos inferiores, percebendo que só temos a ganhar se deixarmos de odiar. Este é o início do perdão. Talvez você ainda não esteja preparado para perdoar certas coisas que lhe aconteceram, por serem recentes ou mesmo muito traumáticas. Não se preocupe. O perdão é um processo. Um passo de cada vez. E o primeiro passo trata da autopreservação, isto é, de cuidar da sua saúde, física e mental, pois quem guarda mágoa está se envenenando, diariamente, sem saber. Assim, o primeiro passo é: deixe de odiar. Conforme tão bem disse o pensador citado: Por que hei-de ficar ressentido com alguém, apenas pela razão de que ele mais ama a si próprio do que a mim? E se alguém me fez mal, apenas por pura maldade, então, esse é unicamente como a roseira e o cardo que picam e arranham apenas porque não podem de outra forma proceder. Sim, há pessoas num estado de desequilíbrio tão avançado, enfermos da alma, que só conseguem agir dessa forma, infelizmente. Ainda irão despertar, ainda terão que se corrigir e arcar com suas responsabilidades, mas, não será o ódio, nem a vingança, que irão conseguir esse intento. Por isso, siga adiante... Você é maior do que tudo isso. Você não merece viver encarcerado no ódio. Pense em sua saúde, pense em sua família, nos que o amam verdadeiramente. Esses lhe querem ver bem, e não adoecido. É preciso ser maior do que a vingança, do contrário ela nos consumirá aos poucos. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Da vingança, do livro Ensaios, de Francis Bacon, ed. Vozes. Em 20.5.2015.

sábado, 22 de outubro de 2016

CONSEQUÊNCIAS IMPREVISÍVEIS

Detesto fofoca! - eis uma expressão que se ouve muitas vezes. Estranhamente, os mesmos lábios que assim falam, são os primeiros a espalhar notícias, sejam ou não verdadeiras. Os homens anseiam por manchetes sensacionalistas e notícias aterradoras. Se assim não fosse, não cresceriam tanto os índices de audiência de programas em que a miséria humana, os aleijões e os problemas íntimos são amplamente explorados. Desculpam-se alguns afirmando que mostram quadros problemáticos com o intuito de auxiliar, de chamar a atenção de entidades governamentais para situações que se repetem, dia a dia, infelicitando as criaturas. Ou então, para sensibilizar a opinião pública, a fim de que movimente recursos para reverter a questão. No entanto, que auxílio é este em que se deve expor o ser ao ridículo, a comentários nem sempre elevados, a closes que revelam detalhes mínimos da dificuldade que vive a pessoa? Será necessário que ouçamos o lamento agudo da dor, que verifiquemos a chaga aberta do nosso irmão para, e só então, providenciar o socorro? E que se dizer quando somos nós mesmos os promotores da desdita alheia? Quando fomentamos, com a calúnia, a crítica mordaz a infelicidade do nosso próximo? Tem se tornado comum boatos serem anunciados como verdades incontestes, principalmente em se tratando de personalidades públicas, da área política, artística ou religiosa. Atitudes corriqueiras, viagens a passeio são logo levadas à conta de ações suspeitas, fugas ao dever. E a maledicência vai destruindo, como fogo devorador a imagem, a vida de criaturas humanas. É a fofoca lançando seu vírus perigoso e de fácil proliferação, ameaçando vidas preciosas. Quanto mais recebe atenção, mais facilmente se propaga e ganha força. Por vezes, alia-se à censura, enfermidade que se encontra em germe em quase todas as criaturas. Quem não aprecia encher o tempo com uma pitadinha de crítica ao semelhante? Afinal, sempre há o que censurar. O filho rebelde, que se envolveu com companhias infelizes, o marido que se ausenta em demasia, a esposa que adentra o lar altas horas da noite, o mau comportamento dos pequenos, as travessuras da criança que adjetivamos como mimada. E, contudo, desconhecemos a verdade, pois que não somos senhores da intimidade alheia. Não pretendamos ajudar maldizendo, expondo o outro, magoando-o ainda mais. Quem é portador de dificuldades, de mazelas morais, já é por isso mesmo infeliz. Se desejamos alcançar o bem, libertemo-nos quanto antes da maledicência e da censura. Não acreditemos que ajudaremos o nosso irmão, censurando-o. Ninguém oferece a um amigo água parada ou recolhida em um vasilhame imundo. Desculpemos sempre e, desejando auxiliar, ofereçamos o braço amigo, a palavra edificante, o exemplo cristão, a fim de inspirar os homens a acertar mais, para a felicidade de todos. 
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A intriga é tão antiga quanto o homem. Os primeiros registros de boatos se encontram na História da Roma Antiga. Narra-se que o Imperador Júlio César, quando desejava atingir adversários políticos, pagava a peso de ouro a alguém para que espalhasse que aquele senador estava conspirando contra o Império. A palavra boato vem do latim boatu, que significa mugido ou berro de boi. O vocábulo queria manifestar que uma determinada intriga estava sendo gritada aos quatro ventos. 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Radiografia da fofoca, da Revista Veja de 17.06.1998 e do cap. 49 do livro Sementeira da fraternidade, por Espíritos diversos, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 30.10.2009.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

CONSEQUÊNCIAS DO SOFRIMENTO

Mukhtar Mai
Existem pessoas muito amargas no Mundo. Pessoas que parecem ter se tornado indiferentes à dor alheia, às dificuldades que tantos enfrentam. Fechadas em si mesmas, essas pessoas somente exteriorizam a mágoa que as atormenta. Por mais familiares ou amigos as envolvam em manifestações de afeto, de consideração, elas persistem na sua posição. Afirmam que foram muito feridas, receberam traições, sofreram em demasia e, por isso, ficaram assim. Contudo, há de se considerar que, em verdade, a causa da sua amargura não são as dores eventualmente experimentadas, desde que muitas pessoas sofreram muito mais do que elas e não têm essa mesma reação. Recordamos do exemplo da paquistanesa Mukhtar Mai. A jovem paquistanesa, para atender uma desavença tribal, mereceu a penalidade da violência sexual, por vários homens do clã que se considerou ofendido. Sua história ganhou as manchetes. Tudo porque essa jovem corajosa, em vez de se entregar ao desespero, resolveu lutar por seus direitos. Direitos humanos. Direitos de mulher. Sabedora de que centenas de mulheres, em seu país, se suicidam, todos os anos, depois de passarem por situações semelhantes à sua, ou outras violências, resolveu agir. Analfabeta e pobre, a partir de valores que lhe foram dados pelo governo paquistanês, em um acordo histórico, ela abriu uma escola para meninas. Seu objetivo é que as futuras gerações de mulheres, em seu país, não cresçam analfabetas como ela e venham a ser vítimas indefesas de toda forma de barbárie. Diretora de escola, foi eleita mulher do ano nos Estados Unidos, em 2005. Em março de 2007, o Conselho Europeu outorgou a ela o North-South Prize de 2006, pela contribuição notável aos direitos humanos. É ela mesma, Mukhtar Mai quem diz: Se eu ficasse em casa chorando e me lamentando pelo meu destino, não poderia mais me olhar no espelho. Às vezes, fico sufocada de indignação. Mas nunca perco a esperança. Minha vida tem um sentido. Minha infelicidade tornou-se útil para a comunidade. Todos os dias eu ouço as meninas recitarem suas lições, correrem, conversarem no pátio e rirem. Todas essas vozes me reconfortam, alimentam minha esperança. Essa escola tinha de ser criada, e eu continuarei a lutar por ela. Daqui a alguns anos, essas menininhas já terão suficientes ensinamentos escolares para enfrentar a vida de uma outra maneira, espero. Luto por mim mesma e por todas as mulheres vítimas de violência em meu país. Ao defender meus direitos de ser humano, lutando contra o princípio da justiça tribal que se opõe à lei oficial, tenho a convicção de estar apoiando as intenções da política de meu país. Se pelos estranhos caminhos do destino posso ajudar, desse modo, o meu país e o seu governo, é uma grande honra. Que Deus proteja minha missão. 
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Pensemos no exemplo e nas palavras da paquistanesa, que continua aguardando por justiça, sem deixar de lutar pelo bem geral. Pensemos e, ante as dores que nos cheguem, decidamos pela melhor ação: aproveitar integralmente a lição, a oportunidade, o momento. Utilizemos a dor a nosso favor e, se possível, de todos os demais que conosco privam das bênçãos deste lar chamado Terra. Redação do Momento Espírita, com base no livro Desonrada, de Mukhtar Mai, ed. BestSeller. Em 10.03.2008.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

CONSCIÊNCIA SOCIAL

Em O livro dos Espíritos, Allan Kardec perguntou aos Sábios do Mundo Espiritual em que consiste a missão dos Espíritos encarnados. E os Benfeitores da Humanidade responderam: em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais. As missões, porém, são mais ou menos gerais e importantes. O que cultiva a terra desempenha tão nobre missão como o que governa, ou o que instrui. Tudo em a natureza se encadeia. Ao mesmo tempo em que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência. Cada um tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade. Como podemos perceber, todo homem tem sua parcela de responsabilidade na construção de um mundo melhor. Por essa razão, é importante perguntar a nós mesmos o que estamos fazendo para melhorar as instituições terrenas e fomentar o progresso geral. Em pleno século XXI ainda há pessoas que pensam que os problemas sociais são de responsabilidade exclusiva dos governos e lavam as mãos. Há empresários que, alegando desonestidade por parte dos governantes, sonegam impostos. Apesar de nada justificar a sonegação, é preciso perguntar se eles assumem para si mesmos a responsabilidade de investir o montante sonegado em favor da sociedade da qual se beneficiam. Se destinam o valor deixado de recolher aos cofres públicos para custear o ensino de crianças e jovens carentes, a fim melhorar a condição social da sua localidade. Ou se deixam de pagar impostos apenas para enriquecer os próprios bolsos, usando a desculpa de que o governo não faz. Ter consciência social é estar atento às necessidades dos cidadãos que estão sobre os palcos da Terra, neste cenário do qual também fazemos parte. Ter consciência social é descobrir aqueles que já atuam em organizações não governamentais, ou outra iniciativa qualquer, movendo esforços em favor de um mundo melhor e se somar a eles. Ter consciência social lúcida é contribuir de forma efetiva e sem interesse oculto, com todas as ações nobres, não importando se são iniciativas de religiosos ou de ateus. Ter consciência social é deixar de criticar governos e instituições e fazer a sua parte para a melhoria da situação do seu lar, da sua rua, do seu bairro, da sua cidade, do seu Estado, do seu país, do seu planeta. Somos todos habitantes do planeta. Estamos todos nessa mesma embarcação chamada Terra. Precisamos nos comprometer com a melhoria das instituições de um modo geral. Seja essa instituição o nosso lar ou o lar do vizinho. Seja o nosso país ou o país vizinho. Nossa raça deve ser a raça humana. Nossa nacionalidade deve ser a Terra. Nossa paternidade deve ser o Criador. Nossos irmãos devem ser todos os homens do planeta. Para que cumpramos a missão que Deus nos confiou, é preciso olhar o mundo com mais abrangência, abandonando essa forma míope de ver o mundo como se o mundo fosse apenas eu com meus próprios interesses. Pensemos nisso e dilatemos a nossa atenção. Façamos um pacto conosco mesmos e coloquemos mãos à obra. A obra que nos cabe executar no cumprimento da missão que o Criador do Universo nos confiou. É para isso que estamos aqui. Foi por isso que nascemos neste abençoado planeta. 
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Você não é uma pedra solta, no leito do rio do destino, a rolar incessantemente. Você tem uma meta que o aguarda e que alcançará. Em sua origem você é luz avançando para a Grande Luz. Só há sombras porque você ainda não se dispôs a movimentar os poderosos geradores de energia adormecida no seu interior. Pense nisso e comece agora a fazer luz na própria caminhada e, por conseguinte, espalhando luz ao seu redor.
Redação do Momento Espírita, com base no item 573, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb e no cap. 11 do livro Momentos de consciência, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 31.01.2010.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Immanuel Kant
Uma cascata fluindo branca, como uma cortina rendada; um céu repleto de estrelas, o cheiro da terra molhada após a primeira chuva, gotas que brilham em pétalas. A natureza é um espetáculo para se contemplar em silêncio respeitoso, com o coração em prece. Deus se mostra, majestoso, nas suas obras monumentais. A arte, o belo, o refinamento, a exatidão. Tudo é visível na natureza. Por isso, um dos maiores filósofos da Terra, grafou palavras que resumem, de forma completa, o que representa a natureza para o homem habituado a pensar em Deus. É de Immanuel Kant esta bela frase: Duas coisas enchem minha alma de admiração e respeito: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim. E diante desse espetáculo de formas, cores e perfumes, o que fazemos nós, os seres humanos? Poluímos, matamos, utilizamos sem cuidado. Somente há poucos anos a Humanidade passou a observar que o nosso mundo está maltratado. A palavra ecologia então entrou na moda, ganhou o mundo, tornou-se sinônimo de consciência ética. Mas muitos de nós ainda estão distantes do sentimento de reverência que a obra Divina deveria merecer de todos. Florestas devastadas, rios transformados em canais pútridos, animais torturados e vendidos como mercadoria barata. Isso nos mostra o quanto ainda estamos distanciados do ideal de amor e respeito que a obra de Deus merece. A casa planetária – saqueada, poluída, agredida – geme sob o domínio humano. E os resultados começam a surgir, preocupantes: aquecimento global, doenças, morte de espécies. Eis que o produto de nosso descaso se volta contra nós. Furacões, tsunamis, tufões. Quando ocorrem as grandes tragédias, decorrentes de fenômenos naturais, o homem é a primeira vítima. E mesmo assim, resiste em continuar cego para os sinais de que algo está profundamente errado na forma como nos relacionamos com a natureza. Como reverter esse quadro? Como restaurar o equilíbrio? A resposta está na palavra educação. Essa arte de educar os caracteres é a chave para que as futuras gerações tenham uma visão mais larga sobre o papel do ser humano, como agente causador da destruição do planeta em que vivemos. Aos homens do futuro – que hoje são crianças e adolescentes – nos cabe oferecer uma consciência mais apurada e uma noção mais plena sobre preservação do meio ambiente. Mas... Como fazer isso? Educando-os desde hoje. Uma educação que vai além da escola formal. A educação do Espírito, que consiste em implantar novos conceitos ético-morais no indivíduo. a educação do Espírito é completa. Não apenas o informa sobre as regras de gramática e as normas da geometria. Fala ao homem sobre seu papel no mundo. Educa-o para a convivência fraternal com todos os seres – humanos, animais e vegetais. E prepara-o para cuidar do lugar em que vive. No dia a dia, essa educação se mostra no combate aos desperdícios de toda espécie, na economia dos recursos naturais, no respeito integral a toda forma de vida. Um exemplo dessa consciência superior pode ser encontrado em Francisco de Assis, que amava a obra Divina a tal ponto que chamava de irmãos ao sol, à lua, ao vento, à água e às estrelas. Quem de nós poderia traduzir melhor o amor do que abraçando a natureza com palavras de amor? 
Redação do Momento Espírita. Em 31.5.2014.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

CONSCIÊNCIA DO DEVER

Allan Kardec
Como temos cumprido os nossos deveres? Na família, na escola, na profissão, como temos nos portado? Somos dos que primamos pela qualidade do que fazemos, sempre preocupados em realizar o melhor ou somos dos que não nos importamos muito com o resultado, desde que a tarefa seja concluída? Embora vivamos em uma sociedade que exige qualidade, especificações técnicas, aprimoramento profissional, observamos que, de um modo geral, cada qual busca fazer o estritamente necessário e exigível. E, contudo, deveria ser tão diferente. Deveríamos nos preocupar em tudo realizar da forma mais primorosa, quase perfeita. Deveríamos ser criaturas sempre insatisfeitas com os resultados dos nossos trabalhos, no sentido de, embora reconhecê-los bons, saber que sempre existe a possibilidade de se melhorar um tanto mais. Se todos assim pensássemos, não haveria necessidade de possuirmos órgãos controladores, disciplinadores, fiscalizadores e reguladores de qualidade. Não haveria peças defeituosas, mal elaboradas, tarefas mal executadas. A preocupação constante e de todos seria realizar o melhor. Recordamos de que há muito tempo, na Grécia Antiga, um escultor já velho estava lapidando um bloco de pedra. Com cuidado, examinava a rocha com o cinzel, lascava um fragmento por vez, avaliando as medidas com suas mãos vigorosas antes de dar mais um golpe. Quando estivesse pronta, a peça serviria de capitel, aquela parte superior das colunas. Ela seria içada e colocada sobre o topo de um comprido pilar. A coluna comporia o suporte do teto de um templo majestoso. Um funcionário do Governo, que passava, em vendo o esforço do escultor se aproximou e lhe perguntou: 
-Para que gastar tanto tempo e esforço nessa parte? Essa peça vai ficar a quinze metros do chão. Nenhum olho humano será capaz de ver esses detalhes. 
O velho artista descansou o martelo e o cinzel. Enxugou o suor da testa, fixou seu interlocutor e respondeu: 
-Mas Deus verá! 
A frase resume a consciência da criatura que sabe que, embora possa enganar os homens, não enganará a Divindade. Retrata igualmente a consciência do dever, que é um dos belos ornamentos da razão. 
 * * * 
Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de se cumprir por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. O dever do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. E o homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, mas porque confere à alma suficiente vigor para o seu desenvolvimento. 
Redação do Momento Espírita com base no item 7 do cap. XVII de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e de texto intitulado Deus verá, de autoria desconhecida. Em 24.09.2009.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

CONSCIÊNCIA DE CULPA

DIVALDO PEREIRA FRANCO
A consciência de culpa atinge o mundo íntimo da criatura, na qualidade de um autêntico flagelo. A partir do momento em que se instala, desequilibra as emoções e pode levar à loucura. A consciência pesada evidencia uma certa imaturidade psicológica, pois denota que a pessoa agiu em descompasso com seus valores ou ideais, ou o fez sem refletir, em um rompante. O indivíduo por vezes se permite comportamentos incorretos, que lhe agradam às sensações, para posteriormente se auto-punir, entregando-se a arrependimento estéril. A ciência dos erros passados pune com rudeza o infrator, perante si próprio, mas não o corrige para o futuro. O cumprimento de uma penitência, embora constitua evento doloroso, nada repara e por isso não traz a plenitude psicológica curativa promovida pelas ações positivas. O que foi feito não mais pode ser impedido ou evitado. Disparada uma flecha, ela segue seu rumo. Se uma ação foi ruim, o importante é reparar os danos que causou. Todo homem que se considera fraco, não desenvolvendo esforços para fortalecer-se, torna-se de fato débil de forças. É um sinal de covardia e infantilidade justificar um erro com auto-flagelação, sem sanar as conseqüências, tornando a ele na primeira oportunidade, sob a alegação de fraqueza. É nobre assumir o próprio equívoco, meditar serenamente sobre ele, arcar de forma corajosa com seus efeitos e repará-los do modo mais perfeito possível. O difícil processo de reverter os resultados de um ato indigno tende a ser eficiente antídoto para novas experiências. Tome-se o exemplo de uma mulher que voluntariamente faz um aborto. Sua consciência pesa e ela pode desenvolver neuroses variadas, mantendo a mente focada no agir equivocado, a essa altura irremediável. Mas essa mulher também pode, de modo muito mais proveitoso, dedicar as horas de seu tempo dispensando amor e cuidados a crianças órfãs. Ela teve a desdita de rejeitar o filho que Deus, em sua infinita sabedoria, lhe confiou, mas nada a impede de adotar, por filhos do coração, os pequenos desamparados do mundo. O tempo aplicado nessa tarefa é infinitamente mais útil do que se for perdido em lamentações. Além de desempenhar, de certa forma, a missão materna que lhe estava destinada, o contato com a infância desvalida pode sensibilizá-la para as inefáveis bênçãos da maternidade. Tudo isso tem o condão de funcionar como medida preventiva de novos desatinos. Por outro lado, o remorso inativo e estéril, ao desequilibrar a personalidade abre as portas para os mais diversos equívocos, dos quais nada de bom resulta. A partir do momento em que se elege como meta uma vida de paz, com a consciência tranqüila, há um preço a ser pago: a perseverança no dever. Dignidade, harmonia, equilíbrio entre consciência e conduta não ocorrem ao acaso e nem se podem improvisar. Tais virtudes devem ser conquistadas no dia-a-dia, mediante seu perseverante exercício. Mas, em face de dificuldades para agir corretamente, por uma atitude viciosa encontrar-se muito arraigada, há sempre um derradeiro recurso: a oração.
 *** 
Deus dispõe de infinito manancial de paz, sempre à disposição de suas criaturas, desde que estas o busquem com sinceridade e fervor. O homem manifestando a firme intenção de resistir ao mal, a divindade por certo o fortalecerá no bem, pois foi o próprio Cristo quem afirmou: “pedi e obtereis”. 
Equipe de Redação do Momento Espírita com base no capítulo IX do livro Momentos de Saúde, do Espírito Joanna de Ângelis, mediante a psicografia de Divaldo Pereira Franco.

domingo, 16 de outubro de 2016

A CONSCIÊNCIA

Você se questionou, em algum momento, por que age na sociedade de maneira correta? Ou se indagou, alguma vez, o que o motiva a agir de acordo com as leis? Ou, ainda, o que o leva agir buscando ter sempre a medida do respeito ao próximo? Muitos responderiam a essas questões dizendo que o fazem por obrigação, ou por medo das penalidades previstas nas leis. Porém, outros responderiam que se esmeram em agir, de maneira correta e adequada, simplesmente porque acham certo. Para aqueles que assim pensamos, verificamos que não é a força de uma lei ou o temor de ser penalizado que rege nossa conduta. Procedemos dessa forma porque temos a convicção de que é correto. Simples assim. Certa feita, um jovem, ao tentar estacionar seu carro na rua, cometeu um deslize ao volante e acabou amassando a lataria do carro à frente. A rua vazia, ninguém à vista, o horário adiantado colaboravam para que a ação não tivesse testemunhas. Ele, contudo, sem titubear, escreveu breve bilhete, pedindo desculpas pelo acontecido, colocou seu nome e telefone para contato a fim de que pudesse acertar o conserto e deixou preso ao para-brisa do veículo com o qual colidira, embora de forma leve. Nada externo o obrigou a assim proceder. Apenas o sentimento do dever, inscrito em sua consciência, conduziu aquele motorista à acertada ação. Isso acontece conosco. Na medida em que amadurecemos, à proporção que entendemos melhor nossa relação perante a vida e o próximo, as atitudes corretas deixam de ser imposições. Simplesmente as realizamos. Quando entendemos que as leis da vida maior são pautadas na justiça e respeito, passamos a exercitar tais valores em nosso dia a dia. Então, não temos necessidade da legislação que coage e obriga. Não teremos nossas ações pautadas pelo olhar vigilante de qualquer autoridade, ou porque as pessoas farão esse ou aquele comentário. Nossas ações não serão traçadas pela vantagem que podemos ter, ou por ser a maneira mais conveniente naquele momento. Tudo que fizermos terá por simples base a consciência e o dever. Esse é o exercício que nos cabe: o esforço de bem agir, de maneira consciente e devida. Para tal exercício basta, ao final de cada dia, repassando mentalmente as ações realizadas, perguntar a si mesmo, se alguém tem algo a dizer contra nós. Revivendo cada atitude, cada diálogo, cada decisão tomada, verificaremos o certo realizado, o indevido concretizado, na curta jornada. E, se em algum momento, tivermos dúvida da maneira correta de proceder, basta nos perguntemos como gostaríamos que outro agisse para conosco. A resposta a essa pergunta nos dará o norte e a referência absolutamente correta. Dessa forma, nesse exercício constante de análise e reflexão, iremos, aos poucos, construindo esse sentimento de dever, de justiça e responsabilidade em relação ao próximo. A partir de então, a legislação mais justa e o juiz mais severo estarão dentro de nossa intimidade, convidando-nos sempre ao bem proceder. 
Redação do Momento Espírita. Em 30.7.2014.

sábado, 15 de outubro de 2016

CONQUISTAS

Robert Eugene Richards, atleta americano, detentor de algumas medalhas olímpicas, falou, certa vez, da importância de se acreditar nos sonhos e lutar por eles. E, para ilustrar, narrou um episódio acontecido com o famoso atleta Charles William Paddock. Certo dia, Paddock fazia uma palestra, num ginásio de Cleveland, e a certa altura disse: Quem sabe, talvez, haja aqui alguém que um dia vá ganhar provas numa Olimpíada. Encerrada a assembleia dos alunos, aproximou-se dele um jovem negro, magricela, de pernas finas, que estivera sentado ao fundo do salão, e lhe disse timidamente: Eu daria tudo para ganhar uma corrida importante algum dia. Paddock olhou para ele e respondeu calorosamente: E você pode, meu filho. Basta que faça disso sua meta de vida e dê tudo de si para alcançá-la. Em 1936, aquele jovem, cujo nome era Jessie Cleveland Owens, ganhou quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de Berlim. No ano anterior, nos Estados Unidos, quebrara, em um mesmo dia, quatro recordes mundiais. Adolf Hitler, ao saber de seu maravilhoso desempenho, ficou furioso, pois a realização do sonho daquele jovem representou um duro golpe para o louco sonho do ditador de criar uma raça ariana superior. Quando Jessie Owens voltou para os Estados Unidos teve uma recepção festiva nas ruas. Naquele dia, outro rapazinho negro, de pernas finas, conseguiu comprimir-se entre a multidão, chegou perto dele e disse: Eu gostaria muito de correr numa Olimpíada quando crescer! Jessie lembrou-se do que lhe acontecera, apertou a mão do garoto e respondeu: Sonhe alto, meu filho. E dê tudo de si para chegar lá. Em 1948, era esse o rapazinho, William Harrison Dillard, que ganhava duas medalhas de ouro nos jogos olímpicos, em Londres. O que repetiu, nas Olimpíadas de 1952, em Helsinque. Por sua vez, um estudante, entusiasmado com tudo isso, estava treinando o salto em altura, preparando-se para um campeonato estadual. Após cada salto, seu técnico elevava um pouco mais o sarrafo. Afinal ele colocou na altura do recorde da prova. O rapaz protestou: Ah, não. Como é que vou saltar essa altura? Ao que o treinador replicou: Atire o coração por cima do sarrafo e seu corpo irá junto. 
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Todos os que lutam, reconhecem que os sonhos têm força propulsora. Por isso, restauremos os sonhos frustrados, realizemos os que ainda não foram realizados e reformulemos os sonhos com defeito. Sobretudo não esqueçamos que se temos capacidade para conquistar os nossos sonhos, também temos a força de vontade necessária para reformular o nosso caráter. Pensemos nisso, e façamos o melhor, ainda hoje, enquanto é tempo! Invistamos em nós mesmos! 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Os que conquistam são os que acreditam que podem conquistar, de autoria ignorada. Em 9.7.2013.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

CONQUISTAS PESSOAIS

Há algum tempo, a estagiária de uma empresa vinha observando sua companheira de trabalho. Tratava-se de pessoa de boa aparência, que se mostrava sempre solícita, delicada com todos e rodeada de amigos. Seu esposo era um rapaz honesto e digno, portador de bons valores morais. Em certa oportunidade, resolveu abordá-la e lhe disse: 
-Eu a tenho observado. Você ocupa um bom cargo na empresa, nosso supervisor admira e reconhece seu trabalho, vive rodeada de amigos e tem um marido adorável. Você é uma pessoa de muita sorte! 
A moça silenciou por um instante, pensando intimamente quais palavras poderia escolher que melhor traduziriam o pensamento que lhe ocorria, sem que causasse má impressão. E, com a expressão meiga e o sorriso que sempre a acompanhava, respondeu: 
-Não acredito que eu seja uma pessoa de sorte. Prefiro pensar que todas as coisas que mencionou, foram conquistadas. 
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Todo trabalho que estamos executando, o cargo que exercemos, independente da área em que estejamos atuando, é fruto de disciplina e dedicação. Também de esforço pessoal, estudo e persistência em aprender algo novo e em nos aprimorarmos. A saúde que desfrutamos é resultado de uma alimentação equilibrada, tanto em qualidade como em quantidade. Consideração especial a não ingestão de alcoólicos e qualquer outra substância que nos intoxique o organismo. Somamos a isso a prática de exercícios selecionados, para que não ultrapasse nossos limites físicos, não ofereça riscos e, de preferência, que nos traga bem-estar e motivação para não abandoná-la. Importante mexer o corpo. Contamos também com as horas de sono respeitadas, o descanso merecido, sem exageros. É a nossa saúde conquistada e mantida através, ainda, do cultivo de pensamentos elevados, afastando a possibilidade de nos contaminarmos com os maus fluidos provenientes do negativismo, carregado de angústias, rancores, ansiedades, medos e culpas. Os amigos também são conquistas. Eles estão ao nosso lado porque sabemos alimentar esses relacionamentos. É o telefonema inesperado perguntando: 
-Como vai você? 
É o e-mail enviado, só para dizer: 
-Estou com saudades, apareça. 
É a atenção e preocupação demonstrada quando o amigo passa por alguma dificuldade pessoal. É o tempo compartilhado. É o sorriso e o abraço carregado de afeto. E os nossos amores? É por sorte que os temos ao nosso lado? Ou devemos considerar todas as renúncias, do tempo que doamos para o outro, do quanto cedemos e do quanto toleramos, sem reclamações e sem cobranças? E os pequenos cuidados diários com o outro? Quanta diferença fazem em nossas vidas! A paz e o sorriso que carregamos são o resultado do dever cumprido, da sensação de viver em consonância com a Lei de Deus. É viver seguindo as Leis Morais, que estão inscritas na nossa consciência, que nos dizem o que devemos ou não fazer, tanto a nós mesmos quanto ao nosso semelhante. Pensemos então, em não esperar sorte na vida. Trabalhemos com vontade e disposição interna para conquistar o que desejamos para nós: saúde, amor, emprego, bem-estar, paz de consciência. 
Redação do Momento Espírita. Em 03.03.2011.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CONQUISTAS ÍNTIMAS

A história da Humanidade confunde-se com a de guerreiros, conquistadores, revolucionários. Sempre os tivemos. Alguns lutando por seus ideais e sonhos. Outros, apenas movidos pela ganância e sede de poder. Todos buscando amealhar tesouros, terras, títulos e coroas. Lançavam-se nas mais intensas lutas para alcançar as coisas do mundo. Tornavam-se poderosos, grandes mandatários, mas logo o tempo se encarregava de transformar tudo em ruínas. Se alguns ainda mantêm seus nomes grafados na História, por esse ou aquele episódio, ou ainda, lembrados pelas barbáries e disparates cometidos, a grande maioria ganhou apenas o esquecimento como herança. Imaginavam-se grandes, não percebendo a pequenez de seu propósito. Como resultado, seus feitos não ultrapassaram a esteira do tempo. Assim como eles, muitas vezes nós empenhamos tempo, anos de vida, capacidades, energia, para ganhar o que é do mundo material. Buscamos amealhar bens, galgar posições sociais, cargos e destaque profissional. Porém, todos esses valores, em si só, apresentam prazo de validade. Como as coisas do mundo são transitórias, efêmeras, toda conquista material tem seu limite. Por outro lado, poucas vezes nos damos conta de que, ao contrário das conquistas que se esvaziam no tempo, existem outras que são eternas e permanentes. Essas conquistas são as do nosso mundo interior. Toda aquisição intelectual e moral ganhará espaço em nossa intimidade, e as carregaremos para onde formos. Vencerão o andar do tempo, o processo da morte física, ou qualquer ocorrência externa que surja. É verdade que, durante a vida física, precisamos buscar as coisas do mundo. Existem os compromissos financeiros, as preocupações com moradia, transporte, alimentação, instrução. Porém, quanto de nosso tempo e de nossas capacidades usamos para as conquistas da Terra e quanto para as conquistas íntimas? É necessário percebermos que, logo mais, quando a morte nos convidar para o retorno ao mundo espiritual, levaremos apenas os valores que conseguirmos carregar na mente e no coração. São as conquistas do mundo íntimo. As demais, ficarão no mundo: vestimentas, mansões, propriedades de toda sorte, recursos amoedados. Viver no mundo não representa investir todos os valores, tempo e esforço para o que seja material. Faz-se necessário que nossos esforços se direcionem, também, para as conquistas da alma. Todo esforço que investimos para angariar valores morais, novas virtudes, constituirá conquista interna, que levaremos conosco no retorno à vida espiritual e em todas as próximas existências. Se o mundo externo se mostra algumas vezes sedutor nas suas possibilidades, não esqueçamos que o mundo interno tem riquezas inúmeras para nos oferecer. Se o mundo externo têm suas obrigações e compromissos, o mundo interno aguarda que encetemos esforços para acumular os tesouros, aqueles que a ferrugem não corrói, as traças não comem e os ladrões não levam, como nos lembra Jesus. 
Redação do Momento Espírita. Em 10.10.2014.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A decisão é sua

Jogar ou recolher. Você escolhe. Este é o slogan de campanha desencadeada pela prefeitura de importante capital brasileira, estampado em cartaz que mostra uma mão sobre um pedaço de papel ao chão. Tem a ver com educação. Tem a ver com cidadania. Convida o cidadão a refletir sobre o tipo de cidade que ele deseja para si: uma bela e limpa cidade ou ruas cheias de entulho. Chama o cidadão à responsabilidade, a partir da sua decisão que, naturalmente, tem a ver com a sua formação moral, com sua ética, com seu comprometimento como cidadão. Em verdade, tudo que nos rodeia, de alguma forma, é de nossa responsabilidade. E depende de nossas escolhas. Vejamos que podemos morar em um bairro aprazível, mas somente teremos bons vizinhos, se cultivarmos a gentileza e a boa educação. E isso é feito a partir de pequenos cuidados. Lembremos, por exemplo, de uma saída de carro muito cedo pela manhã, para o nosso trabalho. Podemos retirar o carro da garagem sem barulho, sem acelerar ruidosamente e, portanto, sem acordar o vizinho que ainda dorme. Ou podemos fazer todo o barulho que nos achamos no direito de produzir pensando que se nós estamos despertos, tão cedo, os outros também podem acordar à mesma hora. Podemos limpar a frente de nossa casa, lavar a calçada, tomando cuidado para não sujar a frente da casa ao lado. Ou podemos, de forma descuidada, ir jogando tudo justamente para os lados e emporcalhando a frente das casas próximas. Podemos ser gentis no trânsito, detendo-nos mínimos segundos a fim de permitir que outro carro, que aguarda no acostamento possa adentrar a via à nossa frente. Ou podemos ser totalmente insensíveis e deixar que o seu condutor canse de esperar, até a enorme fila de veículos findar. Antipatia, simpatia. Nós decidimos se desejamos uma ou outra. Podemos entrar no elevador e saudar as pessoas. Ou podemos fazer de conta que todas são invisíveis. Podemos fazer uma gentileza e segurar o elevador um segundo para permitir a entrada de alguém que vem chegando, depressa. Ou podemos apertar o botão e deixar que a porta se feche, exatamente à face de quem tentou chegar a tempo. Podemos pensar somente em nós, viver como se mais ninguém houvesse no mundo. Ou podemos viver, olhando em derredor, percebendo que alguém precisa de ajuda e ajudar. Podemos fingir que somos surdos ou podemos nos dispor a escutar alguém a pedir informação a um e a outro e nos dispormos a ofertá-la. Podemos fingir que somos cegos e não enxergar a pessoa obesa, em pé, no transporte público, ou a grávida, ou o idoso. Ou podemos ser humanos e oferecer o nosso assento, com a certeza de que esse alguém precisa mais dele do que nós. Mesmo que o cansaço esteja nos enlaçando, ao final do dia, os pés estejam doendo e o corpo todo diga: Preciso descansar. Pensemos nisso e nos disponhamos a contribuir, desde hoje, com o mundo mais justo, harmonioso e feliz com que tanto sonhamos. 
Redação do Momento Espírita. Em 11.10.2016.

CONQUISTAS INDIVIDUAIS

Mabel Hubbard, Graham Bell e Filhas
Eu não consigo, por mais tente. Para mim é impossível. Estas são frases que podemos ouvir vez ou outra e que, em essência, não traduzem a verdade. Não há obstáculos intransponíveis ou insuperáveis ao ser humano que verdadeiramente anseie por vencê-los. Recordamos de Mabel Hubbard que, aos quatro anos de idade, teve um violento ataque de escarlatina e se tornou apática e calada. Alguns dias depois, a criança reclamou: 
-Por que os pássaros não cantam? Por que vocês não falam comigo? 
As perguntas cortaram o coração dos pais que, só então, perceberam que a enfermidade deixara sua filha completamente surda. Mas, ela tinha uma vantagem sobre as demais crianças que nasciam surdas. Ela sabia falar. Como preservar isso era o grande desafio para seus pais. O diretor de uma escola para cegos, em Boston, lhes disse que eles poderiam preservar a fala da filha, desde que a obrigassem a falar sempre, que jamais aceitassem gestos. Que eles a ensinassem pela vibração. Fizessem-na sentir a garganta, o ronronar do gato, o piano e ler o movimento dos lábios. Assim foi, embora fosse doloroso por vezes não dar à criança o leite que apontava insistente. Não, até ela pedir: 
-Quero leite. 
Ou então fingir que não estavam vendo seus gestos desesperados para ir passear, até que ela falasse: 
-Quero ir passear. Quero sair. 
Quatro anos depois, Mabel estava adaptada em todos os aspectos à vida normal. A professora que ensinava suas outras irmãs a ela também o fez. Ela aprendeu a ler, escrever, soletrar. A outra batalha que seus pais precisaram superar foi com o próprio legislativo estadual. Naquela época, as crianças surdas, ao atingirem 10 anos de idade, eram simplesmente despachadas para asilos no estado vizinho. E o pai, advogado, começou a lutar para que se elaborassem leis para a criação de escolas para surdos. A própria Mabel foi levada frente a uma comissão a fim de provar que crianças surdas tinham capacidade de aprendizado. Um dos funcionários afirmou que a recuperação da fala pela criança surda custava mais do que compensaria ouvi-la falar. Além do que, concluía, mesmo que o surdo dissesse algumas palavras, por maior que fosse o êxito atingido na articulação das palavras, a sua inteligência continuaria sempre em trevas. Mabel derrubou as afirmativas, demonstrando seus conhecimentos de história, geografia, matemática, respondendo às questões que lhe foram formuladas e lendo de forma fluente. Nada intimidou a menina. Ela fora criada numa família com muitos parentes. Estava acostumada a viver em meio a muita gente. Ao lhe perguntarem se era surda, ela olhou para sua professora e, intrigada, indagou: 
-Senhorita, o que é uma criança surda? Até então não percebera que era diferente. Essa criança se tornou mais tarde a esposa de um homem que desde sua meninice vivia às voltas com o som: 
Alexander Graham Bell
Tornou-se uma pessoa excepcional. Era alegre, espirituosa, imensamente cativante. Durante quase 50 anos ela amparou e inspirou seu brilhante e excêntrico marido, o inventor do telefone. 
 * * * 
A capacidade do Espírito humano de sobrepor-se às adversidades e vencer limitações, está muito além do que se possa imaginar. Em verdade, quem comanda o corpo é o Espírito e, se este colocar em ação sua férrea vontade, superará obstáculos considerados impossíveis. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Ouve, meu amor, de Seleções Reader´s Digest, de julho de 1963. Em 19.05.2010.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

CONQUISTAS EXTERNAS E INTERNAS

DIVALDO PEREIRA FRANCO
O homem moderno, criador de excelente tecnologia e descobridor de inúmeras leis que regem o Universo e a vida, teima em ignorar a Lei de amor, fator causal da felicidade e expressão máxima do Divino pensamento. Graças aos engenhos sofisticados da Astronáutica, logrou pousar repetidas vezes na lua, enquanto suas admiráveis naves espaciais viajam na direção de outros planetas do Sistema Solar, e já fala em turismo espacial. As distâncias exteriores têm sido conquistadas a cada dia e a cada hora, aproximando-nos dos diferentes corpos celestes e de variados lugares terrestres. As velocidades são alcançadas de forma desafiadora, já havendo ultrapassado a do som. Para o homem moderno, tem sido relativamente fácil superar esses desafios. Porém, não vence a distância emocional que o isola, no lar, dos demais familiares; no escritório, dos colegas; na sociedade, das outras pessoas. Mergulhado no oceano dos conflitos que o afogam, ainda não resolveu viver próximo do seu irmão, em comunhão de elevada solidariedade, encontrando-se e encontrando o familiar, o companheiro, o desconhecido que pode se tornar amigo, o desafeto que pode se transformar em colaborador. As experiências, que decorrem das viagens para fora, mais o isolam no ninho doméstico, no lugar de trabalho, na comunidade. Nas férias, busca relacionamentos novos com pessoas que vivem longe, que logo se diluem no esquecimento ou na indiferença, e quando necessita de afetos e amizades coloca anúncios nos jornais, afirmando-se pessoa tímida. Ou, então, navega pela Internet à procura de alguém que lhe ouça as amarguras, protegido pelo anonimato e descompromissado com a aproximação. Alguns buscam o triunfo no relevo social, na polpuda conta bancária, nas jóias de alto preço, nos bens imobiliários luxuosos, nos veículos caros, e se esquecem de atender ao chamado do amor, que plenifica por dentro tanto os que possuem coisas como os que nada têm. Temos que convir que há um abismo que separa o homem externo do homem interno; entre aquele que vence as distâncias físicas, mas não se autoencontra; que resolve as dificuldades de fora e não equaciona as de dentro, evitando-as, mascarando-as, transferindo-as no tempo. Inevitavelmente, esse indivíduo faz-se vítima da própria conduta, tornando-se inseguro, insatisfeito, alienado e, não raro, vítima da saturação, da irritabilidade, do tédio, que o poderão empurrar para os alcoólicos ou outras drogas, para o sexo descomprometido, para a loucura, o suicídio ou o crime. Faz-se urgente que alteremos nossa ótica equivocada pela qual temos observado as finalidades da vida, a fim de que encontremos as soluções para os problemas do ser humano em si mesmo. 
 * * * 
O homem de hoje, enfrentando alta soma de dissabores, angústias e incertezas, não terá outra alternativa, logo mais, exceto viajar para dentro de si mesmo, aproximando-se dos demais indivíduos e redescobrindo a sua imortalidade espiritual, a transitoriedade do corpo orgânico, e a excelência do amor como responsável por tudo quanto existe, manifestação natural e especial de Deus. 
Redação do Momento Espírita com base no cap. 13, do livro Sob a proteção de Deus, por diversos Espíritos, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 26.10.2009.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

CONQUISTAS DO ESPÍRITO

Juana Inés de la Cruz
(Joana D'Ângelis)
Ela nasceu no México, em uma cidade chamada São Miguel de Nepantla. Filha de pai basco e de mãe índia, cedo mostrou seus dotes intelectuais e sua rara inteligência. As três anos aprendeu a ler e aos cinco iniciou a escrever versos. Seu sonho era estudar. Por isso, ao saber que existia algo chamado Universidade, onde havia acesso à ciência, ao saber, pediu ao pai que a matriculasse. Mas, aqueles eram tempos em que para a mulher não se abriam tais possibilidades. O mundo intelectual era dos homens. Ela freqüentou, por três anos, a corte do Vice-rei, no intuito de travar contato com cabeças privilegiadas. Não logrou o êxito que idealizava. Por fim, adentrou o convento de São Jerônimo da Conceição. Estudou dogma, direito canônico, medicina, astronomia. Tornou-se pintora miniaturista. Escreveu peças teatrais, poemas, música sacra. Quando foi repreendida, pela ousadia de adentrar o campo científico e cultural, defendeu o direito da mulher de se ilustrar. Considerada a primeira feminista da América Latina, Juana Inés de la Cruz responde aos argumentos pobres com que a agridem, com a sabedoria de quem se aprofundara nas letras e nas ciências. Busca na bíblia e na mitologia os vultos femininos que marcaram época pela sabedoria e competência. Recorda Débora, fazendo leis, a sapiente Rainha de Sabá, Ester, Aspásia Milesia, que ensinou filosofia e retórica. Cita o cântico de Maria, mãe de Jesus, para justificar a sua poesia: 
A minha alma glorifica o Senhor; e o meu Espírito exulta em Deus meu Salvador. Porque lançou os olhos para a baixeza da Sua escrava; portanto, eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada. 
 * * * 
Juana Inés de la Cruz morreu no ano de 1695, durante uma epidemia de peste. Contraiu a enfermidade atendendo as suas irmãs do convento. Seu vulto, até hoje, é venerado no México, como das mais nobres personalidades que viveram na América Latina. Uma mulher no século XVII. Enfrentou os preconceitos de seu tempo. Conviveu com a inveja dos que a desejavam calada, a fim de que a sua inteligência e sabedoria não se evidenciasse. Nada a abateu. Como uma estrela de sublime grandeza, ela brilhou, conquistando intelecto e moral. 
 * * * 
Quando as cores sombrias da adversidade pretenderem toldar o céu da tua vida, pensa que és capaz de as afugentar. E segue sempre. Não te permitas abater pelas críticas tolas, pelos obstáculos que se interponham aos teus sonhos. Persiste e vence. 
Redação do Momento Espírita com base no cap. Juana de Asbaje; no cap. Sóror Juana Inés de La Cruz do livro A veneranda Joanna de Ângelis, ed. Leal e no Evangelho de Lucas, cap. 1, vers. 46 a 48. Em 22.08.2008.