quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A CONSTANTE BUSCA

Corre o homem diariamente de um lado para outro. Desde a aurora até bem depois do pôr do sol. Passos apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio. Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante. Nunca tem tempo para nada. Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução de seus objetivos. Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida? Para onde dirige seus passos? O que espera ele encontrar? Sabe, realmente, o que quer? Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: “a busca da felicidade”. Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente. Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito. Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece. Quando o amor é correspondido. Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas. Quando o emprego almejado é obtido. Quando um título é alcançado. Quando tudo parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos. Nessas ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face. Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando: 
-“Consegui! Venci!”. 
Como se o mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade. Mas isso é apenas uma ilusão. A fragilidade daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante. Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos. O retorno à realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória. A luta continua. Não pode o homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir. Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada. Nessas horas, quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo. Tem a sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele. Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar. Sempre. Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que “a felicidade não é deste mundo.” O que busca você? O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero? O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz? Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo. Satisfações materiais não saciam por muito tempo o corpo, tampouco a mente que deseja a paz. Por outro lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez. A consciência tranqüila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se repouse a cabeça no travesseiro todas as noites. São situações em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo. 
Equipe de Redação do Momento Espírita.

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