Augusto Cury |
Jesus é nosso Modelo e Guia. Como Modelo, foi irrepreensível. Quando chegou ao Calvário, naquela sexta-feira, lá pelas nove da manhã, estava exausto e profundamente fatigado.
Ele fora torturado durante a noite. Agora seria crucificado.
Os governadores romanos puniam com a cruz seus piores inimigos. Uma arte que eles tinham aprendido com os gregos, que a tinham aprendido dos fenícios.
A crucificação era uma punição cruel. O criminoso ficava muitas horas, às vezes até três dias, pendurado na cruz. Morria por hemorragia, desidratação, insolação e falência cardíaca.
Os gemidos de uma pessoa crucificada ecoavam, por meses a fio, na alma dos homens, gerando medo. Por isso, era uma arma de domínio, na mão dos romanos. Contudo, antes de crucificar o condenado, os soldados costumavam dar a ele uma bebida anestésica: uma mistura de vinho, fel e mirra.
Era um lampejo de misericórdia para com os crucificados. Ela aliviava a dor produzida pelos cravos que lesavam músculos, nervos, fraturavam ossos e rompiam vasos sanguíneos.
Quase sempre, apesar do anestésico, os condenados se torciam e urravam de dor. Precisavam ser contidos por vários soldados, a fim de que fossem presos à cruz.
Os primeiros golpes dos cravos nos punhos e pés eram insuportáveis. Os gritos se casavam aos estalidos dos martelos. Alguns condenados desmaiavam, outros entravam em confusão mental e havia os que chegavam a enfartar devido ao trauma da dor.
Por isso, ninguém recusava a bebida anestésica. Contudo, para espanto dos soldados, Jesus a recusou.
Ele conservou Sua lucidez antes e durante toda a crucificação.
Quando os soldados O deitaram no madeiro, Ele não ofereceu resistência. Os homens poderiam Lhe tirar tudo, até a roupa, mas não Lhe arrancariam a consciência.
Enquanto Seu corpo morria, Ele continuava livre para pensar.
A atitude corajosa de Jesus de não usar uma droga anestésica para aliviar a Sua dor, traz uma grande esperança aos usuários de drogas de todo o mundo.
O homem sempre amou a liberdade, mas quando adentra pelo mundo das drogas, ele se enclausura na pior prisão do mundo: o cárcere da emoção.
Estar contido atrás de grades é angustiante. Ser preso por algemas no território da memória é trágico. Com o tempo, os usuários de drogas diminuem sua capacidade de gerenciar seus pensamentos, ainda que sejam pessoas inteligentes e cultas.
O mais amável e inteligente dos homens, Jesus Cristo, recusou o seu uso. Ele desejou ser livre e consciente, não se importando com o preço a ser pago.
O uso de drogas psicotrópicas, sem necessidade médica, conspira contra a liberdade de pensar e sentir.
Nunca atente contra sua consciência. E se você já é alguém atado às drogas, acabe com esse romance dentro de si e liberte-se.
Não importa que tentando, você sofra recaídas. Tente outra vez. O importante é ser livre.
Lute contra tudo que conspira contra sua consciência e sua qualidade de vida. Ninguém, a não ser você mesmo, pode fazer isso.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro
O Mestre do amor, de Augusto Cury, ed. Academia de Inteligência,
Coleção Análise da Inteligência de Cristo.
Em 18.12.2014.
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