sábado, 25 de abril de 2015

AMOR E INTELIGÊNCIA

A religiosidade é inerente ao homem. Sob as mais diversas formas e em todas as épocas, a Humanidade procurou relacionar-se com a Divindade. Por muito tempo imperou a idéia de que Deus deveria ser temido. O Criador era apresentado, por muitas tradições, como cioso e vingativo. Jesus reformulou esse conceito, ao falar em um Pai amoroso e justo. Convidado a indicar o maior mandamento da Lei Divina, Ele sentenciou: Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o Espírito. E também amar ao próximo como a si mesmo. É interessante anotar que, ao invés de um, o Cristo apresentou, de uma vez, dois mandamentos. Um fala em amor a Deus e o outro em amor ao próximo. Isso prova que tais comandos são entrelaçados. O amor ao próximo complementa o amor a Deus e vice-versa. Segundo o Mestre Nazareno, Deus deve ser amado com todo o coração, toda a alma e todo o Espírito. Percebe-se ser esse amor algo muito intenso e profundo, que reclama a criatura por inteiro. O sentimento por si só não basta. Quando se quer enfatizar o aspecto emocional, fala-se em coração. Mas à Divindade não se deve dar apenas o coração. Todo o Espírito necessita estar empenhado nessa relação. Segundo o dicionário, um dos significados de Espírito é o conjunto das faculdades intelectuais. Cuida-se de uma acepção até certo ponto comum. Muitas vezes se afirma que uma pessoa tem espírito. Essa expressão indica que ela é inteligente, perspicaz, possui raciocínio rápido. Conclui-se que o amor a Deus envolve razão, discernimento, intelecto. O Espiritismo ensina que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Não se trata de uma personalidade, à semelhança dos homens, mas de uma Consciência Cósmica. O apreço por uma personalidade humana, freqüentemente vaidosa, pode ser demonstrado por gestos exteriores. Em relação à Consciência Cósmica, despida de características humanas, isso não se dá. Como Deus é a Inteligência Suprema do Universo, o amor por Ele implica o esforço por desenvolver a própria inteligência. Assim, a religiosidade é incompatível com o cultivo deliberado da ignorância. Deus brindou Suas criaturas com dons maravilhosos, os quais precisam ser valorizados. O dom que distingue os homens do restante da Criação é a sua intelectualidade desenvolvida, a sua razão. O amor a Deus pressupõe respeitar o Mundo e os seres que Ele criou. E também, logicamente, o esforço para entender esse Mundo e as leis que o regem. Tudo no Universo é progresso e metamorfose. Espécies animais e vegetais, as sociedades e as leis humanas, tudo se altera e aperfeiçoa. O papel de cada homem é colaborar nesse processo de aprimoramento. Para isso, necessita burilar seu intelecto. Ao crescer em entendimento e compreensão, enche-se de admiração pela grandeza e pela sabedoria Divinas. Mas o amor ao próximo complementa o amor a Deus. As faculdades desenvolvidas pelo estudo e a observação devem ser utilizadas em benefício do semelhante. Assim, para bem cumprir o mandamento do amor, procure desenvolver sua inteligência. Estude uma língua, faça um curso, leia um livro, ilustre-se. Encante-se com as maravilhas que o cercam. E utilize seus talentos em favor do próximo.
Redação do Momento Espírita. Em 25.08.2008.

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