Elizabeth Klüber Ross |
O século XX ofereceu à Humanidade inúmeros apóstolos da paz, do bem e do entendimento que auxiliaram, de alguma forma, ao progresso do bem e do belo.
Na área da medicina, uma psiquiatra suíça, radicada nos Estados Unidos, dedicou a segunda metade desse século a desenvolver uma nova ciência na área da medicina.
Elizabeth Klüber Ross mudou-se para Nova York muito jovem, logo depois de casar-se com um americano e começou a exercer a medicina, em um dos últimos lugares do mundo que desejaria ir.
Como médica estrangeira, não conseguiu colocação melhor nos hospitais de Nova York a não ser trabalhar com pacientes esquizofrênicos crônicos, incuráveis.
Sentia-se solitária e infeliz. Mas não querendo fazer seu marido infeliz, ela começou a se abrir com seus pacientes. Identificou-se com sua miséria e solidão.
A partir disso, conta ela, pacientes que, há mais de 20 anos não pronunciavam uma palavra, começaram a falar, pois que encontravam nela alguém para compartilhar seus sentimentos e sofrimentos.
De pronto, a médica percebeu que não estava sozinha em suas misérias e dores. E, por dois anos, partilhou da vida de seus pacientes, conhecendo-lhes os nomes, vontades, gostos.
Participava com eles das suas festas, comemorações. Sabia-lhes as manias. Envolveu-se definitivamente com todos eles.
Ao cabo desse período, cerca de 94% dos seus pacientes, dados como incuráveis, tinham recebido alta.
Concluiu a doutora Elizabeth Klüber Ross que o maior presente que seus pacientes lhe deram, foi ensinar-lhe que há mais coisas, além das terapias e da ciência médica.
Ensinaram-lhe que amor e atenção podem ajudar seriamente às pessoas e conseguir que muitas delas se curem.
* * *
Embora não sejamos médicos, muitos de nós somos desafiados com relacionamentos difíceis.
Por vezes é o filho com dificuldades emocionais, físicas ou neurológicas.
De outras vezes, o desafio é o companheiro que, antes dócil e compreensível, se torna o tirano doméstico.
Ainda pode-se ter que enfrentar o chefe autoritário e desumano a administrar números, esquecendo-se das pessoas.
Todos esses são desafios que nos convidam a exercitar as lições de que amor e atenção são remédios eficazes.
Não o amor superficial. É necessário o amor incondicional. Amar pela simples possibilidade de amar.
* * *
Ao vivenciar esses relacionamentos, utilizemos a terapia da atenção, do olhar nos olhos, de entender as necessidades de quem amamos e que, muitas vezes, temos dificuldade para compreender.
Permitamo-nos amar intensamente, profundamente, amando a alma muito além daquilo que os olhos percebem e conseguem ver.
Lembremos que os conhecimentos e as técnicas ajudam as pessoas porém, o conhecimento por si só não ajudará a ninguém.
Se não forem usadas a cabeça, o coração e a alma, não conseguiremos ajudar a um ser humano sequer.
Redação do Momento Espírita, com base
no livro Morrer é de vital importância, de
Elizabeth Klüber Ross.
Em 14.05.2010.
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