JOANA DE ÂNGELIS E DIVALDO PEREIRA FRANCO |
Na vida social, o homem é convidado a partilhar as experiências dos semelhantes.
Em situações as mais diversas, ele presencia o espetáculo das dores e alegrias humanas.
De modo curioso, costuma ser mais fácil participar ativamente das derrotas do que das vitórias alheias.
Ante a fome ou a enfermidade, ordinariamente surge um apelo aos sentimentos mais elevados.
Eles concitam o ser humano a mover as mãos em auxílio, de modo automático e rápido.
Sem dúvida, todo socorro que se oferta a alguém que sofre é valioso.
É interessante, contudo, não se deter em uma análise rasa a respeito dos próprios motivos para agir.
Muitos são solidários na dor, pois assim assumem o papel de benfeitores.
Com essa posição de destaque perante o próximo ou a sociedade, realizam-se interiormente.
Todavia, quando defrontam companheiros em prosperidade, não conseguem se manter em padrão saudável de sentimento e de conduta.
Se o próximo surge em evidência, francamente vitorioso, ralam-se de mágoa injustificada.
Transformam-se em fiscais impenitentes e acusadores severos.
Simplesmente, não conseguem perdoar o sucesso alheio.
Sentem como se isso os diminuísse, de alguma forma.
Passam a acumular profundos e inexplicáveis ressentimentos.
É com azedume e sarcasmo que se referem ao êxito do outro, vencidos de torpe inveja.
Essa forma de sentir e agir revela uma certa infantilidade espiritual.
Trata-se de alguém que quer ser sempre o centro das atenções positivas.
Até convive bem em sociedade, desde que seja sua a posição de realce.
Estende as mãos a quem sofre, mas não movido por genuína misericórdia.
Age antes de mais nada para aparecer, porque gosta de surgir vitorioso e magnânimo.
Quer ser admirado e esse constitui o móvel de seus atos.
Justamente por isso, não suporta quando a admiração deve ser naturalmente dirigida aos outros.
Ocorre que as posições de destaque sempre têm seu preço.
Elas são habitualmente acompanhadas de uma série de desconfortos.
Ora são as farpas da maledicência e do ciúme.
Ora surgem as perseguições sistemáticas disfarçadas de sorrisos.
Também a ausência de amigos legítimos costuma tornar angustiosas as ilusórias horas douradas do homem importante.
Assim, assuma posição diferente.
Sem objetivar qualquer vantagem pessoal, aprenda a se alegrar com o sucesso do próximo.
Seja solidário na dificuldade do seu irmão, mas também participe da alegria dele.
Abdique da posição de fiscal gratuito de quem brilha.
Afinal, ser feliz com a felicidade alheia também é um modo de caridade.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 32 do livro Leis morais da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 03.02.2011.
http://momento.com.br/
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