quarta-feira, 9 de julho de 2025

GESTO NECESSÁRIO

Orson Peter Carrara
Jornal de grande circulação nacional teve oportunidade de oferecer reportagem especial, em um de seus cadernos, enfocando a gratidão. 
Relata que um ex-aluno fez expressiva doação à Faculdade de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto, São Paulo. 
O médico, que endereçou oitenta e cinco mil dólares para a Faculdade, é o primeiro filho de um pedreiro e de uma dona de casa. 
Reconhecendo que deve sua oportunidade à escola pública e gratuita em que estudou, afirmou estar devolvendo à sociedade o que dela recebeu. 
Segundo ele, saiu da pobreza e entrou na riqueza, graças aos impostos pagos por todos. 
A doação é sua forma de devolver o benefício. 
A doação ajudou a criar um laboratório de virologia, para estudar e combater a dengue. 
O caso não é único, embora raro, em nosso país. 
A Universidade Federal de Minas Gerais recebeu quatro milhões e trezentos mil dólares de um seu ex-aluno, que se tornou banqueiro. 
A Escola de Agronomia Luiz de Queiroz, de Piracicaba, São Paulo também recebeu uma fazenda de um seu ex-aluno. 
O imóvel, no valor de dezesseis milhões de dólares, foi deixado em testamento. Independente de terem seus nomes divulgados pela imprensa, o importante é que suas doações beneficiam a muitos. 
Expressam desprendimento de posses em favor de iniciativas coletivas. 
Um sentimento de gratidão pelas inúmeras bênçãos recebidas, durante a vida. 
Demonstram uma preocupação com o bem-estar alheio, desde que as instituições voltadas para o bem coletivo dependem, quase sempre, de doações. 
Tais gestos colocam em evidência o sentido imediato de uma palavra simples, de grande significado: gratidão. 
Sentimento que surge nos corações onde residem a justiça e a bondade. 
E, diga-se, também um entendimento excelente de cidadania. A quantia doada é questão secundária. 
O importante é o exemplo e o benefício proporcionado. 
Assim, qualquer um de nós a pode expressar, seja pelo simples pagamento de uma mensalidade em favor de uma instituição. 
Ou o oferecimento de uma cesta básica para uma família carente. 
Quem sabe uma contribuição anual para uma pesquisa médica. 
Ou o apadrinhamento de um estudante, facilitando-lhe o acesso aos sempre preciosos livros. 
Ou ainda, a doação de horas de trabalho voluntário. 
As lições do Evangelho de Jesus se referem ao óbolo da viúva e a responsabilidade de quem muito recebeu. 
Dessa forma, agraciados com a escola, não nos esqueçamos de contribuir para que outros tenham acesso a ela.
Abençoados com a saúde, colaboremos com quem depende de medicação específica para viver cada dia. 
Beneficiados pela atividade profissional, que nos garante a vida digna, criemos condições de acesso ao primeiro emprego a quem aguarda oportunidade. 
Enfim, agradeçamos à vida o que ela nos oferece, multiplicando oportunidades a quem segue na retaguarda. Isto se chama gratidão. 
* * * 
Ampliemos o contingente dos benfeitores anônimos. Participemos das iniciativas salutares, que possibilitam o progresso e o amparo social. Exerçamos a nossa cidadania.
Enfim, preocupemo-nos em devolver à sociedade o que ela nos deu. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Gesto necessário, de Orson Peter Carrara, publicado na Revista Internacional de Espiritismo, de outubro/2003. 
Em 09.07.2025

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