terça-feira, 1 de julho de 2025

O MILAGRE DA DOAÇÃO

John e Stephanie Reid
O ano de 2019 foi especialmente doloroso para o casal John e Stephanie Reid. 
Por conta de um atropelamento, o filho único, Dakota, de apenas dezesseis anos, teve morte cerebral. 
Ainda que tomados de profundo sofrimento, o casal não teve dúvidas: optou pela doação de todos os órgãos do adolescente.
Um ano se passou. 
Certo dia, John recebeu uma encomenda, cujo remetente era justamente quem recebera o coração de seu filho. 
No pacote, havia um presente e uma delicada carta de agradecimento pelo generoso gesto do casal. 
Nas gentis linhas, os dizeres: 
Eis os batimentos cardíacos do Dakota. 
Tomado de emoção, John encontrou na caixa um sorridente ursinho de pelúcia no qual se lia: 
O melhor pai do mundo. 
Ao apertar a patinha do brinquedo, a audição de uma gravação levou aquele pai a saudosas lágrimas. 
O ursinho reproduz o som dos batimentos cardíacos de seu filho, que agora bate em outro peito. 
O coração de Dakota proporcionou vida a outra pessoa. 
Seu filho está vivo. 
Vivo também em outras famílias que, igualmente, foram ajudadas pela doação dos demais órgãos do menino. 
Um fazendeiro recebeu os rins e o pâncreas. 
Um rapaz de vinte e um anos agora pode enxergar graças às córneas de Dakota. 
Em uma entrevista, o pai afirmou: 
-Quando recebi o pequeno urso, meu coração ficou cheio de alegria. Doar órgãos é continuar o plano de Deus para a família doadora e para o destinatário. 
E finalizou, comovido: 
-A doação de órgãos faz com que nós e os receptores sejamos sangue. Somos uma família.
* * * 
Diante do transe da morte, muitas famílias recusam doar os órgãos de seus familiares. 
Uma das razões predominantes é o desconhecimento a respeito dos procedimentos que envolvem a retirada dos órgãos. 
Quando ocorre a morte encefálica, os médicos consultam a família a fim de pedir autorização para a doação dos órgãos do ente querido. 
Um doador pode salvar até oito pessoas.
Se desejamos ser essa pessoa que pode auxiliar outras vidas a prosseguirem sua jornada terrena, importante que deixemos expressa essa vontade para os nossos familiares. 
Dessa maneira, no momento da nossa morte, eles poderão agir com segurança e sem conflitos.
* * * 
Num mundo que conjuga muito mais o verbo receber, é preciso coragem para se doar. 
As oportunidades de progresso que nos são concedidas são tantas que, até durante a morte, podemos avançar no caminho que nos conduz a Deus, à paz, à felicidade.
Espiritualmente, o ser que desencarna não passará nenhuma necessidade por conta da doação de seus órgãos. 
Ao contrário, o bondoso ato somente o iluminará. 
Afinal, a doação de órgãos nos torna instrumentos da Misericórdia Divina. 
Uma vida retorna às moradas celestes, uma vida permanece neste plano. 
Por um grandioso gesto de caridade e benevolência, ambas se unem pelo amor. 
* * * 
A verdade é que a vida jamais cessa. 
A morte é apenas um Até breve e o amor é um laço que jamais se desfaz, ainda que nosso coração bata em outro peito. 
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base na biografia da Família Reid e com dados colhidos no site da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. 
Em 30.06.2020.

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