sábado, 31 de maio de 2025

A MESMA MEDIDA

Em uma conhecida passagem evangélica, Jesus afirma que cada um será medido com a medida que aplicar aos outros. 
Tem-se aí um princípio de justiça, já revelado no comando de amar ao próximo como a si mesmo. 
Pelo mandamento do amor, surge o dever de tratar o semelhante como se gostaria de ser tratado, se estivesse em seu lugar. 
A idéia básica é uma igualdade essencial entre todos os homens.
Embora diferentes pelas posições que ocupam na vida em sociedade, ninguém possui essência apartada da dos demais. 
Evidentemente, há criaturas mais adiantadas, cuja bondade e sabedoria causam admiração. 
Entretanto, na origem e no fim todos se aproximam. 
Saídos da mais absoluta simplicidade chegarão à plenitude das virtudes angélicas. 
Enquanto percorrem a longa jornada, devem se auxiliar mutuamente. A lição cristã cinge-se basicamente à fraternidade. 
É possível sofisticar o pensamento e encontrar nuanças preciosas nos ensinamentos do Cristo. 
Mas é preciso cuidado para não esquecer o básico, nessa busca de detalhes, por valiosos que sejam. 
O essencial reside em aprender a olhar o próximo como um semelhante, um irmão de caminhada. 
Se ele se apresenta vicioso e de convívio pouco atrativo, nem por isso deixa de ser uma preciosa criatura de Deus. 
Justamente perante os equivocados do mundo, convém refletir sobre a igualdade da medida. 
À parte os Espíritos puros, que já percorreram todos os degraus da escala da evolução, os demais cometem erros. 
Mesmo homens bem intencionados por vezes erram. 
Não se trata de uma tragédia, na medida em que a vida propicia meios de reparar os estragos e seguir em frente. 
Uma visão estreita da Divindade pode levar à concepção de que Ela sempre está a postos para punir Suas criaturas. 
Entretanto, não é assim. 
As Leis Divinas encontram-se escritas na consciência de cada Espírito. 
Elas visam à educação e à evolução dos seres, não a sua punição. 
O rebote do desconforto que a violação da Lei provoca destina-se a incentivar a retomada do caminho correto. 
É possível ignorar os protestos da própria consciência um tempo, mas não indefinidamente. 
Sempre surge o momento em que ela fala alto e atrai as experiências retificadoras do mal cometido.
Ocorre que o mesmo homem que encontra desculpas para seus equívocos, por vezes, é severo crítico do semelhante. 
Ao assim agir, molda em seu íntimo um juiz implacável. 
Quando chegar a sua hora de prestar contas dos próprios atos à eterna justiça, as medidas desse juiz severo é que lhe serão aplicadas. 
Ciente disso, convém treinar um olhar indulgente para as falhas alheias. 
Não se trata de tentar burlar a incidência da Justiça Divina, sempre perfeita. 
Mas de não valorizar em excesso a sombra e a dor e de compreender a falibilidade natural do ser humano. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP. 
Em 09.01.2014.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

BAIXAS

Quando a guerra entre dois países tem início, o mundo inteiro fica atento aos noticiários e quase todos os meios de comunicação divulgam os fatos, com incrível rapidez. 
O silvar dos mísseis, a fumaça, misturada com a claridade provocada pelas explosões, são imagens que atemorizam. 
Os pontos atingidos pelos bombardeios, os reféns, a posição das tropas, civis feridos, soldados mortos, aeronaves abatidas.
Afirmamos que a cobertura jornalística está cumprindo o seu papel.
Passados alguns dias, no entanto, os que somente acompanhamos o confronto a distância, vamos diminuindo nosso interesse.
Principalmente porque, distantes, não ouvimos o estrondo das explosões, nem os gritos de dor e desespero, nem o odor fétido dos corpos em decomposição. 
Contudo, há uma realidade ainda mais terrível. 
É algo tão cruel que, se mostrado, talvez mudasse o rumo dos acontecimentos. 
É o desespero e a sensação de impotência dos pais, dos cônjuges, dos familiares dos soldados enviados para as frentes de batalha. 
São os sentimentos dos jovens que são arrancados do conforto de seus lares e empurrados para morrer, numa guerra que não provocaram. 
Se pudéssemos ouvir e sentir seus gemidos de pavor ante a escuridão, seus medos, suas inseguranças, seus prantos silenciosos de saudades dos seus amores... 
É impossível imaginar o que seja o tormento da fome, da sede, do sono, do cansaço, aliado ao temor de um ataque surpresa do inimigo.
Se pudéssemos registrar a agonia de filhos perdidos em meio à paisagem devastada pelos ataques, à procura de pais cujos corpos jazem sob escombros, cinzas e sangue... 
Como não são registrados esses sentimentos, ninguém toma conhecimento, a não ser por aqueles que os estão padecendo.
Quando, por fim, o pavor do combatente é silenciado pelo manto escuro da morte, é registrado apenas como uma baixa a mais. 
Sua existência foi interrompida, seus sonhos violentados, seus sentimentos desconsiderados. 
Mas, isso foi apenas mais uma baixa. 
Como dizer a uma mãe ou a um pai que aquele filho ou filha, que há pouco cantarolava pela casa, agora representa somente mais um número na triste estatística das baixas nos campos de batalha? 
Para os que decidiram pela guerra, sacrificar seus cidadãos em nome das causas que afirmam defender, é mais importante do que vidas humanas. 
Como cidadãos dessa grande aldeia chamada Terra, é importante pensarmos sobre essas questões que tanto entristecem aqueles que realmente desejamos a paz. 
Ouvindo tudo isso, talvez nos perguntemos: 
-Mas, afinal o que podemos fazer, agora, para mudar a situação? 
Não detemos poder de decisão na mesa das negociações, não temos voz para interferir na consciência desses a quem incumbe a definição de um cessar fogo. 
Podemos, no entanto, enviar, através de uma oração sincera, as nossas melhores vibrações de paz em favor, primeiro, dos que mais precisam: os responsáveis por essas insanidades. 
Segundo, por aqueles que sofrem a consequência dessas atrocidades.
Pensemos nisso. 
E façamos a nossa parte. 
Redação do Momento Espírita 
Em 30.05.2025

quinta-feira, 29 de maio de 2025

MÉRITO PESSOAL

CAIO JÚLIO CÉSAR
A cada um segundo suas obras, ensinou o mestre de Nazaré, há mais de dois mil anos. 
A frase sintetiza perfeitamente a lei da justiça divina, do ponto de vista moral, e o homem tem recebido, ao longo do tempo, sempre de acordo com suas obras. 
Um professor de tradicional escola era o coordenador de um concurso anual. 
Tratava-se de eleger César. 
Isto mesmo, o imperador romano de tantas glórias. 
O concurso objetivava estimular os alunos a debruçar-se de forma ímpar, sobre a história romana. 
Ano a ano, o concurso, um verdadeiro duelo na área do conhecimento, movimentava professores, pais e alunos. 
César, além da toga romana, recebia a coroa de louros da vitória. 
Sua foto passava a figurar na ala do colégio dedicada aos Césares. 
O coordenador tinha em sua classe um aluno muito problemático.
Indisciplinado, desordeiro, agressivo, era o terror de todos os professores. 
Pois o coordenador resolveu nele investir. 
Falou-lhe de suas potencialidades e o desafiou a ser César. 
O garoto pareceu se modificar. 
Passou a estudar, aplicando-se. 
Tão entusiasmado ficou que o coordenador resolveu lhe dar uma mãozinha. 
Emprestou-lhe um livro, sinalizando, embora sutilmente, o capítulo que ele deveria estudar. 
Seu desejo? 
Que ele ficasse entre os três finalistas para disputar a coroa de louros.
Como ele não conseguiu a classificação, o professor favoreceu-o com uma boa nota, embora indevida, e em detrimento do verdadeiro classificado. 
Ninguém ficou sabendo disso, a não ser a própria consciência de quem agiu incorretamente. 
Mas, no teste oral, perante todos, o professor percebeu que o garoto colava. 
Fingia pensar e consultava apontamentos que trazia presos ao braço esquerdo. 
E somente não venceu porque, percebendo a desonestidade, o professor lhe fez uma pergunta que não constava do capítulo específico. 
O tempo passou. 
Vinte anos depois, aquele ex-aluno, agora rico industrial, pede uma revanche. 
Em sua propriedade, em um final de semana, reúne o velho professor, os colegas de classe e os finalistas da época da adolescência. 
Aqueles mesmos com os quais ele havia disputado o título de César, não alcançando êxito. 
Começa o interrogatório, nos moldes da velha e longínqua escola. 
Os colegas vibram. 
As esposas torcem por seus maridos. 
As crianças, por seus pais. 
Terá o rapaz, homem agora, se preparado de forma digna? 
Saberá mesmo o tema? 
Para tristeza do professor, em meio à inquirição, descobre que seu protegido continuava usando de malícia e desonestidade. 
Através de minúsculo aparelho em seu ouvido direito, as respostas lhe estavam sendo transmitidas por alguém que ele contratara, mediante polpuda soma em dinheiro. 
* * * 
Toda vez que desejes investir em alguém faze-o de forma correta.
Nunca prejudiques a outrem, em nome dessa vontade de auxiliar.
Nunca entregues prêmios, cargos e encargos imerecidos. 
Salutar é o investimento em quem deseja verdadeiramente crescer, melhorar, modificar-se. 
Bom é o investimento em amor, confiança, incentivo. 
Jamais o que privilegia, age com parcialidade, porque então, não estará auxiliando. 
Antes, prejudicando ao alvo dessas atenções. 
A cada um segundo as suas obras. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 31.05.2021

quarta-feira, 28 de maio de 2025

SÓCRATES E A IMORTALIDADE DA ALMA

Sócrates e a Imortalidade da alma No ano 399 a.C., quinhentos e um membros do Tribunal dos Heliastas, da democrática cidade grega Atenas, reuniram-se para o julgamento do filósofo Sócrates. 
O pensador era acusado de recusar os deuses do Estado e de corromper a juventude. 
Figura muito controversa, Sócrates era admirado por uns, criticado por outros. 
Tinha costume de andar pelas ruas com grupos de jovens, ensinando-os a pensar, a questionar seus próprios conhecimentos sobre as coisas e sobre si mesmos. 
Desenvolveu a arte do diálogo, a maiêutica, o momento do parto intelectual, da procura da verdade no interior do homem. 
Seus dizeres só sei que nada sei representam a sua sabedoria, reconhecendo que precisava aprender, buscar a verdade. 
Por isso foi sábio. 
Seus exemplos de conduta moral são inigualáveis. 
Frente a seus acusadores, foi capaz de deixar lições importantíssimas, como quando afirmou: 
-Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas. 
Ele foi condenado à morte. 
A maioria esperava que ele procurasse negociar sua pena, assumindo o crime, e tentasse livrar-se da punição capital, com pagamento de algumas moedas. 
Com certeza, todos sairiam com as consciências menos culpadas.
Todos menos Sócrates, que de forma alguma permitiu-se ir contra seus princípios de moralidade. 
Assim, aceitou a pena imposta.
Preso por cerca de quarenta dias, teve chance de escapar, dado que seus amigos conseguiram uma forma ilícita de dar-lhe a liberdade.
Não a aceitou. 
Não permitiu ser desonesto com a lei, por mais que fosse injusta a condenação. 
Foram extremamente tranquilos seus últimos instantes na Terra. 
Uma calma espantosa invadiu seu semblante, causando admiração aos que o visitavam. 
Indagado a respeito de tal sentimento, declarou: 
-Todo homem que chega aonde vou agora, que enorme esperança não terá de que possuirá ali o que buscamos nesta vida com tanto trabalho! Este é o motivo de que esta viagem que ordenam me traz tão doce esperança. 
Sócrates tinha a certeza íntima da Imortalidade da alma, e deixou isso bem claro em seus diálogos.
A perspicácia de seus pensamentos e reflexões havia chegado a essa conclusão lógica. 
O grande filósofo partiu, certo de que continuaria seu trabalho, de que prosseguiria pensando, dialogando, e de que desvendaria um novo mundo, uma nova perspectiva da vida, que é uma só, sem morte, sem destruição. 
* * * 
O codificador da Doutrina Espírita perguntou aos imortais: 
-No momento da morte, qual o sentimento que domina a maioria dos homens: a dúvida, o medo ou a esperança? 
Os benfeitores espirituais responderam: 
-A dúvida para os descrentes endurecidos; o medo para os culpados; a esperança para os homens de bem. 
Que possamos nós, como o grego Sócrates, deixar este mundo, de maneira serena, com o coração repleto de esperança. Sobretudo com a inabalável certeza de que apenas mudamos de cenário. 
E assumiremos a nossa Imortalidade, prosseguindo a viver. 
Redação do Momento Espírita, com base no livro O Fédon, de Platão, Coleção Filosofia – Textos nº 4. ed. Porto; no livro Apologia de Sócrates, de Platão, Coleção Aos pensadores, ed. Nova Cultural; transcrição da questão 961, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB. 
Em 28.05.2025

terça-feira, 27 de maio de 2025

A lista "Querido faz!"

Tudo começou quando ela chegou em casa, depois da noite exaustiva de trabalho, e não encontrou as compras do supermercado e tudo o mais que precisava. 
Trabalhando em horários distintos, ela à noite e o marido durante o dia, listara alguns itens para que ele providenciasse. 
Nada fora feito. 
Irritou-se com tanta desconsideração. 
Como podia não ajudá-la? 
Quando ele se levantou e se preparou para o novo dia de trabalho, encontrou uma enorme geleira no minúsculo apartamento. 
Sempre havia um beijo, um abraço, algo para comemorar o reencontro rápido, antes das horas de atividade profissional. 
Nesse dia, ela dormia... no sofá da sala. 
Assim foi no seguinte e no outro. 
No final de semana, quando se encontraram para as horas de lazer, convivência amorosa, o clima gélido continuava. 
Ele insistiu para que ela se explicasse e um vulcão explodiu.
Reclamações e mais reclamações. 
Quando ela parou para respirar, antes de continuar a despejar lavas de queixas, ele perguntou: 
-Você está zangada por causa da lista "Querido faz"? 
Ele não gostara que ela lhe designasse tarefas a realizar, durante o dia, em seus intervalos. 
Fora criado órfão de mãe, numa casa com mais três irmãos.
A ordem ali era cada um por si, porque o pai tinha um regime de trabalho insano. 
Sua grande indagação, agora, era por que ela tinha de deixar para ele uma lista "Querido faz!"
Por sua vez, tendo saído muito cedo de casa para cursar a faculdade, trabalhar, ela esperava encontrar no marido a mão forte que não somente a protegeria, mas a auxiliaria em tudo que há muito vinha fazendo sozinha. 
Expectativas... 
* * * 
O matrimônio marca o início de um futuro compartilhado. 
É fundamental estar ciente de que esse caminho pode ser desafiador, especialmente quando cada um traz hábitos diferentes de suas famílias de origem. 
Essencial que ambos estejam dispostos a se adaptar e a cooperar. 
O casamento é uma parceria, na qual cada um deve ser o braço forte do outro, oferecendo apoio, compreensão e respeito mútuo.
Importante reconhecer a bagagem exclusiva de cada um, moldada por suas experiências familiares. 
É preciso ouvir o par, compartilhando sonhos e medos. 
Dispor-se a ceder e a negociar, buscando soluções. 
Estabelecer uma divisão justa das responsabilidades domésticas e financeiras, evitando sobrecarregar um dos lados. 
A dose deve ser de colaboração mútua. 
Afinal, a construção de um relacionamento sólido leva tempo e exige paciência. 
Utilizar compreensão com os erros e limitações do outro, disposição para perdoar e recomeçar sempre que necessário. 
* * * 
Bom, o casal da história acabou descobrindo que o amor é a base de um relacionamento duradouro. 
Gestos de carinho, respeito e admiração precisam ser cultivados. 
E, numa noite, quando ela chegou em casa, encontrou, disposta na porta da geladeira a lista "Querida faz!"
Riu da situação. 
Entendeu a mensagem porque a vida a dois é uma aventura incrível, cheia de aprendizado e crescimento mútuo. 
E, para se viver bem, é preciso saber lidar até mesmo com uma lista de tarefas. 
Faz parte do show da vida a dois. 
Redação do Momento Espírita 
Em 27.5.2025

segunda-feira, 26 de maio de 2025

SORRISOS E ANGÚSTIAS

DIVALDO PEREIRA FRANCO
JOANNA DE ÂNGELIS
Quem observa seu semblante jovial, quem admira seu sorriso espontâneo, de alguma forma perceberá as sombras da angústia que se agasalham nas paisagens de suas emoções. 
A maneira como expressa alegria não deixa lugar para os conflitos que o asfixiam interiormente , fazendo-o sofrer quando a sós. 
Uma aura de bem-estar que o envolve demonstra que navega sobre águas claras, quando experimenta o mar revoltoso dos sentimentos íntimos. 
Muitos amigos invejam a sua existência tranquila e formosa, sem saberem das turbações que o sacodem e do desespero que, às vezes, pensam que não mais conseguirá ocultar. 
O caminho de todo lutador do bem é áspero e de acesso difícil em razão dos desafios que surgem em cada trecho da jornada. 
Gostaria de abrir o coração dorido, narrando suas frustrações e anseios nobres, no entanto, todos desligarão a atenção, o tempo integral e a expressão de felicidade. 
* * * 
Para esse coração, declaramos: 
-Você é forte e abnegado, mas é, também, humano. 
A Terra não é um paraíso nem um presídio, mas um educandário, assinalado por experiências diversas, nas quais se lapidam as imperfeições e se aprimoram as tendências nobres. 
Se vivermos nos queixando, apresentando nossos erros, remorsos, lamentações e culpas, teríamos mais sombra ainda dominando a existência. 
Não há necessidade do lamento constante e da vida arrastada, sem dúvida. 
Por outro lado, não é necessário carregar todo peso sozinho. 
Se estamos aqui na escola, por que não aprendemos em toda situação? 
Dessa maneira, lembre-se: 
-Você é filho de Deus, que o ama e o espera. 
Conte com Ele, avançando no roteiro que lhe aguarda, à frente, sem culpas. 
Conte também com Jesus, o amigo sempre presente, e todos os seus dedicados missões do invisível. 
Mantenha sintonia mental com eles diariamente. 
Estamos na retaguarda, apoiando as suas iniciativas da seara do amor, contando com a mão de obra dedicada que você pode oferecer.
Não deixe de manter diálogo com aqueles que o conhecem mais a fundo; com aqueles que abraçam tarefas semelhantes no bem; com aqueles que partilham, muitas vezes, das mesmas angústias. 
A troca é fundamental. 
Primeiro, para que você perceba que não é o único a sofrer, afligir-se com essa ou aquela questão da existência terrestre. 
Segundo, porque, às vezes, as respostas estão próximas, mas não as enxergamos, por causa das nossas limitações. 
É nesse contexto que entra o amor do próximo a nos iluminar.
Vivemos entre sorrisos e angústias, claro e escuro, sombra e luz, exatamente como as mais belas telas dos mestres pintores. 
Assim nos fazemos obras de arte, assim vamos sendo aformoseados, com o mesmo cuidado com o qual os virtuoses tratam suas criações.
Hoje, estamos apoiados com segurança no cavalete do planeta Terra.
A mão do artista, que nunca nos abandona, ora está na tinta, ora na tela. 
O pincel que aplica as cores nunca descansa. 
E as tintas, cada vez mais belas e diversas, sempre surpreendem quem quer que contemple uma obra magnífica. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 26, faça livro Seja feliz hoje , pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 26.05.2025.

domingo, 25 de maio de 2025

MERGULHADOS NO HÁLITO DIVINO

EUGÊNIO MUSSAK
Um Espírito de luz, certa feita, escreveu que nos encontramos mergulhados no Hálito Divino. 
Isso nos fala não somente e de forma primordial do amor de um Pai Celeste e bom, quanto nos interliga a todos os seres viventes.
Enquanto organismos vivos, tudo que fazemos tem, no mundo, uma consequência. 
Lemos que o bater das asas de uma borboleta na África pode causar chuvas no Paraguai. 
O importante não é realmente onde está a borboleta ou onde vai chover, mas o fato de que o minúsculo deslocamento de ar causado pelo bater de suas asas pode causar efeitos na atmosfera, turbulentos o suficiente para serem sentidos a milhares de quilômetros de distância. 
A atmosfera não reconhece fronteiras. 
Aqueles que assistimos ao primeiro episódio do filme A era do gelo, com certeza, nos lembramos do simpático esquilo, que é uma figura paralela à trama principal. 
Ele tem sua própria história, seu próprio interesse, que é acumular avelãs. 
É justamente ele que dá um exemplo surpreendente de como a ação de um único indivíduo pode repercutir na vida dos demais. 
Mesmo que isso possa parecer improvável, em um primeiro momento. 
Quando ele tenta enterrar a avelã, no solo gelado, provoca uma fissura que se alastra, sobe a encosta de uma montanha e termina por dividi-la ao meio. 
O resultado é o deslocamento de imensas massas de gelo, que quase esmagam o frágil esquilo, quanto modificam totalmente a paisagem.
A cena leva ao riso, naturalmente. 
Contudo, se pensarmos, descobriremos uma mensagem na imagem: a repercussão dos nossos atos, a dimensão das nossas responsabilidades em tudo que fazemos. 
Também em tudo que pensamos. 
Vivemos num mundo em que vibramos constantemente. 
Nossa produção de pensamentos é inimaginável. 
E todos colaboramos para a formação da atmosfera em que nos movemos, a atmosfera espiritual. 
Em nosso mundo particular, alcançamos os que nos rodeiam no lar, na escola, no escritório. 
Nossa ação vibratória se alonga para a rua em que moramos, o bairro, a cidade. 
Alcançamos o mundo. 
Nossos pensamentos, gerados sem cessar, colaboram na formação da atmosfera espiritual de todo o planeta. 
É nesse ambiente que nos movemos, que nos alimentamos uns dos pensamentos dos outros. 
Por isso se diz que cada um de nós pode alimentar o estado de guerra mundial ou colaborar para a sua paz. 
Quando assistimos a um noticiário e nos enchemos de raiva por algo que consideramos uma injustiça, estamos contribuindo para engrossar o tumulto que se apresenta em qualquer lugar. 
Se nossas emissões mentais forem de apaziguamento, de compreensão, a nossa colaboração será pela solução do incidente de forma pacífica. 
Gandhi libertou sua nação do jugo estrangeiro com ações pacíficas.
Disse ele: 
-Se um único homem atingir a plenitude do amor, neutralizará o ódio de milhões. 
Pensemos, portanto, como desejamos atuar no mundo. 
Como promotores do bem, do belo, do bom? 
Comecemos agora. 
Pensemos no bem, no belo, no bom. 
Colaboremos para a paz, a ordem, o progresso, emitindo nossas vibrações nobres, nossos pensamentos de luz. 
Emitamos luz. 
Somos filhos da luz. 
Redação do Momento Espírita, com base em metáfora utilizada por Eugênio Mussak, em artigo da revista Vida Simples, n. 172, ed. Abril. 
Em 5.4.2022

sábado, 24 de maio de 2025

MENTIRA É SEMPRE MENTIRA

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E JOSNNS DE ÂNGELIS
Certa feita, uma revista de circulação nacional apresentou reportagem acerca da mentira, mostrando-a como um ingrediente fundamental do jeitinho brasileiro. 
Mais ou menos no mesmo período, determinado programa televisivo ofereceu a oportunidade aos telespectadores de opinarem se um personagem deveria ou não mentir para vingar um crime do passado, ainda impune. 
A mentira venceu por larga margem. 
Isso demonstra como estamos nos habituando com a mentira e a estamos utilizando, em nosso cotidiano. 
Mentimos para obter algum benefício, para preservação da nossa imagem, para evitar um sentimento de vergonha, por verdadeira covardia. 
Assim, um amigo não diz ao outro o que realmente pensa e deseja dele. 
Se o amigo possui defeitos, em vez de alertá-lo a respeito, bate-lhe nas costas e com uma frase reticente, permite àquele interpretar que tudo vai muito bem. 
A mãe mente para o filho pequeno, afirmando que já volta, e na verdade se ausenta por longas horas. 
Servem-se da mentira alguns que afirmam serem técnicos em tal ou qual área, não passando, na verdade, de meros aprendizes. 
Utilizam a mentira aqueles que oferecem um produto como sendo de primeira linha, quando não o é. 
Mentem todos aqueles que fazem promessas, sabendo antecipadamente que jamais as poderão cumprir. 
Natural que tal clima gere desconfiança e descrença, itens que presidem ao relacionamento atual das criaturas. 
Há quem acredite ser normal a criança mentir e somente ser sintoma de enfermidade no adulto. 
Contudo, o mentiroso é sempre alguém enfermo. 
E em razão mesmo de sua forma de proceder, se torna desacreditado, mesmo quando se expresse de forma correta e verdadeira. 
Para quem está habituado à mentira, se torna muito natural alterar o conteúdo ou a apresentação dos fatos, manipulando-os ao seu bel prazer. 
As raízes da mentira se encontram no lar instável, mal formado, quando não emanam dos conflitos da personalidade, que induzem o ser à fuga da realidade e ao culto da fantasia. 
Faz-se imperioso que se estabeleça uma disciplina rígida na arte de falar, procurando repetir o que se ouviu exatamente como se escutou; o que se viu da forma mesma como aconteceu, evitando-se interpretar o que se pensa em torno do assunto, que nem sempre corresponde aos fatos. 
Esta é uma maneira de vital importância para se abandonar o vício da mentira. 
Não há necessidade de mentir, e toda vez que nos servirmos da mentira, estaremos demonstrando um distúrbio de comportamento, que precisa urgentemente ser corrigido. 
* * * 
Mentir compulsivamente é um distúrbio da imaginação chamado mitomania. 
A verdade deve ser sempre dita com naturalidade, sem alarde, mas na íntegra, jamais adornada de fantasias ou conclusões pessoais. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo O império das meias-verdades, publicado pela Revista Isto é, nº 1466 e no cap. 3 do livro Vida: desafios e soluções, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal. 
Em 10.01.2009.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

EXCLUSIVIDADES DO AMOR

Nós os conhecemos há algumas décadas. 
Casados, jovens, filhos caminhando para a adolescência. 
Fomos convidados a adentrar a intimidade do seu lar. 
Chamou-nos a atenção as dimensões da casa, a que denominamos mansão, pela imponência da arquitetura. 
E nos encantamos com os detalhes da decoração. 
Coisas da esposa chinesa, delicada nos arranjos. 
Em cada nicho um bibelô, um raminho de flor confeccionado a capricho, um souvenir de uma viagem realizada em alguma época de suas vidas. 
À mesa, porcelana fina, mesmo que fosse para o chá da companheira de atividade voluntária, que chegava para ajustar detalhes de alguma tarefa. 
Ou que viesse para o estudo de algum tópico específico da doutrina que abraçam. 
Sempre nos perguntávamos como alguém pode ser tão criativa, colocando arte em cada detalhe. 
Um encanto em cada cômodo. 
No transcorrer dos anos, ouvimos do casal, ora de um, ora de outro, as tantas histórias que os haviam unido. 
O primeiro encontro, o consórcio matrimonial, os filhos chegando, um a um. 
Acostumamo-nos a vê-los juntos, nas atividades de toda ordem. 
Ele, o empresário ativo, também o trabalhador que se entregou a voluntariado com tenacidade. 
Rolaram as décadas. 
Um dia, surpreendemo-nos ao encontrar o esposo alquebrado.
Parecia ter sido atingido por um raio, que lhe fizesse dobrar a coluna e apagar itens valiosos da memória. 
Mal pudemos crer que aquela mente ativa, sempre engendrando planos, dirigindo sua empresa, laborando na fundação em voluntariado pleno, parecesse ter quase tudo apagado da mente.
Médicos, terapias, tratamentos, e ele pareceu querer rebrotar. 
Flashes se apresentam e ele sorri, ao identificar um amigo, ao lembrar de algo. 
Deixou as atividades que lhe tomavam os dias laboriosos. 
Agora, é somente um cuidar de si, atender às atividades estabelecidas para lhe melhorar a condição física. 
Então, descobrimos como o amor faz a grande diferença. 
Vemos a esposa sair a passeio, levando-o de carro, pelas ruas da cidade, no cair da tarde, quando o sol vai desmaiando, o ar se torna mais fresco e parece que todos saem a passear. 
Ela o estimula a contar os cãezinhos, levados igualmente a passear, pelos seus donos, no final do dia. 
Um preto, um branco, um beagle, um labrador. 
Cães de apartamento, cães de condomínio, cães de casas com jardim.
Aqui um maior, bem peludo. 
É um Golden retriever. 
Ela aponta um aqui, outro ali, enquanto dirige e vai chamando a atenção dele. 
-Querido, olhe: mais dois. Mais três. Acho que perdemos a conta. Você lembra quantos já encontramos? 
Quem, em sã consciência, aos oitenta anos, sai de casa para contar cachorros pela rua? 
Somente o amor faz isso. 
A casa, menor agora, está para atender tudo que ele precisa. 
Foram-se os muitos adereços, detalhes decorativos. 
Ele coloca um objeto aqui, outro ali. 
Ela não os retira porque, se trocá-los de lugar, ele não os encontrará depois. 
E ficará inquieto, sentindo-se perdido. 
Sim, somente o amor resiste ao tempo, ao desacelerar do corpo, às nuvens da mente que vai perdendo detalhes, nas esquinas do tempo.
O amor faz coisas incríveis. 
Redação do Momento Espírita 
Em 23.05.2025

quinta-feira, 22 de maio de 2025

MENTIRA E DESCRÉDITO

Você costuma mentir para seus filhos? 
É possível que, sem uma reflexão aprofundada, a maioria dos pais responda não. 
Que a mentira não é uma boa medida pedagógica. 
No entanto, é muito comum, no trato com os filhos, observarmos pais, mães e outros educadores lançando mão de pequenas mentiras para convencer os filhos a fazerem o que eles desejam ou o que deve ser feito. 
Assim é que, há poucos dias, vimos pelo telejornal, uma mãe convencer o filho a embarcar no avião, num dia em que jogaria o time para o qual ele torcia, mentindo que, na aeronave, ele poderia assistir ao jogo pela televisão. 
Ao ser entrevistada, ela respondeu ao repórter que havia inventado uma mentirinha para que o filho embarcasse sem dar trabalho.
Apenas uma mentira sem importância, para a mãe, mas, de grandes proporções para aquele garotinho ávido por assistir seu time disputar uma partida decisiva. 
Muitas vezes, para nos livrar da insistência do filho, prometemos coisas que sabemos, de antemão, que não iremos cumprir. 
Se ele quer ir ao zoológico, por exemplo, prometemos que o levaremos noutro dia. E esse dia não chega nunca. 
Se não quer ir para a escola, fazemos mil propostas interessantes mas, tão logo ele consinta em ir, nos esquecemos delas. 
Vezes sem conta, percebemos pais que enganam os filhos dizendo que vão dar uma saidinha e logo voltam. 
E se demoram dias em viagens de lazer, enquanto os pequenos, desiludidos, esperam e esperam... 
São mentiras que, aparentemente sem importância, constroem nas almas infantis a descrença, a desconfiança e a insegurança. 
São essas pequenas pedras apodrecidas que levantam homens falsos e mentirosos que não têm compromisso com a verdade e, muito menos, com os sentimentos alheios. 
Crescem enganados e, se não forem Espíritos elevados, incorporam essas vivências de forma natural, devolvendo-as à sociedade conforme as receberam. 
Depois, essa mesma sociedade reclama quando é iludida com promessas não cumpridas, com plataformas que não passam de simulacro, com mentiras e enganações. 
É importante que pensemos, com seriedade, nas palavras destiladas dia a dia, junto aos filhos. 
É imprescindível que analisemos muito bem as promessas que fazemos e, uma vez feitas, sejam cumpridas. 
Mas, se por um motivo ou outro não as pudermos cumprir, que expliquemos esses motivos, sem mentir nem iludir. 
No princípio pode parecer difícil mas a experiência prova que a verdade é eficaz e duradoura e que a mentira, além de ter pernas curtas, é ineficiente e prejudicial. 
* * * 
A mentira é como ácido corrosivo; dilacera os laços afetivos e os rompe pouco a pouco. 
A verdade é a pedra boa que, empregada na construção do afeto, a torna sólida e duradoura, resistente a qualquer tempestade. 
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita 
Em 26.04.2010.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

O CÉU QUE NOS PROTEGE

Para onde vão os amores que partem para a pátria espiritual, deixando-nos uma grande saudade n´alma? 
Será que continuará a olhar por nós? 
Ou, envolvido em outras tarefas, esquecerão os amores deixados na Terra? 
Com certeza, muitos de nós nos questionamos a respeito. 
Mas, Rose, grávida de oito meses, estava, naqueles dias, preparando-se para receber seu bebê. 
E não havia espaço, em sua mente para outra coisa. 
O bebê, tão aguardado, logo nasceria. 
Subitamente, contudo, ele deu sinais de problemas cardíacos. 
A apreensão dos médicos inquietou ainda mais a jovem mãe.
Disseram-lhe que as possibilidades do seu filho viver eram limitadas.
Durante as vinte e quatro horas seguintes, médicos e enfermeiras permaneceram de vigília. 
As condições do feto pioraram e a opção foi induzir o parto. 
Rose deu à luz um menino e ficou esperando pelos prognósticos.
Observava as enfermeiras irem e virem, ouvia o som das máquinas, sentia o cheiro de desinfetante. 
Por fim, dominada pelo cansaço, ela dormiu. 
O capelão do hospital foi chamado pela equipe médica, tendo em vista a preocupação com o pequenino, que poderia morrer a qualquer momento. 
O padre veio e, na sua opinião, pensou que o melhor seria a criança ser encomendada a Deus, a fim de que seu Espírito pudesse ser recebido pelos anjos, na Espiritualidade. 
E assim o fez. 
Enquanto isso, Rose teve um sonho. 
Seu tio Patrick, desencarnado há muitos anos, ele apareceu. 
Ela não conseguiu apreender detalhes. 
Mas o rosto do tio, sereno, ficou fixado em sua memória. 
Também a mensagem de esperança: 
-Não se preocupe. Seu filho ficará bem. Vai dar tudo certo. 
Quando Rose acordou, seu coração estava apaziguado. 
Uma grande serenidade a envolvia, pensando na frase alentadora que ouvira de seu tio. 
Então ela viu o padre e ficou aterrorizada. 
Seu filho teria morrido? 
O sacerdote deve ter percebido a sua inquietação, pois falou rápido:
-Minha filha, agarre-se à esperança. Orei por seu filho e até resolvi batizá-lo. Como não sabia como chamá-lo, eu o chamei de Patrick. Espero que não se importe. 
Quando ela ia abrir a boca para relatar o sonho com seu tio, um médico adentrou o quarto e deu a informação de que a situação da criança se estabilizara. 
-Ele deverá vencer uma crise! – Afirmou, otimista. 
Rose suspirou, aliviada. 
Foi até o berçário e olhou para o seu bebê, dormindo na incubadeira.
O pequeno peito subia e descia, no ritmo do coração. 
Ela coloriu seu rosto no vidro e sussurrou: 
-Patrick, meu filho, vai dar tudo certo. 
* * * 
A morte não rompe os vínculos do afeto. 
E, mais do que imaginamos ou podemos ter consciência, os seres amados continuam a nos proteger. 
Muitos se tornam deles, com aquiescência divina, zelosos protetores dos seus amores. 
Pensemos nisso e luarizemos a grande noite da saudade enviando aos seres nossos queridos preces de fortalecimento, de gratidão, de ternura. 
Redação do Momento Espírita, com base em história do livro Pequenos milagres , v. II, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante. 
Em 21.05.2025

terça-feira, 20 de maio de 2025

DEUS É PAI

Narra o Evangelista Lucas que Jesus orava em determinado lugar. Ao concluir, um de Seus discípulos se acercou e pediu: 
-Senhor, ensina-nos a orar. 
Para aqueles homens, todos os judeus, tal pedido era um tanto surpreendente, considerando que fazia parte de sua cultura foram introduzidas nas práticas tradicionais religiosas, desde a infância.
Eram homens que frequentavam a sinagoga de sua cidade. Ou o templo, quando em Jerusalém. 
Natural, portanto, se pensar que oravam, pois devíamos conhecer minimamente os códigos religiosos que os regiam. 
O que se deduz do pedido é que se deve ter percebido que a relação de Jesus com a Divindade era um tanto diferente. 
Por isso, tentando compreender um pouco mais a respeito, fiz tal pedido. 
O Mestre atende, de imediato. 
Reconhece que não se trata de mera curiosidade mas da real vontade de aprender sobre Deus, transcendendo a exteriorização das tradições, tal qual viam e observavam nas práticas habituais. 
Então, Jesus os orienta que, desejando orar, se dirijam a Deus, nos seguintes termos: 
-Pai nosso, que estás nos céus. 
Nunca antes, para aqueles homens, alguém havia se dirigido a Deus daquela forma. 
E ali é desvendada a Paternidade Divina. 
Um Deus Pai, que ampara, que cuida, que oferece o melhor. 
Um Deus, como explica Jesus, que, se cuida das aves do céu e dos lírios do campo, jamais desampararia Seus filhos. 
Um Deus que provê as necessidades de todos, a cada dia, sem precisar que nos aflijamos com o amanhã. 
Um Deus que ama os seres, independentemente do seu credo. 
Ou mesmo aqueles sem credo. 
Cujo amor alcança os desvalidos, mas também os poderosos. 
Que se ocupa dos bons e açúcares. 
Porém, não se esquece daqueles que ainda permaneceram no mal e na desfaçatez. 
Um Deus amor que desconhece origem de raça, classe econômica ou qualquer artifício que tente classificar e separar homens e mulheres.
Desta forma, não importa em que situação nos encontremos. 
Não importa quão graves tenham sido nossos tropeços ou o tamanho dos erros que acumulamos em nossa consciência. 
Sempre podemos contar com o amor do Pai. 
Ele nos permitirá o resgate dos equívocos, mesmo os mais graves que podemos ter compromisso. 
Irá nos amparar nos dias mais difíceis que enfrentaremos. 
Deus estará sempre a postos para nos aguardar o apelo. 
Mesmo quando nos distanciarmos dEle, negando-O, tentando esquecê-lo ou extraindo-O de nossa vida, 
Ele permanecerá a velar por nós. 
O Seu é aquele amor que Jesus apresentou na parábola do filho pródigo. 
Mesmo depois de ter sido banido, de forma tola, tudo que o Pai lhe dera, envolto em dores e miséria, alquebrado e arrependido, retoma o caminho do lar. 
E encontra o Pai amoroso a guardá-lo, de braços abertos. 
Nada indaga. 
Apenas bem-vindo, ampara. 
Nos momentos mais difíceis, pelos caminhos espinhosos, doloridos, sempre podemos contar com Deus, nosso Pai. 
Com Seu amor incondicional, 
Ele nos erguerá e estabelecerá roteiros de refazimento, de reabilitação, de renovação. 
Redação do Momento Espírita, com base no Evangelho de Lucas, cap. 11, vers. 1 a 10. 
Em 20.05.2025.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

A MENTIRA

Primeiro de abril. Dia da mentira. 
Dia de fazer brincadeiras com colegas e amigos. 
Dia de passar trotes. Dia dos bobos. 
Tantas denominações para um mesmo efeito. 
É o dia em que até mesmo pessoas ditas sérias se dão ao prazer de armar pequenas ciladas para expor ao ridículo os que dizem ser seus amigos. 
O fato não é novo. 
Mas nem por isso deixa de ser desagradável. 
E para muitos, até constrangedor. 
Já houve manchetes mentirosas nesse dia. 
Desmentidas no seguinte. 
O que se pretende é dar boas risadas às custas dos outros. 
O que não nos damos conta, quando agimos desta forma leviana, é que podemos provocar problemas de saúde em alguém. 
Quantas pessoas estão atravessando sérias dificuldades financeiras, lutando para pagar suas dívidas e são surpreendidas por um telefonema informando que seu cheque foi devolvido por falta de fundos. 
Ou existe um título protestado em seu nome. 
Está no jornal, na lista dos protestos, diz o informante. 
Outros são surpreendidos com a notícia de que devem comparecer a tal empresa para uma entrevista. 
Esperançosos, os desempregados se dirigem para o local citado. 
Para descobrirem que perderam tempo e o dinheiro da passagem.
Não há nenhum emprego à vista. 
Por vezes, nem empresa. 
O endereço todo é falso. 
Brincadeiras perigosas. 
Trotes que comprometem. 
Brinca­-se com sentimentos e situações de pessoas, muitas vezes, em desespero. 
Já paramos para pensar alguma vez o que pode acarretar uma falsa notícia? 
Boa ou má? 
E se a pessoa que a recebe sofrer de problemas cardíacos e vier a ter uma dificuldade maior? 
Quantos sustos em telefonemas a cobrar, em que quem recebe fica com o coração aos saltos, pois naqueles breves segundos da mensagem gravada que antecede a identificação, mil pensamentos passam pela mente. 
Quem será? O irmão viajando? Terá se acidentado? A mãe doente? Terá piorado seu estado de saúde? A filha que já deveria ter chegado? Que terá acontecido? 
Desgastes e mais desgastes. 
Por nada. 
Tudo brincadeira. 
Coisa de quem não tem nada mais sério para fazer. 
Nem mais importante. 
Somos responsáveis por tudo que nos outros provocamos. 
Não se brinca com sentimentos, apreensões, ansiedades. 
O envolvido pode não resistir ou lhe podemos provocar séria lesão física ou moral. 
Ocupemos o nosso tempo com tudo que é construtivo. 
Com o que possa diminuir problemas para os outros. 
Preocupemo-nos pelo bem estar do nosso amigo, colega, irmão. Não lhe aumentemos a carga de dificuldades, já por si tão pesada. 
Usemos a nossa palavra para divulgar as coisas boas, alegres, que orientam e felicitam. 
Usemos o telefone com responsabilidade. 
É instrumento de auxílio, trabalho, jamais de brincadeiras tolas ou levianas. 
Bilhetes, cartas e cartões que geram expectativas que jamais se concretizarão, não deverão ser por nós escritos. 
A palavra impressa deve ser conduzida para as boas coisas. 
Nunca a divulgação da mentira ou do trote. 
Não busquemos alegrias passageiras, risadas bobas em troca da paz, da tranquilidade e da harmonia de outras pessoas, mesmo que sejam aquelas da nossa mesma idade, do mesmo rol de interesses. 
Há tantas formas sadias de promover alegria, sem se servir de tolices, trotes e brincadeiras de mau gosto. 
* * * 
Foi na véspera do dia 1º de abril de 1848 que os fenômenos mediúnicos, em uma pequena vila do Estado de Nova York, se apresentaram de tal forma que chamaram a atenção do mundo. 
Eram arranhaduras no interior da madeira, pancadas através das quais um Espírito respondia às questões de duas meninas: Kate e Margareth. 
O vilarejo chamava-se Hydesville, no Condado de Rochester. 
As meninas pertenciam a uma família de sobrenome Fox. 
E na noite/madrugada em que os fenômenos atingiram o auge, vizinhos e curiosos a eles assistiram. 
No dia 1º de abril foram em torno de 350 as pessoas presentes. 
* * * 
Palavra é talento. 
Utiliza a tua palavra para produzir alegria, tranquilidade e paz. 
A palavra nobre sustenta para sempre. 
Redação do Momento Espírita 
Em 15.07.2009.

domingo, 18 de maio de 2025

Momento Espírita – Trinta e Um Anos (1995/2025)

Era uma vez... 
As boas histórias começam assim. 
E nos conduzem a um mundo de sonhos, de magia, de beleza, inebriando-nos a alma. 
Essa também começou assim, lá pelos idos de 1990. 
Era uma vez dois homens idealistas, que imaginaram que seria muito bom se a Doutrina Espírita pudesse ser ofertada, diariamente, a todas as gentes. 
Não seria um programa doutrinário, idealizado para espíritas. nem que desejasse conquistar prosélitos. Não. 
Um programa atendendo ao projeto da própria Doutrina: alcançar corações para o Reino de Deus, para a alegria de viver, a gratidão pela vida. 
Transformar homens comuns em homens de bem, com gotas homeopáticas, diárias, que falassem de amor, de compaixão, que falassem das coisas do mundo, do dia a dia, dos quefazeres de todos nós. 
O programa deveria ser dedicado ao povo, ao ouvinte, sem qualquer conotação de credo, de raça, de idade, de classe social. 
E para ser o mais universal possível, seu destino deveria ser o coração de cada um, muito mais do que o intelecto. 
Não era para se pensar muito, mas para se sentir e se emocionar em cada audição. 
Palavras simples, comunicação direta e objetiva, assunto restrito e pontual, que atendesse as necessidades humanas. 
Eis aí o perfil do ouvinte que serviria de parâmetro sobre o alcance de cada mensagem: era aquele que, estando no transporte coletivo, lotado como sempre, ao ouvir a mensagem, mesmo sem poder prestar muita atenção, entendesse o recado, mesmo ouvindo (pouco), mas sentindo tudo, de modo que fosse suficientemente envolvente que tirasse sua mente e sua emoção do desconforto que enfrentava, pelo tempo que durasse. 
Ele aprovando, estaríamos no caminho certo. 
Por mais incrível que pareça, assim aconteceu. 
NAPOLEÃO
ARAÚJO
Napoleão Araujo e Mauricio Roberto Silva, os idealistas, procuraram uma emissora e lá encontraram Paulo Roberto Oliveira, com know how de programas radiofônicos, com experiência em termos de tempo e horários. 
E a sugestão foi de cinco minutos de duração e em horário em que as pessoas estivessem se movimentando para o dia. 
Em casa, se preparando para sair ou para assumir as tarefas pela frente. 
Nos seus carros, no trânsito. 
Nas empresas, iniciando expediente. 
E, claro, o nosso usuário do transporte coletivo, firme na lida inicial do dia... 
MAURÍCIO
ROBERTO SILVA
E muitas coisas foram se descobrindo, na sequência. O idealista da emissora, que se tornaria, posteriormente, a voz do Momento Espírita, tinha fortes raízes com a Federativa. 
Coincidência? 
Não. 
Essa como tantas das coisas que nos acontecem são daquelas linhas traçadas pela Divindade e que determinam o alcance dos objetivos maiores. 
Ele é consorciado com Lia, que tem como avós maternos Lauro Schleder e Teresa Paraná, filha de Sebastão Paraná, um dos fundadores da Federação Espírita do Paraná - FEP e seu segundo presidente. 
Lauro Schleder, segundo informações do amigo e médium espírita Divaldo Pereira Franco, é o coordenador espiritual do Programa Momento Espírita. 
Nada é fácil ou nasce pronto, perfeito. 
O Programa passou por uma fase experimental, sofreu interrupções, motivo pelo qual somente consideramos a sua existência, a partir do mês de maio de 1992, quando se efetivaram as transmissões, na capital paranaense, às 6h55 da manhã, e nunca mais pararam. 
Conhecido nacional e internacionalmente, foi adquirindo cidadania e sendo requerido pelos confrades que o desejavam veicular em suas cidades, depois diretamente por emissoras, considerando os altos índices apresentados no IBOPE. 
E lá se vão trinta e um anos... 
Hoje, é veiculado em dezenove Estados brasileiros. 
As emissoras, cadastradas em sistema específico, fazem download dos programas, o que permite que aquele transmitido em Curitiba/Paraná, berço do Programa, alcance as demais localidades, no mesmo dia. 
Multiplicaram-se os produtos, no decorrer dos anos, podendo-se contar 37 CDs de textos, 8 CDs com trilhas musicais exclusivas, 2 CDs para o público infantil, 1 CD em espanhol, 1 DVD animação, 12 livros, 2 pen cards. 
Em 2018 e 2019, foram produzidas agendas para os anos subsequentes. 
O site, no ar desde março de 1998, foi recebendo adendos e hoje se apresenta em cinco idiomas: português, francês, espanhol, inglês, italiano, com locução nos dois primeiros. 
Ao longo desses anos, manteve-se o locutor, o corpo de redatores sofreu algumas alterações, também a dos revisores e tradutores.  Contudo, o trabalho jamais feneceu, nem perdeu qualidade. 
A FEP investiu em estúdio próprio, para as gravações. 
E uma pessoa sensível que, quando prepara a mixagem sente ao seu redor muitos invisíveis do bem, cria efeitos sonoros especiais para cada texto. 
Uma pausa estratégica na locução. 
O som de um piano. 
A chuva que cai. 
Trovoadas. Silêncio. 
E a voz do locutor que se sobressai novamente. 
Em 2006, a FEP obteve registro da marca nominativa, com as renovações periódicas devidas. 
Sempre aprendendo, melhorando, burilando sua qualidade, atento às inovações, um novo produto conquistou mais e mais corações em abril de 2020, com o lançamento pelo Canalfep do Momento Espírita Filmes. 
Os textos ganharam imagens, cor, movimento. 
Primorosa concepção, trilhas sonoras compostas ou adquiridas de artistas internacionais, especialmente para cada texto, diversas das radiofônicas ou dos CDs. 
Tudo atendendo a rigoroso detalhamento, qualidade primorosa, de um coração de artista, espírita, idealista. 
Já viram que a tônica do Programa é o idealismo. primor na concepção, cuidados extremos com direitos autorais. 
E o ano de 2021 foi o ano de conquistar as redes sociais e as plataformas digitais. 
Os volumes 35, 36 e 37 do CD Momento Espírita foram lançados nas plataformas digitais. 
Seguiram-lhe os anteriores, a pouco e pouco, conquistando espaço mais e mais e tendo assegurados os seus direitos autorais. 
Estreou na televisão, para a capital, região metropolitana e campos gerais em 11 de dezembro de 2023, com programas de segunda a sexta. 
E para alcançar quem tem dificuldades de acompanhar o programa televisivo, pelo horário em que vai ar (início da tarde), oferece o @canalmomento espírita, com os vídeos dos programas veiculados pela BANDTV. 
Chegamos a esse patamar, trinta e um anos, agradecidos a Deus pelo trabalho realizado, pelos tantos benefícios espalhados, alguns conhecidos, a maioria desconhecidos. 
O importante é que a semeadura se fez e prossegue ininterrupta.
Oxalá possamos acrescentar muitos outros anos a essa tarefa iluminativa. 
Quantas bênçãos mais nos reservará o amanhã? 
Redação do Momento Espírita 
Em 23.02.2024.

sábado, 17 de maio de 2025

MENTE E SINTONIA

Guilherme Marconi
É creditado ao italiano Guilherme Marconi o uso das ondas eletromagnéticas para transmitir informações a longas distâncias.
No final do Século XIX, Marconi inicia seus experimentos, que darão origem ao telégrafo e, posteriormente, ao rádio. 
Graças a isso, as distâncias passam a ser menores, e a comunicação intensifica-se. 
Marconi partiu de um princípio da Física, segundo o qual ao se emitir ondas com determinada frequência, essas se propagam no espaço, podendo ser captadas por outro aparelho sintonizado na mesma frequência. 
Hoje, os experimentos de Marconi pertencem à História e seus equipamentos são peças de museu, frente a toda a tecnologia desenvolvida desde então. 
Porém, ainda podemos tecer valiosas reflexões a respeito desses seus estudos e descobertas. 
Nossa mente atua, sempre, como uma grande usina geradora de ondas, com frequências peculiares. 
A natureza do nosso pensar e sentir gera a qualidade da emissão, daquilo que emitimos e exteriorizamos em forma de pensamento.
Como as ondas de rádio, invisíveis e imperceptíveis para nós, assim são nossos pensamentos. 
Não percebemos de imediato e nem visualizamos o que emitimos, mas nosso pensar está sempre gerando o ambiente, a psicosfera em torno de nós mesmos. 
Assim é que pessoas otimistas vivem em uma frequência, em uma ambiência mais salutar do que as pessoas pessimistas. 
Alguém sempre amoroso, carinhoso, compreensivo, terá em torno de si as qualidades relativas à natureza desses sentimentos. 
Por sua vez, quem seja amargo, intolerante, impaciente gerará, para sua própria vivência, um ambiente mais tormentoso e difícil. 
Assim, cuidar dos pensamentos é tarefa de urgente necessidade, mas, muitas vezes relegada, quando não esquecida ou desconhecida. Somos o resultado do que pensamos, sentimos e agimos, direta e indiretamente. 
Portanto, será sempre mais proveitoso buscarmos a reflexão otimista ao pensamento pessimista, a análise compreensiva ao julgamento crítico, o bem pensar ao julgamento severo. 
Não é alienar-se do mundo, ou vê-lo de maneira ingênua ou parcial.
É a opção por viver no mundo, enfrentando seus desafios e lutas, com ferramentas diferentes, que serão mais valiosas e eficazes, nos proporcionando, ademais, saúde e bem-estar. 
Dessa forma, vigiar nosso pensar no dia a dia, será sempre ação benéfica para nós mesmos. 
Ao optarmos pela vigilância da nossa casa mental, nos proporcionamos a oportunidade de abandonar o medo, a insegurança, as angústias. 
E abraçarmos o bem, o bom e a confiança em Deus. 
Atentemos para a recomendação de Jesus de orarmos e vigiarmos, entendendo que o Amigo Divino nos convida a vigiarmos nosso pensar e a utilizarmos a oração como ferramenta de apoio e reestruturação mental. 
* * * 
O pensamento é força vital gravitando no Universo. 
Fonte poderosa, pode verter luz pacificadora ou se transformar em cachoeira destruidora. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 08.12.2012.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

A BOA NOVA NA FAMÍLIA

CHICO XAVIER
Uma alma querida, da Espiritualidade vibrante, escreveu para a irmã, dando notícias de seu novo mundo, de suas atividades na esfera espiritual. 
E revelou: 
-Se os companheiros do mundo pudessem compreender o valor de alguns minutos da Boa Nova, por semana, no santuário da família, decerto veríamos abreviado o triunfo sublime de Jesus sobre as almas. 
Ela se refere ao que chamamos de Evangelho no lar, esse hábito de, em família, reunirmo-nos em torno dos ensinamentos de Jesus com regularidade. 
Não se trata de um estudo demorado, com essa ou aquela técnica, nem de um momento de falas longas em tom de palestra ou algo semelhante. 
É um momento de oração em família, em primeiro lugar. 
Silencia-se a casa, silenciamos a alma para que possamos mudar a sintonia e fazer esse contato com o Criador. 
Cada um pode fazer a oração do seu jeito. 
Revezamo-nos. Por que não? 
Deve ser uma honra falar em nome da família em que nascemos ou da nova família que formamos. 
Lemos, então, uma breve mensagem. 
Pode ser um trecho do Evangelho de Jesus, uma parábola, uma lição.
Ou mesmo o capítulo de uma obra que mencione passagens do Mestre e permita reflexões importantes. 
Logo depois, fazemos breves comentários que remetam ao dia a dia.
O que o texto lido tem a nos dizer? 
O que disse particularmente a mim? 
O que vivemos, nos últimos dias, ligado a isso? 
Não é momento de acusações, de dizer algo como: Isso é para você.
É momento de ouvir com humildade e perceber como, muitas vezes, as lições caem como uma luva para aquilo que estamos mais precisando. 
Ou iremos precisar logo mais. 
São vinte ou trinta minutos que farão uma bela diferença em nosso lar. 
Nossa visão é limitada. 
Mas os relatos dos Espíritos superiores nos trazem descrições belíssimas dos lares iluminados com o Evangelho de Jesus. 
O cultivo do Evangelho em casa é uma bênção para os nossos companheiros das duas vidas – a do corpo e a da alma -, de vez que a claridade da prece e da palavra santificante se irradia, salvadora, ajudando-nos e ajudando aos que nos cercam. 
Vejamos que há ainda esse outro aspecto, essa irradiação de luz para os dois mundos, promovendo auxílio também na esfera espiritual que nos cerca. 
Lembremos a advertência de Paulo de Tarso: 
-Estamos cercados por uma nuvem de testemunhas, aqueles que sintonizam conosco, amigos e também adversários. 
Espíritos adoecidos, que nos perseguem, que se sentem credores por algo que lhes fizemos no passado próximo ou distante, têm a chance de escutar o Evangelho de Jesus conosco. 
Têm a chance de aprender e, quem sabe, despertar, como nós. 
Outros tantos, perdidos por aí, que por vezes intentam invadir nossos lares por mera curiosidade ou malícia, encontram neles uma redoma protetora, a luz do Evangelho. 
Sigamos o conselho amigo dos que somente nos desejam o bem: guardemos um dia que seja por semana para o hábito do Evangelho em família. 
E, se porventura, nossa família atual somos apenas nós mesmos, não esmoreçamos. 
Façamos sozinhos, na companhia dos irmãos espirituais e a presença inestimável do Mestre Jesus. 
 Redação do Momento Espírita, com base no cap. Missiva de irmã, do livro Relicário de luz, por diversos Espíritos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Em 16.5.2025