Andrey Cechelero
Quando, mãe, poderás dormir tranquila?...
Quando a guerra acabar;
Quando o filho crescer;
Quando a noite alvorar;
Quando o frio ceder.
Quando poderás respirar fundo?...
Quando o medo se for;
Quando a fome calar;
Semente surgir flor;
E rio render-se ao mar.
Quando, mãe dedicada, secarão tuas lágrimas?...
Quando o mal desistir;
Quando o fio terminar;
Quando Gaia sentir;
Que já sabe te amar.
***
Mãe, falamos ao teu coração.
Por vezes tua maternidade parece um oceano de aflições.
Teu corpo, tua saúde aparentam não terem estrutura para suportar o fardo que tal missão carrega.
As turbulências emocionais, por outro lado, alertam que podem trazer teu voo para um pouso forçado a qualquer instante.
Acalma teu coração, mulher.
Não terias recebido tal atribuição elevada se não fosses capaz de desempenhá-la.
O Pai amoroso conhece os Seus filhos e conhece em especial o coração das mães.
Não os desampara. Não os deixa sem forças. Não os deixa sem respostas.
Importante que sintonizes com Ele pela oração sempre que possível. Uma conversa corriqueira de mãe para Pai. Perceberás como as intuições serão mais abundantes.
Quem recebe tarefas nobres do Alto, igualmente é munido de recursos especiais.
Encontra tais recursos em ti. Encontra-os na Espiritualidade presente ao teu lado.
Nunca esperes facilidades e nunca compares teu lar com outros lares. Cada família tem um compromisso, uma particularidade e uma história pregressa distinta escrita nos livros do tempo.
Importante também recordar que os encargos de grande valor exigem sacrifício extremo. Exigem doação em seu nível máximo. Por isso são os que mais nos fazem crescer.
Não esperes resultados imediatos. Mães são semeadoras. Cuidam da semeadura e não da colheita.
Não aguardes retribuições. O bem alimenta a si mesmo. Ele não depende da confirmação ou do reconhecimento alheio.
Percebe, por fim, nas entrelinhas da vida e dos acontecimentos, que ao te doares por inteiro, estás construindo em ti igualmente um novo ser, mais maduro, mais sensível, que é capaz de dar a vida por outro – algo que só é possível encontrar nas grandes almas.
A maternidade fará com que conheças nuances do amor, delicadezas da alma, sutilezas do sentir, presentes apenas em mundos superiores ao nosso.
A dor irá te visitar... É certo. E saberás colocá-la em cômodo amplo e confortável dentro da mansão de tua alma, como ninguém mais o saberia fazer.
Nada no mundo é tão divino como ser mãe, cocriar, dar à luz um ser que quer ser novo, que precisa renascer para prosseguir sua marcha.
Por isso, mãe querida, permanece vestida de coragem e abnegação.
És uma força da natureza. Teu coração pulsa no ritmo do coração do planeta, nossa Gaia viajante do espaço infinito.
E nosso Grande Pai te cuida de forma toda especial, todos os dias de tua vida.
Redação do Momento Espírita. com base no poema
Para ninar coração de mãe, de Andrey Cechelero.
Em 11.5.2023.
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