Desde criança nossas ações são influenciadas profundamente pelos referenciais que temos mais próximos de nossas vidas.
Entendemos hoje que a família é o primeiro modelo de comportamento que o infante tem à sua disposição e que será de suprema importância em seu desenvolvimento.
Foi assim que, entendendo esta característica humana milenar, Allan Kardec, iniciando a exposição das Leis Morais em sua obra-prima, O livro dos Espíritos, inquiriu à Espiritualidade:
-Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
Há sabedoria na pergunta kardequiana, que inicialmente vê como indispensável termos referencial, e depois na solicitação de um tipo mais perfeito.
Sim, precisamos ter um Guia e Modelo acima de todos os outros.
Um inquestionável, que apresente todas as características de perfeição possíveis.
A resposta dos Espíritos é muito clara e objetiva:
-Jesus.
Logo em seguida, o professor lionês faz um comentário esclarecedor:
-Para o homem, Jesus constitui o tipo de perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra.
Deus no-Lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor(...)
Aí está Kardec ressaltando uma vez mais a idéia de Modelo e Guia proposta por ele mesmo no questionamento inicial.
Faz-se mister que diferenciemos, didaticamente, estas duas características desse Mestre maior, para que nos aprofundemos mais nas reflexões.
O que podemos entender por modelo?
Modelo seria uma forma típica para se reproduzir ou imitar.
Para os pintores, escultores, o modelo é a figura a ser copiada, ou a referência única de inspiração para se compor uma obra.
No mundo da moda, os modelos são padrões de beleza ditados por esta ou aquela corrente, neste ou naquele momento da História.
Entender Jesus como Modelo, é perceber em Seus atos, em Suas atitudes, na maneira como procedeu nesta ou naquela situação, uma referência atemporal a ser imitada.
Quando o Mestre proclama, heróico:
-Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei comigo que sou manso e humilde de coração,
Ele nos diz:
-Percebam Minha mansidão ao enfrentar as adversidades da vida. Mirem-se na Minha humildade, virtude que já tenho conquistada, para que vocês construam a sua.
Em outra feita, quando nos momentos finais de sua vida na Terra, pede ao Pai Maior que compreenda os que O estavam assassinando, Ele exemplifica o perdão incondicional.
Nas entrelinhas poderíamos ler:
-Inspirem-se no Meu exemplo. Estou compreendendo, perdoando aqueles que Me matam. Façam o mesmo.
O que podemos entender como Guia?
Guia é aquele que aponta o caminho, que conduz, que aconselha.
E o Cristo sempre foi o Guia por excelência, mostrando-nos todos os caminhos seguros, alertando-nos sobre as trilhas incertas e perigosas.
Jesus estava sendo Guia quando disse:
-Aquele que quiser ser o maior dentre vós, seja o servo de todos.
Ele apontava assim o caminho da grandeza de Espírito, a grandeza de quem serve.
Ao recitar as bem-aventuranças, Ele deixava claro quais as consequências de quem tomasse o caminho da misericórdia, do pacifismo, da pureza de coração...
Finalmente, coroando Sua missão como Guia e Modelo, deixa-nos Seu maior ensinamento:
-Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.
Como Guia lúcido, indica o caminho seguro do amor.
Como Modelo irretocável, sugere-nos que nos inspiremos em Sua forma de amar, na maneira sublime com que amou a Humanidade inteira.
Redação do Momento Espírita com base no item 625, de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Disponível no Cd Momento Espírita Especial de Natal, v. 15, ed. Fep.
Em 31.01.2010.
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