JOANNA DE ÂNGELIS E DIVALDO PEREIRA FRANCO |
Cansados, não viam a hora de terminar e entregar a tarefa.
Elizabeth fazia os últimos retoques quando os colegas tiveram uma controvérsia.
Ela recomendou calma para que tudo acabasse bem, mas os rapazes se alteraram em demasia.
Num momento de irritabilidade, Pedro, ao se levantar da cadeira esbarrou na mesa, derrubando tinta sobre a pasta do trabalho quase pronto.
O clima ficou demasiadamente tenso.
Troca de acusações, desespero porque, afinal, o prazo era curto para refazer tudo.
Na sequência, houve choro, xingamentos, vozes alteradas.
Teriam que negociar com o professor mais tempo para refazer o trabalho.
Elizabeth disse que os acompanharia, mas que o encargo de falar seria dos dois que causaram o acidente.
Que situação haviam criado!
* * *
A irritação, que manifestamos repentinamente, é um fator de frequentes conflitos.
Provocando descargas de adrenalina na corrente sanguínea, altera nosso equilíbrio orgânico e, sobretudo, o emocional.
Muitas vezes, o cansaço é o responsável por essa crise.
Essa inimiga se manifesta em forma de impaciência e nos torna indelicados e rudes.
A expressão dura produz igual reação em quem a recebe e revida com descarga mental de revolta e antipatia.
A primeira atitude que devemos ter, quando percebermos em nós manifestações de irritação constante, é examinar-lhe a procedência.
E se o fato se repete e se reprisa, aconselhável buscarmos ajuda especializada antes de perdermos amizades caras ao coração ou magoarmos aqueles que nos amam.
Conhecer nossas emoções sempre nos fará perceber o que precisamos modificar em nós.
Tenhamos em mente que a irritabilidade é espinho cravado nas carnes da emoção, que deve ser extirpado.
Quanto mais permanece, piora o estado de quem o conduz, gerando infecções duradouras e perniciosas.
Se somos uma pessoa irritável, facilmente demonstramos nosso mau humor e insatisfação.
Isso porque trazemos essas sementes na intimidade, na qualidade de sentimentos agressivos e amargurados.
Nossa conduta se torna intratável e passamos a ser conhecidos como os que estragamos o ambiente em que nos encontramos.
Tornamo-nos pessoas de difícil trato, nos sentindo felizes quando desagradamos ao outro; quando vemos os outros em maus lençóis.
Com tais disposições, naturalmente iremos criando uma aura de antipatia ao nosso redor, afastando as pessoas, que declinarão da nossa companhia, em qualquer circunstância.
Tenhamos em mente, portanto, que a verdadeira felicidade não causa dor nem sofrimento.
Que os sentimentos doentios gastam mais energias para se manifestar do que aqueles revestidos de amor verdadeiro.
Que temos liberdade de escolha para nossas opções, mas teremos que responder por todas as escolhas feitas.
Que é muito mais fácil e gratificante optarmos pelo sentimento que nos conduzirá à convivência feliz.
Como somente o amor tem a função de unir, com a possível brevidade, treinemos humildade e oração.
A humildade fortalecerá nossa paz íntima e a oração nos dará forças para vencermos a fraqueza cruel.
Sigamos nossa caminhada, pacificados, deixando a irritabilidade simplesmente como uma experiência no nosso passado.
Redação do Momento Espírita, com pensamentos do cap. CXLVI,
do livro Vida Feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 07.01.2019.