sexta-feira, 3 de setembro de 2021

DOCES SONHOS

DANTE E BEATRICE
Quando renascemos, deixando as paisagens espirituais para a jornada de trabalho e crescimento na Terra, é comum que nossa alma, no transcurso dos anos, se sinta cansada. Cansaço que se reflete no corpo, e, podemos, se não tomarmos cuidado, adentrar pelas vielas do desânimo, da desesperança e até adoecermos. 
No entanto, a Bondade Divina estabeleceu que, num dia de vinte e quatro horas, registremos a necessidade do sono. Sono que se constitui em refazimento das energias físicas. É nosso momento de liberdade. Enquanto dormimos, a alma deixa o corpo, de forma parcial, e se dirige para onde a conduzem os sentimentos. Por isso, alguns de nós vamos a lugares onde podemos nos ilustrar um tanto mais, onde podemos estudar, aprender. Muitas vezes, quando no transcorrer das horas do dia, nossa mente fica detida em determinada problemática, buscamos orientação e auxílio no mundo de onde viemos. É comum sonharmos, então, com pessoas com as quais discutimos o assunto e, ao despertar, trazemos ideias para a solução do problema. 
A sabedoria popular classificou essa questão de uma forma muito simples dizendo que O travesseiro é bom conselheiro. Mas, aqueles que trazemos a alma saudosa dos amores que se foram e vivem a vida do Espírito, podemos ter encontros muito significativos. Simplesmente, vamos ao encontro deles, na pátria espiritual, em que se encontram. Vamos encontrá-los em jardins, em lugares que nos parecem paradisíacos. 
Eles nos conduzem pela mão, como Beatriz conduziu a Dante Alighieri, pelas estradas que ele considerou o próprio paraíso. 
Mostram-nos onde vivem, falam-nos do que fazem. 
E, cientes dos nossos problemas, nos estimulam a prosseguir, a não abandonar a arena da Terra. 
Retornamos, após as horas de sono, lembrando desses encontros. Lembranças vívidas, doces, felizes. 
Alguns poderemos trazer a exata impressão de um abraço apertado, de um aconchego ao peito, de muitas palavras pronunciadas, embora nossa mente possa não ter registrado a todas elas. 
Mas, dizemos, foi um encontro muito bom. 
Diminuiu a intensa saudade, colocou água fresca no vaso da sentida ausência física. 
Doces sonhos. 
Uma mãe encontra o seu pequeno que lhe diz: 
-Não chore mais, mamãe. Estou com Jesus. Estou bem. 
Um filho encontra os pais que lhe afirmam: 
-Estamos acompanhando o seu progresso. Vibramos para que consiga o diploma que almeja. Desejamos seja vitorioso. 
O noivo tem um encontro com a noiva que partiu antes mesmo das bodas a lhe dizer: 
-Amado meu, não fique cultuando tanto minha memória. Abra-se ao amor. Há caminhos à sua frente e estou me preparando para retornar aos seus braços. Aguarde-me. Não feche o seu coração. Não encerre sua vida como se tudo estivesse acabado. Amamo-nos, sim, mas o amor é sublime e tem muitas nuances. Voltarei aos seus braços. 
Doces reencontros. 
Bendito sono. 
Abençoados sonhos. 
Preparemo-nos, a cada noite, para o repouso físico. 
Preparemo-nos para benéficos passeios espirituais. 
Uma página salutar para higienizar a mente. 
Uma prece para dulcificar a alma. 
Redação do Momento Espírita 
Em 3.9.2021.

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