segunda-feira, 6 de setembro de 2021

OS AMIGOS ESPIRITUAIS

Aqueles dias se faziam desafiadores. 
Um vírus mortal se espraiara rapidamente por todos os continentes, colocando o planeta em estado de pandemia. 
O ano de 2021 iniciara e a infecção continuava a ceifar milhares de vidas, enlutando famílias indistintamente. 
Muito embora o esforço abnegado de mulheres e homens da Ciência, que desenvolveram vacinas para combater o vírus, naquele momento, ainda não se faziam acessíveis para todos. 
Foi nesse cenário que Estela viu seu núcleo familiar, aos poucos, se transferir do lar para os leitos de enfermaria e depois U T I. Primeiramente os pais, mais idosos, depois a irmã. Ela, logo em seguida, teve que buscar os recursos hospitalares. Adentrou ao hospital emocionalmente devastada. Às preocupações com os pais e a irmã, há dias internados, somavam-se agora com as do seu próprio estado de saúde. 
-Preciso me manter forte, preciso recuperar-me logo, para atender aos meus, pensava, enquanto era transferida para uma enfermaria. 
As noites se faziam longas, os dias intermináveis, na angústia da falta de notícia dos seus, na preocupação com seu refazimento. Naquela noite, em especial, não conseguia conciliar o sono. O silêncio natural da madrugada inundava a enfermaria e os corredores da casa hospitalar, porém, o sono teimava em não visitá-la. Foi quando, inesperadamente, um senhor de sorriso simpático adentrou ao local. Nunca o vira antes. Seu olhar calmo e acolhedor conquistou-lhe a confiança. A figura respeitável, o ar distinto, os modos gentis e a fala tranquila daquele senhor a envolveram e ela se acalmou. Ele perguntou sobre seu estado de saúde, como ela se sentia. Foram perguntas e mais perguntas, dessas próprias que médicos e enfermeiros fazem aos pacientes. Passou, então, a lhe prescrever alguns exercícios respiratórios, para acelerar a recuperação dos pulmões, um tanto comprometidos. Estela, tomada de curiosidade, perguntou se ele era médico, porque não lembrava de tê-lo visto anteriormente. Serenamente, ele respondeu que estava ali para ajudá-la. Disse que ela logo se recuperaria, que não precisava se preocupar. Que fizesse os exercícios indicados e seguisse a medicação prescrita pelos médicos. Ao final, perguntou se ela confiava nele, o que imediatamente respondeu de forma afirmativa. Pois bem, disse ele, então eu serei o seu anjo da guarda. Estarei aqui velando, cuidando de você e de sua família. Não se preocupe, tudo irá acabar bem. De imediato à sua saída, ela adormeceu tranquilamente. No dia seguinte, buscou informações sobre o médico que viera visitá-la tarde da noite. Descreveu-o com cuidado a todos que ali trabalhavam. Ninguém o conhecia. Nesse momento, ela entendeu que, efetivamente, ele era o seu anjo da guarda. 
* * * 
Assim são os amigos espirituais. 
Encontram os mais variados meios para nos auxiliar. 
Agem em nome da Providência Divina, a fim de que tenhamos amparo e proteção. 
Todos temos nossos anjos guardiães, que velam nosso caminhar e nos acompanham, na jornada terrena. 
São a manifestação do amor de Deus em nossas vidas. 
Redação do Momento Espírita, com base em fato ocorrido em Hospital da capital paranaense. 
Em 6.9.2021.

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