Saulo de Tarso, hebreu de tradição e formação religiosa estruturada nas mais célebres escolas de sua época, ganharia a história como Paulo, o Apóstolo dos gentios.
Foi a partir dele que se fundaram inúmeros núcleos cristãos nos entornos do Mediterrâneo, fruto de seu esforço e viagens incansáveis.
Porém, seus primeiros contatos com a mensagem da Boa Nova não foram amigáveis. Em sua fé, acreditava que os seguidores do Nazareno seriam uma grande ameaça para o judaísmo e, por isso, deveriam ser reprimidos em todas as suas expressões.
Nesse arroubo e certeza, foi ter com seu tutor, o sábio rabino Gamaliel, buscando orientação de como agir.
Com a sabedoria que os anos permitem, o velho Gamaliel expressa de uma forma simples, porém profunda, seu entendimento a respeito das coisas de Deus.
Quanto ao movimento nascente, refletia o ancião, se ele for de Deus, nada o poderá deter. E se não for, não vale a pena combatê-lo porque ele se diluirá por si mesmo.
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Muitos acontecimentos em nossa vida se sucedem assim. Vemos situações acontecerem, fatos se desenrolarem e não nos conformamos com o rumo que as coisas tomam.
Algumas vezes é a situação familiar desse ou daquele ente querido. Vários são os momentos em que isso ocorre em nosso ambiente profissional. E na vida em sociedade são inúmeros exemplos.
Ficamos revoltados algumas vezes, indignados, tantas outras, sem saber agir em incontáveis momentos.
Tentamos de alguma maneira mudar o curso de uma situação.
Pensamos várias estratégias, usamos de inúmeros recursos para colocar em ação nosso plano para mudar o rumo das coisas.
E, às vezes, esquecemos que acima de nós está Deus a cuidar de tudo e prover a todos nós do que nos é preciso física e moralmente.
Assim, é lícito e necessário que nossa ação se faça, frente às situações irregulares, aos descalabros do mundo, às injustiças e aos erros.
Porém, muitas vezes nos sentimos impotentes e frustrados, porque os resultados não são como esperávamos.
Empenhamo-nos e, aparentemente, nada muda. Damos o nosso melhor e tudo permanece na mesma situação. Envidamos contínuos esforços e nada acontece.
Nesses momentos, o conselho do sábio Gamaliel deve nos vir à mente, a fim de fortalecer nossa fé.
Se for de Deus, nada poderá deter, e se não for, por si só se diluirá.
Não é esse um convite ao inconformismo, nem tampouco se trata de indiferença ou covardia moral.
É apenas suprema confiança em Deus.
É a reflexão que dá os limites de nosso agir para, a partir desses limites, termos o entendimento que a fé nos propicia, esperando as respostas da vida e suas lições.
Tudo o que nos sucede é experiência para amadurecimento e aprendizado.
Portanto, o Senhor da vida nos mostrará os melhores caminhos e as lições de entendimento e lucidez a respeito da vida produzirão marcas indeléveis em nosso coração.
Redação do Momento Espírita.
Em 13.4.2013.
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