domingo, 22 de novembro de 2020

A FELICIDADE E O TRABALHO

Os Espíritos ensinam que completa felicidade é apanágio da perfeição espiritual. 
Enquanto o homem possuir vícios e fissuras morais, ele sofrerá. 
A identificação exclusiva com as coisas materiais causa sofrimento. 
Tudo o que é material é transitório. 
Quem localiza sua fonte de satisfação no que dependa apenas do elemento material está fadado a perdê-la. Ao final da existência terrena, restam somente as conquistas morais e intelectuais. Tais conquistas correspondem ao tesouro que nenhum ladrão consegue roubar e que as traças e a ferrugem não atingem. 
A perfeição espiritual não se cinge à conquista de virtudes morais. 
Ela envolve também o burilar do intelecto. 
A razão e o sentimento burilados e purificados constituem as duas asas que conduzem o Espírito à plenitude. 
Importa, pois, dedicar-se ao cultivo de ambos. 
A felicidade é o sonho de todo homem. 
Pergunte-se a qualquer pessoa o que deseja e ela certamente afirmará que quer ser feliz. 
A busca de plenitude, de conforto e de paz têm conduzido a raça humana ao longo das eras. 
A própria fragilidade da vida material desafia o intelecto. 
Na busca de preservá-la e de vencer os elementos da natureza, os homens desenvolvem suas faculdades intelectuais. Com o tempo, esse intelecto desenvolvido volta-se para questões mais transcendentes.
Surgem reflexões sobre a razão e a finalidade da vida. 
Indaga-se o porquê de tantos sofrimentos que envolvem a vida humana. 
O Espiritismo responde tais questionamentos. 
Ele ensina que os obstáculos e os infortúnios destinam-se a desenvolver a sensibilidade e o intelecto humanos. A igualdade em face da dor, da doença e da morte mostra o quanto todos são parecidos e devem ser solidários. Ricos e pobres, belos e feios, todos se submetem aos imperativos da natureza. É difícil permanecer insensível em face de uma dor que já se experimentou. 
À medida que a Humanidade evolui, as dores se tornam menos atrozes. Por conta da evolução intelectual, medicamentos e tratamentos sofisticados são descobertos. 
Tudo se encadeia no Plano Divino. 
O progresso intelectual dá-se de modo quase automático, pelo natural desejo que os homens têm de se furtar a dores e embaraços. O progresso moral secunda o intelectual, mas demanda uma sensibilidade e um esforço a mais para operar-se. Ele pressupõe maturidade bastante para compreender a vida a partir de um patamar mais elevado. 
O estágio atual da Humanidade já possibilita compreender que conquistas materiais não garantem a felicidade. Embora a evolução científica e tecnológica, os homens persistem angustiados e carentes de paz. Para ser feliz, é necessário vencer velhos vícios, que causam grande tormento.
Inveja, ciúme, egoísmo, ganância e sensualidade desequilibrada são exemplos de fissuras morais que infernizam quem as possui. O homem realmente decidido a ser feliz precisa dedicar-se a combater seus vícios. O intelecto desenvolvido auxilia-o a identificar os seus problemas morais. Basta pensar quais de suas características lhe tiram a paz e não são elogiáveis no próximo. 
Identificados os problemas, é necessário trabalhar para combatê-los. 
A criatura madura sabe que não existe resultado sem trabalho, nem recompensa sem esforço. 
Ninguém se transformará em anjo por um golpe de sorte. 
Impõe-se a aplicação de uma firme vontade no burilamento do próprio caráter. 
A plena felicidade pressupõe a perfeição espiritual, mas esta é fruto do trabalho. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 07.01.2010.

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