segunda-feira, 30 de novembro de 2020

A FELICIDADE SERÁ

CHICO XAVIER
E
ANDRÉ LUIZ
Em matéria de felicidade convém não esquecer que nos transformamos sempre naquilo que amamos. Quem se aceita como é, doando de si à vida o melhor que tem, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser.  
A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros. A alegria do próximo começa, muitas vezes, no sorriso que você lhe queira dar. 
A felicidade pode exibir-se, passear, falar e comunicar-se na vida externa, mas reside com endereço exato na consciência tranquila. Se você aspira a ser feliz e traz ainda consigo determinados complexos de culpa, comece a desejar a própria libertação, abraçando no trabalho em favor dos semelhantes o processo de reparação desse ou daquele dano que você haja causado em prejuízo de alguém. Estude a si mesmo, observando que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz. 
Amor é a força da vida e trabalho vinculado ao amor é a usina geradora da felicidade. 
Se você parar de se lamentar, notará que a felicidade está chamando o seu coração para vida nova.  
Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim. 
* * * 
É inevitável. 
A felicidade passa pelo caminho do amor ao próximo. 
Isso não foi definido pelos sábios, pelos pensadores, nem pelos religiosos. Está nas Leis maiores que regem o Universo todo. 
Notemos que nossa consciência só está tranquila, quando estamos em harmonia com os que estão à nossa volta, quando fizemos por eles tudo que estava ao nosso alcance, quando finalmente nos preocupamos com a felicidade deles. Aí começamos a descobrir a nossa. É um processo natural do qual ninguém escapa. A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.
Pensemos nisso. 
Reflitamos se estamos fazendo felizes aqueles que estão à nossa volta, ou se somos apenas motivo de tristeza, preocupação, embaraço.
Contribuímos para a felicidade de alguém? 
De quantas pessoas? 
Doamo-nos aos outros sem interesse? 
Agimos de boa vontade nas situações corriqueiras? 
Ou qualquer pequeno favor é um grande esforço? Importamo-nos com estranhos? 
Ou apenas com aqueles que amamos? 
Temos a capacidade de defender uma pessoa que mal conhecemos? 
Ou apenas aqueles que queremos bem? 
Façamo-nos perguntas. 
Estudemos a nós mesmos. Aceitemo-nos e depois aceitemos o desafio de mudar para melhor. 
Sem humildade não há felicidade. 
E quando olharmos para trás, quando começarmos a nos desvelar perante nós mesmos, não nos assustemos. 
Não há porque nos lamentarmos. 
O que passou, passou. 
O que fizemos, fizemos. 
Hoje não somos mais os mesmos. 
Se Deus nos deu uma nova chance, por que não nos permitimos usufruí-la? 
Assim, a ordem é: cabeça erguida – nem tão alta para não pisar nos pequenos, nem tão baixa que não nos permita ver os que nos guiam; mente curiosa – sobre nós, sobre a vida, sempre buscando respostas e conhecimento; braços abertos – dispostos a carregar quem precise de auxílio pelo caminho. 
Dessa forma, por todos os ângulos enxergaremos a felicidade. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 26, do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Comunhão Espírita Cristã. 
Em 6.4.2015.

domingo, 29 de novembro de 2020

FELICIDADE REVELADA

Louie Schwartzberg
Você acha que hoje é apenas mais um dia na sua vida? 
Não é apenas mais um dia, é “o” dia que é dado a você. 
Hoje ele é dado a você. 
É um presente. 
É o único presente que você tem neste exato momento e sua única resposta apropriada é a gratidão. 
Se você não fizer mais nada, mas apenas cultivar essa resposta para o grande dom que este dia único é, se você responder como se fosse o primeiro dia em sua vida e o último dia, então você vai ter passado o dia de hoje muito bem! 
Comece abrindo os seus olhos e se surpreenda porque você tem olhos através dos quais pode ver essa incrível escala de cores que é constantemente oferecida a nós para o nosso puro prazer. 
Olhe para o céu! 
Raramente olhamos para o céu! 
E note como ele se transforma de momento em momento com as nuvens chegando e indo. 
Nós pensamos no tempo e mesmo em relação ao tempo, não percebemos que existem muitas nuances. 
Apenas pensamos que há bom tempo ou mau tempo. 
Este dia de hoje é um tempo único e pode ser que nunca mais haja um tempo exatamente igual, pois esse arranjo de nuvens no céu nunca será o mesmo de agora.
Abra seus olhos e olhe para isso. 
Olhe para o rosto das pessoas que você conhece. 
Cada uma tem uma incrível história por trás de sua face. 
Uma história que você nunca poderá penetrar inteiramente, não apenas a própria história, mas a história dos antepassados. 
Para não irmos tão longe, é neste momento, neste dia, que todas as pessoas se encontram. 
Toda uma vida de gerações e de muitos lugares ao redor do mundo fluem para encontrar você aqui, como uma fonte de água da vida. 
Basta você abrir seu coração e beber. 
Abra o seu coração para o incrível presente que a civilização nos dá quando giramos uma chave e há luz elétrica.
Quando abrimos uma torneira e há água quente e fria. 
E há água potável. 
Isso é um presente que milhões e milhões de pessoas no mundo nunca vão experimentar. 
Esses são apenas alguns pontos do enorme número de presentes para os quais podemos abrir o nosso coração. 
Desejamos que você abra o seu coração para todas essas bênçãos e as deixe fluir através de você para que todos os que venham a encontrá-lo, neste dia, sejam abençoados por você, apenas pelos seus olhos, pelo seu sorriso, pelo seu toque. 
Apenas por sua presença. 
Deixe a gratidão fluir em bênçãos ao seu redor. Então, este será realmente um bom dia! 
 * * * 
Este maravilhoso texto nos faz pensar na lei divina, resumida nos dez mandamentos, que foram sintetizados por Jesus em apenas dois e que começam com o verbo amar. 
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Recebemos muito de Deus, dos amigos espirituais, da natureza, das pessoas. 
Recebemos muito, mesmo quando achamos que não recebemos nada.
Que nos lembremos de observar e agradecer pelo que temos, mesmo que consideremos seja muito pouco. 
Se observarmos bem, se ficarmos atentos a detalhes, veremos que temos muitas razões para sermos felizes e para expressarmos a nossa gratidão.
Redação do Momento Espírita, com reprodução de texto extraído do filme Gratitude, de Louie Schwartzberg. 
Em 11.9.2018.

sábado, 28 de novembro de 2020

A FELICIDADE QUE BUSCAMOS

Conta-se que, certo dia, um monge entrou em uma vila montado em um boi. Sua figura atraiu a curiosidade dos que cruzavam as mesmas ruas em que ele transitava. Alguns se aproximaram e perguntaram para onde ele se dirigia, o que fazia naquela localidade. Sem se perturbar, respondia sempre: 
-Estou à procura de um boi. 
As pessoas se entreolhavam e não entendiam. 
-Estaria o monge, pela idade que apresentava, com algum problema mental? 
No dia seguinte, a cena se repetiu. Ele adentrou a aldeia, as perguntas se repetiram e a resposta foi a mesma: ele estava à procura de um boi. Ao se reprisar tudo, no terceiro dia, alguns passantes não aguentaram mais tamanha tolice, e disseram: 
-Por que o senhor entra em nossa vila, diz que está procurando um boi? Não percebe que está montando exatamente o animal que diz procurar?
Com serenidade, o monge, demonstrando sua sabedoria e seu senso psicológico, parou e fez a seguinte observação: 
-Interessante. Vocês repararam na minha incoerência. No entanto, estou apenas agindo da mesma forma que vocês o fazem. Procuram, todos os dias, a felicidade. Deixam suas casas, suas famílias, sua cidade natal procurando a felicidade em outras paragens. Não se dão conta de que a felicidade está em sua intimidade, está dentro de cada um, bastando ser descoberta. 
* * * 
Quase sempre, agimos exatamente dessa forma. Almejamos a felicidade, a depositamos em coisas que ainda temos que conquistar: uma casa maior, um carro novo, a promoção e maior salário, uma viagem extraordinária, um grande amor... 
Nesse afã, nos esquecemos de viver. E de olhar nosso entorno, de aproveitar o que temos e que é tão precioso. 
Esquecemos de conviver com a família, de usufruir daquele tempo que estamos no lar. 
Deixamos de nos extasiar com o sorriso do bebê, suas primeiras palavras, os primeiros passos. 
Esquecemos de apreciar os dias de chuva e a bênção do sol. 
Não nos damos conta da felicidade que é poder andar com os próprios pés, correr, ou simplesmente caminhar, na claridade das manhãs, respirando a plenos pulmões o ar perfumado que se oferece gratuito. 
Não nos apercebemos da felicidade que é a possibilidade de nos alimentarmos, identificando, graças ao paladar, cada sabor específico. 
Por tudo isso, por vivermos sem atentar para a fortuna que possuímos, é que comumente, quando a perda de qualquer dessas preciosidades se apresenta, dizemos: 
-Eu era feliz e não sabia. 
Poderíamos dizer: 
-Eu era feliz e não me dera conta, não usufruí das tantas coisas maravilhosas que estavam ao meu alcance. 
Por isso, antes que as joias raras se vão, que nossos amores partam, que nossa saúde se deteriore, que quaisquer possibilidades físicas e intelectuais se enfraqueçam, descubramos a felicidade de que somos portadores. 
Não a coloquemos num futuro que não sabemos se alcançaremos. 
Vivamos o hoje, intensamente, com o que temos, com o que somos, com quem nos encontremos. 
A chuva caiu? O sol apareceu? O jardim floriu? O cão nos recebeu com alegria? Alguém nos abraçou?
Descubramos a felicidade em cada bênção divina, em cada minuto das nossas vidas. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com lenda de autoria ignorada. 
Em 21.3.2016.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

OS DEGRAUS DA CARIDADE

HENRI DOMINIQUE LACORDAIRE
Em bela passagem evangélica, é narrado que um doutor da lei indagou ao Mestre de Nazaré o que deveria fazer para conquistar a vida eterna. 
Ora, a lei estabelecia que era preciso amar o Senhor Deus, de todo o coração e de toda a alma. De todas as forças, e de todo o entendimento. Finalmente, ao próximo como a si mesmo.
A sabedoria crística aconselha: 
-Faze isso e viverás. 
A questão era saber quem era o próximo a ser amado. 
Então, o Grande Mestre narra a parábola do bom samaritano. Aquele que, vendo o homem caído na estrada, vítima de ladrões, sentiu-se movido de íntima compaixão. 
O grande detalhe assinalado por Jesus é o sentimento. 
Para servir ao outro é preciso ter empatia, é preciso sentir com Ele, é preciso penetrar na sua dor. 
E o ensino seguinte é que nosso próximo é aquele que está no nosso caminho. 
Nesses parâmetros, cabe-nos pensar em quem está mais próximo de nós.
Por vezes, nos envolvemos em campanhas nobres, que objetivam atendimento a pessoas muito distantes. 
Com certeza, louvável. 
No entanto, não esqueçamos do nosso próximo mais próximo. 
Nossos familiares. 
Tenhamos nosso olhar sobre nossos cônjuges e nossos filhos, que nos requisitam afagos. Ternura que se traduz em abraços, beijos, aconchego. Também nos cuidados com a sua manutenção, suas necessidades materiais. Para com os filhos temos o compromisso da educação. Igualmente da instrução. 
Quanto lhes podemos oferecer? 
Nesse cômputo, não podemos esquecer dos autores das nossas vidas. Aqueles que nos possibilitaram a entrada no mundo físico, elaborando-nos um corpo. Aqueloutros que nos abraçaram como filhos, em qualquer etapa da jornada e se desvelaram por nós. Quanto do nosso carinho nos requerem. Importante verificarmos onde vivem, como vivem, de que precisam para terem seus dias mais amenos. Eles nos aguardam o afeto, a visita, o atendimento às suas vidas. Deram-nos tanto. Justo que, avançados nos anos, sejamos nós os que os amparemos. E nossos irmãos consanguíneos? Não foi o acaso que assim nos reuniu. Isso nos diz que temos deveres para com eles. Deveres de auxiliá-los, ampará-los, conduzi-los na jornada. Sem faltar jamais a chama da ternura, envolta na amizade, no companheirismo. Então, alongando a vista, para além das fronteiras do universo familiar, encontramos nossos amigos. Credores da nossa gratidão porque são os que nos estão ao lado, quando a tristeza nos alcança, quando a dor nos atinge. Por vezes, são as colunas de sustentação do nosso equilíbrio físico e emocional. Portanto, os devemos honrar com nossos melhores sentimentos e, se necessário, o auxílio material de que, eventualmente, venham a precisar. 
Finalmente, e somente então, nosso dever para com todos os filhos do nosso Pai Celeste. 
Da nossa nação ou de outras nações, em nosso bairro ou para além do país em que nos encontramos. 
Dever de humanidade. 
Movermo-nos de compaixão, envolvermo-nos e auxiliarmos da forma que possamos. 
Degraus da caridade. 
Sentimentos. 
Proximidade. 
Uma lição de vida. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo A chave do céu, pelo Espírito Lacordaire, do item Dissertações Espíritas, da Revista Espírita, ano VIII, agosto/1865, de Allan Kardec, ed. EDICEL. 
Em 27.11.2020.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

FELICIDADE POSSÍVEL

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANNA DE ÂNGELIS
Você acreditava que a felicidade seria semelhante a uma ilha fantástica de prazer constante e paz permanente. 
Um lugar onde não houvesse preocupação, nem se apresentasse a dor.
Um lugar no qual os sorrisos brilhassem nos lábios, e a beleza engrinaldasse de festa as criaturas. 
Uma felicidade feita de fantasias parecia ser a sua busca. 
Você planejou a vida, objetivando encontrar esse reino encantado, onde, por fim, pudesse descansar da fadiga, da aflição e usufruísse a harmonia.
Passam-se os anos, e as frustrações se somam, anotando desencantos e amarguras, sem a desejada conquista. Lentamente, você se entrega ao desânimo, e sente que está discriminado no mundo, quando vê as propagandas apresentadas pela mídia, nas quais desfilam os jovens, belos e felizes, desperdiçando saúde, robustez, corpos exemplares, usando cigarros e bebidas famosas, brincando em iates de luxo, ou exibindo-se em desportos da moda, invejáveis, triunfantes... 
Você acredita que eles são felizes... 
É porque não sabe quanto custa, em sacrifício e dor, alcançar o topo da fama e permanecer lá. Sob quase todos aqueles sorrisos, que são estudados, estão a face da amargura e as marcas do desgosto, do arrependimento. Alguns envenenaram a alma nos charcos por onde andaram, antes de serem conhecidos e disputados. Muitos se entregaram a drogas perturbadoras, que lhes consomem a juventude, qual ocorreu com as multidões de outros, que os anteciparam e desapareceram.
Esquecidos e enfermos, aqueles que foram pessoas-objeto, amargam hoje a miséria a que se acolheram ou foram atirados. 
Felicidade, porém, é conquista íntima. 
Todos os que se encontram na Terra, nascidos em berços de ouro ou de palha, homenageados ou desprezados, belos ou feios, são feitos do mesmo barro frágil de carne, e experimentam, de uma ou de outra forma, vicissitudes, decepções, doenças e desconforto. 
Ninguém, no mundo terreno, vive em regime especial. 
O que parece, não passa de ilusão. 
* * * 
Se você deseja ser feliz, viva, cada momento, de forma integral, reunindo as cotas de alegria, de esperança, de sonho, de bênção, num painel plenificador. As ocorrências de dor são experiências para as de saúde e de paz. 
A felicidade não são coisas: é um estado interno, uma emoção. 
Abençoe os acidentes de percurso, que você denomina como desgraça. 
Siga na direção das metas, e verá quantas concessões de felicidade pela frente, aguardando por você. 
Quem avança monte acima, pisa pedregulhos que ferem os pés, mas também flores miúdas e verdejante relva, que teimam em nascer ali colocando beleza no chão. 
Reúna essas florezinhas em um ramalhete. 
Tome das pedras pequeninas fazendo colares. e descobrirá que, para a criatura ser feliz, basta amar e saber reconhecer, nas coisas e nos sucessos da marcha, a vontade de Deus e as necessidades para a evolução. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 16, do livro Momentos enriquecedores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 20.2.2018.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A FELICIDADE NO CURRÍCULO DA ESCOLA

Riverbend School
Você pensou alguma vez na possibilidade do estudo e a busca da felicidade se tornarem matéria escolar? 
E se essa matéria valesse mais do que as notas das demais do currículo escolar? 
Pois isso é realidade em instituições de ensino na Holanda. 
E deverá se concretizar em um colégio na Índia. 
A ideia é que os estudantes utilizem espaços de meditação repletos de árvores, um laboratório e cozinhas. 
Salas de aula? 
Nenhuma. 
Preparação para provas? 
Pode esquecer. 
A escola primária Riverbend School quer ensinar felicidade antes das disciplinas tradicionais. Os fundadores dessa escola, atualmente em construção, vêm do universo do empreendedorismo, e não da educação. Para eles, essa é a oportunidade de abordar o mundo da aprendizagem de uma maneira radicalmente diferente. O campus imita uma vila. Em vez de uma praça central, um espaço comum. Eles acreditam que a felicidade vem das relações, em primeiro lugar. Ao invés de prédios comerciais, construções acadêmicas. 
Escrituras hindus serão utilizadas para ensinar os alunos a viverem uma vida mais feliz e plena. 
Segundo o cofundador, a ideia é subverter um conceito ocidental: o de que o ambiente controla a felicidade e, por causa disso, é preciso tomar conta desse espaço. 
Ao contrário de seguir uma grade específica, os estudantes decidirão o que querem aprender. E farão isso através de experiências próprias, seja em um seminário de literatura indiana, meditação ou ajudando a desenvolver um software com colegas, em um laboratório específico para essa função. 
A escola deve ser concluída em 2020. O campus também incluirá um instituto de pesquisas para estudar a efetividade das técnicas ali aplicadas. 
* * * 
A humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. Não poderiam consegui-lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições antiquadas, restos do passado, boas para certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje um entrave. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. Tal o período em que doravante vão entrar e que marcará uma das fases principais da vida da Humanidade. Essa fase, que neste momento se elabora, é o complemento indispensável do estado precedente, como a idade madura o é da juventude. Essa fase foi predita, há muito tempo e aguardada por muitos. A pouco e pouco, ela vai se sedimentando, se concretizando, ora aqui, ora acolá. Isso nos diz que são chegados os tempos determinados por Deus. Tempos marcados por revoluções de ordem moral, pelo aparecimento de instituições que se preocupam mais com o íntimo do que com a exterioridade, pura e simples. Preparemo-nos para a boa recepção desses tempos. E façamos a nossa parte para que se acelere a chegada desses melhores dias. 
Redação do Momento Espírita, com base em notícia publicada no site www.sonoticiaboa.com.br, em 19 de fevereiro de 2018 e no cap. XVIII, item 5, do livro A gênese – os milagres e as predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEP. 
Em 28.3.2018.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

TRÊS DIRETRIZES

RAUL TEIXEIRA
O Sábio de Nazaré assinalou: 
-Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei à porta e se vos abrirá.
Nestas frases, ao consolo que temos em saber que alguém nos ouve e nos atenderá em nossas necessidades, podemos acrescentar três diretrizes essenciais a fim de alcançar o de que precisamos. Jesus nos aponta três condutas que podemos empreender e as três consequências atreladas a elas. 
A primeira diretriz trata do Pedi e se vos dará. O que é o pedir? Pedir é fazer uma solicitação, uma súplica. Podemos pedir bens materiais, a solução de um problema, proteção... São infinitas as possibilidades do pedir... E nosso pedido se faz através da oração. A oração é ponte de ligação entre a Terra e o céu, entre o micro e macro, entre os filhos e o Pai. A oração é momento de pausa em nossas vidas, momento em que podemos nos tranquilizar e recebermos boas inspirações para encontrarmos soluções a problemas que nos aflijam. Também para nos refazermos, restaurarmos energias despendidas em nossa labuta, nos nossos quefazeres. É momento em que dirigimos nossas súplicas à Fonte Suprema do Universo, como igual oportunidade de agradecer à essa Providência, que nos assiste e louvar Sua grandeza. 
A segunda diretriz estabelece: Buscai e achareis. Buscar significa esforçar-se por achar, procurar. Afinal, o que buscamos? Quais os nossos desejos? Quais as nossas vontades? O que queremos para nossas vidas? Isso nos remete a reflexões sobre a vida e nossos próprios propósitos. Existem objetivos para estarmos vivos, na Terra. É nos tornarmos melhores a cada dia. É progredirmos. Dessa forma, orientar nossos esforços nesse sentido determinará achados maravilhosos. Por exemplo, o descobrir o quanto podemos crescer em ética, moral, princípios cristãos. O quanto podemos ser úteis ao próximo, à comunidade. Tudo nos conduzindo à descoberta da felicidade pela prática do bem. 
Por fim, a terceira diretriz: Batei à porta e se vos abrirá. Bater à porta quer dizer agir, ter um movimento em direção ao que desejamos alcançar. Quando uma porta se abre, significa que estamos tendo acesso a um novo ambiente, que podemos explorar essas novas possibilidades para nos tornarmos uma criatura melhor. As possibilidades que se nos apresentarão poderão ser aquelas de ilustrar o nosso saber, de conquistar conhecimentos. Oportunidades que não devemos desperdiçar porque nos são oferecidas exatamente para que subamos degraus no intelecto. Mas, não desprezemos as chances de nos servirmos do que nos é ofertado, igualmente para colaboração ao outro. O que aprendemos, podemos repassar a outrem, construindo algo melhor a benefício de muitos. Portanto, tenhamos em mente que, a qualquer momento, podemos pedir, buscar e bater à porta. Temos um Pai amoroso que nos ouvirá, entenderá e atenderá. Esse o grande ensinamento que o Mestre de Nazaré nos legou, em três diretrizes, em três ações. Aprendamos com Ele. 
Redação do Momento Espírita, com transcrição do Evangelho de Mateus, cap. 7, vers. 7 e do cap. 3, do livro Rosângela, pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. 
Em 24.11.2020.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

A FELICIDADE NA TERRA

É possível ser feliz na Terra? 
Nos momentos em que projetamos nossos sonhos para o futuro, em que planejamos o porvir, em que buscamos imaginar como estará nossa vida no amanhã, já nos fizemos esta pergunta? 
Será possível conquistar a felicidade na Terra? 
A máxima do livro bíblico Eclesiastes é bastante objetiva, quando afirma que a felicidade não é deste mundo. Com efeito, nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude florescente, são as condições essenciais da felicidade. E, ainda mais, podemos afirmar que nem mesmo a reunião dessas três condições, tão desejadas, conseguiriam trazer ao homem o verdadeiro sentimento de ser feliz. É natural que esta seja a verdade, pois que a Humanidade ainda está na infância de sua evolução e, por essa razão, a felicidade completa, absoluta se encontra distante de nossas possibilidades. 
Estamos no planeta das expiações, dessas oportunidades benditas de resgatar equívocos do passado... 
Estamos no planeta das provas, das situações e experiências que visam verificar o aprendizado que viemos realizando ao longo das existências...
Estamos no planeta do sofrimento, da lapidação aplicada ao diamante bruto, para que esse possa fulgir como estrela. 
Assim, a felicidade constante, plena, aguarda-nos no futuro, como consequência natural de nosso esforço em ultrapassar todas as fases do desenvolvimento. 
Mas que isso não nos traga desânimo! 
É possível sim, melhorar as condições de nossas vidas. 
É possível multiplicar os momentos de alegria que temos. 
É possível sermos mais felizes do que já somos! 
Para isso, estão em nossas mãos os ensinamentos do Cristo, com Suas consolações e esperanças. 
Para isso, estão conosco as lições inesquecíveis do Mestre, mostrando-nos que o amor ao próximo nos faz mais felizes, mais completos. 
A felicidade plena, realmente, não é deste mundo ainda, mas o entendimento dentro de nossas famílias é possível. 
O perdão a alguém que nos prejudicou é suave alívio. 
Amar profundamente ao pai, à mãe, ao filho, já se faz real em nossos dias.  
Portanto amemos, pois o sentimento de amar alguém irriga nossos campos íntimos com a felicidade... 
Vivamos o bem, porque a consciência tranquila, a consciência em paz, será a grande responsável pela conquista da felicidade futura. 
Sobre a felicidade que podemos alcançar na Terra, os Espíritos superiores nos dizem que, na vida material, ser feliz é ter a posse do necessário. 
E, que na vida espiritual, a felicidade está na consciência tranquila e na fé no futuro. 
É essa fé que nos faz ver os objetivos distantes, como alcançáveis. 
É essa fé que remove montanhas, mostrando-nos que, atrás delas, espera-nos o nascer do sol de uma felicidade sem fim. 
Redação do Momento Espírita com base no cap. V, item 20, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb. 
Em 14.1.2013.

domingo, 22 de novembro de 2020

A FELICIDADE E O TRABALHO

Os Espíritos ensinam que completa felicidade é apanágio da perfeição espiritual. 
Enquanto o homem possuir vícios e fissuras morais, ele sofrerá. 
A identificação exclusiva com as coisas materiais causa sofrimento. 
Tudo o que é material é transitório. 
Quem localiza sua fonte de satisfação no que dependa apenas do elemento material está fadado a perdê-la. Ao final da existência terrena, restam somente as conquistas morais e intelectuais. Tais conquistas correspondem ao tesouro que nenhum ladrão consegue roubar e que as traças e a ferrugem não atingem. 
A perfeição espiritual não se cinge à conquista de virtudes morais. 
Ela envolve também o burilar do intelecto. 
A razão e o sentimento burilados e purificados constituem as duas asas que conduzem o Espírito à plenitude. 
Importa, pois, dedicar-se ao cultivo de ambos. 
A felicidade é o sonho de todo homem. 
Pergunte-se a qualquer pessoa o que deseja e ela certamente afirmará que quer ser feliz. 
A busca de plenitude, de conforto e de paz têm conduzido a raça humana ao longo das eras. 
A própria fragilidade da vida material desafia o intelecto. 
Na busca de preservá-la e de vencer os elementos da natureza, os homens desenvolvem suas faculdades intelectuais. Com o tempo, esse intelecto desenvolvido volta-se para questões mais transcendentes.
Surgem reflexões sobre a razão e a finalidade da vida. 
Indaga-se o porquê de tantos sofrimentos que envolvem a vida humana. 
O Espiritismo responde tais questionamentos. 
Ele ensina que os obstáculos e os infortúnios destinam-se a desenvolver a sensibilidade e o intelecto humanos. A igualdade em face da dor, da doença e da morte mostra o quanto todos são parecidos e devem ser solidários. Ricos e pobres, belos e feios, todos se submetem aos imperativos da natureza. É difícil permanecer insensível em face de uma dor que já se experimentou. 
À medida que a Humanidade evolui, as dores se tornam menos atrozes. Por conta da evolução intelectual, medicamentos e tratamentos sofisticados são descobertos. 
Tudo se encadeia no Plano Divino. 
O progresso intelectual dá-se de modo quase automático, pelo natural desejo que os homens têm de se furtar a dores e embaraços. O progresso moral secunda o intelectual, mas demanda uma sensibilidade e um esforço a mais para operar-se. Ele pressupõe maturidade bastante para compreender a vida a partir de um patamar mais elevado. 
O estágio atual da Humanidade já possibilita compreender que conquistas materiais não garantem a felicidade. Embora a evolução científica e tecnológica, os homens persistem angustiados e carentes de paz. Para ser feliz, é necessário vencer velhos vícios, que causam grande tormento.
Inveja, ciúme, egoísmo, ganância e sensualidade desequilibrada são exemplos de fissuras morais que infernizam quem as possui. O homem realmente decidido a ser feliz precisa dedicar-se a combater seus vícios. O intelecto desenvolvido auxilia-o a identificar os seus problemas morais. Basta pensar quais de suas características lhe tiram a paz e não são elogiáveis no próximo. 
Identificados os problemas, é necessário trabalhar para combatê-los. 
A criatura madura sabe que não existe resultado sem trabalho, nem recompensa sem esforço. 
Ninguém se transformará em anjo por um golpe de sorte. 
Impõe-se a aplicação de uma firme vontade no burilamento do próprio caráter. 
A plena felicidade pressupõe a perfeição espiritual, mas esta é fruto do trabalho. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 07.01.2010.

sábado, 21 de novembro de 2020

FELICIDADE DAS MÃES

Luciana Goldschmidt
Costa
No Dia das Mães, quando tantas homenagens ocorrem, uma garota escreveu: 
-Durante toda a vida ouvi falar: “Se o filho está feliz, a mãe está feliz. Tudo que eu quero é ver meu filho feliz!” Francamente, impossível acreditar nisso. Se fosse verdade, eu teria podido comer aquela barra de chocolate inteirinha. Isso me teria feito muito feliz. Mas ela não deixou. Cortou minha felicidade ao meio. Quando quis virar a noite no videogame, eu estava no auge da minha felicidade. Mas ela não entendeu. Por acaso, ela pensou na minha felicidade? É claro que não. Ela disse que contaria até três e me fez desligar a TV, no meio da última fase do jogo. Se houvesse sinceridade nesse desejo dela de me ver feliz, ela teria me deixado namorar ao invés de estudar. Como ela pôde me proibir de sair e me forçar a ficar horas com os livros, quando tudo que me faria feliz naquele momento estava lá fora? O sol estava lá fora. O namorado estava lá fora. Os amigos estavam se divertindo. Todos... menos eu. Como sempre, o que eu ouvia era: “Você não é igual a todo mundo. Você é minha filha.” E, naquele dia, em que cheguei chorando porque tinha sido injustiçada pelos amigos, ela disse: “Você deve ter feito alguma coisa para merecer isso!” Quanta insensibilidade! Ela não sabia que me faria feliz se tivesse se unido a mim para dizer que eu estava certa? Até me ajudasse a encontrar mil defeitos neles. As mães dizem que nos querem ver felizes. Na verdade, também querem que arrumemos a cama, lavemos a louça, tiremos o lixo, cuidemos dos irmãos. E, ainda, nos forçam a comer o que elas dizem que é saudável. Garanto que a maioria dos filhos pensa como eu. 
* * * 
Pois é. 
Pensamos assim até nos tornarmos mães. 
Quando a vida nos presenteia com um filho, passamos a ver as coisas de forma bem diferente. 
O não da barra de chocolate passa a ser entendido como um sim à disciplina alimentar. 
O não ao videogame se torna um sim às horas insubstituíveis de sono. 
O não ao namorado, não é um não ao namoro, é um sim ao futuro. 
Então entendemos e agradecemos para cada atitude de nossa mãe porque todas serviram para nos tornar melhores. 
Hoje, quando nossa mãe nos olha com orgulho, e sorri mesmo quando as coisas não estão fáceis, conseguimos compreender o sentido daquela frase repetida incansavelmente, ao longo da vida: 
-“Se você estiver feliz, eu estarei feliz.” 
Não há nada maior do que o amor de uma mãe. 
Também nada mais gratificante do que descobrir, nos seus olhos, a felicidade por ver seu filho bem neste mundo. 
Agradeçamos à nossa mãe o que fez por nós, por nos ter transformado num barco forte para passar por todas as tempestades. 
Agradeçamos por ter nos acolhido com mesa farta quando chegamos em terra firme com a alma sedenta de amor e o coração faminto de carinho.
Agradeçamos pelo melhor colo do mundo e pelo sorriso maravilhoso de se ver! 
E sim, ficamos zangadas quando ela está longe. Nós a queremos por perto para continuar dizendo os santos não para essa criança, dentro de nós, que nunca para de aprender! 
Amamos você, mamãe! 
Redação do Momento Espírita, com base em texto escrito por Luciana Goldschmidt Costa. Disponível no CD Momento Espírita, v. 34 e na Agenda Momento Espírita 2020, ed. FEP. 
Em 20.4.2020.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

O ABRAÇO QUE EU NÃO POSSO TE DAR

Vai, enfim, na forma de oração;

De pensamento

Uma porção.

Assim, difícil de explicar.

 

Vai valente, pulsante,

Vai na corrente de ar.

Vai agora, neste instante,

Não dá pra segurar.

 

Há tanto jeito de abraçar:

O canto,

O verso,

O pão que eu faço,

Feliz em compartilhar.

 

O abraço que eu não posso te dar

Vai certeiro pelo ar.

Vai seguir teus passos

E ao teu lado sempre estar.

*   *   *

Sentimos falta do abraço.

É de nossa cultura a expressão afetuosa que envolve o toque, o contato físico.

Sabe-se que o abraço carinhoso tem um poder sem igual, revitalizante e curador.

Segundo alguns estudiosos, o abraço amplia nosso sentimento de autoaceitação, minimiza ansiedade e estresse, libera dopamina, o hormônio do humor e da motivação.

Além disso, fortalece nossas conexões, possibilitando o exercício do perdão, apoio e amor.

Em resumo, é essencial para nossas vidas.

Mas, o que fazer quando ele nos falta?

O que fazer quando, para preservar o outro, somos obrigados a nos manter afastados fisicamente?

É aí que entra nossa criatividade e também o conhecimento da realidade do Espírito.

Há muitas outras formas de abraçar. A parte física do abraço é apenas uma pequena porção de uma expressão muito maior.

Quem abraça não é o corpo. Abraçamos utilizando este corpo, que hoje existe e amanhã não existirá mais.

Abraçamos com a alma, ou com o coração, utilizando dessa referência tão comum na esfera dos nossos sentimentos.

Quando oramos por alguém, com sinceridade, estamos abraçando.

Quando telefonamos para saber como o outro está, oferecendo alguns minutos para ouvir, doando nosso sorriso, nosso ombro amigo, estamos abraçando.

Quando fazemos uma gentileza, alguma produção própria com a qual presenteamos as pessoas, estamos igualmente abraçando.

Quando, finalmente, abrimos nosso coração, proferindo doces palavras, destacando qualidades, expressando nossa admiração, nosso amor a alguém, estamos lhe dando um forte e poderoso abraço.

Assim, não nos preocupemos em demasia pela falta do contato físico temporal. Encontremos outras formas de nos relacionarmos.

Continuemos doando o abraço, o carinho, o interesse, de diferentes formas.

Alguns escrevem poemas expressando seu amor. Outros alimentam e cozinham algo de especial, pensando no próximo.

Alguns enviam seu canto para consolar.

Há aqueles que oram, enviando o abraço dos fluidos invisíveis que revigoram tanto aquele que oferece quando aquele que recebe.

Lembremos que somos Espírito e temos um corpo. Quem abraça é o Espírito.

Então, pensemos de que forma podemos abraçar à distância.

Cada um encontrará o seu jeitinho, a sua maneira, dentro de suas possibilidades infinitas de Espírito, neste Universo onde tudo está conectado.

Estamos mais próximos uns dos outros do que imaginamos.

A conexão entre a criatura e o Criador é de nossa essência. Também o laço existente entre todos os filhos do Grande Pai.

Redação do Momento Espírita.
Em 19.11.2020.

http://momento.com.br/pt/index.php

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

PALAVRA QUE SALVA

O professor estava no portão da Universidade quando foi abordado por um dos seus alunos do último ano da Faculdade de Medicina. De forma repentina, o jovem lhe disse: 
-Professor, minha formatura será no dia 18 de dezembro. Quero que o senhor saiba de uma coisa. Sempre gostei da forma como conduz com humanidade o seu ensino. Por isso, eu quero lhe confidenciar um projeto que acalento desde algum tempo. Sabe, quando eu nasci, fui abandonado pelos meus pais. Fui criado pelos meus tios. Nunca perdoei minha mãe e meu pai por me rejeitarem. Então, no dia da minha formatura, pretendo dar um presente para eles: vou me matar. Vou deixar um bilhete muito bem escrito, culpando-os pelo meu gesto. Quero que eles sofram, que sintam remorso pelo que fizeram. 
O professor tremeu. 
Esqueceu o compromisso que tinha, esqueceu de quem o esperava em algum lugar para o almoço. 
Ali estava um jovem que iria destruir a sua vida, pensando em uma vingança. 
Dr. Laércio o chamou para um lugar mais reservado. E a primeira pergunta que lhe dirigiu foi: 
-Meu filho, você diz que planejou se matar no dia da sua formatura, para castigar os seus pais porque eles o abandonaram. Mas, você pensou nos seus tios? Pensou em como despedaçará os seus corações, eles que o acolheram desde o nascimento, que lhe deram carinho, que lhe ofereceram o regaço de pai e mãe? Imaginou, por um minuto que seja, a dor que estraçalhará as suas vidas? Eles investiram amor em você, eles se sacrificaram para que você pudesse cursar a Faculdade. Pensou em como eles devem estar aguardando, ansiosos, para assistirem a sua colação de grau? E você pensa em lhes oferecer o seu cadáver? 
À medida que o professor falava, o rapaz foi se encostando na parede da sala e, devagarinho, foi arqueando as pernas, até se sentar no chão. Lágrimas lhe corriam pela face. Soluços lhe sacudiam o corpo. A conversa se estendeu e, quando foi concluída, o formando desistira da ideia suicida.
 * * * 
Assim acontece, muitas vezes, com algumas almas infelizes. 
Arquitetam a própria morte por vingança, porque desejam ferir alguém. 
De outras vezes, porque sentem tanta dor que pensam que destruindo a vida, acabarão com a dor. 
Enfim, muitos motivos existem para a fuga enganosa pelo suicídio. 
Porém, de modo geral, aquele que isso planeja não pensa no coração de mãe que se despedaçará ao ter o corpo do filho morto nos braços. 
No coração do pai que sonhou tanta felicidade para aquele filho e agora lhe acompanha o corpo ao cemitério. 
Irmãos, primos, tios, avós, amigos, colegas, todos são envolvidos na tragédia. 
E, para alguns deles, o abalo será tão grande que demorará muito para se restabelecerem psiquicamente. 
 * * * 
Bom, graças a um professor que se dispôs a ouvir e a conversar, passados dez anos, o reencontro de ambos foi emocionante. 
Um era o velho mestre, à beira da aposentadoria, o outro um cirurgião cheio de planos, vigor e alegria de viver. 
O abraço de ambos foi longo e, com a voz embargada, o ainda jovem segredou ao ouvido do seu salvador: 
-Obrigado, professor, pela minha vida. Obrigado, por me recordar da gratidão que eu devia e deverei sempre aos que me acolheram como filho.
Redação do Momento Espírita, com base em fato. 
Em 17.11.2020.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

TONS DA PAZ

CHICO XAVIER
E
DIVALDO PEREIRA FRANCO
Muita gente deseja viver em paz convivendo, paradoxalmente, com situações que a tornam impossível. 
Ninguém consegue viver em paz, desrespeitando os direitos alheios. 
Não se vive em paz cultivando na alma os corrosivos da mágoa, da inveja, da prepotência, da ingratidão, do desrespeito. 
A paz consciente é incompatível com a ignorância e com o descaso. 
Não se pode construir a paz nas bases da indiferença moral, nem nos alicerces da violência íntima disfarçada de autenticidade. 
Muita gente deseja viver em paz convivendo, no entanto, com situações que a tornam impossível. 
A paz que não está sedimentada na razão e no mais profundo sentimento de amor ao próximo, não é paz, é ilusão. 
Quem observa a superfície calma das águas de um charco, por exemplo, pode ter a ilusão de vislumbrar a mansuetude, mas se sondar as profundezas, encontrará miasmas pestilentos e odor fétido de podridão.
Para que a nossa paz não passe de mera ilusão, nossas atitudes precisam ser iluminadas pela luz da razão e aquecidas pelo sol do sentimento. 
Certa vez alguém escreveu: 
-Paz é suave melodia, extraída da alma pelos dedos invisíveis da consciência tranquila. É canção que cala a voz da violência, que desperta consciências e dulcifica quem a possui. 
A paz tem a singeleza e o perfume de flores silvestres, cultivadas no solo fértil da lucidez, pelas mãos habilidosas da razão e do sentimento. E é nesse jardim da alma que brotam as sementes da ternura e da compaixão, do afeto e da mansuetude. 
Um coração sem paz é como uma orquestra sem tons nem sons, sem flores nem perfumes, sem leveza e sem harmonia. 
A vida sem paz é como embarcação que navega sem luz, que desconhece o caminho e se perde na imensidão de breu. 
A paz, ao contrário, enobrece os dons da alma e acarinha a vida... 
Tem a suavidade da brisa, ao amanhecer... 
E os vários tons multicores que despertam a aurora. 
Possui o vigor da mais pujante sinfonia e a sutileza entre tons e semitons.
Paz: a sinfonia perfeita cuja maior nota é o amor. Quando essa sinfonia ecoa nos corações, produz tons e sons na mais perfeita harmonia... Para extrair da alma a melodia da paz é preciso afinar os acordes da razão e do sentimento, as duas asas que nos guindarão para a luz inapagável, que a todos nos aguarda no limiar do Infinito.
* * * 
A paz em nós nasce da compreensão e é mantida pela tolerância para com os erros alheios. 
Também pela auto-aceitação dos nossos próprios erros, de modo a sabermos corrigi-los sem tumulto e sem perda de tempo. 
Em síntese, é fácil a conquista da paz! 
Basta que não tenhamos ambição em demasia. 
Que corrijamos os ângulos da observação da vida. 
Que amemos e que perdoemos. 
Que nos entreguemos às mãos de Deus que cuida das “aves do céu” e dos “lírios do campo” e que, por fim, cumpramos fielmente com nossos deveres. 
Falemos de paz. 
Cultivemos a paz em nós. 
Ofertemos paz aos que nos rodeiam, nos servem, nos amam, nos desejam o bem. 
Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do verbete Paz, do livro Repositório de sabedoria, v. II, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL e do cap. Paz em nós, do livro Calma, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM. Disponível no livro Momento Espírita, v. 5, ed. FEP. 
Em 18.11.2020

terça-feira, 17 de novembro de 2020

A FELICIDADE DA ORAÇÃO

Quando alguém enfrenta duras dificuldades e a convidamos a orar, por vezes, escutamos, de retorno: 
-E isso vai resolver o meu problema? Acaso encherá meu prato de comida ou me dará um cobertor para eu suportar melhor o frio? 
Estamos ainda muito longe de termos a ideia exata do poder da prece. 
Santo Agostinho teve oportunidade de afirmar: 
-Como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora. Avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. São as liras dos arcanjos. São as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos bosques. A vossa linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe. No recolhimento e na solidão, estais com Deus. Apóstolos do pensamento, é para vós a vida. Lembramos que Jesus, durante a sua estada entre nós, buscava a solidão para orar. Dirigia-se ao Pai, em muitas ocasiões. Num dos momentos mais cruciais de Sua vida, antevendo Sua prisão, suplício e morte, Ele ora, no Jardim das Oliveiras. Ora e pede aos amigos Pedro, Tiago e João que orem com Ele. Na cruz, em Sua agonia, Sua última frase foi uma profunda e sentida oração: 
-Pai, em tuas mãos entrego meu Espírito. 
Desconhecemos sim, o poder da oração e não a vimos utilizando tanto quanto deveríamos. 
Além de nossas preces regulares da manhã e da noite, a prece deveria ser de todos os instantes, sem mesmo que tenhamos que interromper os nossos trabalhos. 
Ante as dores, pedir ao Senhor que nos abrevie as provas, que nos conceda alegria e bens de que necessitamos para nossa subsistência. 
Também que nos conceda os recursos preciosos da paciência, da resignação e da fé. 
Então, em momentos de tormenta, de caos, oremos. 
Busquemos esse amparo superior que, mesmo não nos fornecendo o alimento material, nos repletará a alma de bênçãos, abastecendo-nos de energias espirituais. E, com certeza, encaminhada aos mensageiros de Deus, que cumprem a Sua Vontade, na Terra, inspirarão alguém para nos socorrer a fome. 
Também o frio. 
Acionemos a prece pois ela é a filha primogênita da fé. Quando os ventos soprarem, inclementes, quando a tempestade nos alcançar, que poder senão o Divino, de imediato, nos poderá socorrer? 
A quem pediremos clemência, senão ao Pai de todos nós? 
Recordamos as palavras do Mestre, anotadas por Mateus: 
-Porquanto haverá nessa época grande tribulação, como jamais aconteceu desde o início do mundo até agora, nem nunca mais haverá. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne seria salva. Mas, por causa dos eleitos, aquele tempo será encurtado. Quem são os eleitos, senão os filhos do Deus bom, generoso, que levanta as ondas e aplaca os ventos? O Deus que nos sustenta a vida, oferecendo-nos diariamente Seu hálito, que absorvemos no ar que respiramos. 
Por isso, não nos esqueçamos igualmente de orar, louvando a generosidade Divina, agradecendo pelo dom da vida, a maravilha da Criação.
Exercitemos a felicidade da oração. 
Oremos em pensamento, palavras e atos. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XXVII, itens 22 e 23 de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB e transcrições do Evangelho de Mateus, cap. XXIV, vers. 21 e 22 e do Evangelho de Lucas, cap. XXIII, vers.46. 
Em 4.9.2020.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

FELICIDADE, AGORA OU DEPOIS?

DIVALDO PEREIRA FRANCO
Você costuma afirmar que a felicidade foge de você? 
Que sempre que você está para conquistá-la, ela se vai, como fumaça ao vento? 
Você não será porventura daqueles, como muitos de nós, que coloca a sua felicidade no futuro? 
Algo que é projetado e que um dia, quem sabe, poderá ser alcançado?
Talvez justamente aí resida a grande dificuldade de ser feliz. 
Não sabemos apreciar o momento que passa, o que temos, o que somos, onde estamos. 
Vejamos. 
Quando andamos a pé, nossa felicidade está em comprar um carrinho. Não importa o tamanho, a cor, o ano. Importante que rode, que nos leve de um lado a outro, sem longas esperas em terminais de ônibus. Quando, afinal, conseguimos adquirir o carro e começamos a utilizar, passamos a desejar ter um maior, mais confortável, mais econômico, melhor, enfim. E nisso passa a residir a nossa felicidade. Sequer nos damos tempo de ficar felizes por termos o primeiro carro. Temos alcançado uma meta. 
Quando não temos casa própria, sonhamos com ela. Ficar livres do fantasma do aluguel, podermos, em nossa propriedade, fazer o que desejamos, sem precisar pedir autorização ao proprietário. Um dia, então, alcançamos o nosso desejo. Eis-nos na casa própria. Em vez de ficarmos felizes, plantarmos um jardim, e ir colocando os pequenos mimos cá e lá, enfeitando nosso cantinho particular, começamos a sonhar com uma casa maior. Ou, então, em um bairro melhor, com mais comodidades. Afinal, seria interessante que cada membro da família tivesse seu próprio quarto e seu banheiro. 
E sonhamos, e sonhamos. 
Ora, desejar progredir é próprio do ser humano. 
Desejar melhorar as condições de vida é natural. 
Contudo, o que não nos permite sermos felizes, em momento algum, é não valorizarmos a conquista realizada. E aprendermos que a felicidade não está especialmente em ter coisas, mas em saber dar a elas o seu devido valor. 
Mais precioso que o carro, é a possibilidade de andar com as próprias pernas. É ter braços para estreitar, apertar contra o peito quem se ama. Melhor que a casa onde se reside é gozar da felicidade de um lar, que quer dizer família, lugar de morar, de se expandir, de crescer, de amar e ser feliz.  
Eis o segredo da felicidade. 
Eis porque encontramos seres que nada ou quase nada possuem e sabem sorrir. 
Eis porque as crianças, que ainda não entraram no esquema do consumismo, ficam felizes por poder brincar, correr com os amigos. Elas esquecem se está frio ou calor, se é hora de comer ou de dormir. O importante é gozar até o último momento da brincadeira com os amigos. Por isso, todos os dias, elas nos dizem com seus sorrisos: 
-É possível ser feliz na Terra. 
* * * 
Saúde o seu dia com a oração da gratidão a Deus. 
Você está vivo. 
Enquanto a vida se expressa, se multiplicam as oportunidades de crescer e ser feliz. 
Cada dia é uma bênção nova que Deus lhe concede, dando-lhe prova de amor.  
Acompanhe a sucessão das horas, cultivando otimismo e bem-estar.
Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. 1, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. 
Em 20.05.2011.

domingo, 15 de novembro de 2020

FEIXES DE AMOR E LUZ

RUMI DA PÉRSIA
A Humanidade vem presenciando, há décadas, guerras, extermínios, atos de crueldade inimagináveis, cometidos por seres humanos contra outros seres humanos e animais. Discursos de ódio promovem discussões e violências, que acirram ainda mais os ânimos alterados. As redes sociais, capazes de mobilizar milhões de pessoas em questão de horas para causas nobres, também são utilizadas como veículo de agressões verbais, imagens perniciosas, notícias falsas, que contribuem para inflamar a raiva e despertar sentimentos inferiores. Palavras de ódio carregam consigo energias destrutivas, que sugam as boas energias das pessoas que se deixam envolver por suas vibrações, inspirando revoltas e provocando mal estar, doenças no corpo e na alma. 
Mas... 
Como se manter equilibrado diante de tantos horrores? 
O Mestre Jesus, há dois mil anos, sabia que passaríamos por tudo isso, e nos deixou conselhos e orientações sobre como agir: 
-Amar ao próximo como a si mesmo – mesmo que esse próximo esteja cometendo erros graves, indo contra as leis de amor. 
E se esse próximo for mais além, se nos ofender e se voltar contra nós, deveremos, como nos recomendou Jesus, amar os nossos inimigos e perdoar as ofensas que tiverem cometido. 
Por mais difícil que seja, deveremos olhar para esses e ver neles seres infelizes, equivocados, doentes da alma, que se deixam envolver pelas vibrações inferiores, justamente porque não conseguem, ainda, amar.
Devolver o ódio que eles sentem (seja lá por qual razão for) com mais ódio, só vai piorar o que sentem e como se sentem, e nos fará vibrar no mesmo patamar que eles. 
Jesus sabia que não seria fácil para nós, nem seria simples, pois éramos e somos ainda imperfeitos, egoístas, orgulhosos. Mas Ele sabia também que, quando conseguíssemos pelo menos deixar de odiar, tudo mudaria dentro de nós e, por consequência, ao nosso redor. 
E, podemos começar essa mudança fazendo o exercício de calar o comentário amargo e agressivo, carregado de raiva, antes dele sair de nossa boca. 
Parar de compartilhar imagens e reportagens que chocam, que causam ansiedade, medo, indignação e movimentam energias prejudiciais que acabam por envolver a todos nós. 
Orar pelos que sofrem violências e também por aqueles que as cometem, pois sabemos que esses, quando se conscientizarem de seus atos, entrarão em choque e, mesmo que tais atos passem despercebidos pelas leis humanas, diante das Leis Divinas responderão por tudo o que fazem. 
Todos os habitantes do planeta, sete bilhões de pessoas, estamos conectados por fios invisíveis que nos irmanam, mesmo que não nos sintamos interligados. 
O poeta Rumi, que viveu no século XIII, na Pérsia, dizia que em cada coração há uma janela para outros corações. 
Eles não estão separados, como dois corpos. 
Mas, assim como duas lâmpadas que não estão juntas, sua luz se une num só feixe. 
Que possamos emanar amor e luz para todos os corações que habitam o planeta. 
Que possamos unir nossa luz a outras luzes e assim formar um feixe amplo, forte, poderoso, que irá, cada vez mais, iluminar corações e mentes que ainda se debatem nas trevas da falta do amor. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 6.4.2018.

sábado, 14 de novembro de 2020

O FEIXE DE LENHA

Albigenor e Rose Militão
Conta-se que um próspero fazendeiro, dono de muitas propriedades, estava gravemente enfermo. Mas, muito mais que sua doença, o que mais o incomodava era o clima de desarmonia que reinava entre seus quatro filhos. Pensando em dar uma lição importante, ele chamou os quatro para fazer uma revelação importante: 
-Como vocês sabem, eu estou velho, cansado e creio que não me resta muito tempo de vida. Por isso, chamei-os aqui para avisá-los que vou deixar todos os meus bens para apenas um de vocês. 
Os filhos, surpresos, se entreolharam e ouviram o restante que o pai tinha a lhes dizer: 
-Vocês estão vendo aquele feixe de gravetos ali, encostado naquela porta? Pois bem, aquele que conseguir partir ao meio, apenas com as mãos, este será o meu herdeiro. 
De início acharam um tanto absurda a proposta, mas pensando no prêmio, logo começaram a tentar quebrar o feixe. Tentaram, tentaram, e por mais esforços que fizessem, nenhum foi bem sucedido no tentame. Indignados com o pai, que lhes propusera algo impossível, puseram-se a reclamar. Este então se colocou em pé, e disse que ele mesmo iria quebrá-lo. Os filhos, incrédulos, permitiram obviamente. O velho homem começou a retirar, um a um, os gravetos do feixe, e foi quebrando-os separadamente, até não mais restar um único graveto inteiro. Voltou o olhar aos filhos e concluiu: 
-Eu não tenho o menor interesse em deixar os meus bens para só um de vocês. Eu quero, na verdade, que vocês, juntos, sejam os sucessores do meu trabalho. Sucessores que trabalhem com garra, dedicação e, acima de tudo, repletos de amor, uns pelos outros. 
E disse ainda: 
-Enquanto vocês estiverem unidos, nada poderá pôr em risco tudo que construí para vocês. Nada, nem ninguém, os quebrará. Mas, separadamente, vocês serão tão frágeis quanto cada um destes gravetos. 
 * * * 
Dois pedaços de madeira podem sustentar mais peso do que a soma que cada um pode aguentar separadamente. 
Da mesma forma, ajudando-nos uns aos outros, mantendo-nos unidos por bons sentimentos, suportaremos muito melhor os impactos que a vida nos apresentará. 
A tão presente expressão: 
-Cada um por si, e Deus por todos, precisa desaparecer de nossos valores, de nossa filosofia de vida. 
O mundo individualista não tem futuro. 
O egoísmo cederá lugar à caridade, ao importar-se um com o outro, à vida em grupo. 
As famílias estarão muito mais fortes, preparadas para enfrentar desafios, quando unidas. 
As organizações terão mais êxito e sucesso, quando cultivarem o espírito de equipe em seu ambiente diário. 
As comunidades farão mais conquistas, crescerão mais rápido, quando perceberem que as pessoas juntas têm mais voz, têm mais poder de atuação. 
As nações, por sua vez, entenderão que estamos todos juntos, neste globo, por uma causa muito especial: juntos evoluímos, juntos alcançamos os novos patamares celestes de felicidade. 
* * * 
Um pensamento antigo diz que a união do rebanho obriga o leão a ir dormir com fome... 
Tão frágil parece o rebanho, se observarmos as características individuais de cada um de seus membros. Mas tão forte se faz, quando unido, a ponto de escapar dos maiores predadores. 
A força unida é mais forte. 
Redação do Momento Espírita, com base em conto apresentado no livro S.O.S. Dinâmica de Grupo, de Albigenor e Rose Militão, ed. Qualitymark.
Em 27.1.2017.