É interessante como passamos os dias em busca de tudo aquilo que acreditamos possa construir nossa felicidade.
Pensamos muito em ter coisas. Vivemos o século do ter, o milênio que está esquecendo o que é duradouro, perene e nos remete a viver à procura de obter objetos, propriedades, realizar sonhos de prazeres e viagens.
Recentemente, foi-nos narrado que um homem, aos quarenta anos de idade, retornou ao seu país natal, depois de ter vivido no estrangeiro, por muitos anos.
Viajara jovem, em busca de amealhar muitos recursos. Sua ideia era enriquecer, guardar uma pequena fortuna, que lhe permitisse adquirir o que quisesse, ao regressar ao Brasil.
Voltou satisfeito. O que conseguira nas atividades profissionais que exercera lhe permitiram comprar uma belíssima casa na praia.
Muitos cômodos, amplos, piscina, e uma vista maravilhosa do mar...
Na mesma semana, também adquiriu um sítio que mais parecia um pedaço do paraíso esquecido na Terra.
Uma magnífica casa, árvores, campos, um rio atravessando a mata próxima. E com vista privilegiada para a serra. Tudo que ele sempre sonhara.
Sem esposa, sem filhos, pensava em usufruir desses bens, no decorrer dos dias. Mas, apenas concluídos os negócios, um estranho mal-estar tomou conta dele.
Buscou o médico que, após alguns exames, lhe disse que não se preocupasse.
Era uma simples questão de aclimatação. Nada que o devesse perturbar.
No entanto, repentinamente, ele morreu, mal se haviam passados poucos dias desde que voltara ao país.
Dias que ele havia passado a assinar escrituras e estabelecer detalhes para as propriedades adquiridas.
E, contudo, de nada pudera usufruir. Elegera como prioridade para sua vida juntar tesouros materiais. Trabalhara intensamente, alcançara seu intento... mas se foi, arrebatado pela morte.
Recordamos Jesus a dizer: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida não consiste na abundância do que possui. E da parábola do homem cuja herdade produziu com abundância.
Como ele não tinha onde recolher todos os frutos, pensou em derrubar os seus celeiros, construir outros maiores, a fim de ali depositar todos os seus bens.
Assim agindo, imaginou que poderia, dali em diante, descansar, comer, beber e folgar.
Mas, concluiu o Nazareno, Deus disse a esse homem:
-Louco! Esta noite te pedirão a tua alma. E o que tens preparado, para quem será?
A parábola nos remete a avaliar as prioridades que elegemos para nossa vida.
O que valerá mais? O amor semeado e cultivado? A família, os amigos, ou muitos e muitos haveres, sem ter sorrisos ao redor?
Sem ter com quem compartilhar uma alegria, um espanto, um temor...
Pensemos nisso e elejamos com sabedoria as nossas prioridades porque, afinal, nada do que compremos com o dinheiro do mundo levaremos conosco, quando partirmos.
Os amores construídos, as amizades solidificadas, o bem espalhado, esse será o nosso tesouro, o que seguirá na nossa bagagem de Espíritos imortais.
Redação do Momento Espírita, com base no
Evangelho de Lucas, cap. 12, versículos 16 a 20.
Em 11.12.2019.
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