quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

ESSE INCRÍVEL AMOR...

Dizem que é esse arroubo que faz o coração disparar, o sangue fluir ao rosto, as pernas tremerem ante a visão do ser amado. Afirmam que amar é abraçar forte e, abraçados, assistirem o sol se aconchegar no poente, para adormecer até ser despertado pela manhã. Falam que o amor é esse sentimento que emula o ser a escrever poemas, a declamar sonetos e compor serenatas... 
Sim, todas essas são expressões do amor. Do amor de um ser para o outro. Mãos que se entrelaçam, corpos que se aproximam, que se movimentam ao som da música que os embala. Abraços, beijos. Mas o amor verdadeiro é quando tudo isso persiste após anos de convivência. Amar é sentir prazer de estar com o outro, ouvi-lo, acalentá-lo. Nos dias tristes, o amor é a nota melódica que cantarola esperança em ouvidos atentos. É fazer uma declaração de amor, cantando versos, depois que as rugas fizeram arabescos na face e os cabelos se tingiram de neve e prata, ao toque dos delicados dedos do tempo. Amar é, depois de filhos crescidos, netos à vista, dançar à luz do luar, no jardim da casa, na varanda do apartamento, observados por um céu de estrelas. Amar é surpreender o outro com uma flor, um mimo em data qualquer. É sair para tomar um suco, um só, no mesmo copo, com dois canudinhos. Só para poder encostar o nariz um no outro e os olhos sorrirem. É repartir a pizza, para dividir as calorias. É tantas coisas pequenas, grandes, imensas... É dizer: Deixe que eu faço.Você está tão cansada. É buscar as crianças, banhá-las, dar-lhes o lanche e quando ele chegar, estar pronta para convidar: Vamos jantar só nós dois, em algum lugar? É descobrir o que pode fazer o outro mais feliz. É preocupar-se com ele. É comentar o novo penteado, elogiar a roupa nova. É segurar a mão, no hospital, enquanto o ser amado convalesce. É falar de esperança, acenando melhores dias, quando as sombras do desalento comparecem no céu familiar. Amar é ter tempo para assistir juntos um filme, comentar depois e... assistir outra vez, para reviver as emoções positivas da primeira vez. É lembrar do dia do aniversário, é surpreender. Enfim, o amor verdadeiro é aquele que solidifica nos anos, amadurece no tempo e se perpetua pela vida afora.
Pense nisso e se pergunte se você ama de verdade. Pense quando foi a última vez que fez uma declaração de amor, fez um elogio, deu um presente. Quando foi a última vez que saiu para jantar, para dançar, para passear. Quando foi a última vez que saíram de mãos dadas, que assistiram a um show de cabeças coladas uma à outra...
Pense.  
E se descobrir que faz muito tempo, surpreenda seu amor ainda hoje. Convide. Invente, mostre que em seu coração o sentimento sublime ainda vige forte, rijo, maravilhosamente presente. Mas, faça isso, hoje. Não estanque o gesto, nem perca a chance. O amanhã poderá ser o momento que não chegue. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita v. 12 e no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP. 
Em 8.1.2014.

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