quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A MAIS IMPROVÁVEL LIÇÃO DE AMOR

Léon Denis
O que é o amor? Alguém escreveu que o amor é como uma flor no deserto. Nasce, aparece, cresce, amadurece e transforma em oásis qualquer lugar hostil, áspero e cruel. É comum, no entanto, em noticiários que divulgam crimes passionais, ouvirmos que quem matou o fez por amor. Terá o amor esse viés de agressividade, de maldade, ao ponto de perseguir, agredir, acabar com a vida de quem dizemos amar? Será esse o sentido do amor? O amor que se registra como posse e se não puder ser nosso, ninguém mais o terá? O Mestre de Nazaré nos instituiu como lei máxima a do amor. Amor a Deus, o Criador, e ao nosso próximo. Detalhou ainda que deveríamos amar a nós mesmos. Eis uma regra especial, algo que nos deve levar a reflexionar com profundidade: quem deseja algo ruim para si mesmo? Não desejamos para nós somente o melhor, o bom, o agradável? Talvez, alguns de nós, tenhamos uma ideia distorcida do que seja o amor. Como aquele jovem presidiário que conta que seu padrasto costumava lhe bater com extensões elétricas, cabides, pedaços de pau, o que tivesse à mão. E toda vez que assim o agredia, repetia: 
-Isso dói mais em mim do que em você. Faço isso porque amo você. 
Foi assim que ele cresceu com a falsa ideia de que o amor tinha de fazer mal. E passou a medir a extensão desse sentimento exatamente pela dor que alguém poderia sofrer. Por isso, aos que dizia amar, ele magoava, machucava. Andando pela viela dos desacertos, acabou preso e condenado à prisão perpétua. Segundo ele, pena merecida por ter cometido um terrível crime. Um duplo assassinato: de uma mulher e de uma criança. Foi no ambiente da prisão que ele entendeu o que era e o que não era amor. O que via ali era maldade, crueldade, desespero, desesperança. Seria mesmo isso o amor? E a lição chegou de uma forma totalmente improvável. Foi uma mulher, Agnes, quem lhe ensinou o que era o verdadeiro amor. Ela tinha razões para odiá-lo porque era a mãe e avó das suas vítimas. Contudo, ela o foi visitar na prisão e viu naquele jovem o ser humano sofrido, marcado por traumas, desorientado, perdido e lhe ofereceu amor. Aquele amor que compreende, que apoia, que perdoa. O amor que salva, que ergue um novo edifício em meio aos escombros de uma vida marcada pela violência. Um amor que transforma, que leva a criatura a refletir sobre o que fez e lhe indica rumos novos, para os anos que ainda tem à frente. 
* * * 
O amor é o olhar de Deus! O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração: é o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da bondade. É a manifestação na alma de uma força que nos eleva acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres. O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as criaturas. Deus é o seu foco. Assim como o sol se projeta sobre todas as coisas e aquece a natureza inteira, assim também o amor divino vivifica todas as almas. Deus é amor. E como somos Seus filhos, fomos criados para amar. Amemos. A nós mesmos, ao nosso semelhante. Amemos. 
Redação do Momento Espírita, com fato colhido em https://www.youtube.com/watch?v=2liy_1kyaz0 e com pensamentos do cap. XLIX, pt. 5, do livro Depois da morte, de Léon Denis, ed. FEB. Em 14.2.2018.

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