DIVALDO PEREIRA FRANCO E JOANA DE ÂNGELIS |
Você já se deu conta de que, de modo geral, costumamos doar nossos bens, somente após a morte?
Naturalmente, isso equivale a dizer que legamos nosso patrimônio a parentes próximos ou distantes, registrando em testamento as nossas vontades.
Estabelecemos divisões equitativas ou não, dispondo de bens móveis e imóveis, joias, títulos financeiros, cédulas e moedas, em favor dos que permanecem na carne.
Alguns de nós, mesmo nessas disposições últimas, impomos condições aos herdeiros a fim de que possam colocar as mãos no que lhes legamos.
Registramos desejos absurdos que retratam, em síntese, que mesmo partindo para a vida espiritual, pretendemos prosseguir a comandar vidas alheias, graças aos legados que lhes dizemos doar.
Por vezes, vamos ao ponto de determinar o que os herdeiros deverão fazer com os valores que lhes dispensamos.
Colocamos cláusulas testamentárias estabelecendo que certas porcentagens sejam direcionadas à prática da caridade, de forma direta ou através de instituições.
Nesse caso, convenhamos, se somos cristãos sabemos que é nosso dever atender o irmão sofredor, o quanto antes, e por nós mesmos pois que Jesus nos ensinou que mais importante do que dar é dar-se.
Igualmente temos consciência de que o bem só tem valor real quando parte do coração e ao coração se dirige.
O que quer dizer que distribuição do que quer que seja, por imposição, não trará jamais o selo do amor e da doação espontânea.
Temos a pensar ainda que, se durante os anos de nossa vida, não nos esmeramos em exemplificar a caridade, se não nos preocupamos em ensinar aos filhos, netos, sobrinhos, ou quem quer que seja, o verdadeiro sentido da caridade, como pretendermos que eles a pratiquem, sob dispositivo de cláusula testamentária?
Cumpre-nos revisar nossa postura perante a vida. Primeiro, iniciando a partilha do que excede em nossos armários, sejam roupas, calçados, alimentos, livros etc.
Segundo, educando aqueles por quem somos responsáveis, à meridiana luz do verdadeiro Cristianismo.
Tudo isso, enquanto é tempo, enquanto estamos a caminho, enquanto a lucidez nos comanda o raciocínio.
Repartir o pão do corpo e da alma, distribuir o de que disponhamos, em favor do nosso irmão, é medida que prescreve o Cristianismo, desde os versos primeiros da Boa Nova.
Você sabia?
Você sabia que os recursos amoedados devem sempre ser entendidos como meios e não como meta em nossas vidas?
E que na Terra, as coisas têm o valor que lhes damos? Entre outras, o dinheiro tem o peso exato que lhe oferecemos.
Redação do Momento Espírita, com frases finais baseadas no verbete
Dinheiro, do livro Repositório de sabedoria, v.1, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 27.1.2018.
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