segunda-feira, 8 de maio de 2017

A CULTURA E A PRÁTICA

EMMANUEL E CHICO XAVIER
As palavras de Jesus são tão profundas que não perdem a atualidade das verdades que contêm, mesmo que os séculos se escoem. João Evangelista teve a oportunidade de anotar o seguinte ensinamento dado pelo Mestre de Nazaré: Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis se as fizerdes. Jesus estabeleceu, nesta assertiva, que deve haver consonância entre o saber e o fazer. Dá a entender que de nada vale a teoria sem o exercício, sem a prática. Podemos ter vasta cultura, muitas informações mas se tudo isso não servir para alterar o nosso comportamento, para mover as nossas ações, é bagagem morta. Conforme o dito popular, a soberania do rei não está na coroa, mas na cabeça que a sustenta. Assim, não nos adianta exibir os tesouros da cultura, sem fazê-los luzir na alma. Os cristãos de todos os tempos falam de solidariedade. Têm conhecimento do que significa essa virtude, mas geralmente só a exercitam em épocas de grandes calamidades. No dizer de Jesus, é preciso aliar o conhecimento aos atos, não de tempos em tempos, mas constantemente, no dia-a-dia, exercendo a solidariedade com quem convive conosco no lar, no trabalho, na via pública, enfim, em todos os momentos. Ser solidário com os sofrimentos e dificuldades dos familiares, dos amigos, dos colegas. Outra virtude muito conhecida e pouco vivida é a tolerância. E a nossa falta de tolerância é mais frequente junto aos que convivem conosco sob o mesmo teto. Com os de fora do âmbito familiar é comum fingirmos essa virtude, porque temos que passar uma imagem positiva. Assim, se um estranho nos pisa no pé, damos um sorriso meio sem graça e toleramos, mas se esse alguém é da família, que se prepare para ouvir xingamentos. Falamos de muitas virtudes, pregamos outras tantas mas daí a colocá-las em prática, vai grande distância. O importante é que reflitamos um pouco sobre essas palavras de Jesus, o Mestre por excelência. E, na medida do possível, incorporemos Seus ensinos em nossos pensamentos e atos, de forma a vivê-los naturalmente e com fidelidade.
 * * * 
A existência de uma teoria elevada envolve a necessidade de experiência e trabalho. Se a ação edificante fosse desnecessária, a mais humilde tese do bem deixaria de existir por inútil. João assinalou a lição do Mestre com sabedoria. Demonstra o versículo que somente os que concretizam os ensinamentos do Senhor podem ser bem-aventurados. Aí reside, no campo do serviço cristão, a diferença entre a cultura e a prática, entre saber e fazer. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 49 do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 31.01.2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário