Albert Schweitzer |
Nos dias presentes, a mulher se encontra sobrecarregada, quase sempre, por dupla e até tripla jornada de trabalho.
Como profissional, fora do lar, obedece a uma jornada, que lhe exige várias horas de atividades.
Adentrando o lar, mesmo que disponha de auxiliar para as tarefas domésticas, a ela cabe o encaminhamento e a coordenação do que deve ser feito.
Na qualidade de esposa, compete-lhe atender ao marido, e, como mãe, sobra-lhe a supervisão das tarefas escolares das crianças, a verificação do uniforme, a leitura dos bilhetes da escola.
Enfim, uma lista infindável de afazeres. Muitas se sentem escravas de múltiplas obrigações. É somente servir e servir e servir.
Convenhamos que falta um tanto de cooperação. Primeiramente, do próprio marido, pois que o lar é uma conjugação a dois.
Depois, dos filhos, que devem ser educados para cooperar, colaborar nas tarefas domésticas.
Essa educação deve ser iniciada desde cedo, e requer pequenos cuidados a fim de que alcance os frutos desejados.
Necessita-se de um tanto de psicologia, a fim de estimular a criança, desde tenra idade, a realizar determinadas tarefas que não a irão cansar, nem exaurir.
Como humanos trazemos uma mensagem milenar de que trabalho é castigo, penalidade. Boa tática é iniciar por uma brincadeira.
Mãe e filho poderão tentar descobrir quem guarda os brinquedos mais rapidamente, nos seus lugares. Ou quem consegue guardar mais.
Naturalmente, isso exigirá um pouco de tempo. E poderemos dizer que não temos.
Pensemos no entanto que apenas se trata de uma questão de administração das horas.
Lembremos de quanto tempo perdemos ao telefone, jogando conversa fora. Ou em bate-papos que nada de mais construtivo nos oferece.
Canalizemos esses tempinhos para os ensaios de cooperação com nossos pequenos.
E tenhamos paciência. Quando os convidarmos para mexer a massa do bolo, fazer a gelatina, preparar a mesa das refeições, lembremos que a criança tem seu ritmo próprio.
Recordemos que nós temos experiência e para ela tudo é novidade.
Não a pressionemos, fazendo-a sentir-se um autômato a obedecer ordens e mais ordens, em tempo recorde.
Tornemos a missão sempre prazerosa, elogiando-a a cada conquista: a mesa posta, a louça lavada, o chão enxuto, a roupa suja no local adequado.
Sejamos compreensivos, não exigindo perfeição, de imediato. Se a cama não ficou bem esticadinha, como desejamos, ou se a colcha ficou um pouco mais curta de um lado do que outro, não critiquemos e nem desistamos.
Tornemos a ensinar, frisando, na próxima oportunidade, o cuidado que a criança deve tomar para realizar melhor a tarefa.
Nunca digamos não à sua oferta de auxílio. Se acreditarmos que a tarefa está além das suas possibilidades, utilizemos bom senso, sugerindo algo que possa realizar.
Não nos cansemos de ensinar e pedir auxílio. Deleguemos pequenas obrigações, fazendo com que a criança se sinta responsável.
Poderemos nos cansar nas primeiras tentativas, mas a recompensa será grande.
Além de termos excelentes cooperadores no lar, estaremos formando nossos filhos para se tornarem homens e mulheres que dignificam o trabalho.
Serão, assim, profissionais disciplinados, afeiçoados ao serviço e ao esforço. Cidadãos que honrarão a comunidade a que pertencerem, pela qualidade de sua cooperação.
E, onde quer que estejam, sempre estarão procurando trabalho, não apenas emprego.
* * *
Marie Curie |
Os homens, que a Humanidade reconhece como de expressivo valor, jamais deixaram de mergulhar mente e músculos nas tarefas a que eram convocados.
O grande músico e pastor Albert Schweitzer, desejando servir como médico aos negros da África Equatorial Francesa, não hesitou em ser carpinteiro, pedreiro, faxineiro.
Marie Curie, laureada por duas vezes com o Prêmio Nobel, atendia às tarefas do lar, cozinhando, limpando, passando roupa.
As mãos que trocavam fraldas eram as mesmas que trabalhavam nas pesquisas, até alcançar a vitória, que lhe valeram as honras do mundo.
Redação do Momento Espírita
Em 28.02.2011.
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