domingo, 29 de janeiro de 2017

CORAGEM

Linda e Richard Eyre
Coragem é definida como a ousadia para tentar coisas boas mas difíceis. É força para não fazer simplesmente o que fazem os outros, mas, ao contrário, manter sua posição e até influenciar os demais. É ser fiel às próprias ideias, seguir os bons impulsos mesmo que possam parecer, para a grande maioria, inconvenientes ou tolos. É, enfim, a audácia de ser amigo, demonstrar seus sentimentos, ser expansivo. Coragem é uma qualidade de caráter e pode ser ensinada aos nossos filhos. Por definição, sabe-se que coragem é uma coisa difícil. Mas como disse uma criança a um grupo de colegas, quando insistiam com ela para que os seguisse em uma malvadeza: 
-É preciso muita coragem para ser covarde, isto é, quando todos tentam obrigar você a fazer uma coisa que você acredita não seja certa, e eles o chamam de covarde, é preciso muita coragem para afirmar: “Sim, eu sou covarde". 
Importante esclarecer aos filhos a diferença entre coragem e fanfarronice. Coragem silenciosa é a que devemos procurar incutir em nossos pequenos. Coragem de dizer não ao que se tem certeza seja errado. Coragem de se aproximar de uma criança sem amigos e lhe dizer: 
-Olá, como vai? Quer brincar comigo? 
Como pais, devemos estar atentos às tentativas que as crianças realizam, para superar dificuldades e incentivá-las. Se uma criança pequena está aprendendo a andar de bicicleta, somente o fato dela conseguir sentar-se nela, deve ser motivo de elogio. O importante é tentar, mesmo que não tenha sucesso. Toda tentativa deve ser incentivada, estimulando-a a tentar outra vez e outra e outra, enquanto vamos lhe afirmando que ela está cada vez melhor. Quando o bebê consegue levar o alimento à boca com a colher, quando sobe no sofá, quando se mantém em pé, sozinho, pela primeira vez. São todos momentos de suma importância e que devem ser incentivados.
-Caiu? Levante. Tente outra vez. Não conseguiu montar o brinquedo? Vamos tentar juntos, de novo. 
Nossos filhos terão coragem se os prepararmos corretamente, se os ensinarmos a pensar sempre antes de agir, a dizer não com confiança e encorajando-os a praticar o que lhes pareça mais difícil. Não há quem, frente a algo novo, não sinta o coração bater descompassado. É bom que nossos filhos saibam que nós, adultos, também temos coisas difíceis a realizar e que nos exigem coragem. Incentivemos neles a coragem moral, aquela que se expressa em não ir atrás dos demais colegas ou amigos que estão fazendo alguma coisa errada. A coragem moral de dizer a verdade quando seria bem mais oportuno pregar uma mentira. Sejamos para os nossos filhos um modelo de coragem, pois as crianças aprendem aquilo que vivem. E todos os dias elas nos observam, veem e imitam. 
 * * * 
Uma boa maneira para exercitar a coragem é incentivar as crianças a falar, olhando nos olhos do outro. Ser corajoso significa também não ter o que ocultar do outro. Quando olhamos uns nos olhos dos outros é como se estivéssemos dizendo em alto e bom som: Confio em você e você pode confiar em mim. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2, do livro Ensinando valores a seus filhos, de Linda e Richard Eyre, ed. Ediouro. Em 25.1.2013.

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