quarta-feira, 8 de junho de 2016

O CÉU QUE NOS PROTEGE

Yitta Halberstam e Judith Leventhal
Para onde vão os amores que partem para a Pátria Espiritual, deixando-nos uma grande saudade n'alma? Será que continuam a olhar por nós? Ou, envolvidos em outras tarefas, esquecerão os amores deixados na Terra? Com certeza, muitos de nós nos questionamos a respeito. Mas, Rose, grávida de oito meses, estava, naqueles dias, preparando-se para receber seu bebê. E não havia espaço, em sua mente para outra coisa. O bebê, tão aguardado, logo nasceria. Subitamente, contudo, ele deu sinais de problemas cardíacos. A apreensão dos médicos inquietou ainda mais a jovem mãe. Disseram-lhe que as possibilidades do seu filhinho viver eram limitadas. Durante as vinte e quatro horas seguintes, médicos e enfermeiras mantiveram vigília. As condições do feto pioraram e a opção foi induzir o parto. Rose deu à luz um menino e ficou esperando pelos prognósticos. Observava as enfermeiras irem e virem, ouvia o som de máquinas, sentia o cheiro de desinfetante. Por fim, dominada pelo cansaço, ela dormiu. O capelão do hospital foi chamado pela equipe médica, tendo em vista a preocupação com o pequenino que poderia morrer a qualquer momento. O padre veio e, na sua crença, pensou que o melhor seria a criança ser encomendada a Deus, a fim de que seu Espírito pudesse ser recebido pelos anjos, na espiritualidade. E assim o fez. Enquanto isso, Rose teve um sonho. Seu tio Patrick, desencarnado há muitos anos, lhe apareceu. Ela não conseguiu apreender detalhes. Mas o rosto do tio, sereno, ficou fixado em sua memória. Também a mensagem de esperança: Não se preocupe. Seu filho ficará bem. Vai dar tudo certo. Quando Rose acordou, seu coração estava apaziguado. Uma grande serenidade a envolvia, pensando na frase alentadora que ouvira de seu tio. Então, ela viu o padre e ficou aterrorizada. Seu filho teria morrido? O sacerdote deve ter percebido a sua inquietação, pois falou rápido: Minha filha, agarre-se à esperança. Orei por seu filho e até resolvi batizá-lo. Como não sabia como chamá-lo, eu o chamei de Patrick. Espero que não se importe. Quando ela ia abrir a boca para relatar o sonho com seu tio, um médico adentrou o quarto e deu a informação de que a situação da criança estabilizara. Ele deverá vencer a crise! - Afirmou, otimista. Rose suspirou, aliviada. Foi até o berçário e olhou para o seu bebê, dormindo na incubadeira. O pequeno peito subia e descia, no ritmo do coração. Ela colou seu rosto no vidro e sussurrou: Patrick, meu filho, vai dar tudo certo.
 * * * 
 A morte não rompe os vínculos do afeto. E, mais do que imaginamos ou possamos ter consciência, os seres amados continuam a nos proteger. Muitos deles se tornam, com aquiescência Divina, zelosos protetores dos seus amores. Pensemos nisso e luarizemos a grande noite da saudade enviando aos seres queridos nossas preces de fortalecimento, de gratidão, de ternura. 
Redação do Momento Espírita, com base em história do livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante. Em 26.08.2010.

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