Clara mora em uma grande cidade do Brasil, na qual milhões de pessoas dividem o espaço em movimentadas ruas.
Todos os dias, na hora do almoço, ela anda seis quadras até o restaurante que costuma frequentar. Nesse trajeto, até há poucos meses, havia semáforo para pedestres em apenas uma das esquinas que cruzava.
A fim de respeitar as leis, e de não colocar em risco a sua vida, ela costumava cruzar apenas nas esquinas onde havia semáforo para os carros, mesmo que isso aumentasse em alguns metros a sua caminhada.
Observava, no entanto, entristecida, que a grande maioria dos pedestres, sem cuidado algum, cruzava a rua correndo grande perigo.
Há poucos meses, viu, com alegria, a Prefeitura providenciar a instalação de semáforos para pedestres em todas as esquinas daquele trajeto. Com certeza isso mostrava respeito do poder público para com o cidadão.
No entanto, observou que tais sinais de trânsito não eram percebidos pela maior parte das pessoas que por ali circulava. Era só uma questão de tempo, pensava ela, pois todos começariam a prestar atenção.
Várias semanas depois, percebeu que os transeuntes, em sua maioria, desrespeitavam os sinais luminosos, e continuavam a cruzar a rua sem segurança.
Chegou a observar uma jovem, com um bebê no colo, cruzar a rua quando o sinal estava vermelho para os pedestres, e quase foi atropelada. Compadeceu-se da criança que, desde cedo, convivia com falta de amor materno.
Dia desses resolveu contar no relógio o tempo que levaria, a mais, para chegar ao restaurante, se tivesse que esperar todos os sinais fecharem e abrirem. A conclusão foi surpreendente: apenas um minuto e vinte segundos!
E, por tão pouco, as pessoas arriscavam tanto. Pensou em escrever à Prefeitura e solicitar uma campanha de educação aos pedestres. Mas, logo ponderou consigo mesma que o cidadão também deve fazer a sua parte.
Continuou a esperar, pacientemente, a sua vez de cruzar a rua, mesmo sendo, muitas vezes, a única pessoa a respeitar o sinal, pois para ela não havia outro comportamento aceitável para um cidadão.
* * *
Muito se fala em cidadania. Segundo o dicionário, cidadania é a condição de cidadão, que é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado.
Falar em direitos é sempre agradável a qualquer indivíduo, e, sem dúvida alguma, todos devemos lutar por eles para viver dignamente.
Mas, morando em comunidades, devemos sempre estar atentos aos nossos deveres, pois, se cada um buscar apenas os direitos, a vida em sociedade será um caos.
Em um país todos estão sujeitos à constituição que é a carta que dita deveres e direitos a todos os cidadãos.
Temos sim, portanto, deveres para com o próximo. E o próximo é nosso familiar, nosso amigo, nosso colega de trabalho, nosso vizinho, nosso compatriota.
* * *
E você? Como você age no dia a dia? Como aqueles que só pensam em seus direitos, ou como quem mostra a evolução moral de conhecer e cumprir seus deveres?
Como você se comporta diariamente em sua comunidade?
Reflita com carinho e você concluirá que devemos melhorar a cada dia, aprendendo a respeitar as leis, a respeitar o próximo e a fazer a nossa parte, mesmo que aqueles com quem convivemos ainda não o façam.
Redação do Momento Espírita.
Em 21.11.2009.
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