quinta-feira, 30 de junho de 2016

CIRCUNSTÂNCIAS E MEDO

O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões. Apesar do medo, no entanto, ela sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar. Ela tinha apenas uma tarefa final a cumprir: empurrar os filhotes para fora do ninho. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas, não haverá propósito para a vida. Enquanto eles não aprenderem a voar, não compreenderão o privilégio que é nascer águia. A águia se encheu de coragem. E, um a um, ela os precipitou para o abismo, o coração aos saltos. ...e um de cada vez, todos eles voaram! 
* * * 
Às vezes, em nossas vidas, somos tomados pelo medo. O medo, até certo ponto, é uma reação natural ante o desconhecido e se expressa de variadas formas no cotidiano. A expectativa por uma resposta que pode ser negativa, a espera de um acontecimento desagradável, a surpresa em uma situação que parece insustentável - tudo isso pode se fazer acompanhar de um receio natural, que se transforma em ansiedade controlada. Mas, se esse receio aumenta em demasia, em decorrência de acontecimentos de pequena monta ou de meras expectativas, produzindo taquicardias, sudorese abundante, demonstram desequilíbrio psicológico. E nessa fase, o organismo se torna suscetível à instalação de doenças, como problemas digestivos, úlceras, distúrbios cardíacos. Procurando se libertar desse algoz que é o medo, o homem busca descobrir as causas, as raízes que o alimentam. E logo descobre que o medo é fruto da insegurança gerada pela violência, pela fragilidade da vida física, receio de perder alguém querido, a presença invisível da morte. No entanto, mais importante do que pensar e repensar as causas do medo é a atitude saudável, ante uma conduta existencial tranquila. E, para isso, é imprescindível a confiança em Deus. Em Deus que criou a vida, cuja finalidade é o bem. Confiando em Deus, que é o amor por excelência, o homem se equipa de valores ético-morais para enfrentar as enfermidades, os dissabores, os insucessos com coragem, eliminando o medo e vencendo a ansiedade. 
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O medo é sentimento que bloqueia as melhores disposições e impede as grandes conquistas. Se a águia se deixasse dominar pelo medo, não realizaria o ato de empurrar os filhotes para o abismo e eles não aprenderiam a voar. Se os antigos navegadores tivessem se deixado vencer pelo medo, jamais teriam realizado as grandes descobertas. Jesus jamais teve medo. Pensemos nEle e O busquemos, libertando-nos do medo e seguindo-O, realizando nossas conquistas pessoais, de forma serena. 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Uma águia chamada circunstâncias, de autoria ignorada, no cap. 11, do livro Momentos de felicidade e no cap. 14, do livro Momentos de iluminação, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 6.11.2012.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

CÍRCULO DE AMOR

Aquele homem estava um pouco apressado e quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento. Mas percebeu que ela precisava de ajuda. Assim, parou seu carro e se aproximou. O carro da senhora era novo, contudo, apresentava problemas. Mesmo com o sorriso que o homem estampava na face, ela ficou preocupada. Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora. Quais seriam as intenções daquele estranho? Pensou ela. Ele percebeu que ela estava com muito medo e lhe disse: 
-Eu estou aqui para ajudar, madame. Pode esperar dentro do carro que está mais quentinho. A propósito, meu nome é Bryan. 
Bem, o problema era só um pneu furado, mas para uma senhora era ruim o bastante. Bryan abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro. Logo o pneu já estava trocado. Ele ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos. Enquanto ele apertava as porcas da roda a senhora abriu a janela e começou a conversar com ele. Contou que estava de passagem por ali pois morava noutra cidade, e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda. Bryan apenas sorriu enquanto se levantava. Ela perguntou quanto devia. Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela. Já tinha imaginado todas as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se Bryan não tivesse parado. No entanto, Bryan não pensava em dinheiro. Aquilo não era um trabalho para ele. Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade e Deus já o ajudara bastante. Aquele era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outra maneira. 
-Se realmente quiser me reembolsar, disse Bryan, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê a ela a ajuda que precisar. 
E acrescentou: 
-E pense em mim. 
Ele esperou até que ela saísse com o carro e também se foi. Aquele havia sido um dia frio e cinzento. Ainda assim, ele se sentia muito bem. Algumas milhas abaixo a senhora encontrou um pequeno restaurante e entrou para comer alguma coisa. Não era um restaurante muito limpo, daqueles que ela costumava frequentar. A garçonete veio até ela e lhe trouxe uma toalha limpa para que pudesse secar um pouco o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso, um sorriso que, mesmo com os pés doendo por um dia inteiro de trabalho, não pôde apagar. Notou que a garçonete estava nos últimos meses de gravidez e, mesmo assim, não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude. A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de Bryan. Depois que terminou a refeição, enquanto a moça buscava o troco para a nota de cem dólares, a senhora se retirou. A garçonete voltou e procurou localizar a freguesa mas achou apenas algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais quatro notas de cem dólares. Havia lágrimas em seus olhos quando leu o que estava escrito. O bilhete dizia o seguinte: 
-Você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou há pouco e da mesma forma estou lhe ajudando. Se você realmente quiser me reembolsar não deixe este círculo de amor terminar em você. 
A garçonete ainda tinha muito trabalho a fazer naquela noite. Mesas para limpar, açucareiros para encher e pessoas para servir. Quando foi para casa, deitou-se ao lado do marido e ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito. Como podia aquela senhora saber o quanto ela e o esposo precisavam de dinheiro? Com o bebê para o próximo mês, como estava difícil! Virou-se para o marido, que dormia tranquilamente ao lado, deu-lhe um beijo carinhoso e sussurrou: 
-Tudo ficará bem, Bryan. Eu amo você.
 * * * 
O amor produz sempre um efeito positivo em quem o recebe e, de maneira mais intensa, em quem o pratica. Por essa razão, o amor é e sempre será a melhor opção. Redação do Momento Espírita, a partir de conto de autoria ignorada. Em 13.11.2010.

terça-feira, 28 de junho de 2016

CIDADE MARAVILHOSA

A segunda capital do Brasil, Rio de Janeiro, é cantada e conhecida como a cidade maravilhosa. Aquela cheia de encantos mil. E, verdadeiramente o é. Chegar àquela cidade e contemplar, à distância, o Cristo Redentor no alto do morro, é comovente. E depois, se sucedem as praias, a natureza em total exuberância, a entrada da Baía de Guanabara, o mar beijando a orla... Um verdadeiro encanto para quem tem olhos de ver e não se detém somente nas dificuldades que aquela metrópole, à semelhança de outras tantas, padece. Talvez, por isso, aquele jovem de uma localidade do interior do Estado tenha se surpreendido, ao receber uma nota em que sua amiga se referia à cidade em que ele reside como maravilhosa. Maravilhosa em quê?- Redarguiu. A cidade onde moro não é nenhuma metrópole, não tem nenhuma atração especial e o máximo que temos em beleza é a praça central, com alguns canteiros e bancos para desfrutar do sol. A resposta que recebeu o deixou emocionado. Amigo, para mim, o local onde moram os meus amigos, será sempre maravilhoso. Isso porque eu sei que, chegando ali, encontrarei as flores da amizade em ricos ramalhetes para me receber. Sei que, passeando pelas ruas, poderei sentir o perfume dessa virtude que alimenta as nossas vidas exalando de cada coração. Sei que, mesmo em dias de chuva e frio, encontrarei o calor dos seus abraços e o sol dos seus sorrisos. Por isso, acredite, a sua cidade é maravilhosa. Ali residem você e outros tantos amigos, cujas fotos trago muito bem guardadas, no álbum do coração. Quando viajo pelo mundo, quando chego às cidades onde ninguém me conhece e a ninguém conheço, tenho o cuidado de fechar os olhos e folhear esse precioso álbum. As faces de cada um dos que residem nessa cidade passam pela minha memória e acalentam a minha soledade. Sei então que não estou só. Os amigos distantes vibram por mim, me indagam de notícias, me enviam seu carinho em torpedos diários, em e.mails que chegam a horas perdidas da madrugada. Existem sim, no mundo, localidades de espetacular beleza, que enchem os olhos com suas alamedas bem desenhadas, flores em abundância, jardins e praças esculturais. Cidades que ofertam belezas naturais, com rios de águas cantantes, pontes de invejável arquitetura. Cidades antigas que conservam o romantismo das ruelas estreitas, entre o casario de uma ou outra época. Cidades culturais, cidades modernas, de linhas arrojadas, edifícios que desafiam as alturas, monumentos extraordinários que honram a criatividade humana, sempre insuperável em suas manifestações. Sim, já visitei muitas cidades e fotografei um número imenso de logradouros, museus, bibliotecas, pontes, riachos e concertos de cores da natureza. Já fotografei obras de incalculável valor, que atestam como o homem é verdadeiramente esse ser que deixa seus traços de imortalidade nas expressões da arquitetura, da engenharia, da pintura, da escultura. Tantas e diversificadas concretizações da sua grandiosidade de filho de Deus. Mas, de todas, a mais maravilhosa cidade das que já visitei, conheci, admirei é, sim, essa cidade onde estão os meus amigos. Essa cidade onde estão os ramalhetes perfumados que me envolvem a alma em afagos, carinho e atenção. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no cd Momento Espírita, v. 22, ed. Fep. Em 26.7.2012.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

CIDADANIA E RESPEITO AO PRÓXIMO

Clara mora em uma grande cidade do Brasil, na qual milhões de pessoas dividem o espaço em movimentadas ruas. Todos os dias, na hora do almoço, ela anda seis quadras até o restaurante que costuma frequentar. Nesse trajeto, até há poucos meses, havia semáforo para pedestres em apenas uma das esquinas que cruzava. A fim de respeitar as leis, e de não colocar em risco a sua vida, ela costumava cruzar apenas nas esquinas onde havia semáforo para os carros, mesmo que isso aumentasse em alguns metros a sua caminhada. Observava, no entanto, entristecida, que a grande maioria dos pedestres, sem cuidado algum, cruzava a rua correndo grande perigo. Há poucos meses, viu, com alegria, a Prefeitura providenciar a instalação de semáforos para pedestres em todas as esquinas daquele trajeto. Com certeza isso mostrava respeito do poder público para com o cidadão. No entanto, observou que tais sinais de trânsito não eram percebidos pela maior parte das pessoas que por ali circulava. Era só uma questão de tempo, pensava ela, pois todos começariam a prestar atenção. Várias semanas depois, percebeu que os transeuntes, em sua maioria, desrespeitavam os sinais luminosos, e continuavam a cruzar a rua sem segurança. Chegou a observar uma jovem, com um bebê no colo, cruzar a rua quando o sinal estava vermelho para os pedestres, e quase foi atropelada. Compadeceu-se da criança que, desde cedo, convivia com falta de amor materno. Dia desses resolveu contar no relógio o tempo que levaria, a mais, para chegar ao restaurante, se tivesse que esperar todos os sinais fecharem e abrirem. A conclusão foi surpreendente: apenas um minuto e vinte segundos! E, por tão pouco, as pessoas arriscavam tanto. Pensou em escrever à Prefeitura e solicitar uma campanha de educação aos pedestres. Mas, logo ponderou consigo mesma que o cidadão também deve fazer a sua parte. Continuou a esperar, pacientemente, a sua vez de cruzar a rua, mesmo sendo, muitas vezes, a única pessoa a respeitar o sinal, pois para ela não havia outro comportamento aceitável para um cidadão. 
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Muito se fala em cidadania. Segundo o dicionário, cidadania é a condição de cidadão, que é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. Falar em direitos é sempre agradável a qualquer indivíduo, e, sem dúvida alguma, todos devemos lutar por eles para viver dignamente. Mas, morando em comunidades, devemos sempre estar atentos aos nossos deveres, pois, se cada um buscar apenas os direitos, a vida em sociedade será um caos. Em um país todos estão sujeitos à constituição que é a carta que dita deveres e direitos a todos os cidadãos. Temos sim, portanto, deveres para com o próximo. E o próximo é nosso familiar, nosso amigo, nosso colega de trabalho, nosso vizinho, nosso compatriota. 
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E você? Como você age no dia a dia? Como aqueles que só pensam em seus direitos, ou como quem mostra a evolução moral de conhecer e cumprir seus deveres? Como você se comporta diariamente em sua comunidade? Reflita com carinho e você concluirá que devemos melhorar a cada dia, aprendendo a respeitar as leis, a respeitar o próximo e a fazer a nossa parte, mesmo que aqueles com quem convivemos ainda não o façam. 
Redação do Momento Espírita. Em 21.11.2009.

domingo, 26 de junho de 2016

O CICLO DA VIOLÊNCIA

ALBERTO ALMEIDA
Uma das queixas maiores de toda a população é do índice crescente de violência. Não existe mais segurança, comentam as pessoas, alarmadas. Escolas, empresas, os governos estabelecem campanhas contra a violência, utilizando-se de palestras, seminários e da mídia em geral. Cartazes são afixados em pontos estratégicos, pessoas colocam bótons no próprio peito, afixam adesivos nos carros. Contudo, a violência parece não diminuir. Talvez não estejamos nos dando conta do ciclo que percorre a violência. Conta-se que certo general passou a noite inteira sem conseguir pregar o olho. Pela manhã, estava muito irritado e chegando ao quartel, mal viu o coronel, dirigiu-lhe palavras rudes de admoestação, por coisa nenhuma. O coronel engoliu em seco a própria raiva, pois não podia externar o que lhe ia na intimidade ao seu superior. Saiu da sala e, encontrando o tenente no corredor, gritou com ele, falando da sua incompetência em resolver questões de somenos importância no quartel. O tenente ficou vermelho. Sentiu o sangue quase explodir no cérebro, mas mordeu a língua para não se alterar com o seu comandante. Bateu continência e foi para o pátio, onde encontrou o sargento, que se preparava para os exercícios com seus subordinados. Asperamente se dirigiu a ele, deixando-o com muita raiva. O sargento esperou que o tenente se afastasse, rodou sobre os calcanhares e se encaminhou até o cabo, que lhe recebeu toda a agressividade guardada. O cabo não gostou de ser xingado por algo que não fizera. E acabou despejando a sua ira no primeiro soldado que encontrou, a caminho do seu alojamento. Reclamou de tudo, deixando o pobre homem arrasado. Como o soldado estava em final de expediente, saiu do quartel e se dirigiu ao terminal de ônibus. Quando subiu no coletivo, perdeu a calma com o cobrador que disse não ter troco para a nota que ele apresentou. O motorista do ônibus assistiu tudo, tomou as dores do cobrador mas, com medo de reagir porque a pessoa em questão era um militar, se calou. Contudo, quando chegou em casa, trazia dentro de si toda a raiva que segurara durante as últimas horas de trabalho e, porque a esposa demorasse em colocar a comida à mesa, ele lhe dirigiu palavras inadequadas, grosseiras e ofensivas. O motorista era um homem grande e ela miúda, por isso ela achou mais prudente ficar quieta. Entretanto, ao passar pelo seu quarto, viu a filha de oito anos mexendo no seu estojo de maquiagem. Era algo que ela fazia sempre. Mas, naquele dia, a mulher se encolerizou, brigou com a garota, e a mandou para o quintal. A menina não entendeu a reação da mãe e foi despejar toda a sua raiva num cão que estava amarrado, nos fundos da sua casa. O pobre animal sentiu o pontapé e recebeu a carga negativa que a criança despejou. Como não tinha nada mais a fazer, externou a sua vontade de morder, de reagir, uivando a noite inteira. Adivinhem quem morava na casa ao lado? Isso mesmo! O general do começo da história. 
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Pensemos nisso! Deter o ciclo da violência deve ser nosso maior desafio. No todo é muito prático: basta agir em vez de reagir. Pensar antes de falar. Contar até dez, antes de responder mal a quem quer que seja. Não revidar ofensa, desaforo ou má educação. Pensemos nisso! A estatística da violência é marcada por cada um de nós. 
Redação do Momento Espírita, com base no estudo Respeito, desenvolvido por Alberto Almeida, em março de 2002, na cidade de Matinhos/PR. Em 26.3.2014.

sábado, 25 de junho de 2016

AS CHUVAS DOS OLHOS

Chove. 
Na fonte das águas, chove. 
Na fronte das lágrimas do pretérito calado. 
Lavando a chuva dos olhos cansados. 
Chovendo nos mares, nos mares amados.

Há quanto tempo você não chora? Há quanto tempo seus olhos não são inundados por lágrimas, por essas pequenas gotas que parecem nascer em nosso coração? Há quanto tempo? Assim como o fenômeno natural da precipitação atmosférica, a chuva, realiza o trabalho de purificar a terra, a água e o ar, também nossas lágrimas têm tal função. A de limpar nosso íntimo, a de externar nossas emoções, sejam elas de alegria ou de pesar. Precisamos aprender a expressar nossos sentimentos. Nossa cultura possui conceitos arraigados, como o de que homem não chora, ou que é feio chorar, que surgem em nossas vidas desde quando crianças, na educação familiar, e acabam por internalizarem-se em nossa alma, continuando a apresentar manifestações na vida adulta. Sejamos homens ou mulheres na Terra, saibamos que todos rumamos para a busca da sensibilidade, do auto-descobrimento e da expressão de nossos sentimentos. Tudo que deixarmos guardado virá à tona, cedo ou tarde. Se forem bons os sentimentos contidos, estaremos perdendo uma oportunidade valiosa de trazê-los ao mundo, melhorando nossas relações com o próximo e conosco mesmo. Se forem sentimentos desequilibrados, estaremos perdendo a chance de encará-los, de analisá-los e de tomar providências para que possam ser erradicados de nosso interior. As barreiras que nos impedem de nos emocionarmos, de chorar são, muitas vezes, as mesmas que nos fazem pessoas fechadas e retraídas. Barreiras que carecemos romper para que nossos dias possam ser mais leves, mais limpos, como a atmosfera que recebe a água da chuva e nela encontra sua purificação. As chuvas dos olhos fazem um bem muito grande. Desabafar, colocar para fora o que angustia nosso íntimo ou o que lhe dá alegria é um exercício precioso. Um hábito salutar. Dizer a alguém o quanto o amamos, quando esse sentimento surgir em nosso coração – mesmo sem um motivo especial -, será sempre uma forma de fortalecimento de laços. De construção de uma união mais feliz e, principalmente, um recurso para elevarmos nossa autoestima, nosso auto-amor. 
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Deus nos concedeu a chuva para regar os campos, para tornar mais puro o ar. Também nos presenteou com as lágrimas para que as nossas paisagens íntimas pudessem ser regadas e para que os ares do Espírito encontrassem a pureza. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita v. 12 e no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP. Em 14.1.2014

sexta-feira, 24 de junho de 2016

CHUVA DE BÊNÇÃOS

Oscar Schindler
Dinheiro é bom ou ruim? Desde que o Evangelista anotou a célebre frase do Senhor Jesus: 
-É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus
As pessoas têm acreditado que ter posses é algo pernicioso. De tal forma cresce o preconceito, que se faz referências a pessoas de fortuna como aquelas para quem estão reservados os maiores tormentos, após a morte. Trata-se tanto de má interpretação do texto, quanto, por vezes, de um certo despeito e inveja por não ser o detentor de todo aquele esplendor e facilidades. Convenhamos que a fortuna, os bens materiais em si mesmos não são bons, nem maus. Tal qual a faca, o ácido, a droga medicamentosa tem sua utilidade específica, apropriada. O que não impede a muitos que lhe dêem outra, perniciosa. A faca que serve para cortar o pão, passar a manteiga é a mesma que destrói vidas preciosas. O medicamento que salva é o mesmo que, indevidamente ministrado, pode alterar perigosamente a saúde. Ou mesmo matar. Tudo depende da função que se lhe dê. Assim também com o dinheiro. São as grandes fortunas que mantêm e incentivam as pesquisas científicas, que redundam em benefícios para a Humanidade. São os valores amoedados em abundância que permitem a criação de novas fábricas, que geram empregos, que sustentam famílias. É o dinheiro abençoado que permite a construção e manutenção de hospitais, de escolas, de indústrias. Lembramo-nos da fortuna de Oscar Schindler. Pertencente ao Partido Nazista, sensibilizou-se pela sorte dos perseguidos judeus da Polônia. Passou a comprar vida por vida do sofrido povo. Foram crianças, idosos, homens e mulheres maduros, jovens. Alguns portadores de deficiência física ou debilitados. Os mais fáceis de virem a perecer na mão dos impiedosos carrascos. Comprou-os e durante meses os sustentou. Despendeu toda a sua fortuna, num simulacro de fábrica que foi modelo de não produção. Quando acabou a guerra, ele somente possuía de seu o carro e um precioso relógio. E ante o vislumbrar do horror nazista, que destruiu tantas vidas, ele lamentou não se ter desfeito daquilo também. Afinal, se perguntou: Quantas vidas mais eu poderia ter comprado: uma, duas, cinco? Por que não o fiz? 
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Dinheiro na mão de quem padece a dor do seu irmão é bênção de Deus que se multiplica na Terra, em forma de pão, agasalho, medicamento, escola. Desta forma, não desprezemos os que possuem riquezas, pois lhes desconhecemos as intenções íntimas. Quem quer que olhasse para Oscar Schindler, nada veria além de um homem que gozava os prazeres efêmeros da vida. E, no entanto, ele salvou nada menos de mil e cem judeus. Se somos os que detemos a fortuna, pensemos que é transitória e, se a Divindade nô-la colocou nas mãos, espera de nós, para nossa própria felicidade, que a utilizemos para o bem comum. 
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Não é o dinheiro que nos condena aos processos da angústia. É a nossa maneira de empregá-lo, quando nos esquecemos de facilitar a corrente do progresso, através da ação na fraternidade e do devotamento ao bem, com que nos cabe colaborar no engrandecimento do trabalho e da vida.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2 do livro Dinheiro, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed.IDE e no filme A lista de Schindler. Em 08.02.2008

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O CHORO DA ESTRELA

Conta uma lenda que, certo dia, caminhava Deus, sossegadamente, pelo Universo. Contemplava a Sua criação, verificando se tudo estava correndo bem. Em certo ponto de Sua caminhada, deparou com uma estrela, num choro convulsivo. Aproximou-se e com Seu carinho de Pai, perguntou: Por que você chora, minha filha? A estrela, em pranto, mal conseguia falar: Sabe, meu Pai, estou triste. Não consigo achar uma razão para a minha existência. O sol, com todo o seu brilho, fornece calor, luz e energia. Serve especialmente ao planeta azul e as pessoas ali o esperam todos os dias, alegrando-se com o seu surgimento. As estrelas cadentes alimentam os sonhos dos românticos que as contemplam, maravilhados. Os cometas geram dúvidas e mistérios, movimentando cientistas de todo lugar para os estudar e analisar. Todos são importantes. Todos, menos eu. Eu fico aqui parada, sem utilidade nenhuma. Deus ouviu tudo atentamente. Com paciência, decidiu explicar para a estrela os porquês de sua existência. Porém, nesse instante, uma voz interrompeu o diálogo. Era uma voz que vinha de longe, uma voz infantil. Era uma criança, que caminhava com sua mãe, em um dos planetas da região. A criança dizia: Veja, mamãe! O dia já vai nascer! A mãe ficou um tanto confusa. Como podia uma criança que mal sabia as horas, saber que o sol logo nasceria, se tudo ainda estava escuro? Como você sabe disso, meu filho? E a criança alegre respondeu: Veja aquela estrela, mamãe! Papai me disse que ela anuncia o novo dia. Ela sempre aparece um pouco antes do sol, e aponta o lugar de onde o sol vai sair. Ouvindo aquilo, a estrela se pôs a chorar. Mas de emoção. Não era mais preciso que Deus lhe explicasse o motivo da sua existência. Como tudo o que Ele criou, ela também tinha uma razão de ser. Era a estrela que anunciava o novo dia. E com o novo dia, se renovam sempre as esperanças, os sonhos. Ela servia para orientar os homens, indicando-lhes o caminho a percorrer. Quando a vissem, eles poderiam ter certeza que logo mais o sol surgiria, abrilhantando tudo, espancando a escuridão da noite, secando as estradas da chuva torrencial das horas anteriores, aquecendo as manhãs frias. A estrela, sentindo-se imensamente útil, encheu-se de felicidade e brilhou com mais intensidade. Descobrira, enfim, como ela era importante e indispensável ao ciclo da vida. 
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Todos temos uma razão para existir, mesmo que ainda não a tenhamos descoberto. Alguns nascem para ser estrela de outras vidas, orientando-as na caminhada. Outros nascem para iluminar estradas, conduzir mentes, acalentar corações. Muitos nascem para ser o suporte de outros, em sua trajetória de glórias e sucessos. Se você ainda não descobriu porque está na Terra, eleja a si próprio estrela de luz e comece a semear amor e espalhar alegrias ao seu redor. Assim, você iluminará a sua própria vida, iluminando todos que estão à sua volta. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo O choro da estrela, de autoria ignorada. Em 23.4.2013.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

QUANDO CHEGA A PRIMAVERA

Você já deve ter ido, certamente, a muitas festas de casamento, formaturas, eventos sociais, onde os arranjos florais estão sempre presentes. Aliás, são sempre muitas flores, muitos enfeites, cada vez mais criativos e bem elaborados. Mas você já parou para pensar para onde vão todos aqueles ornamentos no dia seguinte? Pois é... Na maioria, vão para o lixo! Flores ainda belas, vigorosas, no auge de seu brilho são desperdiçadas todos os dias. Felizmente algumas pessoas se sentiram incomodadas com isso e resolveram tomar uma atitude positiva. Profissionais que trabalham na área de cenografia e decoração de eventos e campanhas publicitárias, criaram o projeto flor gentil. Trata-se de uma ONG que reaproveita flores da decoração de casamentos e outras festas, transformando-as em novos arranjos que são entregues a idosos em casas de repouso. A iniciativa conta com diversos voluntários que participam, desde o recolhimento dos arranjos usados nas festas, passando por uma pequena seleção das flores, até a elaboração dos singelos novos buquês que ganharão outro lar em breve. Já são diversos os lares de idosos que recebem, periodicamente, a visita das flores. Ver a reação daqueles corações ao receberem o singelo mimo é emocionante. Como pode um simples buquê levar tanta alegria, tanta cor àquelas vidas! A expressão de surpresa e júbilo de uma dessas senhoras resume bem a emoção. 
-Chegou a primavera!! – Diz radiante. 
Outro fator interessante é que nenhum buquê é igual ao outro e todos são lindíssimos e muito bem elaborados. Cada idoso recebe o seu, único, especial. Os voluntários do projeto contam como é gratificante a tarefa que fazem, e como ela afeta, poderosamente, quem oferece as flores e não apenas quem as recebe. São flores que abrem portas, criam laços e fortalecem quem tem cada vez menos condições de lidar sozinho com seus problemas. São flores que levam cores para a vida já tão preto e branco daqueles corações. A idealizadora do projeto confessa que, quando vai embora, após cada visita, costuma dar uma última olhadela para trás e ver como a paisagem se transformou. Os sorrisos que deixou e as flores que agora colorem aquele ambiente. Nada fica como antes... São as flores da gentileza... É a primavera nascendo a qualquer momento do ano. 
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Você já levou a primavera para a vida de alguém? Flores inesperadas, uma visita de surpresa, uma carta, um e-mail gentil. São tantas as formas de transformar, de alegrar o dia das outras pessoas! Encontre a sua. Encontre o seu caminho das flores, das cores, dos gestos que demonstram que você se importa, se interessa... Encontre o outro. Encontre a vida além da sua vida. Participe da vida do outro. Um estranho, quem sabe... Quem é capaz de dizer quando um estranho se transformará num grande amor? Aliás, todo grande amor foi um dia um estranho... Até que enfim, chegou a primavera.
Redação do Momento Espírita. Em 19.10.2013.

terça-feira, 21 de junho de 2016

CHEGAR AO DESTINO

Durante anos, nas suas sessões de meditação, um mestre observou a presença de um jovem que nada falava e que parecia indiferente a tudo. Certa noite, esse moço chegou mais cedo e, ao encontrar o mestre sozinho aproximou-se dele, interpelando-o: 
-Há muito tempo frequento o seu centro de meditação e tenho reparado no grande número de pessoas que aqui também vem. Alguns deles tornaram-se pessoas muito melhores, qualquer um pode comprovar isso. Outros experimentaram relativa mudança em suas vidas. Noto que também essas são pessoas mais felizes. Mas, senhor, alguns existem, dentre os quais me incluo, que permanecem como eram ou incidem em erros que pareciam já ter superado. Não mudaram nada, ou não mudaram para melhor. Por que precisa ser assim, mestre? Por que o senhor não usa do seu poder e do seu amor para libertar incondicionalmente a todos? 
O mestre sorriu e perguntou: 
-De qual cidade você vem?
-Venho de Rajagaha, mestre, a trezentos quilômetros daqui. 
-Você ainda tem parentes ou negócios nessa cidade? 
-Sim, e por isso frequentemente vou para lá. 
-Então, disse o mestre, você deve conhecer muito bem o caminho. 
-Sim, eu o conheço perfeitamente. Tantas vezes já o percorri que me atreveria dizer que até com os olhos vendados eu poderia encontrá-lo. 
-Deve, então, acontecer de algumas pessoas às vezes o procurarem, pedindo-lhe que lhes explique o caminho até lá. Quando isso ocorre, você oculta alguma informação ou explica claramente? 
-O que haveria para ocultar, mestre? Eu lhes explico claramente o caminho, de maneira a não deixar nenhuma dúvida. 
-E essas pessoas, às quais você dá explicações tão claras, todas chegam à Rajagaha? 
-Somente aquelas que percorrem o caminho até o fim.
-É exatamente isso que quero lhe explicar, meu jovem. As pessoas vêm a mim sabendo que sou alguém que já percorreu o caminho e que o conhece bem. Elas vêm e perguntam: “Qual é o caminho da felicidade?” Eu lhes explico claramente. Se alguém, simplesmente abana a cabeça e diz: “Lindo caminho, mas não me darei ao trabalho de percorrê-lo”, como poderá essa pessoa chegar ao destino? Eu não carrego ninguém nos ombros. Digo apenas: “Este é o caminho e é assim que o percorro. Se você também trabalhar, também caminhar, certamente atingirá o seu destino.” Mas cada pessoa deve percorrer o caminho por si, deve sentir cada um dos seus próprios passos. Afinal, uma caminhada, por mais longa que seja, começa com o primeiro passo, e deve ser feita com as próprias pernas. 
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Deus nos oferece, diariamente, oportunidades para sermos melhores e trilharmos, de modo efetivo, o caminho do bem. Essas chances, no entanto, só podem ser usufruídas individualmente. Não há como transferir tais responsabilidades a nenhuma outra criatura. O nosso dever é de crescimento e aprendizado, e nosso, exclusivamente, será o mérito pela real conquista de virtudes que nos proporcionarão a verdadeira felicidade. 
Redação do Momento Espírita, com base no livro Como atirar vacas no precipício, de Alzira Castilho, ed. Panda Books. Em 21.10.2015.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

CHEGANDO AO CORAÇÃO DE DEUS

Numa cidadezinha chamada Vila dos Passarinhos, morava padre Santinho. O sacerdote era bastante idoso. Bem humorado, conversava com todos, até mesmo com os animais que ele encontrava. Por esse hábito, muitos diziam que ele estava se tornando senil. Padre Santinho, por outro lado, não se importava com esses comentários. Continuava a falar com os animais e a orar por toda a população da cidade, que ele amava profundamente. Suas fervorosas preces pareciam adquirir asas e, à noite, entravam nas casas, bem de mansinho. No dia seguinte, sem saber o porquê, todos acordavam felizes e rindo por tudo e por nada. Num domingo ensolarado, chegou ao vilarejo um novo padre, muito jovem. Depois desse dia, não houve mais espaço para padre Santinho. A comunidade o julgava muito idoso para continuar com suas funções de sacerdote. Embora agradecidos pelos mais de cinquenta anos que ele estivera à frente das funções religiosas na cidade, preferiram que o mais jovem continuasse com as tarefas litúrgicas. O bondoso velhinho foi embora e todos na vila continuaram suas vidas. O sacerdote foi para as montanhas, um local cheio de melodia por conta do cantar dos pássaros. Todas as manhãs ele era despertado por suave música, passando o dia em oração pelos seus queridos amigos do vilarejo. Todavia, numa manhã radiosa, ele não acordou com os passarinhos. Partiu, retornando ao lar espiritual. De sua morada nas estrelas do infinito e do Eterno, rogava ao Criador pelos seus amados amigos da Vila dos Passarinhos. E todo amanhecer da população do pequeno vilarejo permanecia especial. Todos, embalados pela sinfonia amorosa das preces de padre Santinho, continuavam acordando felizes e rindo sozinhos. 
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Amar não é tarefa fácil. Exige resignação, humildade, paciência, caridade e outras virtudes que estamos a cada passo conquistando, mas que ainda não foram de todo compreendidas e vivenciadas. O convite do Cristo prossegue sendo: Aquele que deseja me seguir tome a sua cruz e siga-me. A ira, a inveja, o orgulho, o egoísmo ainda existem dentro de nós e, vez ou outra, pairam sobre nossos corações. Tais mazelas morais formam a cruz que trazemos em nosso foro íntimo, cruz que nos compete carregar, se desejamos seguir os exemplos ensinados por Jesus. Contra as enfermidades do Espírito, a recomendação eterna do Mestre: Orai e vigiai. Tenhamos na prece a fortaleza de renunciarmos aos antigos hábitos e construirmos em nosso interior o homem novo que devemos ser, a fim de alcançarmos a felicidade. A prece é poesia celeste com a qual nos mantemos conectados com a essência Divina que existe em cada um de nós. Tal essência é o traço, a assinatura do Criador em cada ser, que faz com que, constantemente, Deus esteja em nós e nós estejamos em Deus. Assim, confiemos: todas as nossas preces chegam ao coração do Criador. E Ele sempre nos responde. Tenhamos, portanto, ouvidos de ouvir! 
Redação do Momento Espírita, com base no conto Padre Santinho, de Bernardo Bam, disponível em http://pequenashistoriasinfantis.blogspot.com.br Em 22.10.2013.

domingo, 19 de junho de 2016

O CHEFE IDEAL

O relacionamento entre patrões e empregados é algo considerado nevrálgico. De um lado, os patrões apontam falhas em seus empregados, que vão desde o desinteresse pelas tarefas a executar à desonestidade. Do outro lado, os empregados reclamam de patrões excessivamente rigorosos, exigentes, desagradáveis. Há algum tempo, uma pesquisa realizada por um grupo especializado em consultoria empresarial, em nosso país, mostrou que 29% dos executivos e gerentes consideram o relacionamento com o seu superior o principal motivo de satisfação no trabalho. Mais do que isso: 60% dos funcionários se declararam propensos a deixar de aceitar convites de outras empresas, para permanecer ao lado do chefe. E isso até mesmo em situações em que a oferta salarial era maior. A razão dessa mudança no relacionamento entre chefia e subordinados está no aparecimento de um novo padrão de chefe. Um padrão que inclui ser o chefe uma pessoa que sabe dividir os seus conhecimentos. Não é alguém que se acredite superior a todos, dono da verdade. Ao contrário, passa sua experiência, sua sabedoria aos subordinados, num incentivo a que cresçam. Por ser um líder autêntico, não teme ser substituído e compartilha de tudo que sabe com aqueles pelos quais guarda a responsabilidade da condução e orientação. É também uma pessoa correta e honesta que aponta os erros aos funcionários e lhes explica a forma correta de fazer. Não retira a tarefa de quem errou, ao contrário, pede que ele refaça a atividade, sob sua supervisão e orientação diretas. Esse líder sabe fazer críticas, mas também faz elogios, atento a que todos necessitam de estímulos para melhor exercer as suas atividades. Por conhecer o seu pessoal, incentiva a equipe a desenvolver o seu potencial, estabelecendo metas e sugerindo estratégias. Aceita sugestões, abrindo espaços ao diálogo franco e aberto. Permite que todas as ideias sejam colocadas na mesa e, com calma, analisa uma a uma com o grupo. O chefe ideal é, assim, um líder que sabe trabalhar em equipe, valorizando a todos e a cada um. Por isso, para o empregado, estar subordinado a uma chefia com essas qualidades é agradável. 
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De todos os líderes, o maior com certeza foi o Senhor Jesus. Escolheu Seus colaboradores diretos entre as camadas simples do povo, dando especial atenção às qualidades de cada um. Exemplificou o que esperava do grupo, trabalhando com entusiasmo e alegria. Não Se cansava de ensinar, explicar, utilizando a linguagem do entendimento geral a fim de Se fazer bem compreendido. Quando as discussões aconteciam no grupo evitava tomar parte, guardando neutralidade, mas registrando, em seguida, as decisões daquele punhado de homens que nEle reconheciam a superioridade em todos os sentidos. Finalmente, antes da morte, convocou-os para o serviço especial na Sua seara, levando em consideração os Seus gostos, os Seus interesses e as Suas aptidões pessoais. Por isso, os nomeou pescadores de almas, habituados que estavam ao trabalho com redes, barcos e peixes. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Eu adoro o meu chefe!, da revista Veja, de 19 de julho de 2000 e no artigo Liderança e autoconhecimento, da apostila do Departamento de Infância e Juventude do Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

sábado, 18 de junho de 2016

CHAPLIN E O SORRISO

CHARLES CHAPLIN
Charles Chaplin foi o artista do sorriso, da docilidade, dos gestos pequenos e da grandeza de coração. Há um texto, de sua autoria, traduzido para o português que diz mais ou menos assim: Ei, você, sorria! Mas não se esconda atrás desse sorriso. Mostre aquilo que você é, sem medo. Existem pessoas que sonham com o seu sorriso, assim como eu. Viva! Tente! Ame acima de tudo. Ame a tudo e a todos. Não faça dos defeitos uma distância, e sim uma aproximação. Aceite a vida, as pessoas. Faça delas a sua razão de viver. Entenda! Entenda as pessoas que pensam diferente de você. Não as reprove. Ei! Olhe! Olhe à sua volta quantos amigos! Você já tornou alguém feliz hoje, ou fez alguém sofrer com o seu egoísmo? Ei! Não corra! Para que tanta pressa? Corra apenas para dentro de você. Sonhe! Mas não prejudique ninguém e não transforme seu sonho em fuga. Acredite! Espere! Sempre haverá uma saída, sempre brilhará uma estrela. Chore! Lute! Faça aquilo que gosta. Sinta o que há dentro de você. Ei! Ouça! Escute o que as outras pessoas têm a dizer. É importante! Suba! Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo, mas não esqueça daqueles que nunca conseguem subir a escada da vida. Ei! Descubra! Descubra aquilo que há de bom dentro de você. Procure acima de tudo ser gente. Eu também vou tentar. Ei, você. Não vá embora. Eu preciso lhe dizer que... gosto de você, simplesmente porque você existe! 
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CHARLES CHAPLIN
O poeta dos sorrisos, o criador de Carlitos, das cenas inesquecíveis de Luzes da ribalta, de O garoto, de O grande ditador, acreditava que a Humanidade precisava sentir mais do que pensar. Dizia ele: Pensamos em demasia, e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. O homem enigmático, talvez um tanto triste, por trás do personagem cômico, brilhou no mundo do cinema, mas também irradiou muita luz para o mundo dos homens. 
-Coragem! Não se entregue! Sempre há uma esperança.
Disse ele, levando aos solitários, aos sofredores, um pouco de alento, de confiança, de graça na vida, quem sabe. Chaplin foi o menino pobre que, passando de orfanato em orfanato, não esquecia o seu dom – o de representar, vindo da herança da mãe, a arte da pantomima. Foi a criança que cedo viu a mãe acolhida pela insanidade mental, certamente fruto das privações em que ela, Hanna Chaplin, e os filhos, viviam. Foi o homem que fez o cinema de uma época, o cinema de um século rir das trapalhadas de um certo Carlitos, e com isso trouxe alegria ao mundo. Ouçamos seus conselhos e jamais deixemos de sorrir, de ter esperança nas pessoas, e em nós mesmos. Ei, você, sorria! Mas não se esconda atrás desse sorriso. Mostre aquilo que você é, sem medo. Existem pessoas que sonham com o seu sorriso, assim como eu. Viva! Tente! Ame acima de tudo. Ame a tudo e a todos. 
Redação do Momento Espírita, com base em texto atribuído a Charles Chaplin. Em 12.12.2013.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

CHANTAGEM EMOCIONAL

O uso da chantagem emocional com os filhos é muito comum por parte de alguns pais. Em vez de fazer uso da razão e do bom senso para persuadir o filho a agir de forma correta, esses pais apelam para a chantagem. Alguns dizem:
-"Se você não for bonzinho, eu não gosto mais de você!" 
Geralmente o filho cede, pois não quer perder o afeto dos pais. Numa idade em que a criança ainda não tem condições de perceber que os pais estão blefando, fará de tudo para ser aceita. Outras vezes, quando o filho tem algum sentimento negativo, os pais falam:
-"Sentir inveja é feio", "sentir ciúmes é vergonhoso", "ninguém gosta de quem guarda mágoa". 
É certo que o filho irá dissimular os sentimentos, mas não aprenderá a lidar com esses vícios que o infelicitam tanto. Afinal, quem não faria tudo para não abrir mão do amor de quem se ama? Para merecer o amor de seus pais, o filho esconderá o que sente e agirá de forma traiçoeira, sempre que tiver ensejo. Pais que usam a chantagem emocional torturam o filho em vez de ajudá-lo a se libertar das imperfeições. A criança deve ser orientada, educada, mas também envolvida em afeto, carinho, proteção, aconchego. De forma alguma os pais devem condicionar seu amor. O amor não deve ser barganhado. O bem-querer deve ser espontâneo e independente do comportamento da criança. Nosso filho deve saber que o que importa é a sua felicidade. Devemos passar a ele a certeza de que nossa relação amorosa jamais estará em jogo. Como pais podemos não concordar com o comportamento de nosso filho, mas jamais deveremos jogar com nosso carinho e atenção. Devemos deixar bem claro que não aprovamos suas ações inadequadas, mas que o amamos mesmo assim. Com essa atitude estaremos preservando nosso filho da necessidade de esconder seus sentimentos. Daremos a ele a lição da honestidade, da sinceridade, da humildade, pois ele saberá que suas fragilidades devem ser enfrentadas, e não escondidas para agradar esta ou aquela pessoa. Com isto ele também aprenderá a respeitar as limitações dos outros. Não evitará pessoas que pensam, sentem e agem de forma diversa da sua. O seu bem-querer estará acima das diferenças de gostos, preferências, conhecimentos, pontos de vistas, etc. E o que é mais importante: nosso filho sentirá que pode educar suas más tendências sob a proteção do nosso amor e da nossa ternura. E isso o ajudará muito na sua auto-educação. Isso mudará totalmente o rumo que a criança dará ao seu mundo. Ela não precisará crescer para compreender que o que seus pais sempre desejaram era sua felicidade e que, por não saber muito como fazer isso, usavam a chantagem emocional como recurso. Por todas essas razões, vale a pena rever os meios que estamos usando para educar nossos filhos. Ninguém duvida da boa intenção e do amor dos pais pelos filhos, mas o que se pretende pensar é na melhor maneira de ajudá-los a se ajudarem. 
Pense nisso! 
Quando seu filho manifestar algum sentimento nocivo, aproxime-se dele e o ajude a refletir sobre o que está sentindo. Ajude-o a analisar seus maus pendores, mas também enalteça suas virtudes, seus acertos, suas conquistas, pois estas são mais importantes para sua felicidade. Faça-o sentir que seu amor por ele é incondicional, e verá que tudo será mais fácil, tanto para seu filho como para você. Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.
http://momento.com.br/

quinta-feira, 16 de junho de 2016

UMA CHANCE DE SER BOM NOVAMENTE

Consciência de culpa: severa companheira dos corações amargurados. Acusadora cruel, que devora qualquer paz que deseje nos acariciar o rosto, mesmo que por alguns segundos. Quantos... Quantos de nós carregamos na alma a vergonha de atos do passado. Quantos escondemos segredos no íntimo assombrado pelas guerras conscienciais... Quantos desses fantasmas nos atemorizam, muitas vezes, sem que percebamos... Certas palavras que ouvimos, quando nos lembram do que guardamos na alma, parecem mais punhais incandescentes querendo nos torturar. Queria voltar o tempo; Quisera ter agido de outra forma; Se soubesse o que sei agora... Todas são expressões típicas da consciência culpada. Mas, e se ela, do alto de seu reinado de fogo em nossa intimidade, um dia ouvisse a seguinte expressão: Há uma chance de ser bom novamente. Tamparia os ouvidos, certamente, num primeiro momento. Mas a frase continuaria ecoando. Não há mais como não ouvi-la. Ela brada com força e doçura, irresistível. O reinado da dominadora culpa está ameaçado. Existe uma chance de liberdade para aqueles que se consideravam prisioneiros de si mesmos. Agora há uma chance... Uma chance da paz voltar, e voltar maior do que era... Que chance é essa? É a chance da prática do bem. Tudo que destruímos, um dia poderá ser reconstruído, através desta ação. Cobrindo a multidão de pecados, o amor, através da prática do bem, nos concederá a liberdade que tanto sonhamos. As ações do passado não se apagam, é certo, feito mágica, mas as novas atitudes, quando alicerçadas no bem, produzirão tanta luz, que o pretérito de sombras não mais nos assustará. As leis de Deus, perfeitas e amorosas, sempre nos dão exemplos desta possibilidade. Almas que traímos, que maculamos, que transviamos, retornam ao convívio diário, através da reencarnação, para que agora as amemos. Se no passado destruímos, se fomos exemplo de descaso, indiferença e violência, voltamos para construir, e exemplificar a conduta pacífica e agregadora. Se apresentamos condutas indignas, se faltamos com a honestidade, sempre há tempo de recuperar a dignidade, e de sermos honestos, de agora em diante. Não existe condenação eterna na legislação divina. Então, por que insistimos em nos condenar ao sofrimento infinito no íntimo? Auto-perdão não é sinônimo de condescendência, mas sim oportunidade de uma nova chance. O perdão divino se funda nesta realidade: dar uma nova chance de acertar. Assim, se Deus nos concede tal chance, por que não nos permitimos recomeçar? A consciência de culpa tem sua utilidade apenas como mola propulsora, no início, para nos fazer verificar o erro, e nos motivar à correção. Caso faça ninho na alma, passa a ser veneno perigoso e paralisante, atrapalhando o desenvolvimento do ser, rumo ao seu encontro com a felicidade.
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Há uma chance de ser bom novamente. Uma chance de iluminar a sombra. Há no bem a força de romper as grades. Há no amor a libertação da culpa. Redação do Momento Espírita Em 23.04.2008.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

CHAMAS

Quatro velas estavam queimando calmamente. O ambiente estava tão silencioso que se podia ouvir o diálogo entre elas. A primeira, expandindo a sua chama, disse: 
-Eu sou a paz. Peregrino pelas estradas do sentimento, buscando morada no coração dos homens. Viajo pelos campos devastados pelas guerras e canto a minha canção aos ouvidos dos que ainda persistem nas batalhas cruentas. Penetro os lares e espalho o perfume da minha presença. Devo admitir que apesar da minha luz, as pessoas não têm conseguido me manter acesa. E, diminuindo sua chama, devagarzinho, apagou-se totalmente. 
A segunda, mostrando o colorido da sua chama, falou: 
-Eu me chamo fé. Tenho me sentido supérflua entre os homens. Eles se encontram cheios de tanta tecnologia e conquistas que não me escutam. Não querem saber de Deus e das verdades espirituais. Insistentemente, tenho batido às portas da razão humana, demonstrando que sem a minha luz, logo, logo, quedarão em trevas densas e sofridas. Porque eu sou a chama que se apresenta quando o desengano aparece. Sou a luz que brilha na noite da desilusão. Sou a companheira dos que padecem agruras sem conta. Mas, como tenho sido rechaçada, não faz sentido eu continuar queimando. 
Ao terminar sua fala, um vento bateu levemente sobre ela e a chama se apagou. Baixinho e triste, a terceira se manifestou: 
-Eu sou o amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, porque tudo é mais importante do que eu: a carreira, os prazeres, as coisas materiais. Os homens só conseguem enxergar a si próprios, esquecendo até dos que estão à sua volta. Dito isto, o amor recolheu a sua chama e se apagou. 
De repente, entrou uma criança. Olhou as três velas apagadas e falou, espontânea: 
-Que é isso? Vocês devem ficar acesas e queimar até o fim! 
Foi daí que a quarta vela, que havia permanecido queimando, sem nada dizer, falou: 
-Não tenha medo, criança. Nem se preocupe. Enquanto a minha chama estiver acesa, podemos acender as outras velas. 
Então a criança apanhou a vela da esperança e acendeu novamente as velas da paz, da fé e do amor.
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 A esperança é a virtude através da qual o cristão confia em receber a misericórdia de Deus na Terra e a plenitude espiritual após a morte do corpo físico. A vida, sem a esperança, perde o colorido e as suas elevadas motivações porque é a esperança que concede forças para enfrentar os desafios e vencer as vicissitudes que surgem a cada passo. Ninguém consegue viver com alegria sem o concurso da esperança. Esperança de melhores dias. Esperança de realizações superiores. Esperança de paz. Esperança de fé. Esperança de amor. Esperança de elevação. A esperança faz claridade que ilumina o caminho. Com esperança, o homem aprende a ver o lado melhor dos acontecimentos, não se permite o insucesso e não receia repetir a experiência. 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Chamas, de autoria ignorada e com pensamentos finais da Apresentação, do livro Momentos de esperança, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 4.7.2013.

terça-feira, 14 de junho de 2016

A CHAMA DA ALMA

Ken O’Donnel, ed. Gente
Havia um rei que, apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam. Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca. Como sábio, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais. Afinal, ele, como sábio, havia renunciado a todos os bens da Terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta. E o rei era virtuoso. E amado por todos. Ao chegar em frente ao monarca, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma. Sua majestade lhe respondeu: Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo. Porém, há uma condição. Se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante. O sábio tomou de uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou: Você conseguiu ver todas as minhas riquezas? O sábio, que ainda estava tremendo, por conta da experiência, porque temia perder a vida se a chama apagasse, respondeu: Majestade, não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada. Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo: Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam. Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário.
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JOANNA DE ÂNGELIS
E
DIVALDO PEREIRA FRANC
O
O sábio representa, na história, as pessoas insatisfeitas, aquelas que dizem que nada lhes sai bem. Vivem irritadas e afirmam ter raiva da vida. O rei representa as criaturas tranquilas, ajustadas, confiantes. Criaturas que são candidatas ao triunfo nas atividades a que se dedicam. São sempre agradáveis, sociáveis e estimuladoras. Quando se tornam líderes são criativas, dignas e enriquecedoras. Desse último grupo fazem parte os que promovem o desenvolvimento da sociedade, os gênios criadores e os grandes garimpadores da verdade.
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Com ligeiras variações, é sempre o lar que responde pela felicidade ou a desgraça da criatura. É o lar que gera as criaturas de bem ou os candidatos à perturbação. É na infância que o Espírito encarnado plasma a sua escala de valores que lhe orientará a vida. Por tudo isso, o carinho na infância, o amor e a ternura, ao lado do respeito que merece a criança, são fundamentais para a formação de homens saudáveis, ricos de beleza, de bondade, de amor, que influenciam positivamente a sociedade onde vivem. Em nossas mãos, na qualidade de pais, repousa a grande decisão: como desejamos que sejam os nossos filhos: tranquilos como o rei ou atormentados como o sábio? 
Redação do Momento Espírita, com base no livro A paz começa com você, de O’Donnel, ed. Gente e no cap. 3, do livro Momentos de consciência, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 8.11.2013.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

CHAMA-SE SAUDADE

O calendário anunciava um dia como tantos outros. Não havia nenhuma marcação especial. Não era feriado, nem se tratava de uma data utilizada para qualquer comemoração específica. Seria um dia comum para quase todos. Mas não para todos. Em alguns corações aquele dia era diferente. Se ela ainda vivesse entre nós seria o dia do seu aniversário. Quantos anos? Isso pouco importava. Na realidade, o dia do seu aniversário fazia com que a lembrança dela se tornasse ainda mais viva e mais forte. Trazia à tona recordações de outros anos, em que tanta festa se fazia para homenageá-la. Sem muito esforço era possível que nos recordássemos de surpresas, de sorrisos e de abraços afetuosos. Tantas lembranças alegres! Quanto carinho expressado e, ao mesmo tempo, quantas oportunidades perdidas de enaltecer o afeto que ainda sentimos. Por isso, hoje a sua falta parecia mais intensa, como se fosse uma brasa reavivada por uma brisa súbita. Agora que os anos se sucediam, após sua partida, nós quase nos atrevíamos a crer que não mais choraríamos de saudade. Pensávamos que a falta dela já era algo incorporado às nossas vidas, apenas como uma cicatriz em nossa memória. Mas era um engano. A ausência dela haveria e há de ser para sempre uma presença muito forte nos nossos dias. Isso, esse vazio, essa dor que por vezes nos invade e nos tortura, chama-se saudade. E se lágrimas se atrevem a molhar nossos rostos agora, é porque os amores que partem continuam sempre presentes. É porque jamais esqueceremos daqueles que verdadeiramente amamos. Nada, nem o tempo, nem mesmo a morte, é capaz de modificar tal verdade. 
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Quando seres queridos abandonam este plano da vida sentimos como se uma parte de nós próprios nos fosse arrancada. A sensação de dor é inevitável e natural em uma circunstância como essa. Afinal, por mais preparados que estejamos, em relação à morte, por mais que saibamos das verdades a respeito da sobrevivência dos Espíritos, a separação é sempre dolorosa. Sabemos que, por um período inestimável, estaremos distantes fisicamente daqueles que se foram. Sabemos que nossas vidas terão outras companhias, outras rotinas, distintas das que tínhamos até então. Sabemos que teremos que prosseguir mesmo assim, apesar da saudade que, por vezes, nos maltratará. É normal que soframos e que as lágrimas se façam nossas companheiras por um período maior ou menor. O que não podemos fazer, no entanto, é nos entregar ao desespero ou à revolta. Quando nada pudermos fazer para alterar uma realidade que nos infelicita, devemos encará-la com coragem e com o desejo sincero de merecer algo melhor. Se nossos amores partiram, precedendo-nos no outro plano da vida, cabe-nos orar por eles e aguardar de modo confiante pelo reencontro futuro. 
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Se por um lado a saudade dilacera-nos a alma, fazendo-nos verter lágrimas sentidas, por outro aspecto representa uma prova inequívoca de que os que se foram continuam sendo importantes para nós. Assim, abençoada seja a saudade que aproxima de nossos corações, pela lembrança constante, aqueles que amaremos para sempre, apesar do tempo e do espaço. 
Redação do Momento Espírita, baseado em texto anônimo recebido pela Internet. Em 03.04.2009.

domingo, 12 de junho de 2016

CHAMA-ME PELO NOME

Ela acordou louca! Foi o que todos afirmaram, no amanhecer daquele dia, na cidade de Magdala. Todos desejavam saber o que havia acontecido à Maria Madalena que a fez deixar toda sua riqueza e conforto para sair de Magdala trajando apenas um simples manto. 
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 A noite estava escura e ligeiramente fria. Ao aproximar-se da singela casa de pescador, na praia de Cafarnaum e na qual ela sabia estar o Mestre, seu coração disparou e suas mãos ficaram trêmulas. Embora sua alma desejasse profundamente aquele encontro, ela se sentia envergonhada por seus atos passados, por sua vida de luxúria e desequilíbrio no campo afetivo. Ao adentrar no recinto e contemplá-lo, num impulso ela se lançou a Seus pés e, em meio a grossas lágrimas, exclamou: Raboni, que, em aramaico, significa Mestre querido. Jesus, tomando as mãos daquela mulher entre as suas, gentilmente asseverou: Maria. Ela estranhou o fato dEle a chamar pelo nome, pois que estavam se conhecendo naquele momento. Porém Jesus, redarguiu: Maria, eu sou o bom pastor. E conheço todas as minhas ovelhas. Naquele instante, o Mestre falou a Maria sobre os tesouros do céu e a convidou a uma tarefa grandiosa: Ama, Maria. Sentindo-se renascer, Maria Madalena retornou à sua residência, vendeu seus bens, tudo distribuindo entre seus servos e os pobres. A partir daquele dia, onde se encontrava Jesus de Nazaré, lá também estava a arrependida de Magdala. O tempo se sucedeu. Chegou o dia em que Jesus foi levado diante da autoridade romana, aprisionado, torturado e crucificado. Durante o caminho até o Gólgota, ao lado de Maria, mãe do Cristo, encontrava-se Maria Madalena. Seu coração estava despedaçado de tristeza pelo que os homens faziam Àquele que havia sido o único homem que verdadeiramente a amara e a aceitara. Três dias haviam passado desde que Ele morrera. Na manhã de domingo, Maria de Magdala foi ao local da sepultura de Jesus. Para sua surpresa, o túmulo estava vazio. Antes que pudesse entender o que houvera acontecido, aquela doce voz mais uma vez a chamou pelo nome: Maria. E, com o coração repleto de alegria, ela novamente se lançou a Seus pés: Raboni! Nos anos que se seguiram, Maria de Magdala foi viver junto aos abandonados no vale dos leprosos, em Jerusalém, ofertando-lhes os ensinamentos do Mestre. Em seu retorno ao plano espiritual, foi recebida por Jesus, que, abraçando-a, declarou: Maria, já passaste a porta estreita!... Amaste muito! Vem! Eu te espero aqui! 
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Guardemos as palavras de Pedro: O amor cobre uma multidão de pecados e erros. Deixemos o ontem no passado e nos preocupemos com o que hoje fazemos em função de nosso progresso. Todos os dias Deus nos concede um novo alvorecer, repleto de oportunidades. Aproveitemos, portanto, cada segundo, a fim de marcharmos em direção ao Mestre. Tenhamos a certeza: Ele nos conhece pelo nome e nos aguarda de braços abertos... 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 20, do livro Boa Nova, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Em 15.2.2014.

sábado, 11 de junho de 2016

A CHAGA DO EGOÍSMO

CHICO XAVIER
A fila no estabelecimento bancário estava enorme. Poucos funcionários, muitos clientes. Dia de pagamento de compromissos vários motivava que o banco assim se apresentasse apinhado. Na seqüência dos minutos, a fila aumentava e a impaciência tomava conta de alguns, enquanto outros buscavam a conversa descompromissada para aliviar a tensão da longa espera. Uma senhora distinta se aproxima do caixa. Afinal, chegara sua vez. O jovem bancário, solícito, se dispõe atendê-la. Ela coloca sua bolsa, com absoluta calma, sobre o balcão do caixa. Sem pressa, abre o zíper e com todo vagar busca dentro dela os carnês que deve pagar. Vira, revira e, finalmente retira um bloqueto de cobrança e um carnê, apresentando-os ao funcionário. Enquanto ele soma, ela procura vagarosamente sempre, o cartão a fim de efetuar o pagamento. Entrega-o ao rapaz, que aguarda, ansioso, verificando que a fila não pára de se alongar. Ela ajeita os óculos para digitar a senha e quanto já tem nas mãos tudo quitado e autenticado, retorna o cartão ao caixa, pedindo que proceda a uma retirada. Ele se prontifica, executa a operação e no momento que lhe passa o dinheiro, ela resolve alterar o valor, solicitando um tanto mais. As pessoas tudo observam, expressando impaciência, consultando o relógio. Finalmente, ela pega as notas e, com delicadeza, vai colocando na bolsa o carnê, o bloqueto, as notas, o cartão magnético, sem arredar um milímetro de frente ao caixa, impedindo a aproximação de outro cliente. A senhora prossegue no seu egoísmo, sem se importar com os outros, pensando somente em si mesma, como se fosse o único ser vivente no planeta. 
Mas esta forma de egoísmo não é a única. Outras existem e, quando se apresenta na inteligência, toma o aspecto de vaidade intelectual. Na ignorância, é a agressividade. Na pobreza, é a inveja que destrói, na tristeza é o isolamento. O egoísmo, onde se manifeste, usa as mais diversas máscaras. Como o joio que abafa o trigo, comparece igualmente nos corações que a luz já felicita, em forma de cólera e irritação, desânimo e secura. Se desejamos dar combate a esta praga, saibamos estender, cada dia, as nossas disposições de mais amplo serviço ao próximo, aprendendo a ceder de nós mesmos para o bem de todos. 
Você sabia? 
Você sabia que o egoísmo é herança evidente de nossa antiga animalidade? E que é por este motivo que o vemos repontar em toda extensão do Mundo? E que a plenitude do amor somente pode ser alcançada com humildade e sacrifício? 
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 25 do livro Encontro de paz, de Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. IDE.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

CHAGA DA SOCIEDADE

Você sabe qual é o pior sentimento do homem, aquele que é a raiz de todos os males que o infelicitam? Se você ainda não sabia, então preste atenção na resposta dada pelos Sábios Espíritos, a Allan Kardec: Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. Como dizem os Espíritos superiores, o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e a caridade. E isso se percebe, com clareza, nas mais variadas situações de um povo ou de uma nação. Quando analisamos, com isenção de ânimo, as injustiças sociais vigentes em qualquer país do mundo, detectaremos homens, classes sociais, partidos políticos ou religiosos, defendendo seus interesses, em detrimento da justiça. O egoísta pensa somente em si. Quer seus direitos respeitados, mas não cogita de respeitar os direitos alheios. Sua visão de justiça é unilateral. É por essa razão que a Humanidade anda a braços com a violência, com a corrupção, com a supremacia dos interesses pessoais sobre o que é justo. É por causa do egoísmo que eclodem as guerras, desde os pequenos conflitos familiares às guerras religiosas, até as grandes guerras de alcance mundial. Mas, quando existe o sentimento de fraternidade, de solidariedade, de altruísmo nos corações dos homens, esses abrem mão dos interesses pessoais a favor da justiça e do bem-estar comum. Numa sociedade civilizada, todo cidadão tem direito ao necessário, que é o direito à alimentação, moradia, saúde e escola. A violência só se cala diante da justiça e do amor. Mas, de uma justiça que saia do papel e das palavras para se tornar realidade em todos os campos da sociedade. Enquanto houver egoísmo, não haverá amor nem justiça. Por tudo isso, é necessário erradicar essa ferida social chamada egoísmo, de uma vez por todas, para que possamos vislumbrar a possibilidade de uma sociedade em que a justiça e a fraternidade sejam uma realidade. E esse câncer só será extirpado do coração do homem quando o bisturi da educação for manipulado com sabedoria. Quando o germe do amor for implantado no coração da criança, ele florescerá e dará frutos capazes de neutralizar o ódio e a injustiça. E isso se dará pela educação. Uma educação baseada no exemplo e na máxima evangélica que estabelece fazer ao outro o que gostaríamos que o outro nos fizesse. * * * À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que excitam o egoísmo e o mantêm vivo. Isso depende da educação. Não da educação que faz homens instruídos, mas daquela que forma homens de bem. Pense nisso!
Redação do Momento Espírita, com base nos itens 913 e 914 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 13.01.2009.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

A CHAGA DA HUMANIDADE

Conta-se que, certa vez, um adestrado catador de caranguejos executava sua tarefa num mangue, quando alguns turistas pararam para observar o seu trabalho. Era um esforço grande que realizava o homem, todo enlameado. O que perceberam os observadores é que o catador tinha dois baldes. Um com tampa e outro sem tampa. A cada caranguejo que pegava em suas mãos, examinava e concluía: este é bom, e colocava no balde com tampa. Ou, este é ruim, e colocava no balde sem tampa. Depois de um determinado período, um dos turistas não aguentou a curiosidade e perguntou ao catador de caranguejos por que ele realizava aquela divisão em baldes diferentes, algo que absolutamente ele não conseguia entender. O trabalhador não se fez de rogado e foi explicando: 
-É simples, muito simples. Coloco no balde com tampa os caranguejos bons, para eles não fugirem, pois eles têm condições de retornar ao seu local de origem, seu próprio mundo. Mas os caranguejos ruins não precisam de tampa. São uns egoístas. Quando um deles tenta fugir, sair do balde, os outros se agarram nele e o puxam para baixo. Por isso, com eles não preciso me preocupar.
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Por vezes, em nossas ações, nos comportamos de forma semelhante aos pequenos animais da história. É quando nos deixamos dominar pelo egoísmo, essa chaga da humanidade, que deve desaparecer da Terra, pois que compromete o progresso. O egoísmo é filho do orgulho e é causador de muitos males. É a negação da caridade e somente tem contribuído para tornar os homens infelizes. Graças ao egoísmo, o homem tem vivido muito mais para sua própria satisfação do que para o interesse dos demais. Nas relações conjugais, mais de uma vez surgem questiúnculas porque cada um deseja que o outro ceda, renuncie em seu favor. Por egoísmo, a esposa não permite ao marido a continuidade de estudos avançados que lhe exigiriam algumas horas a mais, fora do lar, por determinado período. Por egoísmo, o marido cria obstáculos a voos mais altos da esposa, pois a deseja para si em todos os momentos. Em nome do egoísmo, irmãos entram em disputas judiciais pela posse de bens perecíveis, destruindo-se mutuamente e infelicitando os pais desencarnados. Por egoísmo, obras de arte permanecem ocultas a muitos olhos, segregadas em salas fechadas e exclusivas. Por egoísmo, nos fechamos, impedindo-nos de progredir. Por causa dele, erguemos altos muros ao nosso redor. Cerramos as portas do coração e as janelas da alma, não desejando que outros desfrutem da beleza dos nossos jardins ou das riquezas de nossa intimidade.
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Quando os ventos do egoísmo soprarem débeis ou fortes nas veredas das nossas vidas, preservemo-nos da sua ação destruidora, recordando que efêmera é a passagem pela Terra. Que os únicos bens que realmente nos beneficiarão são os do Espírito, frutos da ação generosa, da divisão e distribuição, do que temos à farta: bens materiais, inteligência, tempo, amor. 
Redação do Momento Espírita com base em artigo publicado no jornal Diálogo Espírita nº 16, junho/julho de 1998. Em 13.01.2009.
http://momento.com.br/

quarta-feira, 8 de junho de 2016

O CÉU QUE NOS PROTEGE

Yitta Halberstam e Judith Leventhal
Para onde vão os amores que partem para a Pátria Espiritual, deixando-nos uma grande saudade n'alma? Será que continuam a olhar por nós? Ou, envolvidos em outras tarefas, esquecerão os amores deixados na Terra? Com certeza, muitos de nós nos questionamos a respeito. Mas, Rose, grávida de oito meses, estava, naqueles dias, preparando-se para receber seu bebê. E não havia espaço, em sua mente para outra coisa. O bebê, tão aguardado, logo nasceria. Subitamente, contudo, ele deu sinais de problemas cardíacos. A apreensão dos médicos inquietou ainda mais a jovem mãe. Disseram-lhe que as possibilidades do seu filhinho viver eram limitadas. Durante as vinte e quatro horas seguintes, médicos e enfermeiras mantiveram vigília. As condições do feto pioraram e a opção foi induzir o parto. Rose deu à luz um menino e ficou esperando pelos prognósticos. Observava as enfermeiras irem e virem, ouvia o som de máquinas, sentia o cheiro de desinfetante. Por fim, dominada pelo cansaço, ela dormiu. O capelão do hospital foi chamado pela equipe médica, tendo em vista a preocupação com o pequenino que poderia morrer a qualquer momento. O padre veio e, na sua crença, pensou que o melhor seria a criança ser encomendada a Deus, a fim de que seu Espírito pudesse ser recebido pelos anjos, na espiritualidade. E assim o fez. Enquanto isso, Rose teve um sonho. Seu tio Patrick, desencarnado há muitos anos, lhe apareceu. Ela não conseguiu apreender detalhes. Mas o rosto do tio, sereno, ficou fixado em sua memória. Também a mensagem de esperança: Não se preocupe. Seu filho ficará bem. Vai dar tudo certo. Quando Rose acordou, seu coração estava apaziguado. Uma grande serenidade a envolvia, pensando na frase alentadora que ouvira de seu tio. Então, ela viu o padre e ficou aterrorizada. Seu filho teria morrido? O sacerdote deve ter percebido a sua inquietação, pois falou rápido: Minha filha, agarre-se à esperança. Orei por seu filho e até resolvi batizá-lo. Como não sabia como chamá-lo, eu o chamei de Patrick. Espero que não se importe. Quando ela ia abrir a boca para relatar o sonho com seu tio, um médico adentrou o quarto e deu a informação de que a situação da criança estabilizara. Ele deverá vencer a crise! - Afirmou, otimista. Rose suspirou, aliviada. Foi até o berçário e olhou para o seu bebê, dormindo na incubadeira. O pequeno peito subia e descia, no ritmo do coração. Ela colou seu rosto no vidro e sussurrou: Patrick, meu filho, vai dar tudo certo.
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 A morte não rompe os vínculos do afeto. E, mais do que imaginamos ou possamos ter consciência, os seres amados continuam a nos proteger. Muitos deles se tornam, com aquiescência Divina, zelosos protetores dos seus amores. Pensemos nisso e luarizemos a grande noite da saudade enviando aos seres queridos nossas preces de fortalecimento, de gratidão, de ternura. 
Redação do Momento Espírita, com base em história do livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante. Em 26.08.2010.