quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Benfeitora

A dor tem sido, em todas as épocas da Humanidade, uma constante entre os seres. Instala-se de forma inesperada e passa, a partir daí, a ser o centro das atenções, modificando planos, alterando rumos. Quando detestada, suas reações são violentas, tornando-se ainda mais forte. Quando aceita, seus efeitos são muito mais brandos. A verdade é que a dor se faz conhecida de todos e ninguém pode impedir-lhe a presença. Ela assume as mais variadas facetas e, depois que encerra um ciclo, prepara, para um novo cometimento, a sua oportuna aparição. Ora são as dificuldades econômicas que afligem, ora a solidão afetiva que o dinheiro não consegue aplacar. Ali é o ódio que dilacera os tecidos íntimos do ser, acolá são as garras das enfermidades irreversíveis que reduzem a pó as mais sinceras esperanças. São amores que partem para o outro plano da vida, sem nem mesmo um último adeus. São mentiras que destroem sonhos e afastam corações amigos. A dor, como ferramenta divina de depuração, submete e atinge, sem exceção, todas as criaturas. Os prepotentes, que a desconsideram, não chegam ao termo da jornada sem experimentar-lhe a companhia. Os orgulhosos, que a desprezam, considerando-se inalcançáveis, encontram-na logo adiante. Seu cerco é invencível. Instrumento da Lei de Deus, a dor serve como benfeitora anônima que a todos visita. Sua ação não é resultado do acaso, tampouco pode ser considerada como uma ocorrência injusta. Nossas atribulações nada mais são do que consequências de equívocos do passado, exigindo a cabível reparação e o devido resgate. São repercussões da violação das Leis Divinas. São ocasiões benditas de aprendizado e refazimento. Você, que conhece Jesus, receba essa benfeitora sem rebeldia, sem lamentações. Aproveite essa oportunidade para despertar para novos valores da vida, que permanecem desprezados. A dor, que a muitos amesquinha, humilha e atordoa, deve constituir estímulo de crescimento e evolução, a fim de que você alcance a grande vitória sobre si mesmo. Não tema. Não se deixe dominar pelo sofrimento e pela sensação de autocomiseração. Quando um motivo de dor ou de contrariedade o atingir, eleve-se acima das circunstâncias, dominando os impulsos de impaciência, de cólera ou de desespero. Você pode, pela própria vontade, domar ou vencer a dor, ou, pelo menos, fazer dela meio de elevação. A dor serve para polir, lapidar, esculpir e edificar as verdadeiras qualidades do Espírito imortal. Lembre-se que são bem-aventurados os aflitos porque têm a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua perseverança e a sua submissão à vontade de Deus. E porque passada a tempestade, eles terão as alegrias que lhes faltam na Terra. 
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A felicidade não é desse mundo. A dor será necessária enquanto os homens não pautarem seus atos, pensamentos e palavras de acordo com as Leis eternas. Todas as aflições do presente são frutos de um passado equivocado. Nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor são condições essenciais à felicidade. Há pessoas que detêm tudo o que falta a outros e também não se sentem, felizes. Utilize a fé como remédio certo para o sofrimento. Ela aponta sempre os horizontes do Infinito, ante os quais se esvaem os poucos dias de sombra do presente. 
Redação do Momento Espírita, com base no livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb; do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, ed. Feb e do livro Momentos de felicidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 30.12.2009.

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