quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O BENFEITOR ANÔNIMO

JACK CANFIELD
Não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita. As palavras do Mestre de Nazaré foram colhidas pelo Apóstolo Mateus e inseridas no capítulo sexto do seu Evangelho. Certamente seguindo este especial ensinamento, é que aquele homem, muito rico, distribuía benefícios. Primava pelo anonimato. Certa vez, chegando em uma pequena cidade, a negócios, entrou em uma lanchonete para um rápido lanche. Observou que entre os garotos que brincavam na rua, um mancava por causa de um dos pés deformado. Chamando-o, lhe perguntou se o pé o incomodava, ao que o menino respondeu que não podia correr, como os demais. Também falou que precisava cortar um pedaço do sapato para poder pisar melhor. 
-Você gostaria de ter seu pé curado? – Perguntou o homem. 
-É claro! 
Respondeu o garoto, com os olhos brilhando. 
-Pois eu vou providenciar que seu pé fique normal. – Prometeu o estranho. 
Em seguida, pediu ao seu motorista que descobrisse o endereço do menino Jimmy, de oito anos. Depois, que falasse com os seus pais, conseguindo autorização para a realização da cirurgia. Não foi tarefa difícil ao empregado, pois todos conheciam o garoto do pé defeituoso. Ele encontrou uma casa muito pobre, com vestidos remendados e algumas camisas velhas no varal. Foi preciso conversar muito para convencer os pais que tudo não passava de armação. Afinal, disse a mãe, ninguém dá nada de graça. Mas o meu patrão, afirmou o motorista, costuma fazer isso sempre. Jimmy foi para uma clínica especializada e submeteu-se a cinco cirurgias. Tornou-se o xodó da enfermagem. O fiel motorista acompanhou tudo, a pedido de seu empregador, providenciando o que fosse preciso. Finalmente, chegou o dia de voltar para casa. Sapatos novos foram providenciados. Jimmy não cabia em si de contentamento e ansiedade. Quando o luxuoso carro parou na porta da sua casa, ele disse:
- Espere! Quero entrar sozinho. 
Os pais e os irmãos vieram à porta. E um menino de pés sem defeitos, calçando sapatos novos, desceu do automóvel e andou, sorridente, de braços abertos, ao encontro deles. Naquele Natal, o empresário ainda providenciou que toda a família fosse levada a uma grande loja da cidade, para que cada um deles escolhesse um par de sapatos. Jimmy se tornou um bem sucedido homem de negócios, e jamais soube o nome do seu benfeitor. Tudo porque seu benfeitor, Henry Ford, pioneiro da indústria automobilística americana, sempre dizia que é mais divertido fazer algo pelas pessoas quando elas não sabem quem lhes fez o bem.
 * * * 
Fazer o bem sem ostentação é grande mérito. Mais meritório ainda é ocultar a mão que dá. É mesmo marca de grande superioridade moral, porque renuncia à satisfação do aplauso dos homens. Os que assim agem, provam sua real modéstia e se enquadram exatamente no ensino evangélico: Não saber a mão esquerda o que dá a mão direita. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O benfeitor secreto, do livro Histórias para aquecer o coração dos pais, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jeff Aubery, Mark & Chrissy Donnelly, ed. Sextante e no cap. XIII, item 3, de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB. Em 5.10.2015.

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