terça-feira, 21 de janeiro de 2025

A MEDIUNIDADE

A questão da mediunidade tem sido pouco compreendida, ainda, na atualidade. 
É bastante comum as pessoas se referirem a pessoas portadoras de mediunidade como sendo espíritas. 
O que nem sempre é verdade. 
Mesmo porque a mediunidade não é privilégio dos espíritas e nem tampouco criação ou invenção do Espiritismo, que surgiu na Terra, somente no Século XIX. 
Em verdade, é no livro religioso mais antigo e respeitado de que tem conhecimento o Ocidente, que encontramos uma farta gama de exemplos de médiuns. 
Referimo-nos à Bíblia. 
No Antigo Testamento, encontramos a descrição detalhada do festim de Baltazar, o neto de Nabucodonosor, na Babilônia.
Em meio ao alegre banquete, uma mão apareceu ao fundo da sala e escreveu, na parede, três palavras, que ninguém conseguia decifrar. 
Foi necessário chamar o profeta hebreu Daniel que ali compareceu e informou ao rei que as palavras significavam pesado, medido, dividido, predizendo a divisão do seu reino em breve. 
O fato se consumou nos dias seguintes, com a vitória de Ciro, rei dos Persas. 
Ora, o primeiro fenômeno trata-se da escrita direta, quando os Espíritos não se utilizam da mão do médium para escrever, fenômeno estudado pelo Codificador da Doutrina Espírita no Século XIX, com detalhes. 
O segundo, o da decifração da mensagem tem a ver com a inspiração do profeta, que colheu no invisível a informação precisa. 
Logo no início do Novo Testamento, o Evangelista Lucas descreve a anunciação a Maria pelo anjo Gabriel. 
Ora, ela viu o mensageiro divino, portanto, fenômeno de vidência. 
Ouviu-o com detalhes, pois que com ele conversou. Fenômeno de audiência. 
E, numa época em que não existia a ecografia, o mensageiro dos céus não somente lhe falou da sua concepção, mas revelou o sexo da criança, o nome que lhe seria dado e a sua missão, com as palavras: 
-Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Será grande e o chamarão filho do altíssimo e o seu reino não terá fim. 
Finalmente, lhe informou Gabriel que sua prima também estava grávida há seis meses, motivo que levou Maria a visitá-la. 
E se bem lembrarmos, narra o mesmo Novo Testamento que o pai de João Batista também recebeu a revelação do nascimento do filho, antes de sua esposa vir a conceber.
Zacarias estava no santuário, exercendo as suas funções de sacerdote, quando lhe apareceu o mensageiro do Senhor, ao lado direito do altar, dando-lhe detalhes do que sucederia, igualmente lhe dizendo o sexo da criança, o nome e sua missão. 
O fato de estar o sacerdote a orar, nos dá a tônica de que para adentrarmos à Espiritualidade, o caminho é sempre a prece, que nos eleva e credencia ao contato superior.
Mediunidade não é, portanto, exclusividade dos espíritas. 
É de todos os tempos. 
É faculdade inerente ao homem, dada por Deus para que ele, deste mundo de dores, possa alçar-se ao infinito e receber o socorro e amparo espirituais. 
E todos nós, podemos, pelos fios invisíveis da oração, nos elevarmos às esferas de bênçãos e de lá receber as respostas de que necessitamos. 
Não é de outra maneira que nosso anjo da guarda nos fala à mente e ao coração. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 20.03.2019.

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