segunda-feira, 30 de setembro de 2024

MANDATO PESSOAL

EMMANUEL
E
CHICO XAVIER
Tudo no universo possui uma função, com vistas ao bem geral. 
Basta analisar a natureza para perceber que absolutamente nada é destituído de utilidade. 
O animal mais insignificante e a menor planta inserem-se no ciclo da vida, de forma útil. 
Assim também o homem é chamado a colaborar com o progresso. 
Ciente dessa realidade importa considerar o valor da tarefa que está em suas mãos. 
O que lhe compete fazer no mundo corresponde a um mandato do alto, um desígnio divino para a sua pessoa. 
Todos devem estar convictos de que ninguém realiza nada sem Deus. 
Isso, porém, não autoriza que a criatura se considere desonerada das obrigações que lhe competem no contexto geral da vida. 
Cada qual tem sua responsabilidade, concedida pelo alto a título de tarefa e de auxílio. 
Esse raciocínio não se destina a supervalorizar as personalidades humanas, por si sós já muito necessitadas de humildade. 
Cuida-se apenas de chamar a atenção para os créditos individuais com que a providência divina enriqueceu cada um de seus filhos. 
Como ocorre com as impressões digitais que o identificam, a sua voz é diferente de todas as demais. 
As suas mãos guardam peculiaridades únicas. 
Você enxerga e ouve com recursos mentais de interpretação absolutamente diversos daqueles que povoam os cérebros alheios. 
Do mesmo modo, você possui peculiaridades em sua vocação que os outros não dispõem. 
Considerando tudo isso é necessário reconhecer que a cada qual foi atribuído um serviço em determinada área de ação.
Esse serviço possui importante significado para quem o desempenha, mas também é dotado de relevância para os semelhantes. 
A distinção que a todos marca sinaliza a posição de servidor que deve caracterizar o homem em face de seu próximo.
Jesus afirmou que toda a lei divina ou natural resume-se em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. 
Amar o próximo como a si mesmo significa desejar-lhe todo o bem que se almeja para si próprio. 
Implica conceder-lhe, em qualquer circunstância, o tratamento que dele gostaria de receber, se estivesse em seu lugar.
Percebe-se que nossa posição é a de irmãos, fraternalmente unidos na caminhada para Deus. 
Em face da vida não somos competidores ou adversários, mas companheiros. 
Os talentos distintos que ornam cada um revelam a necessidade de auxílio mútuo, para que o progresso ocorra a contento. 
No imenso concerto da vida, verifique qual posição lhe cabe e a execute com alegria. 
Não inveje a tarefa dos outros e nem menospreze a sua.
Saiba que foi a sabedoria divina, em sua infalibilidade, que identificou a posição que melhor lhe cabe. 
Em sua condição atual, você pode colaborar com o próximo e consigo mesmo. 
Caso seja modesta, não o exporá a grandes tentações, ao tempo em que o ajudará a se tornar simples e humilde, contentando-se com pouco. 
Se sua tarefa for importante, possui o condão de auxiliá-lo a fazer o bem a inúmeras pessoas. 
O relevante é a certeza de que Deus sempre sabe o que faz e providencia o melhor para todos. 
Ao ser humano compete guardar fidelidade ao pai, desempenhando sua tarefa com humildade, amor e pureza.
Sirva, pois, com alegria, movimentando seus talentos na construção de um mundo melhor. 
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo LXX do livro Segue-me!..., do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

domingo, 29 de setembro de 2024

O MANCEBO RICO

Ele era um jovem rapaz. 
Sua casa era luxuosa e seus pertences valiosos. 
Não lhe faltavam joias e ouro. 
Tinha saúde e constante companhia para festas alegres e competições esportivas. 
Era, no entanto, vazio o seu coração. 
Tinha sede de paz, sentia-se infeliz. 
Movido pela curiosidade, despertada pelos comentários a respeito dos maravilhosos feitos do Mestre Nazareno, ele foi a sua procura, encontrando-O à beira do lago de Genesaré, num final de tarde. 
Ao vê-lO, de longe, era como se reencontrasse um amigo, um Celeste Amigo. 
-Mas, de onde O conhecia? 
Indagava-se com receio, procurando recordar-se com indizível e inútil esforço mental. 
Emoções inusitadas vibraram no seu ser. 
Desejou jogar-se ao solo, esmagado por forte constrição no peito. 
-Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no Céu. Vem, e segue-me, disse-lhe Jesus. 
Sentiu-se arrebatado. Interiormente gritava: 
-Irei contigo, Senhor - mas... hesitava.- Permite-me primeiro, competir em Cesareia. Aguardei muito essa ocasião e ela se avizinha. Exercitei-me, contratei escravos, adestrei duas parelhas de fogosos cavalos... Os jogos estão próximos...,- argumentava o jovem, vencendo a emoção que o transfigurava. 
-Renuncia e segue-me, disse-lhe o Mestre. Não há tempo a perder. 
Quem era Ele, que assim lhe falava? 
Que poder exercia sobre sua vontade? 
O moço estava perturbado. 
Em verdade, não receava dar o que possuía: joias, ouros, títulos... 
Porém a fortuna da juventude, os tesouros vibrantes da vaidade atendida e dos caprichos sustentados, as honras de família resguardadas pela tradição, os bajuladores... 
-Seria necessário renunciar mesmo a tudo isso? 
Interrogava-se, inquieto. 
-Sim - responderam-lhe os olhos fulgurantes de Jesus.
Subitamente, acionado por estranho vigor, fitou o Messias e balbuciou com voz apagada: 
-Não posso... Não posso seguir-Te agora... Perdoa-me. 
E saiu, quase a correr. 
Uma semana depois, nos festins de Cesareia, em uma manobra menos feliz, um carro de corrida vira e um corpo tomba na arena, despedaçado pelas patas velozes em disparada. 
O moço rico sente as entranhas abertas, suor e sangue cobrem-lhe o corpo. 
Entre as névoas que lhe sombreiam os olhos parece ver o Mestre Nazareno e tem a inebriante impressão de escutá-lO:
-Renuncia a ti mesmo, vem, e segue-me. 
* * * 
Todas as nossas justificativas para recusar o convite do Mestre de Nazaré são frutos do nosso egoísmo e da nossa própria ignorância. 
É chegada a hora de despertarmos para a verdade, e definitivamente atendermos a esse Divino chamado. Jesus nos aguarda. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. V, do livro Primícias do reino, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 15.9.2014.

sábado, 28 de setembro de 2024

O MANACÁ

O manacá é uma planta conhecida da Mata Atlântica e espalhada por todo o Brasil. 
Ela se adapta bem aos solos pobres, por isso mesmo recomendável para o povoamento de áreas devastadas.
Possui considerável valor ornamental, podendo ser usada em maciços ou isoladamente, na composição dos jardins. 
De um modo geral, a coloração das flores ao abrir é branca, alterando depois para o lilás e o roxo-violáceo. 
Um manacá em flor proporciona um verdadeiro show natural, que merece admiração. 
Possivelmente por esse motivo aquele projeto de árvore, miúdo, baixinho, nos chamou a atenção. 
Na sua pequenez, apresentava-se carregado de flores. 
Não se sabia, de imediato, se era um arbusto florido ou um ramalhete de flores coloridas que alguém plantara na terra.
Ele mostrava todo seu viço ao sol da manhã e nos detivemos alguns minutos contemplando-o. 
Como podia aquela árvore minúscula assim se mostrar rica de flores? 
Ela mal colocara o caule reduzidos centímetros acima do solo... 
E, olhando-o, entre o espanto e a admiração, é como se ouvíssemos o manacá nos dizer: 
-Eu sou um manacá. Fui plantado para florir, para embelezar este lugar. Então, veja o que eu fiz. Eu floresci. Não importa que eu seja minúsculo, eu fiz a minha parte, eu cumpri a minha missão. Sou flores, cores, beleza. 
* * * 
Deveríamos ser como o manacá: atender nossa missão, não nos considerando pequenos, ou inúteis. 
Importante é que façamos aquilo para o qual viemos para este mundo. 
Ou seja, progredir. 
E para progredir temos que estudar, reflexionar, ler, meditar.
Aprender e executar. 
Realizar a parte que nos toca no concerto da Criação. 
Viemos ao mundo para cumprir um plano. 
E ninguém é pequeno demais para atender o que lhe foi estabelecido ou escolheu, por vontade própria, antes de nascer. 
Podemos não conquistar o primeiro lugar no curso em que nos matriculamos, mas podemos conclui-lo com honra, extraindo dele o melhor. 
Podemos não ser o funcionário número um em desempenho, mas podemos realizar a função que nos cabe com seriedade, disciplina, da melhor forma que nos permitam nossas habilidades. 
Podemos não falar várias línguas mas podemos utilizar palavras preciosas do nosso idioma, como obrigado, por favor, é possível? 
Podemos não ter o QI mais elevado da equipe profissional, mas podemos desenvolver a consciência do dever retamente cumprido. 
Podemos ser os únicos a atravessar a rua na faixa de pedestres, a ceder nosso lugar no coletivo a quem reconhecemos ter alguma dificuldade na sua mobilidade.
Podemos ser os únicos a cumprir todos nossos deveres, a pagar todas as nossas contas, a honrar nossos compromissos. 
Podemos, enfim, ser como o manacá. 
Um ser minúsculo que acredita não será jamais notado. 
Mas, exatamente imitando-o, podemos surpreender a quem se aproxime de nós pela nossa gentileza, nossa disposição de servir, nossa vontade de ajudar. 
Permitamos, pois, que qualquer que se nos aproxime receba o perfume da nossa boa vontade, as cores da nossa fraternidade, a beleza da nossa solidariedade. 
Pensemos nisso. 
Sejamos no mundo, o manacá minúsculo, na aridez das pedras, explodindo em cores e perfumes, embelezando as veredas, surpreendendo as pessoas. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 21.9.2017.

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

MAMÃE, POR QUE TE AMO TANTO?

Cristiane Rogério
Todas as crianças, inevitavelmente, chegam naquela fase das famosas perguntas. 
Perguntam sobre tudo. 
Querem saber sobre tudo, num afã natural e belo de se ver, na busca pelo conhecimento, por descobrir o mundo. 
Do que são formadas as nuvens? 
Por que aquele homem mora na rua? 
Como o Papai do Céu pode vigiar todos ao mesmo tempo?
Como nasceu a primeira mãe de todas? 
Porquês e mais porquês... 
Que acabam deixando os pais de cabelo em pé, em muitas ocasiões. 
Uma dessas perguntas em especial, chamou-nos a atenção, quando em contato com uma reportagem de certa revista especializada em educação infantil. 
Mamãe, por que te amo tanto? 
-Há perguntas que nasceram para serem perguntas, e há respostas que não são palavras. - Afirma o autor da matéria.
Diz ele ainda que nesses casos a melhor resposta pode ser um beijo, um abraço forte, o toque, o silêncio... 
Realmente, poderíamos pensar: como explicar o amor? 
Como encontrar a razão na Terra onde reinam os sentimentos? 
Sem a pretensão de explicá-lo, mas com a vontade de torná-lo mais admirável ainda, quem sabe poderíamos dizer a essa criança: 
* * * 
Você ama sua mãe, pois antes de lhe dar o abrigo desta casa feita de paredes, ela guardou você em um lar de beleza sem igual, aconchegante e cheio de paz. 
Você ama sua mãe, pois possivelmente esta não é a primeira vez que você a vê. 
Seus corações amigos podem ter se encontrado muito tempo antes... 
Você ama sua mãe, certamente porque junto do alimento do corpo, ela lhe concedeu sempre a nutrição da alma, com seu sorriso e um seja bem-vindo ao mundo, meu filho! 
Seu amor por sua mãe vem dos cuidados que ela tem pelas coisas mais simples da vida, como: arrumar os bichinhos de pelúcia no quarto para lhe darem bom dia pela manhã; colocar o macaquinho ao seu lado, para que você o abrace à noite, e não se sinta só. 
Conversar com você durante o banho, ensinando o nome de cada pedacinho de seu novo corpo, e enchendo-o de beijos amorosos. 
Dançar com você pela sala, rodando, rodando, para ouvir suas gargalhadas deliciosas. 
Ficar com você no colo, assistindo seu desenho preferido, até você pegar no sono, tranquilo, seguro, aquecido. 
Levar você para a cama dela, quando você se sente sozinho em seu quarto à noite, aconchegando-o bem perto de seu coração - lembrando dos tempos em que você estava ali, crescendo forte dentro dela. 
Finalmente, poderíamos dizer que você ama sua mãe, porque ela ama você sem pedir nada em troca. 
O que um dia você entenderá como sendo o amor incondicional. 
E ela será seu maior exemplo dele. 
* * * 
Um filho bem amado nunca esquecerá sua mãe. 
Mesmo que ele enverede por caminhos tortuosos, que faça escolhas perigosas na vida, aquela candeia do carinho materno sempre estará lá. 
Será aquela luzinha distante, no meio da escuridão dominante da ignorância - como um convite terno para trazê-lo para a senda iluminada novamente. 
O amor materno será sempre seu laço seguro e certo com o amor de Deus. 
Que o Criador Supremo do Universo abençoe todas as mães... 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Cada pergunta difícil..., de Cristiane Rogério, publicado na Revista Crescer, de março de 2008, ed. Globo. 
Em 5.5.2021.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

TESTAMENTO NATURAL

EMMANUEL
ANDRÉ LUIZ
CHICO XAVIER
Você pensou, alguma vez, no que vai deixar para os que permanecerão na Terra, após a sua partida? 
Ou para quem ainda virá? 
Talvez consiga pensar, rapidamente, nos seus bens, naquilo que chamamos de patrimônio e logo lembre da palavra testamento. 
Testamento é um instrumento jurídico, uma manifestação da última vontade, na qual a pessoa estabelece o que deverá ser feito com seu patrimônio após a sua morte. 
Alguns podemos deixar bens de valores significativos, conquistas de toda uma vida, somadas a heranças de outras gerações. 
Outros deixaremos pouco ou quase nada. 
Não conseguimos juntar, guardar. 
A vida foi difícil e tudo foi se perdendo ao longo dos anos. 
Os primeiros poderemos nos orgulhar de estar deixando para os sucessores um excelente legado. 
Os segundos poderemos até nos sentir envergonhados. 
Não deixamos nada. 
Trabalhamos uma vida toda e não construímos patrimônio algum... 
Há, no entanto, outra espécie de testamento a ser considerada. Inclusive, mais importante que o significado legal de patrimônio. Trata-se do testamento natural. 
Este diz respeito a tudo aquilo que deixamos para nossos contemporâneos através do exemplo. 
Exatamente isto: o que deixamos pelos nossos exemplos, o que deixamos pelas obras que edificamos ou pelas obras que destruímos. 
Sim, pois um testamento poderá vir repleto de dívidas para os herdeiros. 
Se nossa conduta foi incorreta, se nossos exemplos fizeram com que arrastassem multidões para o desatino, estará lá devidamente registrado em nosso testamento natural.
Voltamos à questão inicial: 
Pensamos, alguma vez, no que deixaremos para os que ficam ou para os que virão depois de nós? 
Não nos preocupemos em demasia com o patrimônio material. 
Natural que tenhamos zelo, respeito, sempre importantes. 
E os bens que deixarmos poderão auxiliar aqueles a quem designarmos como herdeiros. 
Mas há essa outra herança muito maior a ser considerada.
Pelo que seremos lembrados? 
Pelo que ficaremos conhecidos? 
Algumas décadas depois da nossa morte talvez pouco exista do patrimônio deixado. 
Não sabemos o que pode acontecer com a fortuna. 
Ela muda de mãos. 
O mundo é repleto de instabilidades e injustiças. 
No entanto, o legado moral fica. 
A lembrança daquele pai, daquela mãe inesquecível, daqueles conselhos de vó. 
Nada se perde. 
As obras sociais daquela figura pública. 
As transformações que causou nas gerações e o quanto aquela geração transformou a próxima. 
Isso não se perde e isso não tem fim. 
Então, qual é o nosso testamento natural? O que estamos deixando? 
Que exemplos de vida estamos deixando para os nossos filhos, nossos irmãos, nossos amigos? 
Que exemplos deixaremos para a sociedade? 
Alguns de nós talvez consigamos preencher uma folha de papel listando bens materiais para um possível testamento.
Será que conseguimos fazer o mesmo com nosso testamento natural? 
Que obras deixaremos para o mundo? 
Como desejamos ser lembrados daqui a cem anos?
Pensemos nisso e revisemos, logo, nosso importante testamento natural. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 49, do livro Opinião Espírita, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, ed. CEC. 
Em 26.09.2024

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

ANJOS DE GUARDA

Quem cuida de seu filho quando ele não está sob seus olhos?
Você diz que, na escola, os professores são os responsáveis; que em seu lar, você tem uma babá igualmente responsável.
Enfim, você sempre acredita que alguém, quando você não estiver por perto, estará de olho nele. 
Parentes, amigos, contratados à parte, há, também, uma proteção invisível que zela por seu filho. 
Você pode dizer que é seu anjo de guarda, seu anjo bom. 
A denominação, em verdade, não importa. 
O que realmente se faz de importância é esta certeza de que um ser invisível debruça sua atenção sobre seu filho, onde quer que ele esteja. 
E também sobre você. 
Não se trata de uma teoria para consolar as mães que ficam distantes de seus filhos longas horas. 
Ou para quem caminha só nas estradas do mundo. 
Refere-se a uma verdade que o homem desde muito tempo percebeu. 
Basta que nos recordemos de gravuras antigas que mostram crianças atravessando uma ponte em mau estado, sob o olhar atento de um mensageiro celeste. 
Ou que evoquemos o livro bíblico de Tobias, onde um anjo acompanha o jovem em seu longo itinerário, devolvendo-o ao pai zeloso, são e salvo. 
É doce e encantador saber que cada um de nós tem seu anjo de guarda. 
Um ser que lhe é superior, que o ampara e aconselha. 
É ele que nos sussurra aos ouvidos: 
-Detenha o passo! Acalme-se! Espere para agir! 
Ou nos incentiva: 
-Vá em frente! Esforce-se! Estou com você! 
É esse ser que nos ajuda na ascensão da montanha do bem.
Um amigo sincero e dedicado, que permanece ao nosso lado por ordem de Deus. 
Foi Deus quem aí o colocou. e ele permanece por amor de Deus, desempenhando o que lhe constitui bela, mas também penosa missão. 
Isso porque em muitas ocasiões, ele nos aconselha, sugere e fazemos ouvidos surdos. 
Ele se entristece, nesses momentos, por saber que logo mais sofreremos pela nossa rebeldia. 
Mas não afronta nosso livre-arbítrio. 
Permanece à distância, para agir adiante, outra vez, em nova tentativa. 
Sua ação é sempre regulada, porque se fôssemos simplesmente teleguiados por ele não seríamos responsáveis pelos nossos atos. 
Também não progrediríamos se não tivéssemos que pensar, reflexionar e tomar decisões. 
O fato de não o vermos também tem um fim providencial. 
Não vendo quem o ampara, o homem confia em suas próprias forças. 
E batalha. 
Executa. 
Combate para alcançar os objetivos que pretende. 
Não importa onde estejamos: no cárcere, no hospital, nos lugares de viciação, na solidão, ele sempre estará presente.
Esse anjo silencioso e amigo nos acompanha desde o nascimento até a morte. 
E, muitas vezes, na vida espiritual. 
E mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas da vida do Espírito. 
* * * 
Você pode ter se transviado no mundo. 
Quem sabe, perdido o rumo dos próprios passos. 
Pense, no entanto, que um missionário do bem e da verdade, que é responsável por você, pela sua guarda, permanece vigilante. 
Se você quiser, abra os ouvidos da alma e escute-o, retomando as trilhas luminosas. 
Ninguém, nunca, está totalmente perdido neste imenso universo de almas e de homens. 
Pense nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base nos itens 492, 495 e 501 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB. Disponível no CD Momento Espírita, v. 12 e no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP. 
Em 25.9.2024

terça-feira, 24 de setembro de 2024

NÃO HÁ COMO SER FELIZ SEM DEUS!

Sem dúvida, em lugar algum e em tempo algum, nada conseguiremos, na essência, planejar, organizar, conduzir, instituir ou fazer sem Deus. 
Já paramos para pensar que para tudo precisamos de Deus?
Por que será que para a conquista de nossa felicidade ainda insistimos em excluí-lO? 
Insistimos em acreditar que podemos encontrar outras maneiras, outros caminhos, que não passam pelo encontro com Ele, o Pai de amor e misericórdia. 
Talvez nos questionemos: 
E os que não acreditam em Deus? 
Eles nunca irão encontrar sua felicidade? 
A resposta não é tão simples. 
Primeiro, perguntemos a nós mesmos: 
Será que eles não possuem dentro de si nenhum germe de espiritualidade? 
Veremos que todos possuem. 
Usam outras denominações, têm seus próprios princípios, mas não deixam de manter contato com essa sua essência espiritual. 
E isso é espiritualidade. 
Também podemos nos perguntar se seu aparente ateísmo não é apenas uma forma de se protegerem dos absurdos que encontraram nas religiões tradicionais do mundo. 
Precisamos recordar que, em nome da religião, cometemos grandes desatinos como Humanidade. 
Exatamente por não compreendermos Deus e por termos desejado utilizar o nome dEle para defender interesses pessoais. 
Até mesmo indignos. 
Podemos ainda afirmar, com segurança, que todos iremos encontrar Deus em algum momento, de alguma forma. 
Não falamos de buscar um Criador incompreendido, perdido nos confins do Universo. 
Um Senhor distante. 
É uma viagem interior, rumo à nossa própria essência. 
Assim, tudo que fazemos para nos espiritualizarmos, nos conduz ao Pai. 
Trazer espiritualidade para nossa vida é um caminho para Deus e um caminho para nossa felicidade. 
Quando nos encontramos, nos conhecemos e, por conseguinte, nos amamos, nos colocamos dentro da grande proposta de amor do Universo, tão bem resumida pelo Mestre Jesus. 
Os três pilares do amor: a si mesmo, ao próximo e a Deus.
Cada um desses amores constrói o outro, cresce com o outro e seu produto nos traz a felicidade genuína. 
* * * 
O Mestre de Nazaré nos ensinou que há muitas moradas na casa do pai. 
Dessa maneira, nos apresenta as diferentes categorias de mundos habitados: mundos espirituais e mundos materiais. 
O planeta em que vivemos é uma dessas moradas. 
Um mundo de provas e expiações, onde a inteligência se apresenta criadora, potente. 
Porém, onde ainda há muita imperfeição moral. 
Caminhamos, contudo, para mundo de regeneração, a próxima fase evolutiva, mundo que estamos construindo. 
Um mundo em que se manifestarão alterações sociais para o bem, onde haverá domínio das paixões, do orgulho, da inveja e do ódio. 
Estamos, lentamente, construindo esse mundo do futuro. 
Um mundo no qual todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.  ­
Será a aurora da felicidade, aspirando as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do Seu seio emanam. 
Eis a grande sabedoria: não há como dar o próximo passo sem Deus. 
Não há como ser feliz sem Deus. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 9, do livro Brilhe vossa luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier/Carlos A. Bacelli, ed. IDE e no cap. III, item 17, de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB. 
Em 23.9.2024.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O MAL QUE EU FAÇO

CHICO XAVIER E EMMANUEL
Não é o mal que me fazem que realmente me faz mal, mas sim o mal que eu faço. 
Queixamo-nos muito do mal que nos fazem, daquilo que somos obrigados a suportar das pessoas, dos ataques, dos comportamentos violentos, das injustiças que sofremos aqui e ali. 
Curioso é que esse suposto mal em verdade não nos faz mal.
O mal que fazemos é o que realmente nos faz mal. 
Vamos entender melhor. 
Consideremos o seguinte: 
No Universo, comandado por Deus, não há injustiçados. 
Suas leis perfeitas permitem que o sofrer só nos chegue quando necessário. 
E apenas para nos educar - nada mais. 
Assim, a violência que nos alcança, as avalanches que nos carregam à força, não estão em verdade nos fazendo mal.
Elas são corrigendas da vida. 
São provas e expiações. 
Desafios e reparos à lei anteriormente desrespeitada. 
Embora nos tragam incômodo, prejuízos materiais e momentos de tensão, estão moldando nossa alma. 
Em muitos casos, estão nos libertando de um mal que causamos em algum momento. 
E o mal que deliberadamente causamos a alguém ou a nós mesmos? 
Esse sim, nos faz mal... 
Somos nós infringindo as leis, somos nós trazendo para a vida aflições desnecessárias. 
Nesse caso, somos os infratores. 
Somos nós que estamos adquirindo compromissos. 
Somos nós que nos estamos colocando no caminho da necessidade de resgate posterior. 
Percebamos a diferença. 
No primeiro caso, estamos nos libertando do erro, quitando uma dívida, nos liberando dos compromissos com a lei. 
No segundo caso, estamos contraindo dívidas. 
Estamos nos colocando no começo de um processo doloroso, que poderia ter sido evitado. 
Os mecanismos das leis divinas, muitas vezes, nos colocam na situação daqueles que ofendemos, daqueles que desvirtuamos, fazendo-nos conhecer o outro lado, como uma grande lição. 
Para que não mais façamos ao outro aquilo que não gostaríamos que nos fizessem. 
Ninguém, em sã consciência, deseja sofrer, obviamente, mas essa visão nos ajuda a entender melhor porque o mal nos alcança com tanta veemência. 
Essa visão nos ajuda a compreender, a nos resignar e, principalmente, a não devolver o mal recebido. 
Devolver significaria iniciar um novo ciclo, que poderia estar acabando ali, naquele instante, se soubéssemos receber o mal com sabedoria. 
Pensemos nisto: se causarmos mal a alguém, causamos a nós mesmos. 
O que fizermos ao outro, estamos fazendo conosco. É uma sementeira. 
Dessa forma, que tal invertermos tudo isso e semearmos o bem? 
* * * 
Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria. 
O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência. Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto de nós. 
Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de serviço, em nosso favor.
Todo dia é tempo de semear. 
Todo dia é tempo de colher. 
Não é preciso atravessar a sombra do túmulo para encontrar a justiça, face a face. 
Nos princípios de causa e efeito, achamo-nos incessantemente sob a orientação dela, em todos os instantes de nossa vida. 
Redação do Momento Espírita, com citações do cap. 160, do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. 
Em 2.11.2020.

domingo, 22 de setembro de 2024

O MAL EXISTE?

Certo dia, um professor ateu desafiou seus alunos com a seguinte pergunta: 
-Deus fez tudo o que existe? 
Um estudante respondeu corajosamente: 
-Sim, fez! 
-Deus fez tudo, mesmo? - Insistiu o professor. 
-Sim, professor, respondeu o jovem. 
O professor replicou: 
-Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe. E, considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, e somos a imagem e semelhança de Deus, então Deus é o mal. 
O estudante calou-se diante de tal afirmativa e o professor ficou feliz por haver provado uma vez mais que a fé era um mito. 
Outro estudante levantou sua mão e disse: 
-Posso lhe fazer uma pergunta, professor? 
-Sem dúvida, respondeu-lhe o professor. 
O jovem ficou de pé e perguntou: 
-Professor, o frio existe? 
-Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio? 
O rapaz respondeu: 
-Na verdade, professor, o frio não existe. Eu não sou especialista no assunto, mas, segundo as leis da Física, o que consideramos frio é, na realidade, ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor. E a escuridão, existe?
Continuou o estudante. 
O professor respondeu: 
-Mas, é claro que sim. 
-Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é, na verdade, a ausência da luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente. 
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor: 
-Diga, professor, o mal existe? 
Ele respondeu: 
-Claro que existe. Como eu disse, no início da aula, vemos roubos, crimes e violência, diariamente, em todas as partes do mundo. Essas coisas são o mal. 
Então o estudante disse: 
-O mal não existe, professor, ou, pelo menos, não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência do bem. O mal, como acontece com o frio e o calor, é um termo que o homem criou para descrever essa ausência do bem. Assim sendo, Deus não criou o mal. Deus criou o amor, a fé, que existem como existe a luz e o calor. Já o mal é resultado da falta de Deus nos corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz. 
Diante da lógica da argumentação do aluno, o professor se calou, pensativo. 
* * * 
O mal não tem vida própria, é apenas a ausência do bem.
Onde o bem se faz presente, o mal bate em retirada. 
Já o amor é de essência Divina, e está presente nos corações de todos os homens, mesmo que em estado latente, esperando a oportunidade de germinar, crescer e florescer.
Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada. 
Em 27.8.2012.

sábado, 21 de setembro de 2024

MALEDICÊNCIA

Huberto Rohden
No livro “A essência da amizade”, encontramos um precioso texto de autoria de Huberto Rohden, que trata da velha questão da maledicência. 
Com o título de Não Fales Mal de Ninguém, o referido autor tece os seguintes comentários: 
“Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros. Qual a razão última dessa mania de maledicência? É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade. Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio. A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros. Esses homens julgam necessário apagar luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz. São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca. Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar. Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros. Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.” 
“As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência. Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido com whisky, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.” 
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. 
Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras. 
Fala-se muito por falar, para “matar tempo”. 
A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades. 
Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano. 
Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões, enceguecidas que se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas. 
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra. 
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel. 
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio. 
São enfermos em demorado processo de reajuste.
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas. 
Pense nisso! 
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas. 
Evitemos a censura. 
A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.
Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente. 
Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz. 
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina. 
Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração”. 
Pensemos nisso. 
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro A essência da amizade, Editora Martin Claret, pp. 21-24, ed. 2001 e no capítulo 35 do livro Convites da vida, de Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

MAL DO SÉCULO

DIVALDO PEREIRA FRANCO
Ouve-se, por vezes, a afirmativa de que a mediunidade é, hoje, a doença do século. 
E aponta-se como causa da loucura, do desequilíbrio mental, o seu exercício. 
Ora, a mediunidade é uma faculdade psicofísica, que é normal em quase todas as criaturas. 
O eminente professor Charles Richet a denominou sexto sentido. 
Portanto, não é algo novo. 
A mediunidade esteve presente em Francisco de Assis, que se extasiava ante o espetáculo da natureza e compunha poemas delicados, extravasando o que sua alma percebia da Espiritualidade Superior. 
Igualmente nos êxtases de Teresa d'Ávila ou nos colóquios de Rita de Cássia, que chegou a reproduzir em seu corpo as chagas do Cristo. 
A mediunidade, hoje tão conhecida e pouco compreendida, se encontra descrita na Primeira Epístola aos Coríntios, pelo Apóstolo Paulo, quando fala dos dons e dos carismas. 
Uns veem, outros ouvem, outros falam, outros profetizam, outros curam. 
Os dons e os carismas apresentados por Paulo de Tarso são a mediunidade. 
Por ser apanágio dos homens, a possuem bons e maus.
Assim a possuía também Adolf Hitler, que chegou a exercê­-la em Berlim, no período de 1914 a 1918, no grupo Tullis. 
Ele acreditava ser a chibata com a qual Deus puniria a Humanidade. 
Como se percebe, a mediunidade em si não é boa nem má. 
O seu uso depende das condições morais e intelectuais do seu portador. 
Dessa forma, é oportuno corrigir a afirmativa inicial, dizendo que o mal do século é a obsessão e não a mediunidade. 
A obsessão é a influência exercida por um espírito mau sobre o ser encarnado. 
Esse mal sim, hoje dizima milhões de criaturas, com desequilíbrios da personalidade e da própria vida mental. 
A terapêutica é a educação da mediunidade. 
A direção moral que o homem lhe dá, elevando-se na ordem psíquica, moral e emocional, passando a sintonizar com os Espíritos elevados. 
Desses, só receberá sensações agradáveis, bem­-estar e realizações no bem. 
Cabe-nos estudar um pouco mais a mediunidade a fim de melhor compreender essa faculdade que Deus nos empresta para que possamos evoluir. 
* * * 
Cyrano de Bergerac, no século XVIII, descreveu em sua obra Viagem à lua, um foguete de vários corpos e etapas que se queimavam sucessivamente, até situar a cápsula tripulada em órbita. 
Ele também descreveu, na sua obra, o rádio e o gravador. 
Von Braun, o idealizador dos foguetes norteamericanos afirmava que, durante seus anos de juventude em Berlim, via Cyrano. 
Dois exemplos de mediunidade: premonição e vidência de duas personalidades da área literária e científica. 
Redação do Momento Espírita, com base na pergunta nº 8 de Entrevista com Divaldo Pereira Franco, inserida na Revista Informação, de março de 1997 e no artigo A viagem à lua de Cyrano de Bergerac, da Revista O espírita, de outubro/dezembro 1996. 
Em 28.11.2011

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

A GENIALIDADE QUE APLAUDIMOS

Guido Santana
Quando alguém é convidado para uma palestra, coordenação de atividade ou treinamento, em cima da hora e diz que precisa se preparar, é comum ouvir: 
-Você não precisa disso. Você tira de letra. 
Esquecem os que assim se manifestam que ninguém nasce pronto. 
Nem aqueles a quem chamamos gênios. 
Eles são movidos pela paixão, um fogo interior pelo campo de seu interesse: arte, ciência ou qualquer outra área do conhecimento humano. 
Trazem a vocação latente, o pendor, mas se dedicam de corpo e alma àquilo que amam. 
Investem tempo, energia e recursos incessantes, o que os leva a superar desafios e alcançar feitos extraordinários. 
O seu caminho nem sempre é fácil. 
Por vezes, precisam enfrentar obstáculos e até fracassos. 
No entanto, não se intimidam e tudo enfrentam como oportunidade de crescimento. 
É isso que lhes garante o sucesso, o aplauso do mundo. 
Em concerto recente, tivemos a oportunidade de assistir à performance impecável de um violinista. 
Duas mil pessoas em pé não se cansavam de aplaudir e reprisar aplausos. 
Apenas dezenove anos tem o jovem. 
E as exclamações eram constantes: 
-Um gênio. 
Sim, um gênio que começou a estudar violino aos cinco anos de idade e aos sete tocava na orquestra. 
E estuda até hoje, sob tutela de mestra consagrada.
Ganhador de inúmeros prêmios, ele está na lista dos trinta antes dos trinta anos, da mais conceituada revista de negócios e economia, a Forbes Brasil. 
Um exímio artista com lugar reservado em seleta Academia de Artes nacional. 
Sua grande lição: persistência, estudo, dedicação.
Persistência é a capacidade de continuar nos esforçando para alcançarmos uma meta pretendida. 
Assim, o escritor alimenta a sua mente, o seu intelecto de contínuo. 
Com isso, a sua criatividade encontra farto material para se expandir. 
O estudo exercita o cérebro, fortalece a memória, a capacidade de concentração e o raciocínio. 
Amplia a nossa visão de mundo, nos levando a explorar diferentes culturas, épocas e áreas do conhecimento. 
E nos estimula a irmos sempre mais longe, a desejarmos saber mais, investigar além. 
A dedicação é essa força de vontade atuante, a crença em nossa capacidade de superar obstáculos, de conquistarmos o que idealizamos. 
Bem afirmou Thomas Edison que gênio é um por cento de genialidade e noventa e nove por cento de transpiração. 
O famoso inventor americano demonstrou sua incrível produtividade e capacidade de trabalho, registrando mais de mil contribuições revolucionárias, entre elas a lâmpada incandescente e o fonógrafo. 
Dessa maneira, quando nos extasiarmos pela oratória de alguém, pensemos quantas horas foram dedicadas ao estudo, à reflexão. 
Quanto terá se esmerado em aulas para melhorar a sua dicção, a inflexão de sua voz. 
Quando aplaudirmos um bailarino, lembremos quantos anos precisou para alcançar o virtuosismo que demonstra, a leveza dos gestos e a elasticidade do corpo. 
O domínio técnico impecável com precisão dos movimentos, execução dos passos e expressividade na coreografia.
Gênios. Virtuoses. Seres dedicados, perseverantes.
Aplaudamos seus esforços. 
Aprendamos com eles. 
Redação do Momento Espírita, com detalhes da vida do violinista Guido Santana. 
Em 19.09.2024

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

MUITOS ESTÃO SURDOS

Alguns andam se perguntando, assustados com o mal que abala o planeta em todas as áreas: 
-Até quando veremos tudo isso? 
Outros, observando os grandes flagelos que alcançam a Humanidade, trazendo a face implacável da dor aos dias, pensam: 
-Por que tanta dor? Por que tanto sofrimento? 
Sem uma análise histórico-sociocultural, a visão pequena e também sem uma percepção espiritual, pode nos posicionar todos como vítimas ou mesmo nos fazer chegar a lugar nenhum. 
Vítimas dos flagelos da natureza, vítimas dos maus, vítimas da violência, num mundo totalmente injusto. 
Quando nos dispomos a perceber outros aspectos, alargar a visão pelo conhecimento, percebemos que estamos vivendo exatamente do jeito que queremos e no mundo que construímos. 
E, se quisermos algo diferente, logicamente, basta fazer o que fizemos sempre que estivemos insatisfeitos com algo: mudar.
Os caminhos para sairmos deste estágio no qual ainda reina a lei do mais forte, onde reinam os interesses materiais e todos os vícios morais, nos foram traçados claramente. 
Podemos dizer, inclusive, que nos foram mostrados de diferentes formas, e ainda nos são indicados diariamente. 
A grande questão é: 
-Queremos mudar? Queremos ouvir? 
Compositores de nosso país, em tempos de grande criatividade artística, produziram uma canção intitulada: Todos estão surdos. 
A obra traz uma reflexão rica evocando a figura do Mestre Jesus de forma bastante perspicaz. 
Dizem os versos: 
Toda gente se esqueceu 
que a verdade não mudou.
Quando a paz foi ensinada 
pouca gente escutou. 
A paz é ensinada desde antes de Jesus, é certo, mas foi Ele que trouxe a mensagem do amor e da paz num formato nunca antes visto. 
Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. 
Ou Eu sou o Caminho da verdadeira vida. 
Que verdade é essa que não mudou? 
A verdade do amor, do perdão, da caridade. 
Não há outro caminho senão esse. 
Verdade que continua sendo proclamada aos quatro ventos, com outras roupagens, com outros nomes. 
Porém, na essência, sempre a mesma. 
A questão está justamente no que aponta o nome da canção: Todos estão surdos. 
Ou, numa pequena adaptação para não sermos injustos com os que já despertaram: Muitos estão surdos. 
A mensagem da canção é tão inspiradora que prossegue proclamando:
Mas, meu Amigo, volte logo, 
venha ensinar meu povo 
que o amor é importante. 
Vem dizer tudo de novo. 
É a saudade de Jesus que bate forte... 
Mas não nos inquietemos, pois Ele continua conosco. 
Ele é o Governador do orbe terrestre. 
Sabe tudo que ocorre e administra nossa História, nossas vidas, utilizando-se de muitos meios. 
Há um plano maior para a implantação do amor na face da Terra. 
Começou há muito tempo, passou pela vinda do próprio Mestre até nós, estendeu-se pela chegada do Consolador prometido por Ele e segue adiante. 
É tempo de ouvir. 
É tempo dos que sabem escutar despertarem os que ainda estão surdos. 
Muitos estão surdos, sim, mas, felizmente, muitos já ouvem a música dos novos tempos. 
Redação do Momento Espírita 
Em 18.09.2024

terça-feira, 17 de setembro de 2024

CASAS MORTAS, CASAS VIVAS!

Sua casa é viva ou morta? 
A pergunta soa estranha, com certeza. 
E você logo responderá que casa é algo inanimado. 
A casa é feita de pedras, tijolos, madeira, portanto, não tem vida. 
Entretanto, casas existem que são mortas. 
Você as adentra e sente em todos os cômodos a inexistência de vida. 
Sim, dentro delas habitam pessoas, famílias inteiras. 
Mas são aquelas casas em que quase tudo é proibido. 
Tudo tem que estar tão arrumado, ajeitado, sempre, que não se pode sentar no sofá porque se está arriscando sujar o revestimento novo e caro. 
Casas em que o quarto das crianças é impecável. 
Todos os bichinhos de pelúcia, por ordem de cor e tamanho repousam nas prateleiras. 
Essas casas são frias. 
Pequenas ou imensas, carecem do calor da descontração, da luz da liberdade e da iluminada possibilidade de dentro delas se respirar, cantar, viver. 
Por isso mesmo parecem mortas. 
As casas vivas já demonstram desde o jardim que nelas existe vibração e alegria. 
No gramado, a bola quieta fala da existência de muitos folguedos. 
A bicicleta, meio deitada, perto da garagem diz que pernas infantis até a pouco a movimentaram com vigor. 
Em todos os cômodos se reflete a vida. 
No sofá, um ursinho de pelúcia denuncia a presença de um pequenino irrequieto que carrega a sua preciosidade por todos os cantos. 
Na saleta, livros, cadernos e lápis dizem dos estudos que se repetem durante horas. 
O dicionário aberto, um marcador de páginas assinalando uma mensagem preciosa falam de pesquisa e leitura atenciosa. 
A cozinha exala a mensagem de que ali, a qualquer momento, pode chegar alguém e se servir de um copo d’água, um café, um pedaço de pão. 
Os quartos traduzem a presença dos moradores. 
Cores alegres nas cortinas, janelas abertas para que o sol entre em abundância. 
Os travesseiros um pouco desajeitados deixam notar que as crianças os jogam, vez ou outra, umas contra as outras, em alegres brincadeiras. 
Enfim, as casas vivas são aquelas em que as pessoas podem viver com liberdade. 
O que não quer dizer com desordem. 
As casas vivas são aquelas nas quais os seus moradores já descobriram que elas foram feitas para morar, mas sobretudo para se viver. 
* * * 
O desapego às coisas terrenas inicia nas pequeninas coisas.
Se estabelecemos, em nosso lar, rígidas regras de comportamento para que tudo esteja sempre impecável, como se pessoas ali não vivessem, estamos demonstrando que o mais importante são as coisas, não as pessoas. 
Manter o asseio, a ordem é correto. 
Escravizar-se a detalhes, temer por estragos significa exagerado apego a coisas que, em última análise, somente existem em função das pessoas. 
Transforme sua casa, pequena, de madeira, uma mansão num lugar agradável de se retornar, de se viver, de se conviver com a família, os amigos, os amores. 
Coloque sinais de vida em todos os aposentos. 
Disponha flores nas janelas para que quem passe, possa dizer: 
-Esta é uma casa viva. É um lar. 
Redação do Momento Espírita Disponível no CD Momento Espírita v. 12 e no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP. 
Em 17.9.2024

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

MALDADE PERPÉTUA

EMMANUEL E CHICO XAVIER
Há quem acredite na existência de demônios. 
Segundo a concepção mais comum, são seres voltados eternamente ao mal. 
Teriam até sido anjos, no pretérito remoto. 
Entretanto, por conta de uma rebelião contra Deus, foram expulsos do céu. 
Trata-se de uma crença respeitável e talvez até necessária, em certo período da História humana. 
Mas não resiste ao crivo da razão. 
A Criação Divina é perfectível e está em contínuo avanço.
Gradualmente, os costumes se renovam, os pensamentos se aperfeiçoam e os sentimentos se purificam. 
O retrocesso é estranho às leis divinas. 
Nenhum ser genuinamente bom cansa da bondade e passa a cometer atos cruéis. 
O contrário é que se dá. 
A maldade, sim, cansa, inclusive pela cota de sofrimentos e desgostos que necessariamente causa. 
O mal perpétuo, como destino de uma criatura, desmentiria a inteligência e a bondade do Criador. 
Assim, todos cometem erros no processo de aprendizado.
Mas todos se recompõem, mais cedo ou mais tarde. 
Os gênios perversos das tradições religiosas são apenas Espíritos, iguais aos que animam os homens de hoje. 
Basta que alguém adote conscientemente a crueldade por trilha de ação para assemelhar-se a eles. 
Observe as lágrimas dos órfãos e das viúvas, ao desamparo. Há quem as faça correr. 
Repare nos apetrechos de guerra, estruturados para assaltar populações indefesas. 
Há quem os organize. 
Medite nas indústrias do abortamento. 
Há quem as garanta. 
Reflita nos mercados de entorpecentes. 
Há quem os explore. 
Essas verdades acusam a Humanidade toda. 
A condição moral da Terra é o reflexo coletivo dos que nela habitam. 
Todos têm acertos e desacertos. Todos possuem sombra e luz. 
Consciências encarnadas em desvario fazem os desvarios da esfera humana. 
Consciências desencarnadas em desequilíbrio geram os desequilíbrios da esfera espiritual. 
Justamente por isso, o Evangelho assevera: 
Ninguém entrará no reino de Deus sem nascer de novo. 
Já o Espiritismo acentua: 
Nascer, morrer, renascer de novo e progredir continuamente, tal é a lei. 
Isso quer dizer que ninguém consegue desertar da luta evolutiva. 
É preciso seguir vigilante no serviço do próprio burilamento e no auxílio ao progresso do próximo. 
Certamente um dia o amor puro liquidará os infernos de dor e incompreensão. 
Mas tal só se dará quando todas as inteligências transviadas estiverem sublimadas pela força da educação. 
Educar-se e ao semelhante é tarefa de cada homem que sonha com um amanhã melhor. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XXXIII, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. 
Em 29.04.2023.

domingo, 15 de setembro de 2024

O MALABARISTA

Conta-se que, em tempos idos, havia, na França, um malabarista chamado Barnabé. 
Ele viajava de aldeia em aldeia mostrando sua arte. 
Abria seu tapete no meio da praça e quando algumas pessoas se aglomeravam, começava suas piruetas balançando uma bandeja na ponta do nariz. 
Quando virava de cabeça para baixo, apoiado nas mãos e jogava para o alto seis bolas, voltando a pegá-las com os pés, ou quando se atirava para trás até tocar a nuca com os calcanhares, ouvia-se um murmúrio de admiração e choviam moedas no tapete. 
No inverno, no entanto, ele ficava como uma árvore sem folhas. 
A estação trazia-lhe frio e fome. 
De temperamento afável, Barnabé aguentava tudo pacientemente. 
Acreditava que dias melhores viriam. 
Confiava em Deus e, com sua mãe, aprendera a seguir os ensinamentos de Jesus. 
Numa tarde chuvosa, caminhava pela estrada, triste e desanimado, carregando seus objetos de trabalho enrolados num tapete velho, à procura de um lugar seco onde pudesse dormir. 
Seguia no mesmo rumo um frade que o cumprimentou e lhe perguntou: 
-Por que você se veste desse jeito? 
-Sou um malabarista. E esta seria a ocupação mais prazerosa se pudesse me garantir o pão de cada dia. 
-Amigo, replicou o frade, não há nada mais prazeroso que a vida religiosa. Nós nos ocupamos com preces ao bom Deus e a Nossa Senhora. 
Barnabé respondeu: 
-Confesso que falei como um ignorante. Sua missão não pode ser comparada à minha. Apesar disso, acho que deve haver algum mérito em fazer as pessoas sorrirem, esquecendo-se, ainda que por minutos, dos sofrimentos. Contudo, para servir ao Senhor, abandonaria a arte pela qual sou conhecido. 
O frade ficou tocado pela simplicidade do malabarista, e o convidou a ingressar no mosteiro. 
Um dia, os religiosos combinaram um ofício em louvor a Jesus. 
Cada um mostraria o que sabia fazer de melhor. 
Uns pintaram a imagem de Jesus, outros compuseram hinos em latim. 
Havia ainda esculturas e poesias. 
Barnabé via tudo aquilo e lamentava sua ignorância. 
Gostaria de ter habilidade como os demais. 
Ficou desanimado, até que uma manhã acordou cheio de alegria. 
Foi para a capela e recolheu-se, por horas. 
Passou a fazer isso todos os dias e sua nova disposição foi notada. 
Os irmãos se perguntavam a razão de tal mudança. 
Um dos frades passou a observá-lo. 
Um dia, vendo-o sem o hábito, resolveu, junto com dois outros frades, descobrir o que se passava. 
Olhando pela porta entreaberta viram Barnabé diante do altar, fazendo seus malabarismos. 
Entraram à capela, exclamando que aquilo era um sacrilégio.
Estavam a ponto de tirá-lo dali, quando viram Jesus descer do altar e, com Sua túnica, enxugar o suor do rosto do malabarista. 
O silêncio encheu a capela... 
Uma lágrima rolou dos olhos de Barnabé e todos, de joelhos, contemplaram a figura do Nazareno. 
* * * 
Todos somos bons em alguma coisa, mas de nada adiantará se não usarmos esse talento para tornar melhor a vida do nosso próximo. 
Ofereçamos o melhor de nós, ainda que seja apenas um sorriso, um abraço, um olhar de carinho, um malabarismo qualquer, capaz de despertar um sorriso no rosto triste de alguém. 
Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria desconhecida. 
Em 7.6.2018.

sábado, 14 de setembro de 2024

A MAIS VENERADA MULHER

Uma das mais belas descrições da interferência dos Mensageiros Celestes talvez seja a conhecida como da Anunciação. 
Segundo o Evangelista Lucas, entrando o anjo onde estava a jovem Maria, disse: 
-Salve, cheia de graça. O Senhor seja contigo. 
E lhe diz que ela conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Jesus. 
Prediz que Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo e que Seu reino não terá fim. 
Maria estabelece com ele um diálogo, elucidando suas dúvidas a respeito de como tudo isso haveria de suceder.
Afinal, ela era conhecedora das profecias a respeito do Messias. 
Dentre os quatro Evangelistas somente Lucas, o redator do terceiro Evangelho, desce a detalhes, não encontrados nos demais. 
Isso porque, seguindo as orientações e os desejos de Paulo de Tarso, o seu Evangelho foi escrito a partir de muitas entrevistas com quem vivera e convivera com Jesus.
Naturalmente, Maria, Sua mãe, foi a primeira entrevistada.
Justamente por essa razão, é que somente ele assinala seu canto de gratidão e louvor ao Senhor da Vida, o Magnificat:
Minha alma glorifica ao Senhor. 
Meu Espírito exulta de alegria em Deus,
 meu Salvador, 
porque olhou para Sua pobre serva. 
E entendendo exatamente o alcance da missão que lhe competia, e do Ser a quem ela ofereceria um corpo, completa:
Por isto, desde agora, me proclamarão 
bem-aventurada, todas as gerações. 
Que extraordinário alcance de visão dessa mulher. 
Estava absolutamente correta. 
Desde os tempos apostólicos, após a morte do filho, residindo com João, o Evangelista, em Éfeso, ela passaria a ser procurada por muitos. 
Eram pessoas que desejavam arrefecer a saudade daquele que se fora, ouvindo os relatos de quem com Ele convivera tantos anos, O acalentara, alimentara, sustentara. 
Outros apenas desejavam lhe beijar as mãos, chamando-a de Mãe Santíssima. 
De todas as grandes mulheres, com certeza, nenhuma foi e é tão exaltada em seu papel de mãe, quanto Maria de Nazaré.
As canções se multiplicam no mundo chamando-a de Bem-aventurada, Santa Mãe. 
Quantos louvores se erguem a essa mulher, que se apequenou na grandeza da sua missão. 
Quantas milhares de vozes já não se uniram para louvá-la como a bendita entre todas as mulheres, ano após ano, em celebrações nos grandes teatros, em templos ou em espetáculos ao ar livre! 
São tenores, sopranos, corais, vozes infantis, juvenis.
Quantos poetas lhe dedicaram versos, tecendo-lhe poemas!
Quantos pintores a retrataram, idealizando a gruta em que buscou abrigo, em Belém; sua viagem ao Egito; as celestes alegrias de ter o Filho em seus braços, vendo-O crescer no aconchego doméstico. 
Sua própria dor, ao receber o Filho morto, retirado da cruz, foi imortalizada em gravuras, quadros. 
E no mármore, na mais perfeita ideação de Michelângelo. 
Os séculos se somam mas a Mãe de Jesus, que se tornou mãe de toda a Humanidade, prossegue a ser enaltecida. 
A Bem-aventurada. 
A mais extraordinária das mães. 
Mãe de todas as mães. 
Nossa mãe, Maria de Nazaré. 
Redação do Momento Espírita, com transcrições do Evangelho de Lucas, cap. 1, versículos 46 a 48. Disponível na Agenda Momento Espírita 2020, ed. FEP. 
Em 25.03.2019.