Basta analisar a natureza para perceber que absolutamente nada é destituído de utilidade.
O animal mais insignificante e a menor planta inserem-se no ciclo da vida, de forma útil.
Assim também o homem é chamado a colaborar com o progresso.
Ciente dessa realidade importa considerar o valor da tarefa que está em suas mãos.
O que lhe compete fazer no mundo corresponde a um mandato do alto, um desígnio divino para a sua pessoa.
Todos devem estar convictos de que ninguém realiza nada sem Deus.
Isso, porém, não autoriza que a criatura se considere desonerada das obrigações que lhe competem no contexto geral da vida.
Cada qual tem sua responsabilidade, concedida pelo alto a título de tarefa e de auxílio.
Esse raciocínio não se destina a supervalorizar as personalidades humanas, por si sós já muito necessitadas de humildade.
Cuida-se apenas de chamar a atenção para os créditos individuais com que a providência divina enriqueceu cada um de seus filhos.
Como ocorre com as impressões digitais que o identificam, a sua voz é diferente de todas as demais.
As suas mãos guardam peculiaridades únicas.
Você enxerga e ouve com recursos mentais de interpretação absolutamente diversos daqueles que povoam os cérebros alheios.
Do mesmo modo, você possui peculiaridades em sua vocação que os outros não dispõem.
Considerando tudo isso é necessário reconhecer que a cada qual foi atribuído um serviço em determinada área de ação.
Esse serviço possui importante significado para quem o desempenha, mas também é dotado de relevância para os semelhantes.
A distinção que a todos marca sinaliza a posição de servidor que deve caracterizar o homem em face de seu próximo.
Jesus afirmou que toda a lei divina ou natural resume-se em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Amar o próximo como a si mesmo significa desejar-lhe todo o bem que se almeja para si próprio.
Implica conceder-lhe, em qualquer circunstância, o tratamento que dele gostaria de receber, se estivesse em seu lugar.
Percebe-se que nossa posição é a de irmãos, fraternalmente unidos na caminhada para Deus.
Em face da vida não somos competidores ou adversários, mas companheiros.
Os talentos distintos que ornam cada um revelam a necessidade de auxílio mútuo, para que o progresso ocorra a contento.
No imenso concerto da vida, verifique qual posição lhe cabe e a execute com alegria.
Não inveje a tarefa dos outros e nem menospreze a sua.
Saiba que foi a sabedoria divina, em sua infalibilidade, que identificou a posição que melhor lhe cabe.
Em sua condição atual, você pode colaborar com o próximo e consigo mesmo.
Caso seja modesta, não o exporá a grandes tentações, ao tempo em que o ajudará a se tornar simples e humilde, contentando-se com pouco.
Se sua tarefa for importante, possui o condão de auxiliá-lo a fazer o bem a inúmeras pessoas.
O relevante é a certeza de que Deus sempre sabe o que faz e providencia o melhor para todos.
Ao ser humano compete guardar fidelidade ao pai, desempenhando sua tarefa com humildade, amor e pureza.
Sirva, pois, com alegria, movimentando seus talentos na construção de um mundo melhor.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo LXX do livro Segue-me!..., do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.