terça-feira, 5 de maio de 2020

QUANDO A DOR É MUNDIAL

Coro Internazionale Lirico Sinfonico
-O que fazemos quando vemos serem atingidos os membros da família humana? 
-Sofrem as nações, os governos. 
Sofremos todos nós porque estamos no mesmo lar Terra, separados apenas por linhas demarcatórias de fronteiras. Quando a pandemia ultrapassou fronteiras, todos nos demos conta disso. Somos uma única e enorme família. E o que é bom para uns é para todos. O que atinge a uns, alcança a todos. Assim, nos vimos envolvidos nas dores de ver enfermar e morrer muitos dos nossos irmãos. Em meio ao caos, percebemos como somos, verdadeiramente, a imagem e semelhança do nosso Criador. Deus acende luzes brilhantes na lava destruidora. Deus renova os ares após a tormenta devastadora. Deus borda a campina de flores e renova as paisagens depois dos furacões avassaladores. Seus filhos, nós, conseguimos acender lamparinas nas trevas. Esperanças em meio à tragédia. Cantamos enquanto as lágrimas abundam em nossos corações. Erguemos nossas preces, em todas as línguas e em todos os credos. Utilizamos a tecnologia para nos unirmos. Apresentamos shows virtuais, encontramos os amigos, organizamos salas de reencontros, de estudos, de compartilhamento de orações. Amenizamos a saudade. Aprendemos a nos abraçar virtualmente, renovando o desejo de tornar a nos encontrarmos, quiçá, em breve tempo. Na Itália, um dos países mais atingidos pelo coronavírus, que se espalhou, de forma rápida, ceifando vidas, o coro Internazionale Lirico Sinfonico deu uma lição de altruísmo e gratidão. Num ensaio virtual, reuniu os componentes do coro e executou Vá, Pensiero, da Ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi. Para os italianos o coro dos escravos hebreus, terceiro ato da Ópera, se tornou símbolo de patriotismo. Isso porque ela foi composta por Verdi, durante a ocupação austríaca, no norte do país, em 1842. Em momentos graves, o coro é lembrado. Possivelmente, quase todos os italianos o tragam na memória e no coração. É um lamento, uma prece que chora a pátria sofrida e perdida. Um clamor aos céus. Nada mais apropriado para os dias atuais. O que emociona, ademais, não é somente o recado de esperança de dias que serão superados, vencidos. É a homenagem e o preito de gratidão que é feito a todos os servidores da saúde. Cremos que jamais eles foram tão homenageados e recordados, como nestes dias. Esses servidores que estão sempre a postos nas tragédias, tanto quanto no cotidiano sofrido dos hospitais, das clínicas, dos lares. Eles formam o pelotão que se encontra no front da batalha. Um front em que utilizam as armas da ciência médica, da sua coragem para diagnosticar, tratar. Eles também têm família e saúde para preservar. Mas estão ali, a postos, lutando cada dia, todos os dias, pelas vidas alheias. Nada mais justo do que recordá-los, envolvê-los em nossas preces. Oxalá esses dias sirvam para todos nós meditarmos na fragilidade da existência e do quanto devemos aproveitar cada minuto que nos é dado sobre a Terra. Que aprendamos que o melhor é ser bom, prestativo, fraterno, útil. Afinal, precisamos e dependemos imensamente uns dos outros, membros da mesma grande família. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 4.5.2020.

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