Eutanásia é definida como sendo a prática pela qual se abrevia, sem dor ou sofrimento, a vida de um enfermo incurável.
A sua aplicação tem sido defendida em diversos países, tais como Bélgica e Holanda, sob o argumento de que só seria realizada em casos de doenças irreversíveis, quando o doente já se encontrasse em condições muito precárias de sobrevivência.
Alguns alegam tratar-se de um ato piedoso, porque estaria sendo abreviado o sofrimento de um ser.
Outros, ainda, afirmam que muito dinheiro estaria sendo economizado, já que qualquer recurso despendido para manter aquela vida seria inútil e, por consequência, um desperdício.
Há aqueles, também, que afirmam ser tal conduta uma forma de alívio também para a família do doente que estaria demasiadamente onerada por tal situação.
Tais posicionamentos, porém, demonstram de forma inequívoca a predominância do conceito materialista e total ignorância das realidades espirituais.
Não cabe ao homem, em circunstância alguma, ou sob qualquer pretexto, o direito de escolher e deliberar sobre a vida ou a morte de seu próximo.
Afinal, doenças tidas ontem como incuráveis podem ser resolvidas pela medicina moderna.
E a ninguém é dado precisar o tempo de vida de um paciente, pois sabemos que esse tipo de prognóstico é muito duvidoso e, por vezes, equivocado.
A ciência humana erra.
Deus não erra nunca.
Há muitas histórias de pessoas tidas como doentes terminais que sobrevivem à crise e superam a própria enfermidade, vivendo por muito tempo além do que lhe havia sido previsto.
Além disso, essa falsa piedade atrapalha a terapêutica Divina, nos processos redentores da reabilitação.
A agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser, em verdade, um bem.
Os desígnios de Deus são insondáveis e a ciência humana por demais precária para poder decidir a respeito de problemas transcendentes das necessidades do Espírito.
Cada minuto, em qualquer vida, é muito precioso para o Espírito em resgate abençoado.
Quantas resoluções nobres e decisões felizes ocorrem em um relance momentâneo?
Desconhecemos as reflexões que o Espírito pode fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe podem ser poupados em um relâmpago de arrependimento.
A eutanásia, portanto, interrompe o processo de depuração em que se encontra o Espírito encarnado, através da enfermidade, impondo-lhe sérias dificuldades, inclusive no retorno ao plano espiritual.
Ademais, alguns familiares que buscam tal recurso, na realidade, encontram-se apenas e indevidamente ansiosos por libertar-se do comprometimento e da responsabilidade de ajudar, sustentar e amar ainda mais.
E no que diz respeito aos custos decorrentes dos longos tratamentos a que se submetem doentes terminais, resta-nos analisar o fato de que muito dinheiro é gasto de forma irresponsável, sustentando-se os mais variados vícios.
Como então alegar que é desperdício gastar-se com remédios e procedimentos que podem, de alguma forma, buscar o restabelecimento de alguém que sofre?
* * *
Richard Simonetti |
A postura do verdadeiro cristão deve ser sempre em favor da manutenção da vida e de respeito em relação aos desígnios de Deus.
Compete-nos buscar não só minorar os sofrimentos de nossos irmãos, mas também, confiar na justiça e na bondade Divinas.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 14 do livro Após a tempestade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. Leal; na pergunta nº 70 do livro O consolador, pelo
Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb;
no item 28 do cap. V do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de
Allan Kardec, ed. Feb e no cap. Solução infeliz, do livro Quem tem
medo da morte?, de Richard Simonetti, ed Gráfica São João.
Em 13.2.2013.
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