terça-feira, 29 de outubro de 2019

A LUZ

Ele não tinha sombras. Ele era Luz. Veio para as trevas e as trevas não O reconheceram. Brilhou em meio à escuridão mas, os que perceberam Sua luminosidade, nada mais desejaram senão apagar a luz que irradiava. Ele não tinha sombras porque era perfeito. Nenhum traço de inferioridade lhe manchava a personalidade. Antes que a Terra exalasse seu primeiro suspiro como um planeta propício à vida, Ele já era. Por isso, muitos O julgaram o próprio Incriado e o confundiram com a Divindade. Mas Ele, sempre correto, esclareceu, desde o primeiro momento: Eu vim para cumprir a vontade de meu pai, que está nos céus. Ele não tinha sombras. Nenhuma culpa, nenhum senão lhe maculava o Espírito. Por isso, podia estabelecer o convite: Vem e segue-me. Senhor do mundo, pastor de um rebanho de almas incultas, eivadas de erros e de viciações morais, veio para as conduzir. Contudo, nem todos lhe ouviram a voz ou O desejaram seguir naqueles tempos. Por isso, Ele prossegue com o insistente chamado, anunciando as bem-aventuranças do reino do Pai. Ele era a Luz. Os que nada desejavam senão espalhar sua própria sombra, O perseguiram, levantando calúnias, engendrando maldade. Ele respondia com amor. Por onde passava, deixava pegadas luminosas a fim de que os que viessem empós, na fieira do tempo e das vidas, pudessem segui-lO. Quando o desejassem, quando lhe pudessem compreender a mensagem. Falando com a autoridade de quem faz o que recomenda, Ele se dirigia aos Espíritos perturbadores e infelizes, arrancando-os da insensatez. A Sua era a mensagem da paz: 
-A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou. Senhor das estrelas, não amealhou bens perecíveis, antes preocupou-se em conquistar corações para o reino de Deus. A quem O feria, qual o sândalo que perfuma o machado que o agride, brindava com o aroma da Sua paz. De tal forma isso impregnava a criatura que não mais O esquecia. E, na poeira do tempo, optava por se entregar a Ele. Manso como as pombas, jamais se deixou vencer pelos violentos, a eles respondendo com a dignidade da Sua conduta. Ao soldado que O esbofeteou em plena face, indagou, sem medo: 
-Se disse algo equivocado, aponta meu erro. Mas, se nada disse errado, por que me bateste?
E, quando a hora soou, qual um cordeiro levado ao altar dos holocaustos, Ele se entregou, sem reagir. E, sozinho, enfrentou o juízo arbitrário dos pigmeus que detinham o poder tolo e temporário: Anás, Caifás, Pilatos. Ele era o Senhor do mundo e submeteu-se à justiça comezinha dos homens, ensinando que o exemplo fala mais alto do que as palavras. Ele era a Luz. Até hoje, Ele brilha e espera. Espera que as Suas ovelhas lhe atendam ao chamado, reconheçam a Sua voz e descubram que com Ele não mais haverá noite de solidão e amargura. Que com Ele, não haverá sede de justiça porque Ele é a água viva, que dessedenta para sempre. Com Ele não haverá carências pois Ele é a plenitude. Ele é Jesus, o Filho de Deus, o Bom Pastor das nossas almas. Ele é o Enviado, o Messias aguardado no tempo e anunciado por séculos na voz dos profetas. Ouçamo-lO. Sigamo-lO. Ele é a Luz, o Caminho, a Vida... 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 26, ed. FEP. 
Em 29.10.2019.

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