RAUL TEIXEIRA |
Quando as férias acabam, é comum se ouvir, na porta das escolas, da boca dos pais ou de funcionários que recebem as crianças, frases bem desmotivadoras.
-Acabou a moleza, hein?
-Aproveitou bem as férias?
-Melhor para você, porque agora vai ter que dar um duro danado.
São comentários inocentes e brincalhões, feitos de forma esparsa. Por vezes, é mais com o objetivo de puxar conversa. Mas têm um efeito desastroso sobre as crianças.
Os adultos falam brincando mas os garotos não têm condições para entender a sutileza da brincadeira. Para quem já está abalado com medo das novidades e o choque das mudanças do novo ano letivo, tais frases soam como ameaças de algo terrível.
Isso, sem se falar dos comentários ruins que os pequenos ouvem dos pais a respeito da escola. São críticas a professores, ao currículo escolar, aos bilhetes que vêm com pedidos de material, normas e decisões da instituição, valores das mensalidades.
Para os adultos é fácil aceitar, mesmo sabendo que não é o ideal. Contudo, para as crianças fica um tanto difícil. Elas não podem entender porque os pais insistem para que elas frequentem aquela escola que traz tantos problemas para a família.
E a escola acaba sendo entendida como uma coisa ruim. Acrescente-se ainda que, em casa, a mãe fala: Vamos dormir, porque amanhã você tem aula.
A mensagem que é passada é de que o estudo é um grande estraga prazer. Por causa dele é preciso acabar a diversão, deixar de assistir TV, ir para a cama.
E para finalizar, ainda vem a outra célebre frase:
-Vamos logo. Está pensando que ainda está de férias?
É outra dica de que férias são um paraíso e o aprendizado é uma escravidão.
Com tais mensagens, mais cedo ou mais tarde, as vítimas dessas circunstâncias vão demonstrar o seu desprezo pelos estudos, apresentando baixa produtividade escolar, distração e má vontade.
Naturalmente a escola não é um lugar de prazeres, pois exige esforço e disciplina. Pode ser até que ela tenha altos e baixos de qualidade. Mas esse é e será sempre um assunto para os pais com professores e diretores, não para discutir e falar para as crianças.
Os pais podem e devem se esmerar para transformar a escola em um local de felicidade para os seus filhos na busca do conhecimento.
* * *
A escola é abençoado local de aprendizagem. Lembre-se de que a sua criança é a canção com que o tempo embala os ouvidos do futuro. É a semente que, lançada na terra fértil da orientação nobre, produzirá flores e frutos de esperança para o amanhã.
Oferte-lhe, assim, a escola, permitindo que ela receba os estímulos generosos da instrução. Estímulos luminosos que anularão as trevas da ignorância e lhe abrirão portais de crescimento.
Entretanto, ajude-a a enfrentar as dificuldades que surjam. Aponte e mostre o que é positivo. E se a escola apresenta deficiências, critique. Mas faça algo para melhorar.
Apresente os erros. Mas igualmente apresente soluções, a fim de que a escola se torne melhor para os seus e para os filhos de todos os pais.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Chavões que trancam a escola, de David Pontes, em parceria com Ivan Capelatto e Ângela Minatti, publicado no jornal Gazeta do Povo, de 06.02.2000 e no cap. 10 do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 01.08.2011.
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