Quando os meses se multiplicam, acrescentando anos à nossa vida física, vamos modificando nossa forma de ver o mundo, de sentir o que acontece conosco.
Os anos vão nos proporcionando experiências, em que se somam conquistas e derrotas, alegrias e dores, sucessos e fracassos.
Isso, aliado à perda de afetos, que realizaram a grande viagem ou tomaram rumos diferentes dos nossos, colabora para que amadureçamos.
Com esse amadurecimento, passamos a considerar mais o tempo que possamos desfrutar com as pessoas.
Então, a festa passa a ter importância pelas pessoas com as quais nos encontraremos, que poderemos rever, arrefecendo as saudades, do que com o traje que usaremos.
Daremos mais importância aos abraços, aos diálogos, à convivência, do que ao cardápio servido.
Olharemos mais nos olhos das pessoas do que no seu penteado, nos cabelos longos ou curtos, lisos ou cacheados.
Estaremos mais atentos às palavras que nos forem dirigidas, às indagações que demonstrem interesse por nós do que à maquiagem mais suave ou mais forte de quem se nos aproxime.
Ficaremos mais focados nas expressões das pessoas do que preocupados em verificar as mensagens no celular.
Desfrutaremos cada minuto em totalidade, vivendo a festa integralmente.
Quando nos perguntarem, depois, se ela foi boa, diremos entusiasmados que foi excelente; que falamos com Fulano; reencontramos Beltrano; abraçamos a Cicrano.
De certa forma, é como se retornássemos aos dias da infância, quando o mais importante era estar presente no aniversário do amigo, brincar, se divertir do que os doces, o bolo, as guloseimas ofertadas.
Tanto que quase sempre, ao retornarmos para casa, surpreendíamos nossa mãe pedindo algo para comer.
Época em que, embora nossa mãe se preocupasse em que fôssemos bem vestidos, era mais do que comum chegarmos em casa com a roupa amarrotada.
Por vezes, o calçado meio estragado pelas tantas disputas de corridas com os amigos ou os muitos chutes na bola, no jogo de futebol.
Anos passados fazem bem a todos que lhes saibamos extrair a sabedoria, o que tenham de melhor.
Anos somados nos amadurecem e nos propiciam descobrir o real sentido das coisas, o que nos permite conferir a cada uma o devido valor.
Nem mais, nem menos.
A festa de formatura do filho nos deixará felizes, sem preocupações exageradas pelo traje, pelo buffet. Afinal, o que estamos comemorando é a vitória de anos de estudo.
Uma vitória da qual participamos, a cada dia, desde os primeiros anos escolares, ao vestibular, aos bancos universitários.
Preocupações com as notas, as noites mal dormidas, pelo estudo intenso.
Sim, padecemos juntos. Agora, é o momento de nos alegrarmos com ele, com os amigos, com os familiares.
Enfim, a cada dia, a vida nos dirá que as horas devem ser usufruídas para as coisas verdadeiramente importantes: para os sorrisos das alegrias, para as lágrimas de frustração ou tristeza.
Porque tudo tem seu valor, se as sabemos viver de forma total.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 31.10.2018.