A linguagem articulada é um dos grandes dons que felicitam a humanidade, distinguindo-a no concerto da criação.
Mediante a linguagem transmitem-se tesouros de pensamento e cultura, tratando-se de um elemento facilitador do progresso.
Importa preservar esse valioso recurso, dando-lhe destinação útil.
Assim verifique o modo como você utiliza a palavra.
Cuide para que esse dom não se converta em instrumento de suplício para seus semelhantes.
É natural e mesmo esperado que você busque compartilhar com o próximo seus ideais e experiências.
Encontrando-se convencido do acerto do seu modo de ver e perceber a vida, pode experimentar a tentação de converter os demais.
Para bem evidenciar a correção de seu pensamento, talvez ache necessário empenhar-se em infindáveis discursos e longas discussões.
Contudo, com esse proceder, bem cedo se tornará cansativo aos seus amigos e familiares.
Uma coisa é trocar idéias com os semelhantes, com humildade e delicadeza, ouvindo e refletindo sobre o que eles têm a dizer.
Outra, bem diferente e antipática, é tentar impor às consciências alheias a sua forma peculiar de entender o mundo.
Constitui sinal de vaidade pensar que apenas você foi brindado com a capacidade de perceber a realidade que o cerca.
É razoável pretender que todos os que o rodeiam permanecem nas trevas da ignorância?
Já imaginou que talvez eles, com mais brilho do que você, compreendam a vida sob prismas mais profundos e lógicos?
Nesse caso, o que os mantém em silêncio não será a humildade?
Ou talvez seja a generosidade que os impede de tentar convencê-lo, por perceberem que você ainda não possui condições para acompanhar-lhes o raciocínio.
É importante pensar nisso antes de assumir o papel de conversor compulsório dos semelhantes.
Mas imaginemos que o seu sistema de pensar e sentir realmente seja o melhor.
Isso o autoriza, de algum modo, a forçar as consciências dos outros?
Se ainda ontem você não havia entendido a lição que hoje quer ensinar, trata-se de um eloqüente sinal de que tudo no mundo tem o seu momento próprio.
É natural que você deseje ver seus amores no melhor caminho, mas violentar o modo de sentir do próximo cria apenas resistência.
Saber respeitar o nível de entendimento dos outros é sinal de sabedoria e de maturidade.
Qualquer corrente filosófica, política ou religiosa que não contenha em suas bases o respeito ao ser humano possui grave falha.
Entretanto, sendo impróprio a você impor suas idéias, nada o impede de evidenciá-las diariamente pelo exemplo.
Assim, viva com a pureza possível de conformidade com os seus ideais.
Torne a sua conduta reta o reflexo de seus pensamentos.
Sendo sublimados os seus atos, os outros não tardarão a perceber a beleza da teoria que os embasa.
Não se perca, pois, em estéreis discussões.
Não enfade seus ouvintes com arengas repetitivas.
Respeite o livre-arbítrio dos que o cercam.
No mundo, é importante dizer o necessário.
Mas também é preciso não perder tempo com quem não tem interesse em suas palavras.
Pense nisso.
Textos da Equipe de Redação do Momento Espírita.
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