domingo, 27 de novembro de 2016

CONTRA A VIOLÊNCIA

Como epidemia social, a violência vem tomando lugar na sociedade, de maneira generalizada. Muitos vêm deixando de lado o trato social, abrindo mão das pequenas gentilezas cotidianas, como algo fora de moda ou de contexto. Homens e mulheres, com honrosas exceções, vêm se permitindo extravasar a própria violência em ações e comportamentos. Se estão no trânsito, a sua pressa justifica ultrapassagens ilegais e desrespeitosas, não cedendo passagem a quem pede, transformando-se, não raro, em uma verdadeira máquina de guerra, dentro de seu carro. No trato cotidiano, a impaciência não lhe permite compreensão com algum idoso à sua frente, em um passo mais lento, natural da idade. Com alguém que lhe pede breve informação, não oferece parcos minutos para a resposta valiosa. E se alguém desavisado lhe ocasiona algum contratempo, transborda sua fúria em tratamento desrespeitoso, pautado por vocabulário vulgar e ofensivo. A imprensa veicula notícias que se sucedem e impressionam pela violência, desequilíbrio e rudeza das pessoas. Mata-se por motivos banais, corrompe-se vidas com justificativas levianas, agride-se física e moralmente como se fosse direito irrefutável. Assim agem muitos, na atualidade. Aturdido pelas conquistas tecnológicas, maravilhado pelas possibilidades do mundo moderno, o homem se deixa perturbar, por não dar conta de tantas possibilidades e novidades. Ganha o mundo na velocidade dos cliques do computador, sabendo de tudo e de todos, nas mais variadas redes sociais. Ao mesmo tempo, se desorienta por encontrar seus processos intelectuais e emocionais com as velocidades de sempre. Em um único dia, é capaz de assimilar infindas informações, saber do que acontece em qualquer parte do globo, em tempo real, e de enviar dezenas de e-mails para todas as partes do mundo. A sua intimidade, no entanto, ainda apresenta um imenso universo a ser descoberto e explorado. Aparelhado de todos os recursos tecnológicos, não consegue buscar ferramentas no seu mundo interno para enfrentar com equilíbrio os desafios da sociedade moderna. Por isso, aturde-se. Aturdido, agride. Torna-se violento, como mecanismo de defesa, para esconder a própria fragilidade. Quanto mais violento, mais frágil, mais precisando de amparo. Esses violentos são, na verdade almas enfermas, com dificuldades para dar conta de si e do mundo. Para conviver com eles, importa armar-se de paz, a fim de agir de maneira sensível, gentil e sensata diante da palavra rude. Para o comportamento bruto, o trato amável. Para a impaciência, a calma. Para a grosseria, a compreensão. Somente assim, armados de paz, é que conseguiremos combater a violência. Sejam os nossos os instrumentos da paz, em todas as circunstâncias. Na análise do nosso comportamento, na oração e meditação cotidianas, invistamos no hábito das ações serenas e ponderadas. Dessa forma, munidos de paz, finalmente teremos o antídoto eficiente para agir nestes dias de violência. 
Redação do Momento Espírita. Em 23.8.2014.

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