Como epidemia social, a violência vem tomando lugar na sociedade, de maneira generalizada.
Muitos vêm deixando de lado o trato social, abrindo mão das pequenas gentilezas cotidianas, como algo fora de moda ou de contexto.
Homens e mulheres, com honrosas exceções, vêm se permitindo extravasar a própria violência em ações e comportamentos.
Se estão no trânsito, a sua pressa justifica ultrapassagens ilegais e desrespeitosas, não cedendo passagem a quem pede, transformando-se, não raro, em uma verdadeira máquina de guerra, dentro de seu carro.
No trato cotidiano, a impaciência não lhe permite compreensão com algum idoso à sua frente, em um passo mais lento, natural da idade.
Com alguém que lhe pede breve informação, não oferece parcos minutos para a resposta valiosa.
E se alguém desavisado lhe ocasiona algum contratempo, transborda sua fúria em tratamento desrespeitoso, pautado por vocabulário vulgar e ofensivo.
A imprensa veicula notícias que se sucedem e impressionam pela violência, desequilíbrio e rudeza das pessoas.
Mata-se por motivos banais, corrompe-se vidas com justificativas levianas, agride-se física e moralmente como se fosse direito irrefutável.
Assim agem muitos, na atualidade.
Aturdido pelas conquistas tecnológicas, maravilhado pelas possibilidades do mundo moderno, o homem se deixa perturbar, por não dar conta de tantas possibilidades e novidades.
Ganha o mundo na velocidade dos cliques do computador, sabendo de tudo e de todos, nas mais variadas redes sociais.
Ao mesmo tempo, se desorienta por encontrar seus processos intelectuais e emocionais com as velocidades de sempre.
Em um único dia, é capaz de assimilar infindas informações, saber do que acontece em qualquer parte do globo, em tempo real, e de enviar dezenas de e-mails para todas as partes do mundo.
A sua intimidade, no entanto, ainda apresenta um imenso universo a ser descoberto e explorado.
Aparelhado de todos os recursos tecnológicos, não consegue buscar ferramentas no seu mundo interno para enfrentar com equilíbrio os desafios da sociedade moderna.
Por isso, aturde-se. Aturdido, agride.
Torna-se violento, como mecanismo de defesa, para esconder a própria fragilidade.
Quanto mais violento, mais frágil, mais precisando de amparo.
Esses violentos são, na verdade almas enfermas, com dificuldades para dar conta de si e do mundo.
Para conviver com eles, importa armar-se de paz, a fim de agir de maneira sensível, gentil e sensata diante da palavra rude.
Para o comportamento bruto, o trato amável. Para a impaciência, a calma. Para a grosseria, a compreensão.
Somente assim, armados de paz, é que conseguiremos combater a violência.
Sejam os nossos os instrumentos da paz, em todas as circunstâncias.
Na análise do nosso comportamento, na oração e meditação cotidianas, invistamos no hábito das ações serenas e ponderadas.
Dessa forma, munidos de paz, finalmente teremos o antídoto eficiente para agir nestes dias de violência.
Redação do Momento Espírita.
Em 23.8.2014.
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