JOSÉ RAUL TEIXEIRA |
É comum que, em nossas preces, peçamos a Deus, entre tantas coisas, que nos ajude a encontrar alguém de confiança.
Alguém que nos possa auxiliar nos trabalhos repetitivos e multiplicados do nosso lar.
Assim procedemos porque reconhecemos necessitar de ajuda, bem como desejamos empregar nosso tempo em outras coisas úteis que pretendemos fazer.
O Criador, em Sua bondade, normalmente dirige uma boa alma para o caminho da nossa casa, de modo que mais despreocupados, consigamos realizar tudo quanto almejamos.
Dessa maneira, surgem bons cozinheiros, faxineiras caprichosas, atenciosas babás para nossas crianças, cuidadoras para os nossos idosos.
Também enfermeiros devotados e jardineiros sensíveis, dentre outros tipos de profissionais.
Isso nos permite, em retornando ao lar, provenientes das ocupações comuns, encontrarmos tudo organizado: casa limpa, os idosos e os pequenos bem atendidos, a alimentação esmerada, mesmo que simples. Tudo, enfim, para o nosso conforto e tranquilidade.
Felizes, agradecemos a Deus por nos haver atendido as rogativas.
É cabível, no entanto, que tenhamos um olhar generoso para quem trabalha em nosso lar atendendo as nossas necessidades.
Precisamos pensar que esses servidores domésticos têm também a sua própria casa. Certamente têm filhos, esposo ou esposa, como também compromissos com a vida como nós os temos.
Em vista disso, procuremos evitar qualquer espírito de exploração, retendo-os até altas horas, presos aos serviços, que começaram no início do dia.
Não os obriguemos a expedientes desgastantes.
Possivelmente, tais servidores têm ainda que realizar os deveres da própria casa, quando deixam o nosso lar.
Com certeza, sentem dores e malestares, além do cansaço geral.
Coloquemo-nos no lugar deles e, tanto quanto possível, tratemos de lhes facilitar a vida, a fim de que o trabalho em nossa casa não seja para eles um tormento suportado por conta do salário.
Pelo contrário, que possa ser um motivo de justa alegria por poderem somar ao que ganham o gosto em desfrutar do nosso convívio, bem como dos nossos sentimentos de humanidade.
Por vezes, o nosso auxiliar não trabalha bem. Verificamos que se queimam comidas e roupas, ou a casa não foi cuidada como seria desejado.
Quem sabe tudo seja por conta de um filho que precisa ser levado ao médico, e não há tempo.
Não seria por causa de uma dor de dentes violenta sem atendimento? Não terá ficado em casa o cônjuge acamado e a sós?
Se contratamos alguém, temos o direito de cobrar pelos serviços bem executados, bem atendidos, naturalmente.
Contudo, não podemos esquecer do nosso dever de ter por ele a consideração humana, como desejamos merecer dos nossos patrões ou da sociedade.
Importante que o ensinemos com paciência como desejamos que as coisas sejam feitas; que o ajudemos com bondade a superar limitações indesejadas.
Que o olhemos nos olhos, façamos comentários gentis a respeito dos serviços executados, para que ele saiba que apreciamos o que bem realiza.
Que saibamos lhe agradecer a colaboração, a boa vontade, evitando transformar a sua condição subalterna numa via de indiferença e de exploração desumana.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 49,
do livro Ações corajosas para viver em paz, pelo Espírito
Benedita Maria, psicografia de José Raul Teixeira,
ed. FRÁTER.
Em 16.11.2016.
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