Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. A frase foi dita por Jesus e anotada pelo Apóstolo João, em seu Evangelho. E nos perguntamos: De que nos libertará? Afinal, cada um de nós tem suas próprias cadeias existenciais e problemáticas.
São questões íntimas que nos infelicitam, são dificuldades de toda ordem, em termos materiais.
A que liberdade e a que verdade se referia Jesus?
Foi meditando nessas questões, que lemos a história de um rabino da Europa Oriental que, durante a Segunda Guerra Mundial, perdeu sua mulher e seus seis filhos no campo de concentração de Auschwitz.
Após a guerra, ele tornou a se casar, mas sua esposa era estéril. Ele sofria pelo desespero de não ter um filho que pudesse pronunciar o kaddisch para ele, depois de sua morte.
O kaddisch é uma oração pelos mortos. No caso de pai ou mãe é recitada, conforme a crença hebraica, por onze meses, pelo filho.
O psiquiatra que o ouviu, lhe acenou com outros sentidos para a vida, além da própria perpetuação da espécie. Em vão.
Então, lhe perguntou se ele não esperava rever seus filhos, na Espiritualidade, quando morresse. Aí, a torrente de lágrimas foi maior.
Ele acreditava que seus filhos haviam morrido inocentes na câmara de gás e, por isso, estariam no céu. No entanto, ele mesmo se considerava alguém indigno de compartilhar aquele lugar com eles.
Por isso, acreditava que nunca mais os veria. O psiquiatra vienense migrou para determinado raciocínio, que auxiliou o rabino em seu desespero.
Mas, foi aí que ficamos a pensar: se aquele pai tivesse o conhecimento, além da sua respeitável ortodoxia, de que Deus é Amor Infinito e não decreta juízos definitivos aos Seus filhos, quão melhor se sentiria.
Se ele soubesse que somos julgados pela própria consciência e que a cada um será dado segundo as suas obras;
se soubesse que, mais que tudo, a Justiça Divina é de misericórdia... embora as dificuldades de caráter pessoal, quão consolador lhe seria o saber que, após a morte, os amores tornamos a nos reencontrar.
Como poderia ser diferente, sendo as leis criadas por um Pai amoroso e bom?
Ensinou-nos Jesus: Qual dentre vós é o homem que lhe pedindo pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus.
Eis a verdade que liberta da dor da separação pela morte física. A certeza da Imortalidade e dos reencontros.
O amor não acaba porque a vida física se finda. O amor é imortal, transcende as fronteiras da morte e une os corações amados.
O Deus bom, que veste os lírios dos campos e alimenta as aves dos céus, não poderia ter menos misericórdia para com os Seus filhos.
Pensemos nisso.
E agradeçamos pela libertação da dor maior das ausências físicas porque cremos na Imortalidade da alma, porque cremos em um Deus infinitamente justo e bom, um Deus que é Amor.
Agradeçamos por saber que logo mais nos reencontraremos, os que vivemos na carne e os que já transitaram pelo grande portal da morte.
Agradeçamos ao Pai de amor e bondade e a Jesus que nos revelou essa verdade.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O
supra-sentido, do livro Em busca de sentido, de
Viktor E. Frankl, ed. Vozes, com citações do
Evangelho de João, cap.8, versículo 32 e do
Evangelho de Mateus, cap. 7, versículos 9 e 11.
Em 25.11.2013