segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O CADERNO INFINITO

Você já encontrou um caderno antigo com anotações suas? É sempre um acontecimento curioso, pois nos remete a um determinado momento em nossa história que ficou ali, gravado. O que estávamos sentindo, ou o que estávamos aprendendo, ou simplesmente anotações importantes naquele contexto temporal. Porém, o mais comum é que, depois de preenchermos todas as folhas de um caderno, e aqueles escritos não nos interessarem mais, simplesmente o descartemos. Em resumo: um caderno só pode ser utilizado uma vez. Como se ele só tivesse uma vida. Isso, porém, não é mais verdade, graças à tecnologia que a cada dia nos traz novas surpresas. Uma empresa norte-americana criou um caderno inteligente. Um caderno que não tem fim. O rocketbook, como é chamado, utiliza uma tinta sensível ao calor e é controlado por um aplicativo. Basta colocá-lo por trinta segundos no microondas para que as anotações sejam apagadas do dispositivo. Mas, podemos perguntar, de que adianta? Perde-se tudo? Não, de forma alguma. Antes de apagá-las, ele as converte em documento digital e as armazena em sistema de nuvem no aplicativo. Genial. O caderno volta a ser novo, em branco, porém, tudo o que ele já recebeu de anotações está lá com ele. 
 * * * 
Assim ocorre conosco, Espíritos imortais e com nossas diversas encarnações. Cada vez que nascemos, nascemos caderno em branco. Temos chance de reescrever nossas histórias, de reescrever nossos caminhos, nos são dadas novas oportunidades. Quanto mais belo for o conteúdo escrito nas folhas de nosso caderno, mais belo será o que levaremos para a nuvem, ao final da vida. Nada que vivemos se perde. Todas as experiências, os aprendizados, as lembranças, os amores, os ódios, as dificuldades, ficam ali, armazenados. Ao retornar para nova encarnação, o caderno estará em branco novamente, mas tudo que temos na nuvem nos influenciará sempre e, por vezes, nos fará lembrar das razões de estarmos aqui. Algumas vezes teremos impressão desse caderno ser o primeiro, principalmente na infância, mas, quando algumas tendências começarem a surgir, sem explicação, nos diferenciando significativamente dos demais, perceberemos que já fizemos e guardamos anotações, em muitos cadernos antes deste. 
 * * * 
Somos infinitos. Tivemos um início que vai longe no tempo. Hoje, estamos iniciando um despertar que nos elevará para um novo patamar de consciência. Estamos começando a ter condições de saber quem somos. Estamos começando a ter condições de saber aonde devemos chegar e por quê. Só uma vida espiritualizada nos leva nesta direção. Só uma vida amorosa nos eleva acima dos problemas do mundo. Mergulhados na matéria em que estamos, precisamos aprender a utilizá-la como instrumento, e não mais nos deixarmos ser dominados por ela. O materialismo é invenção nossa, de nossos vícios. Ele nunca precisou existir. Então, agora que acordamos e entendemos, pensemos e atuemos como seres inteligentes e amorosos que somos. Inteligência e amor sempre estiveram escritos na contracapa de nosso caderno infinito, como objetivos maiores de nossa vida. Nós é que nem sempre tivemos a curiosidade de olhar. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 28, ed. FEP. Em 9.9.2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário