sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

CADEIAS DA ALMA

Você se considera uma pessoa livre? Mas, afinal de contas, o que é ter liberdade? Se pensamos que somos livres só pelo fato de não estar atrás das grades, podemos até nos dizer livres. Mas, será que realmente somos? Se você diz ter liberdade plena, mas se irrita quando os outros querem; se veste conforme os modistas determinam; sente ódio quando as circunstâncias pedem; usa a marca que a sociedade estabelece como sendo a melhor, e se submete a outras tantas cadeias psicológicas, você pode até dizer-se livre, mas é um encarcerado da alma. O homem verdadeiramente livre é senhor de si, dos seus atos, da sua vontade. Quem é livre não se submete aos vícios, nem às convenções sociais descabidas, nem cai em armadilhas preparadas para os descuidados. A verdadeira liberdade é a liberdade da alma. Gandhi, o homem que soube lutar pela paz, apesar de ficar detido atrás das grades muitas vezes, era um homem livre, pois ninguém conseguia aprisionar-lhe a alma. Paulo, o Apóstolo, mesmo jogado numa cela fétida e úmida, manteve-se sereno e senhor da sua liberdade moral. Os homens podiam impedir que ele andasse livremente, mas jamais conseguiram deter sua liberdade de pensar e sentir. Quando um homem é livre, não se importa com o que pensam dele nem com o que falam a seu respeito, mas sim do que fala sua própria consciência. Os pais e mães modernos nem sempre estão dispostos a educar os filhos para que sejam livres pois estabelecem, desde a infância, uma série de situações que tendem a fazer com que pensem pela cabeça dos outros. Não os deixam ter as experiências de que necessitam para ser livres e por isso os fazem seus dependentes. Dependem da mãe para escolher a roupa e o calçado que irão usar, para arrumar sua cama, para pôr ordem em seus brinquedos e, às vezes, até para fazer as lições da escola. Sim, há pais que fazem pelos filhos as tarefas que os professores lhes solicitam. Pensando em ajudar, negam ao filho a oportunidade de se fazer verdadeiramente livre. Outros pais fazem dos filhos cópias perfeitas dos seus ídolos da TV. Compram roupas, bolsas, calçados e outros adereços dos personagens que a mídia produz, como se fossem modelos saudáveis a serem seguidos. Não se dão conta, esses pais, que estão criando um condicionamento negativo, impedindo que as crianças desenvolvam o senso crítico. Importante que pensemos com seriedade a esse respeito, buscando a nossa liberdade moral e ajudando os filhos a conquistar sua própria libertação. Libertação física pela limitação dos apetites, não se deixando governar pelos instintos. Libertação intelectual pela conquista da verdade, mantendo a mente sempre aberta. E libertação moral pela procura da virtude. Somente quando soubermos governar a nós mesmos com sabedoria é que poderemos nos dizer verdadeiramente livres.
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O limite da liberdade encontra-se inscrito na consciência de cada pessoa, que gera para si mesma o cárcere de sombra e dor, ou as asas de luz para a perene harmonia. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep. Em 11.10.2010.

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