sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

BANQUETE DOS PUBLICANOS

CHICO XAVIER E EMMANUEL
Na narrativa evangélica, dois banquetes de que Jesus participou despertam atenção. Um deles, muito famoso, consiste na última ceia com os Apóstolos. Trata-se de evento que se revestiu de singular importância. Nele, Jesus revela o caráter sublime de suas relações com os amigos de apostolado. Foi um ágape íntimo e familiar, solenizando despedida afetuosa e divina, ao mesmo tempo. No entanto, é conveniente recordar que o Mestre atendeu a esse círculo em derradeiro lugar. Ele já se havia banqueteado carinhosamente com os publicanos e os pecadores. Partilhava a ceia com os discípulos, em um dia de alta vibração religiosa. Mas antes comungara o júbilo daqueles que viviam à distância da fé. Reunira-os, generoso, e conferira-lhes os mesmos bens nascidos de Seu amor. De maneira geral, a comunidade cristã ainda não percebeu toda a significação do banquete do Mestre, entre publicanos e pecadores. Mas esse festim possui especial significado, na história do Cristianismo. Segundo o Evangelho, ao passar perto da alfândega, Jesus viu um homem chamado Mateus. Chamou-o e ele O seguiu. Mais tarde, estando ambos sentados à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores. Todos se sentaram junto com o Senhor e Seus discípulos. Ao verem a cena, os fariseus indagaram aos Apóstolos a razão pela qual Jesus comia com publicanos e pecadores. O próprio Cristo respondeu que os sãos não necessitam de médico, mas sim, os doentes. Com isso, demonstrou que abraça a todos os que desejam a alimentação espiritual nos trabalhos de Sua vinha. Sinalizou que não só nas ocasiões de fé permanece presente entre os que O amam. Em qualquer tempo e situação, está pronto para atender às almas que O buscam. Em alguns meios religiosos, parece haver certa tendência em considerar menos importantes as atividades do mundo. Neles se entende que o homem se encontra com Deus no templo ou na igreja. Entretanto, o serviço Divino está em todo lugar. O empresário honesto, em seu labor, está na presença de Deus. O professor, ao ensinar com dedicação e responsabilidade, também está em contato com o Divino. Do mesmo modo, a mãe, ao cuidar de seus filhos. Não há como cindir a vida em duas. Uma sem responsabilidades definidas para com o bem e o belo. E outra, momentânea e restrita, na qual a criatura se preocupa com sua alma imortal. Jesus Se banqueteou primeiro com os considerados profanos. Com isso, sinalizou a importância de que se cuide muito bem dos deveres comezinhos do mundo. É inútil buscar o Divino, com esquecimento das tarefas básicas da vida. Para ser bom cristão, é preciso ser bom pai, filho, profissional, esposo e cidadão. Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 137, do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 18.09.2012.

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