segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

LÍDERES

Grão-duque Henri Guillaume
Líder é aquele que se destaca. 
Aquele cujas ações, por corajosas ou extraordinárias, merece a atenção dos demais homens. 
Líder é aquele que, em meio ao caos, se mantém firme e acena com a bandeira da esperança. 
Pode ser um artista, um cientista, um homem de negócios, um anônimo.
Por vezes, são governantes que se destacam, levando-nos não somente a aplaudi-los, mas a crer que o mundo melhor está se concretizando na Terra. 
Foi com esse espírito que lemos a manchete: 
Soberano de Luxemburgo se recusa a assinar lei que permitiria eutanásia.
Luxemburgo é o menor país membro da União Européia. 
Situado entre a Bélgica, França e Alemanha, seus quatrocentos e setenta mil habitantes estão entre os mais ricos da União Européia. 
É governado, desde o ano 2000, pelo Grão-duque Henri Guillaume. 
O projeto de lei relativo à eutanásia foi aprovado, em fevereiro de 2008 pelos deputados. 
Agora, a Assembleia Parlamentar é chamada a votar, em segundo turno, o mesmo documento, que, para ter força de lei, deverá ser assinado e promulgado pelo Soberano. 
O Grão-duque informou aos líderes parlamentares que a sua consciência cristã lhe impede de fazer algo do gênero. 
De imediato, o pensamento de todos se voltou ao que ocorreu na Bélgica, em 1990, onde o Rei Balduíno I, tio do Grão-duque Henri renunciou por um dia, para não colocar a própria assinatura numa lei que legalizava o abortamento. 
Depois daquela breve demissão provisória, o soberano belga retomou o trono e tudo continuou como era antes. 
A situação do Grão-duque parece mais complexa. 
Para não colocar a sua assinatura na lei, o Grão-duque arrisca algumas perdas. 
Ocorre que a maioria do Parlamento está estimulada a estudar uma reforma institucional destinada a reduzir sensivelmente o poder da coroa.
Assim, o Grão-duque permanecerá no próprio posto, mas não terá condições de fazer greve contra o Parlamento. 
Na prática, lhe será tirado todo poder de assinar medidas legislativas.
Alguns o apoiam, exaltando a coerência moral de um homem que não se dobra, nem mesmo ao voto parlamentar. 
Outros, como o próprio Primeiro-ministro, dizem que se a câmara dos deputados vota uma lei, esta deveria poder entrar em vigor. 
A situação em Luxemburgo, com relação ao tema, ainda não está definida.
Mas, do ponto de vista bioético, ver alguém que esteja no poder discordar do rumo que as coisas estão seguindo na Europa, é um grande avanço.
Se a lei entrar em vigor, no Grão-ducado, Luxemburgo seria o terceiro país da União Européia, junto à Holanda e Bélgica, a legalizar a eutanásia.
Louvamos a coragem do Soberano. 
Vibramos para que ela se mantenha firme, demonstrando que mais importante do que ter cargos no mundo, é honrar a consciência. 
É saber que a autoridade na Terra é temporal e que, acima dos homens, reina a Lei de Deus, imutável. 
E essa Lei prescreve o amor. 
E quem ama não legitima a morte de seres humanos, mesmo que seja em nome de um pretenso e provisório poder. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP.
Em 9.1.2014.

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