Entre as múltiplas obrigações do cotidiano e as oportunidades de lazer, tende a sobrar pouco tempo para o homem refletir sobre o seu destino.
Contudo, gradualmente as criaturas vão se cansando de viver sem pensar e passam a tentar compreender o mundo e a si próprias.
A preocupação em cultivar a própria espiritualidade reflete essa busca por compreensão, a opção pelo transcendente, em detrimento das trivialidades.
Em qualquer ambiente que se freqüente não são raras referências a energias, anjos, santos, igrejas e promessas.
Em um mundo materialista e no qual tudo é transitório, cresce nos homens a necessidade de conectar-se com Deus.
Cada qual procura identificar a corrente religiosa ou filosófica com a qual guarda mais afinidade.
A multiplicidade de credos não deve causar espanto.
Sendo essencialmente distintas as criaturas, em valores e experiências, não podem todas trilhar o mesmo caminho para a divindade.
Deus é bom e grande o suficiente para compreender que os seus filhos conseguem concebê-lo e amá-lo de diferentes modos.
O selvagem que ingenuamente identifica os poderes divinos com o sol ou a lua, por certo não ofende o pai soberano.
Assim, não é relevante que você acredite desta ou daquela forma.
Na verdade, a busca pela espiritualidade envolve a consciência da própria pequenez, em face da imensidão criadora do pai.
A vontade de espiritualizar-se também sinaliza que o homem cansou de caminhar a esmo e deseja estabelecer uma meta digna de ser buscada.
Ele quer perceber qual é o seu papel diante da vida, o propósito de sua existência.
Como cada qual exterioriza sua tentativa de harmonização com o cosmo, como considera melhor louvar ao Criador, constitui uma opção pessoal.
Mas o bom senso indica que Deus é pleno e perfeito em si mesmo, independente do que suas criaturas façam.
O Senhor da vida não será mais ou menos feliz, se você O honrar de um modo ou de outro.
A melhor maneira de agradá-Lo é demonstrar que você respeita a obra Dele, tratando bem os seus semelhantes.
A respeito, são oportunas as palavras do cristo.
Em determinada passagem do Evangelho, Jesus afirma que, antes de sacrificar a Deus, o homem deve reconciliar-se com seu irmão.
O amigo divino assevera que qualquer dádiva que se pretenda ofertar deve ser deixada diante do altar, depois que a reconciliação for providenciada.
O principal é estabelecer a paz com o semelhante.
Isso bem evidencia que o sacrifício realmente agradável a Deus é o esforço que a criatura faz para harmonizar-se com Suas leis.
E Jesus disse que toda a lei divina resume-se em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Embora todas as demonstrações de religiosidade sejam respeitáveis, elas se revelam essencialmente vãs, se não forem acompanhadas de um esforço sincero de amar e compreender o próximo.
É incoerente venerar o Criador, mantendo o coração cheio de ódio por suas criaturas.
Não há nada que consiga serenar um coração rancoroso e vingativo.
Por isso, busque e louve a Deus na conformidade de seu entendimento.
Mas saiba que o supremo amor que criou e sustenta o universo deseja apenas que você ame e respeite a vida, nada mais.
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.
https://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1260&let=&stat=0