quinta-feira, 31 de maio de 2018

UMA JORNADA DIFERENTE

Há mais de dois mil anos, alguns homens, seguindo seus estudos, sua fé e sua intuição, decidiram viajar. Planejaram uma jornada de centenas de quilômetros, para conhecer uma criança de origem humilde e que acabara de nascer em terras distantes. Não foi uma viagem qualquer, mas uma longa jornada, feita no lombo de camelos, sem conforto, sem direção totalmente definida, sem pousada certa, com noites ao relento. O que os movia? A fé de que algo especial os esperava ao final de seu destino. A direção? Seguiam uma estrela, que os guiava, e confiavam em sua intuição. Não desistiram, não se deixaram vencer pelo cansaço ou pela incerteza. Foram até o fim e seu esforço foi recompensado! Eles tiveram a grande felicidade de conhecer o recém-nascido Jesus! E, diante da superioridade daquele Espírito, puseram-se em adoração, sem nenhuma dúvida sobre quem Ele era, tal a fé que os movia. Levaram, de volta às suas terras, a boa notícia, e encheram de esperança a muitos que não conheceriam pessoalmente Jesus, mas que ficaram felizes, por sabê-lO, finalmente, entre nós. Poderiam esses sábios, conhecidos como magos, enviar alguém no lugar deles para, depois, fazerem uma viagem mais segura e com destino certo? Obviamente, mas não quiseram. Abriram mão de seu conforto, da segurança de suas casas, de seu trabalho e seguiram sua intuição com coragem e determinação. Hoje, passados tantos anos, com certeza, a viagem seria bem mais fácil: avião, bons hotéis, alimentação adequada, agendamento prévio, informações precisas no GPS, no celular. Mesmo assim: quem de nós iria? Quem de nós faria uma viagem para conhecer uma criança pobre, seguindo apenas nossa intuição? Façamos uma análise do quanto realmente gostaríamos de conhecê-lO. Mas Jesus, na Sua imensa bondade, facilitou esse encontro: na Sua breve passagem, pela Terra, como homem, deixou para nós uma mensagem, que está ao alcance de todos onde quer que estejamos: o amor. Para conhecê-lO, não precisamos de longa viagem, mas, sim, de uma grande modificação interior. Basta que aprendamos a amar. É preciso que deixemos de lado o egoísmo, que aprendamos a ser solidários, que descubramos a caridade. Não precisamos abandonar o conforto dos nossos lares, mas aprender a fornecer conforto a outros. Não precisamos passar noites ao relento, mas podemos evitar que muitos passem. Podemos seguir a estrela guia da caridade e do amor. Não, não basta apenas conhecer Sua história, e falar sobre Jesus. O importante mesmo é colocar Sua mensagem de maneira prática em nossas vidas e, então, O conheceremos. Cada um tem seu tempo e seu ritmo. Deus nos oferece numerosas vidas para esse aprendizado. O importante é começar e não desistir, tal qual fizeram os magos. Sim, podemos, cada um de nós, ao nosso modo, ser como um dos magos, que procura Jesus por estradas tortuosas, que se perde, mas retorna ao caminho, que cansa mas não desiste. Até que, enfim, como recompensa pelos nossos verdadeiros esforços, possamos dizer: Sim, agora eu conheço o querido e incomparável Amigo Jesus! 
Redação do Momento Espírita. Em 31.5.2018.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

A DIMENSÃO DO AMOR DE DEUS

SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA
Depois do drama da cruz, o Apóstolo João se retirou para a cidade de Éfeso, onde ganhara um pedaço de terra cultivável. Levou consigo Maria, a mãe de Jesus. Era um ponto geográfico privilegiado, aconchegante, de rara beleza. Logo além podia-se ver o mar bordado pelas velas coloridas das embarcações. Miosótis, flores miúdas e tamareiras completavam a harmonia do local. Quatro anos depois da morte de Jesus, João encontrou uma criança de seus oito anos. Chamava-se Inácio. Era um daqueles meninos que haviam rodeado o Mestre, no célebre episódio do Deixai vir a mim os pequeninos. João o lembrava de perninhas magras, pendendo frouxas e confiantes do colo do Divino Amigo. Pareceu rever, na tela da alma, as divinas mãos acariciando os cabelos desgrenhados daquela criança. Com ternura, resolveu adotá-lo e o levou para sua casa. Ali, o pequeno cresceu sob os carinhos de Maria, enquanto João lhe cultivou o caráter nos ensinos cristãos. Já adulto, propagador entusiasta da Boa Nova, Inácio de Antioquia foi preso. Num dia ensolarado e quente, foi levado a Roma. Desembarcando no porto de Óstia, cercado por legionários, seguiu pela via Ápia. Chegando ao cume de uma colina que circundava a cidade, ele começou a sorrir. Aquele homem alquebrado sorria, a ponto de comover-se até as lágrimas. Um legionário se aproximou dele, bateu-lhe na face e colérico, lhe falou: 
-Tu deves estar louco. Por que sorris? 
Inácio, ainda emocionado, respondeu: 
-Sorrio diante de tanta beleza que os meus olhos descortinam. Sorrio porque chego a Roma e vejo uma cidade imponente. Sorrio ao olhar o casario de mármore, as estátuas que rutilam ao sol, as águas prateadas do Tibre que circundam as montanhas como um alaúde. Sorrio... 
Antes que Inácio pudesse prosseguir, o soldado gritou: 
-Mas tu vais morrer, miserável. Como podes sorrir? 
-Sorrio, continuou o pregador do Evangelho, sorrio de felicidade porque agora eu posso ter uma dimensão do amor de Deus. Porque, se para vós, que sois corrompidos, se para vós que sois criminosos, Deus concede uma cidade tão bela e tão harmônica, o que não haverá de oferecer para aqueles que lhe são fiéis? Sorrio de felicidade, antecipadamente, e desejo que o sofrimento que me apontas venha logo, a fim de que Ele me leve...
 * * * 
Gratidão deve ser o pensamento primeiro ao despertarmos pela manhã, na bendita escola que chamamos Terra. Gratidão pela vida e pela oportunidade de progresso que nos é concedida na carne. Gratidão especial pela imensidão das belezas que refletem o grande amor de Deus por Seus filhos. Belezas que o homem não se cansa de descobrir, toda vez que sobe as montanhas ou se aventura no abismo dos mares. Toda vez que alonga o olhar ao horizonte, observando o nascente e o poente, num extraordinário colorido, de variantes sempre renováveis, diversas das que lhe alegraram o coração no dia anterior. Pensemos nisso: toda a beleza da Terra é o amor de Deus esparramado para os Seus herdeiros, nós, os Seus filhos. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo O holocausto maior, de Rogério Coelho, da revista Reformador, de março de 2001, ed. Feb. Em 3.7.2013.

terça-feira, 29 de maio de 2018

UM NOVO CASAMENTO

Stephen Kanitz
Quando se encontram casais que estão juntos há anos, a primeira pergunta que surge é: 
-Como vocês conseguem? 
Na verdade, do jeito que as coisas andam, em que os casais se separam com a mesma rapidez com que se unem, é um pouco intrigante se encontrarem esses que permanecem juntos, ano após ano. Um homem teve a oportunidade de escrever a respeito, detalhando a sua experiência de homem casado, há trinta anos, com a mesma mulher. Diz ele que o segredo do casamento não é a harmonia eterna. Existem os desentendimentos, as rusgas. A solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo, diz ainda, é renovar o casamento e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados, esquecidos no dia a dia do casal. De tempos a tempos é preciso voltar a namorar, a cortejar. Fazer uma nova lua de mel, sem os filhos para exigirem atenção. Olhar para o outro como um pretendente em potencial. Sair para dançar, para olhar a lua e as estrelas. O que acontece quando a pessoa se divorcia e casa de novo? O mundo muda, o marido muda, o bairro, os amigos. Tudo muda. Então, não é preciso se divorciar. Basta mudar. Convenhamos que ninguém aguenta a mesma mulher, o mesmo marido por trinta anos, com a mesma roupa, o mesmo batom, o mesmo papo. Bastam alguns detalhes para tudo ficar diferente. Troque os móveis da casa. Se não puder comprar novos, então troque os antigos de lugar. Redecore a sua casa. Modifique o ambiente. Plante flores diferentes no jardim. Troque o guarda-roupa, o corte de cabelo, a cor do batom, a maquiagem. Quem se divorcia, normalmente perde peso, em pouco tempo. Verifique se você está acima do peso e decida-se a perder o excesso. Renove-se. Encante o outro, de novo. Reconquiste-o. Não mantenha somente os mesmos amigos. Conquiste outros. Permita-se conhecer novas pessoas. Saiam com outros casais. Mas também a sós. Reaprendam o prazer de conversar, de sussurrar segredos um no ouvido do outro. De rir de pequenas tolices. De tomar sorvete na mesma taça. Partilhar uma pizza. Lambuzarem-se comendo uma fruta da estação. Não realize sempre os mesmos programas, toda quarta, todo domingo. Inove. Surpreenda. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado fazer no início do casamento. No trabalho, para crescer profissionalmente, se faz isso. Por que não no casamento, na própria família? Tudo isso quer dizer: descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado. Em vez de sair por aí, tentando descobrir um novo e interessante par, olhe para o lado e case de novo... com o mesmo cônjuge. 
* * * 
A melhor estratégia para o casamento não é manter uma relação estável, sempre igual, mas saber mudar juntos. É aprender a importante lição de como crescer e evoluir unidos, apesar das desavenças, dos pequenos desacertos. Tenha certeza de que seus filhos respeitarão sua decisão de se casar de novo... com o mesmo par. 
Redação do Momento Espírita, com base na crônica Segredos para um bom casamento/relacionamento, de autoria de Stephen Kanitz, administrador por Harvard, publicado na Revista Veja, de 14.9.2005. Em 29.5.2018.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

A DIMENSÃO DO AMOR

DRÁUZIO VARELA
Quando nos enamoramos, o mundo toma as tonalidades da nossa emoção. O céu é mais azul, as flores são mais viçosas, o coração anda atropelado no peito à simples lembrança da figura amada. É comum que os primeiros anos do casamento sejam coroados de gentilezas e comemorações. Algo assim como a natural continuidade da doce fase do namoro. É também bastante comum que, à medida que os anos se somem, arrefeçam os arroubos espontâneos do afeto, escasseiem os telefonemas, a oferta de flores. É como se tudo fosse tomando ares de rotina. Foi por isso que o oncologista, ao receber aquele casal em seu consultório, admirou-se com a postura do marido. Era um comerciante de meia idade, ereto, recordando a formação militar. A esposa era portadora de um câncer raro, terrível. Concluída a consulta, o marido a acompanhou até a sala de espera e retornou para falar a sós com o médico. 
-Doutor, quando conheci minha esposa, há quarenta anos, e nos casamos, não tínhamos nada. Nem eu, nem ela. A pobreza era nossa hóspede. Juntos, trabalhamos e amealhamos fortuna. Temos muitas posses, conquistadas ao longo dos anos. Tudo é nosso. Somos sócios. O que quero lhe dizer é que se for preciso gastar todos os nossos bens, não teremos perdido nada. Simplesmente teremos voltado à condição inicial. Quero que o senhor se preocupe com o melhor tratamento existente em nosso país e no Exterior. Dinheiro é problema meu. Estamos entendidos? 
E assim foi. Ele jamais reclamou de gasto algum. Por duas vezes a levou a uma clínica nos Estados Unidos. Dois anos depois, ela morreria. Mais tarde, ele falaria ao médico do quanto amava aquela mulher. Ele a conhecera em um baile militar e a convidara para dançar. Quando a abraçou para a dança, ficou trêmulo e pensou: 
-Desejo passar o resto da vida abraçado com essa moça. 
Três meses depois se casaram. Ele fez um pedido formal mais ou menos nos seguintes termos: 
-Quero pedir você em casamento para sermos felizes. Prometo que nunca haveremos de brigar por tolices, como o tubo de pasta de dentes. Muito menos por ciúmes descabidos. Pretendo ser seu companheiro pelo resto da vida, sentar na sala com você à noite. Escutar a música que ambos apreciamos e me sentir em paz com a mulher que mais desejo, no melhor lugar do mundo, nosso lar. 
Ele cumpriu a promessa, até a última palavra. 
 * * * 
O amor tem a dimensão que você lhe dá. Torná-lo grandioso, altruísta, é de sua livre escolha. Fazer da vida a dois uma sucessão de momentos de felicidade, também. Pense nisso e não deixe passar a excelente oportunidade de ser feliz, o quanto possa, até que possa. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Palavras, do livro Por um fio, de Drauzio Varella, ed. Companhia das letras. Em 26.1.2013.

domingo, 27 de maio de 2018

DILEMAS MORAIS

Nossa sociedade vive uma crise de valores. Há notícias de corrupção nos mais variados setores. Entre a tentação e o dever, a primeira tem prevalecido. Esse clima pode gerar descrença no futuro. Contudo, uma pequena retrospectiva histórica auxilia a manter a esperança. Embora de forma lenta, a Humanidade vem refinando seus valores. Há pouco tempo eram admitidas práticas hoje amplamente repudiadas. Por exemplo, a escravidão, a prisão por dívidas e o assassinato como forma de defesa da honra. A igualdade da mulher perante o homem constitui conquista recente da Civilização. Por certo, um padrão ilibado de conduta permanece distante da ampla maioria das pessoas. A honestidade ainda é uma casca muito fina a encobrir o desejo de levar vantagem. Se há a perspectiva de lucrar indevidamente, sem ser apanhado, muitos sucumbem. E tal se dá nos mais variados planos da existência humana. São comuns condutas sexuais desequilibradas, traições conjugais e profissionais, fofocas e trapaças. As pessoas se permitem tais desvirtuamentos na crença de que assim agem na conquista da felicidade. Ocorre que não há felicidade sem paz e nem paz sem consciência tranqüila. A tranqüilidade da consciência, por sua vez, pressupõe o dever bem cumprido. Conseqüentemente, traições, mentiras, preguiça e desonestidade não trazem felicidade para ninguém. Muitos se perguntam a razão pela qual os anseios do coração tão freqüentemente conflitam com o dever. É como se a vida negasse deliberadamente o que a criatura considera o ideal para ser feliz. O Espiritismo ajuda a entender esse aparente conflito. Ele ensina que os espíritos encarnam infinitas vezes, com o propósito de se aperfeiçoarem. Todos se destinam à mais completa felicidade. Na plenitude de sua evolução, serão anjos, plenos de amor e sabedoria. No princípio, são grandemente guiados pelos instintos. Mas de forma gradual desenvolvem a razão e conduzem-se por ela. Nesse gigantesco caminhar, cometem alguns equívocos e desenvolvem outros tantos vícios. Com o passar do tempo e o crescer espiritual, muitas fissuras morais não mais se justificam. A consciência despertada para realidades superiores clama por corrigenda. No plano espiritual, entre as existências terrenas, o Espírito contempla sua situação. Verifica quais vícios e equívocos prejudicam sua marcha para a plenitude e decide superá-los. Então, programa para si uma existência terrena com o intuito de melhorar-se. Assume compromissos de trabalho, voltados à sua reforma pessoal. Aceita como parentes Espíritos com quem tenha problemas para resolver. Pede para vivenciar algumas dificuldades, com a finalidade de corrigir-se. É por isso que na vida terrena o dever entra em conflito com os interesses pessoais e as paixões. De um lado há o homem velho, tentado pela perspectiva de cometer novamente antigos equívocos. De outro, um elaborado projeto de disciplina e engrandecimento pessoal. Se você deseja ser feliz, jamais titubeie entre a tentação e o dever. Perante um dilema moral, adote a conduta mais digna possível, mesmo que penosa. O comportamento digno e o cumprimento do dever o libertarão do passado e o habilitarão a vivências sublimes. Ao passo que ceder às tentações implicará a necessidade de retomar a tarefa no futuro, provavelmente em circunstâncias mais árduas. Pense nisso. 
Equipe de Redação do Momento Espírita.

sábado, 26 de maio de 2018

SINAIS DOS ANOS

Acontece com todos os que não morremos de forma prematura, no verdor dos anos. Um belo dia, nos olhamos no espelho e descobrimos uns sinais diferentes no mapa da face. São pequenas pregas. Sulcos de expressão, surgidos em consequência de determinados movimentos faciais repetidos, como por exemplo, o franzir a testa. Eles apontam o nosso processo de envelhecimento. Mais importante do que isso, são o registro vivo da história da nossa vida, dos acontecimentos que se constituíram em alegria, preocupação ou tristeza, no transcorrer do tempo. Foram os anos, com seus dedos miúdos, seu delicado pincel, que esculpiram aqueles caminhos na testa, como linhas paralelas, dizendo das tantas dificuldades vividas. Se pensarmos bem, poderemos recordar quando foi que elas surgiram: quando o desemprego nos marcou os meses e as contas começaram a avolumar. Quando o filho nasceu prematuro, requerendo cuidados especiais. Quando as horas noturnas nos exigiram estudos intensos com vistas ao concurso. E aquelas duas verticais, acima do nariz, entre os olhos? Ah, essas foram marcadas heroicamente nos dias de preocupação quando da assunção ao novo cargo, quando da mudança de residência, quando o filho precisou de uma cirurgia e as noites se converteram em horas insones. E aqueles vincos profundos, de ambos os lados da boca, dizem de quantas vezes sorrimos, rimos com amigos ou a sós. Sorrimos quando recebemos a confirmação da vitória no vestibular, quando concretizamos o casamento, quando nosso time ganhou o campeonato. E quando a promoção chegou, quando fomos contemplados com aumento salarial, quando assistimos a um filme, quando nos ofereceram uma festa surpresa. Essas marcas são caprichosas. Elas não somente aparecem ali quanto se apresentam nos cantos dos olhos, em linhas caprichosas, pequeninas, a princípio. Acentuando-se, depois. Sim, cada ruga, cada vinco tem uma história. Fala de uma experiência. Nós as podemos remover, alterar, amenizar com procedimentos cirúrgicos, com implantação de toxina botulínica, cremes, hidratantes. Tantas e tantas formas. Podemos retirá-las, podemos disfarçá-las, podemos... De algum modo, nos assemelhamos àquelas árvores que, a cada ano, produzem um anel em seu tronco. Contamos os anéis e podemos estimar sua idade. Nós acumulamos rugas que testificam dos anos vividos neste bendito planeta. Alguém ao nosso lado, que nos ame, as observará e dirá que sabe o exato momento em que cada uma dessas marcas foi desenhada em nossa face. Até poderá afirmar que ama, especialmente, cada uma delas. Se quisermos as amenizar, atenuar ou mesmo retirá-las totalmente, deixaremos de testificar nossa idade, pelas marcas da face. E, como aquelas árvores que acrescentam, a cada ano, um anel internamente, apenas nossa intimidade contará das experiências vividas. Será então, nossa forma de agir que dirá se os anos nos amadureceram o raciocínio, intensificaram a lucidez e o bom senso. Com rugas na face ou não, oxalá que os anos que vivamos sejam de progresso, crescimento espiritual para cada um de nós. Porque viver na Terra é uma oportunidade ímpar, que nos merece todo e especial empenho. 
Redação do Momento Espírita. Em 26.5.2018.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

NOTURNO EM MI BEMOL

FRÉDÉRIC CHOPIN
Em Mainsfield, Inglaterra, um policial visitou a residência de um senhor de noventa e três anos, que havia sido vítima de roubo. A casa simples, com móveis antigos e retratos de uma longa vida pelas paredes, estava em estado lastimável. Tudo revirado. O oficial comoveu-se ao ver o senhor sentado em sua velha poltrona, decepcionado e desnorteado. Precisava fazer um relatório, assim passou cuidadosa revista pelos cômodos. Foi quando, no canto oposto de onde estava o dono da casa, encontrou um velho piano. Estava empoeirado. Há tempos que ninguém o dedilhava. Aberto, sobre a estante do instrumento ainda imponente, estava um livro de partituras consumido pelo tempo. O policial reconheceu a peça da página exposta: Noturno em mi bemol, de Chopin
-Então, o senhor gosta dos noturnos de Chopin! 
Afirmou ele. 
-Sim, meu filho. 
-Este em especial, era o meu favorito quando ainda tocava o piano para minha esposa. Ela faleceu, na noite de Natal, alguns anos atrás. Sabe que também era o preferido de minha avó!
Disse o homem da polícia, num tom de quem buscava entabular conversa, a fim de distrair o morador, e quem sabe consolá-lo um pouco, após o ocorrido desagradável. Então, sem pensar muito, o homem sentou-se ao piano e começou a tocar. O idoso arregalou os olhos e começou a dedilhar também. As mãos enrugadas e trêmulas tocavam teclas no ar, numa mistura de interpretação ao piano e regência. O ambiente mudou. A música invadiu cada canto visível e invisível daquele lar de tantas histórias vividas. Não havia mais roubo, não havia mais casa em desordem. Até o tempo era outro. Tudo isso em função da sensibilidade de um homem da lei, que foi além de suas obrigações cotidianas, ou melhor, que entendeu seu grande dever como homem de bem na Terra. 
* * * 
Todos podemos ser instrumentos do bem na face da Terra. Em algum momento, em qualquer situação, podemos ser chamados a ser agentes de sensibilização, de consolo, de auxílio no mundo. E isso não está apenas nos grandes gestos. Aliás, neste campo, o que é considerado grande ou pequeno, é bem relativo. Somos todos capazes, basta a boa vontade, basta querer e estar em sintonia com esta proposta elevada de colaboração e de edificação. Ao acordarmos, diariamente, podemos nos propor intimamente a colaborar com a Criação, a sermos também criadores. Criadores de concórdia entre as pessoas. Criadores de harmonia no ambiente familiar. Criadores de momentos de alegria a quem passe por nós. Podemos ser sorriso onde haja a sisudez. Podemos ser otimismo onde só existam palavras negativas. Podemos ser calma onde reine o desespero. Enfim, podemos ser música em meio ao silêncio ou ao caos dos ruídos inquietantes do mundo atormentado. Sejamos agentes transformadores. Sejamos a música suave e bela que invade os ambientes, sem que ninguém perceba, levando harmonia e sensatez aos pensamentos. 
Redação do Momento Espírita, com base em relato colhido na Internet. Em 25.5.2018.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

DILATANDO O CORAÇÃO

SANTA MADRE TERESA DE CALCUTÁ
Você já reparou como, não raro, nos referimos a alguém como uma pessoa de grande coração? Como é frequente dizermos que alguém tem um coração imenso? É claro que a expressão não é literal e, muito menos, estamos querendo nos referir à sua anatomia. Quando assim nos expressamos, estamos, na verdade, manifestando nossa admiração quanto à capacidade de amar, de querer bem, de ser solidário, fraterno e amigo. Afinal, dizemos que tal ou qual pessoa tem um coração grande porque ela é capaz de abrigar muitos sentimentos nobres, com eles beneficiando os seus semelhantes. Seria interessante nos questionarmos: 
-Será possível dilatar o próprio coração? Será que conseguimos ter um coração maior do que aquele que hoje temos? 
Todas as virtudes e competências foram construídas em nossa intimidade, por esforço próprio, por investimento pessoal. Todos nós possuímos inteligência, a capacidade intelectual coerente com os esforços que empregamos para que ela se desenvolvesse. Da mesma forma, as conquistas dos bons sentimentos, dos nossos valores e virtudes são frutos do empenho e dedicação, investimento e persistência. Nenhum dom ou privilégio divino. De maneira nenhuma alguém agraciado em detrimento de outro. Somos exatamente o resultado daquilo que investimos e desenvolvemos ao longo de toda nossa trajetória que, é claro, iniciou-se muito antes desta vida. Dessa forma, fica fácil compreender porque algumas pessoas têm grande o coração. Passamos a entender porque elas conseguem manter, na tutela de seu coração, tantos sentimentos altruístas, tanta devoção a pessoas e agasalhar tantas virtudes. Não foram agraciadas, de forma gratuita. Não mereceram nenhum privilégio, graça ou dom divino. Tudo o que já conseguiram entesourar na intimidade é fruto de seu trabalho e investimento pessoal. 
 * * * 
Assim ocorre com todos nós. Na medida em que nos esforçamos por melhorar, novos valores começam a ocupar espaço em nós. E, na proporção em que buscamos desenvolver virtudes, aprender conceitos e valores nobres, eles passam a ter guarida em nosso coração. Então, como é natural, essas virtudes dilatam nosso coração, a fim de que consigam todas elas ali ganharem morada. Portanto, para termos grande o coração, cabe-nos o esforço individual, o empenho e o trabalho no bem. Não há dia em que a vida não oportunize esses exercícios. Os laços familiares mostram-se excelentes oportunidades. Os amigos, as relações profissionais, nossos contatos sociais, também funcionam como oficinas do coração. Quando alguns relacionamentos se mostrem difíceis, complicados, são também o convite generoso da vida a fim de que possamos ser daqueles que possuem um grande coração. Quando Jesus nos convida a caminhar dois mil passos com alguém que nos pede para andar mil, ou quando nos aconselha a oferecer a túnica para quem nos pede a capa, está nos ensinando que todo o esforço em prol da conquista das virtudes, que beneficiem nosso próximo, será sempre o melhor investimento que possamos fazer em favor do nosso próprio crescimento interior. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita. Em 17.5.2014.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

O CARVALHO

Max Lucado
Ele era um homem forte. Há três anos, principiara a notar um enfraquecimento de seus músculos. Começara pelas mãos, depois, nas panturrilhas, seguido pelos braços. Uma bateria de testes foi realizada: exames de sangue, neurológicos e musculares. E veio o diagnóstico: doença de Lou Gehrig. Um enfraquecimento devastador. Ninguém conhece a causa nem a cura dessa enfermidade. Somente que é cruel e precisa. É possível que outro homem tivesse ficado desesperado. Não ele, que guardava a certeza da Imortalidade. Seus dias estavam contados. Por isso, começou a colocar tudo em ordem. Ajeitou a casa para a esposa, instalando um sistema de rega para o jardim. Substituiu a porta da garagem por uma automatizada, mais prática. Pintou todo o madeiramento da casa. Atualizou seu testamento, verificou as políticas de seguro. Planejou seu funeral, adquirindo dois lotes no cemitério: um para si, outro para a esposa. Como desejava ser sepultado à sombra de um carvalho, uma árvore bem viva, conseguiu uma autorização junto ao conselho municipal da pequena cidade, para o plantar, num dos lotes. Comprou a muda da árvore e a plantou. Preparou seus filhos com palavras de estímulo e cartas de amor. Atos finais. Horas finais. Palavras finais. Tudo refletindo uma vida bem vivida. As horas finais estão chegando. A chama de sua vela se enfraquece cada vez mais. Ele está em paz. Seu corpo está morrendo, mas seu Espírito vive. Ele não consegue mais sair da cama. Escolheu viver os últimos dias em casa. Não será por muito tempo. Dia desses, o filho foi visitar o pequeno carvalho. A mudinha começou a se desenvolver, dando mostras da grande árvore que se tornará. Uma árvore especial, pensou o filho, com uma missão especial. Tocou o pequeno carvalho, sussurrando-lhe como se ele o pudesse ouvir: 
-Cresça. Fique alto e forte. Você guardará um tesouro valioso. 
No caminho para casa, continuou pensando sobre aquela árvore. As décadas a tornariam forte. Os anos lhe acrescentariam forças. Quando chegou em casa, o pai ainda estava acordado. O filho se curvou sobre a cama e o beijou. 
-Fui ver a árvore, confidenciou. Ela está crescendo. 
O velho pai apenas sorriu. 
* * * 
É mais fácil morrer com tranquilidade quando se vive em tranquilidade. Quando se guarda a certeza de que aqui se está de passagem. E quando se ama de verdade, age-se assim. Coloca-se a casa em ordem. Prepara-se os amores que ficarão. Tudo se providencia para não lhes causar maiores dores que a da própria separação, as despedidas do Até logo mais. Palavras finais. Atos finais. Cada qual abre um tesouro de promessas. O velho carvalho fará sombra à sepultura de um grande homem. Seu Espírito se alçará liberto, feliz por ter cumprido sua missão na Terra. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O carvalho, de Max Lucado, do livro Histórias para o coração do homem, de Alice Gray e Al Gray, ed. United Press. Em 23.5.2018.

terça-feira, 22 de maio de 2018

O HOSPITAL DO SENHOR

Uma pessoa que não estava se sentindo bem, há algum tempo, fez a seguinte declaração: 
-Todo ano faço um check-up para avaliação de minhas condições de saúde. Um dia desses, resolvi fazer um exame diferente e fui a um hospital muito especial. O hospital do Senhor. Queixei-me de cansaço da vida, de dores nas juntas envelhecidas. Falei do coração descompassado pelas muitas preocupações e da carga de obrigações que me competem. Logo que cheguei minha pressão foi medida e foi verificado que estava baixa de ternura. Recordei que há muito tempo não estou fazendo exercícios nessa área. Havia esquecido da necessidade de expressar carinho com gestos pequenos, mas muito importantes. Quando foi tomada minha temperatura, o registro foi de quarenta graus de egoísmo. Então me lembrei de como estou guardando coisas e mais coisas, sem dar nada a ninguém, mesmo quando campanhas fazem apelos pela televisão, rádio, jornais. Sempre achei que alguém daria o suficiente e que eu não precisava fazer nada. Fiz um eletrocardiograma e o diagnóstico registrou que estou precisando de uma ponte de amor. As veias estão bloqueadas por não ter sido abastecido o coração vazio. Ortopedicamente foi constatado que estou com dificuldade de andar ao lado de alguém. É que tenho preferido andar a sós. Caminho mais rápido, sem que ninguém me atrase. Também foi observado que não consigo abraçar os irmãos por ter fraturado o braço, ao tropeçar na minha vaidade. Nos olhos foi registrada miopia. Isto porque não consigo enxergar além das aparências. Examinada a audição, reclamei que não estava ouvindo a voz do Senhor e o diagnóstico foi de bloqueio em decorrência de uma enxurrada de palavras ocas do dia a dia. A consulta não custou nada. Fui medicado e recebi alta. A receita que recebi foi para usar somente remédios naturais que se encontram no receituário do Evangelho de Jesus Cristo. Ao levantar, deverei tomar um chá de "Obrigado, Senhor" para melhorar as questões referentes à gratidão. Ao entrar no trabalho, uma colher de "Bom dia, amigo". De hora em hora, não posso me esquecer de tomar um comprimido de paciência, com meio copo de humildade. Ao chegar em casa, será preciso tomar uma injeção de amor para melhorar a dificuldade de relacionamento familiar. Toda noite, antes de deitar, duas cápsulas de consciência tranquila para que eu tenha um sono reparador. Foi-me dada a certeza de que se seguir à risca toda a prescrição médica, não ficarei doente e todos os meus dias serão de felicidade. O tratamento tem também um caráter preventivo. Assim, somente deverei morrer, por morte natural e não antes do tempo determinado. 
* * *
O Evangelho pode ser considerado como a própria voz do Cristo a falar aos corações, chamando, chamando e conduzindo. O Evangelho corporifica na Terra a palavra de Jesus. É Ele mesmo que se apresenta de retorno, tomando os filhos e filhas da dor em Seus amorosos braços a fim de os conduzir para a luz gloriosa da verdade. Como há mais de dois mil anos, Jesus prossegue, através do Evangelho, a estender a esperança e o amor sobre toda a Terra, para todos os corações. 
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada. Em 22.5.2018.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

A DIGNIDADE NÃO SE CONTAMINA

Há algum tempo, uma emissora de televisão apresentou uma reportagem intitulada: A boca do lixo. As câmeras focalizaram a realidade das pessoas que vivem do produto que conseguem retirar daquele lugar infecto, chamado lixão. As cenas chocaram sobremaneira. Crianças e jovens, adultos e velhos disputavam, com as moscas e os urubus, os detritos jogados pelos caminhões de coleta. Eram pessoas que, em princípio, pareciam confundidas com o próprio lixo, que haviam perdido a identidade, a auto-estima, a dignidade. Revestidas de trapos imundos, reviravam com suas ferramentas os monturos fétidos e retiravam alguns objetos que colocavam num saco, igualmente imundo. No entanto, no decorrer da reportagem, os repórteres elegeram algumas daquelas pessoas e acompanharam um pouco da sua rotina diária. Eles as entrevistaram, perguntaram qual o motivo que as levou àquele tipo de trabalho, que se poderia chamar de sub-humano. E, na medida em que os entrevistados falavam das suas vidas, de seus anseios, de como encaravam a situação, fomos percebendo uma realidade diferente da que supomos no início. Aquelas pessoas não haviam perdido a identidade, tampouco se deixaram confundir com a sujeira. Após as lutas do dia, chegavam em seus casebres, tomavam banho, trocavam os trapos infectados por roupas limpas, embora simples, e continuavam seus afazeres domésticos, com dignidade e honradez. Percebemos que aquelas pessoas não permitiram que a situação deprimente e miserável lhes contaminasse a dignidade. Respondendo às perguntas feitas pelos repórteres, uma senhora que vivia com o marido, seis filhos e a mãezinha já idosa, deixou bem clara a sua posição diante da vida. Quando lhe perguntaram se não era muito difícil criar seis filhos, ela respondeu sorrindo:
- Eu os amo de igual forma. Se Deus os mandou, é porque devo criá-los. O que não podemos é matar. Eu nunca matei nenhum no ventre, como não mataria agora, depois de nascido. 
E quando o repórter perguntou à avó se ela ajudava a cuidar dos netos, esta respondeu com sabedoria:
- Eu já criei e eduquei meus 9 filhos. Agora, cabe à mãe deles criá-los. Se fosse para eu criar, Deus os teria enviado como meus filhos também. 
Uma outra senhora, bem idosa, que também trabalhava no lixão, demonstrava sinais evidentes de dignidade e fé em Deus. O corpo esquálido e a falta de dentes davam notícia dos maus tratos que o tempo imprimira àquela mulher. Todavia, ao responder ao entrevistador se não se envergonhava de trabalhar no monturo, disse que vergonha é roubar e matar, e que disso ela jamais seria capaz. Aquelas pessoas, unidas pela desdita, falavam de amizade, respeito mútuo, companheirismo, convidando-nos a mais profundas reflexões em torno das nossas próprias vidas. É tempo de pensarmos um pouco, antes de reclamar da própria situação, já que, por pior que seja, não se pode comparar a daqueles que vivem do lixo que nós atiramos fora. 
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Deus não cria as situações de miséria para Seus filhos. Todas as condições sub-humanas impostas a determinadas classes sociais, são geradas pelo próprio homem, que se enclausura na concha escura do seu egoísmo, quando poderia, com poucos esforços e uma pequena dose de solidariedade, dar a cada um o necessário para viver. Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita. Em 18.09.2008.

domingo, 20 de maio de 2018

A DIGNIDADE DA HONESTIDADE

Quando alguém nos pergunta se somos honestos, em princípio, ficamos indignados, só em pensar que alguém duvide de que o somos. No entanto, é importante que reflitamos um pouco a respeito da honestidade. Grande parte de nós nos dizemos honestos, mas será que verdadeiramente o somos? Quando limpamos o jardim, por exemplo, nunca jogamos a sujeira no quintal do vizinho? Saindo de um emprego, damos entrada no Seguro Desemprego. Logo, estamos empregados novamente. Comunicamos ao órgão competente que não necessitamos mais receber o seguro ou pedimos ao novo patrão que espere alguns meses para fazer o registro na carteira para que possamos receber em dobro? Se estamos dirigindo um veículo e raspamos noutro que está estacionado, cujo dono não está por perto - qual é a nossa atitude? Damos no pé ou deixamos um bilhete com o telefone para posterior contato? Enfrentamos com honestidade a longa fila dos bancos, teatros, repartições, etc. ou sempre ficamos procurando um conhecido ou um jeito qualquer de passar à frente dos que chegaram antes de nós? Se vamos a um espetáculo qualquer, costumamos marcar os lugares com bolsas, carteiras ou outros objetos, para que nossos amigos, que cheguem em cima da hora, possam ocupar os melhores lugares, em detrimento dos que se esforçam e chegam cedo? Se em épocas de eleições necessitamos pintar a casa, colocar vidros nas janelas, ou temos outra necessidade qualquer, procuramos um candidato para oferecer o nosso voto em troca de tais benefícios ou esperamos até que as possamos efetuar com nossos recursos? Tendo urgência no despacho de um processo em determinado órgão, esperamos o trâmite natural ou tentamos dar um jeitinho de ludibriar os que não têm condições de dar o conhecido jeitinho? Se trabalhamos no setor de compras de uma empresa, procuramos realmente os melhores preços e condições de pagamento, pensando exclusivamente no melhor para a nossa empresa, ou compramos onde nos ofereçam mais vantagens pessoais? Ouvimos, várias vezes, o jargão popular afirmar que todo homem tem um preço. No entanto, para a honestidade não há preço, não há barganha, não há corrupção, nem corruptores. A dignidade de um ser humano honesto não tem preço, pois seu valor é inestimável. Dessa forma, poderíamos alterar o jargão popular e dizer:
" todo homem desonesto tem um preço, porque a dignidade jamais se corrompe."
 Se ainda não conquistamos a virtude da honestidade como deve ser, lutemos por conquistá-la, a fim de podermos olhar no espelho e não nos envergonharmos da figura ali refletida. Olhar nos próprios olhos e nada ter que censurar. 
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Ser honesto é agir de conformidade com as Leis Divinas. É não tentar ludibriar a própria consciência porque, mais cedo ou mais tarde, ela nos apresentará a conta dos nossos equívocos. Se o honesto hoje ainda é uma raridade, podemos inverter esse quadro, engrossando as fileiras dos que são verdadeiramente honestos. Agindo assim, de nada teremos que nos arrepender. 
Redação do Momento Espírita. Em 11.11.2014.

sábado, 19 de maio de 2018

DIFICULDADES SÃO OPORTUNIDADES

Stephen Hawking
Era o dia 8 de janeiro de 1942, dia em que o mundo lembrava os 300 anos da morte de Galileu Galilei. Em uma maternidade da cidade de Oxford, Inglaterra, nascia um menino que seria chamado Stephen. Em plena Segunda Guerra Mundial, a cidade de Oxford era segura devido a um acordo mútuo de não agressão às cidades de grandes universidades, firmado entre a Inglaterra e a Alemanha. Criado em Londres, foi um garoto saudável e de desempenho escolar regular, nunca ficando entre os primeiros da classe. Aos 17 anos, contra a vontade do pai que o queria médico, Stephen Hawking inicia o curso de Física, seu grande sonho, em Oxford. Ainda durante a Universidade começou a mostrar sintomas de uma estranha doença: lentidão nos movimentos, quedas, dificuldades de fala. Aos 21 anos o diagnóstico sombrio: esclerose lateral amiotrófica. Até hoje sem cura, essa doença destrói os neurônios que controlam os movimentos, e os músculos vão paralisando lentamente. É como uma sentença de morte sem data para acontecer, como escreveria ele mais tarde. O jovem rapaz, aturdido pelo diagnóstico, encontrou apoio em sua namorada, Jane, que o incentivou a fazer o doutorado e a procurar emprego, pois os dois deveriam casar. Em sua tese iniciou os estudos que comprovaram a teoria do Universo em expansão, a partir de um ponto conhecido como Big Bang. Casou-se e teve três filhos, encontrando, na esposa, uma companheira incansável. A lentidão física, segundo ele, lhe dava tempo para pensar mais. Ganhou fama também com o estudo dos Buracos Negros, publicando trabalhos científicos e livros que o notabilizaram, enquanto seu corpo paralisava progressivamente. No início do livro Uma breve história do tempo, ele diz que, exceção feita à sua doença, ele é feliz em todos os aspectos de sua vida, tendo sorte de ter escolhido uma profissão que só precisa do intelecto. Chegou a escrever que sua deficiência não lhe causara maiores problemas, tendo contado com auxílio da família, de colegas e alunos. Hoje, aos 67 anos(falecido em 14 de março de 2018, aos 76 anos!), em uma cadeira de rodas, ele se comunica por um sintetizador de fala, ligado a um computador, possibilitando-o até de dar palestras. Nunca parou de estudar. Desafia a medicina com sua longa sobrevida. 
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Pensemos quantos de nós, frente ao mais leve sintoma de doença, cuidamos de nos afastar do trabalho ou dos estudos, com atestados médicos de longa duração. Quantos se aposentam por invalidez e não voltam mais a estudar, sequer desenvolvendo algum trabalho que esteja dentro das novas condições físicas. Contudo, a doença pode ser uma oportunidade de reflexão, uma oportunidade de superação, mas, nunca, uma desculpa para desistir. Que o exemplo desse notável homem, que hoje ocupa a cadeira de Professor Lucasiano de matemática, na Universidade de Cambridge, lugar já ocupado por Isaac Newton, nos sirva de reflexão e de exemplo de vida. Pensemos nesta frase por ele proferida: Quando temos de enfrentar a possibilidade de uma morte prematura, nos damos conta do quanto vale a pena viver!
Redação do Momento Espírita. Em 24.04.2009. 

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A DIFÍCIL ARTE DE DIZER "NÃO" AOS FILHOS

JOANA DE ÂNGELIS
E
DIVALDO PEREIRA FRANCO
Você costuma dizer não aos seus filhos? Considera fácil negar alguma coisa a essas criaturinhas encantadoras e de rostos angelicais que pedem com tanta doçura? Uma conhecida educadora do nosso país alerta que não é fácil dizer não aos filhos, principalmente quando temos os recursos para atendê-los. Afinal, nos perguntamos, o que representa um carrinho a mais, um brinquedo novo, se temos dinheiro necessário para comprar o que querem? Por que não satisfazê-los? Se podemos sair de casa escondidos para evitar que chorem, por que provocar lágrimas? Se lhe dás tanto prazer comer todos os bombons da caixa, por que fazê-los pensar nos outros? E, além do mais, é tão fácil e mais agradável sermos bonzinhos... O problema é que ser pai é muito mais que apenas ser bonzinho com os filhos. Ser pai é ter uma função e responsabilidade sociais perante os filhos e perante a sociedade em que vivemos. Portanto, quando decidimos negar um carrinho a um filho, mesmo podendo comprar, ou sofrendo por lhe dizer não, porque ele já tem outros dez ou vinte, estamos ensinando-o que existe um limite para o ter. Estamos, indiretamente, valorizando o ser. Mas, quando atendemos a todos os pedidos, estamos dando lições de dominação, colaborando para que a criança aprenda, com nosso próprio exemplo, o que queremos que ela seja na vida: uma pessoa que não aceita limites e que não respeita o outro enquanto indivíduo. Temos que convir que, para ter tudo na vida, quando adulto, ele fatalmente terá que ser extremamente competitivo e, provavelmente, com muita flexibilidade ética, para não dizer desonesto. Caso contrário, como conseguir tudo? Como aceitar qualquer derrota, qualquer não, se nunca lhe fizeram crer que isso é possível e até normal? Não se defende a ideia de que se crie um ser acomodado, sem ambições e derrotista. De forma alguma. É o equilíbrio que precisa existir: o reconhecimento realista de que, na vida, às vezes se ganha e, em outras vezes, se perde. Para fazer com que um indivíduo seja um lutador, um ganhador, é preciso que ele aprenda a lutar pelo que deseja, sim, mas com suas próprias armas e recursos, e não fazendo-o acreditar que alguém lhe dará tudo, sempre, e de mão beijada. Satisfazer as necessidades dos filhos é uma obrigação dos pais, mas é preciso distinguir claramente o que são necessidades do que é apenas consumismo caprichoso. Estabelecer limites para os filhos é necessário e saudável. Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer. Mas já se teve notícias de pequenos delinquentes que se tornaram agressivos quando ouviram o primeiro não, fora de casa. Por essa razão, se você ama seu filho, vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer não. Vale a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar tempos difíceis, mesmo que eles nunca cheguem. 
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O esforço pela educação não pode ser desconsiderado. Todos temos responsabilidades no contexto da vida, nas realizações humanas, nas atividades sociais, membros que somos da família universal.
Redação do Momento Espírita com pensamentos do verbete Educação, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 13.09.2010.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

OS SENTIMENTOS ALHEIOS

Em tempos em que a ordem é produzir, conquistar mercado, superar o concorrente, algumas atitudes verdadeiramente surpreendem. É comum entrarmos em lojas e observarmos a ansiedade do atendente, quando se pede para ver outro produto e outro mais. Se acompanharmos o seu olhar, possivelmente descobriremos que ele se dirige ao cliente em potencial, que adentra a loja. Cliente que tem seu perfil rapidamente identificado, na mente do funcionário, conforme esteja vestido, sua postura diante da vitrina olhando esse ou aquele artigo. É um mundo apressado, em que parece que todos desejam usufruir do que está para vir esquecendo-se do presente, do que está ocorrendo. Por isso mesmo, frisamos, algumas atitudes nos causam surpresa. Como o caso daquela mãe que levou o filho ao Walt Disney World Resort. Fã da animação Toy Story, depois de muito se divertir, o garoto ganhou o Slinky, o cachorro-mola. Como toda criança que tem nas mãos o objeto da sua idolatria, não o largou mais: enquanto dormia, enquanto passeava, enquanto se alimentava. Findo o período de férias, deixaram o hotel e se encaminharam para o aeroporto. No carro, foi dada a falta do Slinky. Onde estava? Em certo momento, ele fora esquecido dentro de uma loja, enquanto pai e filho se divertiam com os brinquedos. A mãe fez alguns telefonemas e, para consolar o filho disse que, como os personagens Buzz e Woody, no filme, o Slinky, possivelmente, haveria de encontrar o caminho de casa. Quando, afinal, chegaram em seu lar, receberam uma ligação da loja. O cachorro-mola fora encontrado. De imediato, a mãe perguntou quanto custaria para enviá-lo via postal. Os funcionários responderam que não custaria nada e que o Mickey estava tomando todas as providências. Somente haveria que ter paciência porque demoraria uns dez dias para Slinky chegar. Quando, finalmente, a encomenda foi entregue, nova surpresa. Uma carta esclarecia o sumiço de Slinky: Parece que ele não estava pronto para o fim da viagem! Nós o encontramos brincando com alguns amigos. Esperamos que você não se importe, mas eles queriam acompanhar o Slinky na viagem para casa. E quando o garoto abriu o pacote lá estava o cachorro com seus amigos: o boneco do Woody e mais alguns soldadinhos.

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Quando alguém, em meio aos seus tantos afazeres e interesses comerciais, faz um staccato para se preocupar com um brinquedo esquecido, em momento de distração, é algo que nos fala que este mundo está, sim, melhor a cada dia. O importante, em verdade, não era o brinquedo, que poderia, quem sabe, em outro momento, em outra viagem, vir a ser substituído. Eram os sentimentos da criança que envolviam aquela perda. E exatamente nisso é que pensaram os funcionários e gerente daquela loja. Por isso, se esmeraram em tudo providenciar e até alimentar um tanto mais a fantasia da criança, inventando uma historinha. Oxalá fôssemos todos nós assim. Preocuparmo-nos com os sentimentos do outro, criança ou adulto. Quantas vezes dizemos que certas atitudes são pura tolice. Perda de tempo. E, no entanto, se constituem em pequenos gestos que produzem felicidade, que alegram o coração de uma criança, felicitam um adulto, tornam um dia inigualável... Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, a partir de nota colhida na Internet. Em 17.5.2018. http://momento.com.br

quarta-feira, 16 de maio de 2018

DIFERENTES OLHARES

Nosso viver em sociedade nos traz a inevitável possibilidade de analisar e observar o comportamento do próximo. Sejam aqueles da intimidade familiar, os colegas do ambiente de trabalho ou da escola, o vizinho, um amigo, seja o desconhecido que cruzamos na rua, sempre estamos a observar atitudes e comportamentos. E nesse observar, não são poucas as vezes em que agregamos nossa opinião, nosso juízo de valor, nossa ponderação e julgamento a respeito dessa ou daquela atitude. Se vemos alguém agir de determinada maneira, rapidamente nos pomos a julgar, a ponderar, a dizer que está equivocado nesse ou naquele ponto. Em determinada situação que nos chega, na qual alguém nos conte, mesmo de forma superficial, algum fato, desconhecendo, embora, os detalhes e o todo do que ocorreu, rapidamente tomamos partido, elegemos o certo e o errado, julgamos. Quando convidado a decidir o futuro da mulher adúltera, se deveria ser apedrejada até a morte ou não, como prescrevia a lei, Jesus serviu-se da assertiva de que se ali houvesse alguém sem pecado, sem erro, sem problemas de ordem íntima, esse sim poderia apedrejá-la. Nessa passagem descrita pelos Evangelistas, vemos a lição do Mestre a respeito do julgamento. Quais as condições que temos para julgar a situação do outro? Quanto da verdade temos ciência para ajuizar dessa ou daquela situação? Não obstante, não raro agimos com acidez, violência e sem escrúpulos para comentar as faltas alheias, os tropeços cometidos, os deslizes de qualquer monta. Faz-se necessário que, antes do julgar, tenhamos outros olhares a respeito do nosso próximo. Olhar as falhas do outro com um pouco mais de doçura, de compreensão, de indulgência. Aquele que erra, o faz por limitações e dificuldades que ainda carrega em seu íntimo. Logo mais, haverá de se dar conta dos seus tropeços, arrependendo-se e refazendo os passos. Está na lei Divina, na lei do progresso. Assim, os erros do próximo podem servir para nossa análise e observação, visando nosso aprendizado e reflexão. Mas não precisam de nosso julgamento. Aquele que julga, coloca-se em um patamar mais elevado, nem sempre merecedor ou em condições de sustentá-lo. Aquele que compreende, coloca-se em igualdade, percebendo que em si também ainda moram paixões e dificuldades, que em algum momento poderão se manifestar. Dessa forma considerando, compete-nos olhar o erro do outro através da compreensão que substituirá o julgar; da afabilidade que tomará o lugar da acidez nas observações. Usar da compaixão no agir, o que será muito mais útil e proveitoso do que a indiferença. Afinal, como nos lembra o Mestre Nazareno, não devemos julgar para não sermos julgados. Por justiça e lógica da Providência Divina, a mesma medida de que nos tenhamos servido para com o outro, assim também será empregada para conosco. 
Redação do Momento Espírita. Em 28.2.2013.

terça-feira, 15 de maio de 2018

DIFERENTES FORMAS DE AMAR

ALLAN KARDEC
O maior mandamento que Jesus nos deixou foi amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Esta é a Lei que resume todas as outras. Demonstramos o nosso amor a Deus em especial através da gratidão que carregamos em nossos corações, pela oportunidade que temos hoje de estar vivos. Reconhecemos a Misericórdia Divina que nos permite uma nova experiência no corpo físico, na qual lapidamos o nosso Espírito. Trabalhamos a cada dia para atingir o nobre objetivo de nos tornarmos melhores hoje do que fomos ontem. O amor aos pais demonstramos através do reconhecimento da disposição deles em gerarem um novo ser. Um ser pelo qual irão zelar, educar e transformar em pessoa de bem, às custas de renúncia e amor incondicional. Percebemos o apoio irrestrito de nossos pais nas diversas etapas da vida. Guardamos a certeza de que sempre estarão nos esperando, mesmo quando nos veem transpondo montanhas e indo em busca dos próprios caminhos. O amor aos filhos aparece quando nos vemos tomados por um sentimento de tamanha grandeza, que não encontramos palavras para descrever. É o amor sem limites. Observá-los dormindo, enquanto crianças, é ter a certeza que estamos à frente de anjos do Senhor. O amor entre casais acontece sem pedir licença, toca a alma de tal forma que somos capazes de desejar que o mundo pare para preservar aquele instante mágico. De forma diferente, também é o amor que cresce devagar entre os casais. Aparece de forma sutil, começa com grande admiração e aos poucos vai se transformando. De uma grande amizade nasce um amor sólido, verdadeiro e eterno. Alegria imensa nos invade quando ouvimos da pessoa amada que ela seria capaz de fazer qualquer coisa só para ver brilhar o sorriso em nosso rosto. É uma dádiva ter alguém que nos compreenda apenas com o olhar e que perceba, mesmo no silêncio, as nossas angústias. Amor de amigo é ser companheiro em todos os momentos. Amor à natureza nos estimula a adotar atitudes que ajudem na preservação do planeta em que vivemos. O amor aos animais nos faz respeitá-los. Traz-nos o entendimento de que Deus os colocou ao nosso lado para nos auxiliar na caminhada evolutiva. O amor aos enfermos e aos menos favorecidos é aquele que desperta em nós a caridade e coloca o amor em ação. Podemos doar bens materiais. Por vezes, a necessidade é urgente, mas doemos também tempo, ternura, atenção, afeto e a palavra de esperança e de conforto. A expressão mais completa da caridade é fazer aos outros o que queiramos que os outros nos façam. Esta atitude resume todos os deveres do homem para com o próximo. O amor a quem nos ofende pode ser demonstrado através do silêncio, diante das ofensas, não revidando. Perdoando, estaremos dando um grande passo para exercitar esse amor. 
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O amor é de essência Divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. O gérmen vivaz que Deus depositou em nossos corações, se desenvolve e cresce, torna-se fonte das doces virtudes que geram as afeições sinceras e duráveis e ajudam a criatura a transpor o caminho árido da existência humana. 
Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do item 9, cap. XI, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 18.03.2011.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

O UNIVERSO INEXPLORADO

No ano de 2016, o telescópio espacial Hubble avistou o que foi considerada a galáxia mais distante comprovadamente observada por nós. Uma viagem no tempo, quando o Universo tinha apenas quatrocentos e oitenta milhões de anos, segundo os cientistas. O que mais surpreende é sua distância da Terra: mais de treze bilhões de anos-luz. Algo inimaginável para nossa compreensão atual. Porém, logo esse número será superado. Aposentando-se o Hubble, lançaremos novos telescópios, mais potentes, com tecnologias mais incríveis e veremos mais longe. Notemos: em pouco tempo o homem saiu das cavernas e está observando galáxias distantes... Suas conquistas exteriores são impressionantes, belas. Mas, percebemos que a ele falta realizar outra façanha, tão importante quanto essa, uma outra viagem desbravadora: a jornada para dentro de si mesmo. O homem quer morar na lua, quer povoar outros planetas, mas não quer morar dentro de si mesmo. Por isso, foge de sua realidade através de diversos meios psicológicos trágicos. Somos gênios em determinadas áreas, mas não sabemos viver em sociedade, não sabemos lidar com pequenas frustrações, não sabemos perder... Somos virtuoses, talentos capazes de impressionar multidões com nossa técnica apurada, porém, não conseguimos manter um relacionamento simples com alguém. Não conseguimos lidar com o outro ao nosso lado e nos isolamos. Nossos filhos nascem sabendo muitas coisas. Lidam com as novas tecnologias com se tivessem feito cursos no mundo dos Espíritos antes de nascer. No entanto, não sabem fazer amigos. Chegam à adolescência e criam para si avatares, identidades falsas e se isolam. Não conseguem lidar com o contato pessoal. Os pequenos têm facilidades para idiomas, fazem proezas, aprendem a andar antes da hora, falam rapidamente. Contudo, carregam cargas de violência inexplicáveis dentro de seu íntimo. Nossos ídolos, artistas, personalidades de renome, que nos chamam a atenção por serem tão especiais no que fazem, que parecem ter a vida perfeita, escondem, muitas vezes, a solidão, a tristeza e a falta de sentido existencial, que conduz alguns ao suicídio. E nós, pais e mães, aprendemos a ser multitarefas; a lidar com várias coisas ao mesmo tempo; a ter o controle de tudo; a ter informação; a assistir duzentos canais na TV enquanto damos atenção aos filhos e nos alimentamos. Mas, a que custo? Por quanto tempo suportamos esse ritmo? Será que nos conhecemos o suficiente para responder? Por vezes, concluímos que é hora de desacelerar nosso ritmo, reduzir atividades. No entanto, quase sempre, somente quando é tarde, quando a depressão se instalou, quando a ansiedade tomou conta ou quando alguma alteração biológica mais séria nos chama a atenção.
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É hora de olhar para dentro, de conhecer nossas estrelas, nossas galáxias íntimas, de desbravar esse Universo tão inexplorado ainda. A vida se torna insustentável sem esse conhecimento. Tudo fará mais sentido quando buscarmos nossa essência, quando começarmos a entender quem somos, o que fazemos aqui e qual nosso objetivo maior. Não nos deixemos levar pelas atribulações do mundo moderno e suas tantas distrações. Somos maiores do que tudo isso. Somos mais do que as coisas materiais. Somos mais do que o tempo, do que o espaço. Somos Espíritos imortais. Redação do Momento Espírita. Em 14.5.2018.

domingo, 13 de maio de 2018

MÃE,EIS AÍ O SEU FILHO!

Ela era jovem, na flor da idade. Fora desposada por José, que a acolhera em fidelidade e amor. Numa tarde singela, após os seus afazeres, como num sonho, recebeu a visita de um mensageiro celeste. 
- Ave, cheia de graça, retumbou a voz angélica. Deseja nosso Pai que recebas, em teus braços, o Seu filho. 
Maria teve um leve sobressalto. Mas redarguiu:
- Faça-se em mim, pobre serva, a vontade do meu Deus. 
Os meses correram ligeiros. Em difícil viagem, José e Maria se dirigiram a Belém. Numa estrebaria simples, em meio aos animais, nasceu o Filho do Altíssimo e, numa manjedoura, foi acomodado. A seu tempo, Maria viu o seu Jesus falar e caminhar, contou-lhe histórias, dEle cuidou. Porém, próximo aos trinta anos, Ele partiu. Chegara a hora de cuidar dos negócios do Pai Maior. Doze amigos se uniram a Ele e, ao Seu lado, se puseram a caminhar. Maria ouvia rumores de que, na presença de seu filho, cegos voltavam a ver; surdos a ouvir e até aquele que era considerado morto, tornara a se levantar. Seu coração de mãe enchia-se de temores. Os orgulhosos ressentiam-se daquilo que ensinava Jesus: o amor ao próximo, o perdão das ofensas. Lições nem sempre compreendidas, mas que transbordavam o mundo de luz. Ensinando, doando-se, servindo, o Cristo semeava a paz. Quando Ele a visitava, Maria indagava: 
-Que fazes, meu filho? 
E Jesus, terno e carinhoso:
-Eu cuido dos negócios de meu Pai. 
 * * * 
Numa noite de angústias, João trouxe à mãe do Mestre o doloroso aviso: 
-Acusam-no de colocar-se contra a ordem estabelecida. 
Num julgamento injusto, foi condenado e ainda teve a multidão a gritar por Sua morte e pela soltura do celerado Barrabás. 
-Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua mãe. 
Aos pés do filho crucificado, Maria recebe a Divina missão: ser nossa mãe, mãe de toda a Humanidade. Mãe do Cristo, mãe de todos nós. Que por seu exemplo nos aproximemos de Jesus e possamos ouvir a sua voz. 
 * * * 
Ajustemos a acústica da alma para que ouçamos as vozes celestes a cantar: Glória a Deus nas alturas. Paz na Terra. Boa vontade para com os homens. Contemplemos o Menino Luz que chega ao mundo para nos iluminar a jornada e para nos ensinar a chamar Deus de Pai. Unamo-nos a Maria, a senhora do silêncio e da fé. Junto a ela, recebamos Jesus na manjedoura de nossos corações. Tudo para que se faça celebração íntima, na qual nos encontremos com o Cristo descrucificado, e presente na vida daqueles que O seguimos. Presente na vida daqueles que O desconhecem. Daqueles que sofrem, dos que temem, dos que sentem fome, dos adoentados, dos que, arrependidos, buscam no olhar do Mestre o recomeço... 
 * * * 
A Mãe Santíssima compreendeu a sua missão ao contemplar os olhos de seu filho. A exemplo de Maria, busquemos o olhar de Jesus, a fim de atendermos ao seu convite: 
"Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo." 
 Redação do Momento Espírita. Em 1.12.2016

sábado, 12 de maio de 2018

DIFERENTE OLHAR

Dois amigos, que há muito não se viam, encontram-se no centro da cidade e resolvem tomar um cafezinho. Conversa vai, conversa vem, Pedro diz que está terminando a construção de uma nova casa, e que logo mudará de endereço. Tomás pensa um pouco e pergunta: 
- Você não se incomoda de mudar de casa? 
- De casa não. Porém, não suportaria, com certeza, mudar de lar... 
- Essa é boa. – Diz, rindo, Tomás. 
- Você está caçoando! 
- Foi isso mesmo que perguntei. 
- Acredito que você não atinou ainda que entre casa e lar existe uma grande diferença. 
– Fala Pedro, muito sério. Como assim? É tudo uma coisa só! 
- Não, meu amigo. Casa é a construção de madeira ou de tijolos e cimento. Lar é a construção de amor, de sentimentos, amizade e ternura. Quando construímos ou moramos em uma casa, estamos lidando com algo passageiro, porque é material e um dia termina, deteriora, vira pó... Porém, quando construímos um sentimento de amor, carinho e amizade, estamos lidando com algo imaterial. Isso é conquista do Espírito. E o Espírito é imortal. 
Tomás pensa um pouco e fala para o amigo: 
- Preciso começar a entender melhor essas coisas. Para mim é tudo igual. Mas, me diga, o que o levou a essa decisão, depois de tanto tempo morando naquele sobrado tão lindo? 
- O tempo passa, amigo, meus filhos estão na adolescência, um deles fará vestibular este ano. Minha mulher e eu adotamos duas crianças: dois irmãos, de dois e quatro anos. Precisamos de mais espaço para acomodar a todos. 
A surpresa de Tomás é enorme. 
- Crianças de dois e quatro anos? Nossa, logo agora, com os filhos grandes, vão começar tudo de novo... 
- Amigo, – responde Pedro - a vida não para. O sol continua brilhando, a lua cumprindo suas fases, a máquina do tempo acelerando... Por que nós, simples mortais, haveríamos de descansar quando ainda podemos produzir tanto? 
 * * * 
 Alguns de nós vivemos tão envolvidos nas coisas materiais que nos esquecemos da realidade maior. Quando percebermos que somos simples viajantes, de passagem por este mundo, tudo assumirá uma nova feição. As dificuldades enfrentadas serão analisadas com outra visão. Deixarão de serem vistas como problemas para serem encaradas como meros desafios. A felicidade estará mais próxima de todos porque não estará alicerçada sobre objetos, produtos, coisas, mas em sentimentos e realizações espirituais. O próximo será aquele irmão que apenas nasceu em lar diferente. O trabalho deixará de parecer infrutífero, porque o seu preço será equivalente ao prazer de realizá-lo. A riqueza material será vista como oportunidade de promover o progresso em benefício de todos ao nosso redor. O conhecimento será buscado com mais disposição e os sentimentos serão valorizados como devem ser, porque aprenderemos que conhecimentos e sentimentos são as nossas asas de libertação! Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. Em 18.6.2015

sexta-feira, 11 de maio de 2018

ELES FIZERAM A DIFERENÇA

A vida é um grande patrimônio. Os que nos encontramos na Terra, neste momento, nem sempre nos damos conta de como somos afortunados por viver. Quando os problemas avolumam, quando o cansaço se estabelece, uma quase desistência da vida parece nos sussurrar aos ouvidos. No entanto, todos os que nascemos somos pessoas afortunadas. Afortunadas porque alguém nos aceitou e nos permitiu vir ao mundo. Todos temos o direito de nascer mas nem todos temos essa oportunidade. Nem podemos imaginar quantas vidas, todos os dias, em todo o mundo, são impedidas de se concretizarem. Então, quando aplaudimos um astro do futebol, da música, da dança, da tecnologia, alguém que fez ou faz a diferença no mundo, podemos imaginar o que seria o mundo se eles não tivessem nascido? Podemos imaginar a nossa vida sem um Mac, um iPhone, um iPad? Pois é. Se Joanne Schieble, aos vinte e dois anos, tivesse desistido de levar a gestação a termo, a tecnologia não seria como a conhecemos hoje. Universitária, ela engravidou do namorado, também universitário. Seu pai, no entanto, não admitia que ela se casasse, por ele ser de descendência síria. Joanne poderia ter abortado, naquela circunstância. No entanto, optou por ter a criança e dá-la em adoção. Terá ela imaginado onde chegaria seu filho? Como venceria na vida? Um filho que não somente foi o criador da Apple e do estúdio de animação Pixar, mas exemplificou tenacidade, perseverança, superando seus dramas pessoais. Rejeitado em primeira adoção, por ser do sexo masculino, Steve Jobs foi adotado por um casal de origem humilde. Sofreu com a pobreza. Frequentava, uma vez na semana, determinado culto religioso em troca de uma refeição. Recolhia garrafas vazias de Coca-Cola para os depósitos para comprar comida. Não tinha quarto no dormitório na Universidade. Por isso, dormia no chão do quarto de amigos. Adulto, enfrentou um câncer devastador, numa vitória dramática que lhe deu uma sobrevida ainda mais aplaudida pelos admiradores. Em discurso aos formandos de Stanford em 2005, afirmou: Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem chegar ao paraíso não querem morrer para estar lá. Apesar disso, a morte é o destino de todos nós. Ninguém nunca escapou. E deve ser assim, porque a morte é, provavelmente, a maior invenção da vida. É o agente de transformação da vida. Ela elimina os antigos e abre caminho para os novos. Ele partiu em 2011. Um homem que fez a diferença no mundo. 
Um mundo que também estaria diferente sem a voz de Celine Dion, a cantora canadense. Quando engravidou, sua mãe tinha treze filhos e cogitou de não ter essa décima quarta criança. Contudo, um sacerdote, digno pastor de almas, a aconselhou a levar a termo a gravidez. Graças a isso, o mundo se extasia com a voz da cantora que, inicialmente, interpretava canções somente em seu idioma pátrio, o francês. Para alcançar as plateias internacionais, aprendeu inglês, conquistando a admiração do mundo. Jobs e Celine Dion são testemunhas da vida. Eles puderam cantar, sentir, amar, triunfar porque alguém lhes permitiu vir à luz. Quem pode imaginar o que virá a ser esse embrião, esse feto que apenas se esboça no ventre materno: um grande estadista? Um cantor? Um poeta? Um cientista? Somente Deus o sabe... 
Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Steve Jobs e Celine Dion. Em 11.5.2018.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

A MISSÃO DA MATERNIDADE

DOM RAMON ANGEL JARA
O bispo de La Serena, Chile, dom Ramon Angel Jara, teve oportunidade de escrever um texto muito poético que diz: 
"Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus. Pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo. Que, sendo moça, pensa como uma anciã e, sendo velha, age com as forças todas da juventude. Quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida. Quando sábia, assume a simplicidade das crianças. Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama. Rica, sabe empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos. Forte, estremece ao choro de uma criancinha. Fraca, se revela com a bravura dos leões. Viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam. Morta, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios. Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas esse álbum. Porque eu a vi passar no meu caminho. Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página. Eles lhes cobrirão de beijos a fronte. Digam-lhes que um pobre viandante, em troca da suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria mãe. Na atualidade, a mulher assumiu muitos papéis. Lançou-se no mundo e se transformou na operária, juíza, cientista, professora, militar, policial, secretária, empresária, presidente, general e tudo o mais que, no passado, era privilégio do homem. A mulher se tornou em verdade uma super-mulher que, além dos afazeres domésticos, conquistou o seu espaço no mercado de trabalho. Naturalmente, não para competir com o homem, mas para somar com ele, pois dos esforços de ambos resulta o sustento e o bem-estar da família. A rainha do lar se transformou na mulher que atua e decide na sociedade. Das quatro paredes do lar para o palco do mundo. Contudo, essa mulher senadora, escriturária, deputada, médica, administradora de empresa não perdeu a ternura. Ela prossegue a acolher em seu ninho afetivo o esposo e os filhos. Equilibrada e consciente, ela brilha no mundo e norteia o lar. Embora interprete muitos papéis, ela não esqueceu do seu mais importante papel: o de ser mãe." 
* * * 
Dentre todas as mulheres que se projetaram no mundo, realizando grandes feitos, a nossa lembrança recua no tempo buscando uma mulher especial. A História não lhe registra grandes discursos, mas o Evangelho lhe aponta gestos e palavras que valem muito mais. Mãe de um filho que revolucionou a História, manteve-se firme na adversidade, na dor, exemplificando o que Ele ensinara. Não deixou testamento, riquezas ou haveres mas legou à Humanidade a excelente lição da mulher que gera o filho, alimenta-o e o entrega ao mundo para servir ao mundo. Seu nome era Maria... Maria de Nazaré.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Um poético e autêntico retrato de uma genitora – nossa homenagem à toda mulher-mãe, do Jornal Correio Fraterno do ABC, de maio de 2000 e no texto Retrato de mãe, de Dom Ramon Angel Jara, Bispo de La Serena, Chile, tradução de Guilherme de Almeida. Em 10.5.2018. 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

A FORÇA DO AGORA

O tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias. A eternidade não está sujeita a medida alguma do ponto de vista da duração. Para ela, não há começo, nem fim: tudo é presente. Esta é uma das contribuições do Espírito Galileu Galilei, que se encontra no livro A Gênese, de Allan Kardec, publicada no ano de 1868. Compreender que tudo é, de certa forma, presente, quando saímos da esfera das coisas transitórias, nos auxilia a ver os dias de forma diferente. Tudo é agora. Tudo é este instante. O tempo é o resultado do agora que se une a outro sem solução de continuidade. Somos nós que passamos pelo tempo. Nós que ligamos umas às outras as experiências, as ações, nossos atos. O tempo é apenas uma forma de medir a quantidade deles. Sempre somos nós que passamos pelo tempo. Nunca é o tempo que passa por nós. Tudo que temos é o agora, é este instante. Passado e futuro não estão sob nosso controle, apenas o presente. Ao se considerar a transitoriedade do tempo, o agora não mais se repetirá nas mesmas circunstâncias e com idênticas possibilidades... As águas de um rio jamais retornarão ao mesmo leito, e, quando se transformam em vapor e chuva caindo na região, as circunstâncias são outras. Por isso, vivamos o agora com intensidade e com maturidade. Viver intensamente o agora é uma atitude de sabedoria que não pode ser adiada. Isso equivale a experienciar as lições da vida sob o ponto de vista da ética e da moral, mediante projetos e compromissos de autoiluminação, conquistando aos poucos as áreas sombrias da personalidade. Cada agora é dádiva da vida para corrigir, reestruturar, construir. O indivíduo lúcido está desperto para todas as oportunidades que enfrenta. A sua consciência está vigilante para retirar sempre os melhores resultados. Inclusive, quando visitado pelo mal, obter o aproveitamento do que seja mais útil. Mesmo que permaneça indiferente, o agora sinaliza momento de ação. Por isso, vivamos o agora. Estejamos completamente presentes em tudo que fazemos, extraindo o aprendizado, a iluminação, a maturidade. Uma mente que não para no agora, que está sempre no passado ou no futuro, em verdade não está em lugar algum. É quase uma sombra de si mesma.
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Num momento de vacilação, Pedro negou Jesus por três vezes. Noutro momento, Judas teve a dimensão exata do seu crime hediondo e, arrependendo-se, tentou impedir-lhe a execução. No entanto era tarde porque já havia passado o significativo agora. As nossas decisões de um instante vão se refletir nos acontecimentos que virão. Não podemos retroceder para anular o que passou, mas poderemos iniciar outras iniciativas com os olhos colocados no futuro. Habituemo-nos, dessa forma, a agir com serenidade em cada momento, de modo que possamos percorrer o curso de nossa reencarnação com sabedoria e retidão. Jamais subestimemos o poder do agora. Acendamos a luz do amor em nosso íntimo, coloquemos o combustível da ação e sejamos felizes, desde agora. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. VI, item 2, do livro A Gênese – os milagres e as predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB, e no cap. 5 do livro Seja feliz hoje, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 9.5.2018.