sexta-feira, 4 de agosto de 2017

ÁRVORES DESPEDAÇADAS

A tormenta agressiva atravessou a árvore, despedaçando-a, e prosseguiu rugindo, em desalinho. A árvore ferida, no entanto, segura de si através da seiva, respondeu ao golpe violento derramando óleo perfumado pelo corte, e em breve, reverdecida, se multiplicou em flores e frutos. Era a resposta da paz da natureza ao rigor do desespero das forças desgovernadas...
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Quantas vezes somos despedaçados pelas tempestades dos dias. Elas chegam, muitas vezes, sem avisar. Não temos tempo nem de observá-las em aproximação no horizonte. Inundam nossas raízes, carregam as folhas mais frágeis e nos cortam, ferindo-nos profundamente. Tormentas fazem parte desse mundo, assim como os dias de sol, alternando-se descompassadamente, tal como o clima interno no coração dos homens. Porém, a natureza, que sempre nos traz ricas lições, apresenta-nos uma proposta dignificante. A árvore que está segura de si, através de sua seiva, derrama perfume pelo local do corte, e se revigora em tempo breve. A alma que está segura de si, segura de seus destinos futuros, segura do amparo do Pai e certa de que as tormentas são necessárias, apresenta em seu interior uma seiva poderosa, rica, que a alimenta em abundância. Assim, sabe se recuperar sempre que preciso, mesmo que ofendida e maltratada. E sua resposta às agressões do mundo é a outra face, a face da paz de espírito.
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Não permitamos que as forças desgovernadas do planeta em guerra nos façam pequenos, através da infelicidade que nos causam. A árvore continua crescendo após suportar a tormenta, e cresce mais forte, mais resistente. Mantenhamos os galhos voltados para o alto, assim como faz a araucária, recebendo o auxílio do Criador sempre que necessário. Mantenhamo-nos confiantes do nosso destino futuro: a felicidade. E trabalhemos, incansavelmente, por alcançá-lo. Se percebermos que as coisas fogem do nosso controle, lembremos que, na verdade, muitas coisas estão além de nossa compreensão atual. Não podemos controlar tudo. Aceitemos. Mas, não numa postura derrotista e paralisante. Aceitemos compreendendo, aceitemos trabalhando, com fé e com a esperança de que tudo passa. Quando alvejado pelas loucuras do globo em transição, respondamos com o perfume da compreensão, da calma, da paciência. Se vivemos tempos de luta constante, é sinal de que uma grande mudança se aproxima. Observemos, aprendamos, entendamos o que as adversidades querem dizer em altos brados ao nosso coração aprendiz. O que faz uma árvore majestosa e forte não são os dias de sol que desfruta, mas sim os dias de vento e chuva que lhe desafiam a capacidade de se manter em pé. Flores e frutos chegam quando menos se espera. Ninguém sabe o tempo exato da colheita, a não ser o grande Semeador, que é nosso Pai Maior. Lembremo-nos de que Ele está no comando de tudo. 
Redação do Momento Espírita, com transcrição do cap. Junho, item 27, do livro Poemas de paz, pelo Espírito Simbá, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 3.8.2017.

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